História Everything Can Change - Sonho Estranho

Capítulo Nove

Sonho Estranho

Caminhei por entre um dos corredores do grande castelo, não querendo admitir que estava perdida. Nem parecia que já estava aqui há quase um mês, o que tornava inacreditável o fato de ainda não ter gravado os caminhos certos. 

Precisava urgentemente de um mapa. 

Ou então de um guia vinte e quatro horas. Mas tenho certeza que ninguém se candidataria para este cargo. 

Grunhi frustrada por ainda não ter encontrado nem uma alma viva se quer, neste caso me contentaria até com Pirraça o poltergeist, ao qual havia conhecido dias depois do início das aulas. 

Digamos que nós não nos tornamos melhores amigos. 

Foi quando passei ao lado de uma janela que percebi uma coisa. O sol brilhava forte do lado de fora do castelo, que provavelmente queria dizer que já era meio-dia. 

Mas o estranho era que eu me lembrava de ter ido deitar na noite passada, mas não de ter acordado. Então isso com certeza é um sonho. 

O que não deixa de ser estranho, pois eu não sonho. Nunca. 

Até hoje não entendo como não consigo sonhar, o que explica o por quer de ter demorado a descobrir que isso não era a realidade. 

Comecei a ouvir vozes de um corredor próximo e segui até lá. 

Os meninos estavam ali numa espécie de roda e no centro estava Snape. Coisa boa não estava acontecendo. 

Logo no primeiro dia de aula descobri que James e Severo eram inimigos declarados. Todos sabiam que uma briga acontecia somente com eles estando no mesmo lugar. Marlene me contou que tinha muito mais a ver com a Lily do que com o fato de serem de casas rivais. 

Meu primo tentou de tudo para me fazer ficar longe do Sev, mas eu o achei uma pessoa lega, então não dei ouvidos ao que meu primo dizia.

_ Levicorpus. - gritou James apontando sua varinha para Snape, rindo assim que o menino ficou de cabeça para baixo no ar - Então isto é o que acontece com esta azaração? Eu gostei. 

_ Obrigado por nos ensinar, Ranhoso. - Sirius falou debochado e brincalhão, girando a varinha entre os dedos - Iremos usa-lo muito em você, tudo bem?

_ Me coloque no chão agora, Potter! - Severo rosnou furioso.

_ Avisamos para não provocar, Snape. Mas você não quis nos ouvir. - alertou Remus, que era o único que não empunhava a varinha e permanecia com as mãos nos bolsos da calça – E deveria saber que não se ataca um adversário pelas costas. Isso é um ato covarde e sujo.

Até Peter segurava a dele, mesmo que quase a deixasse cair por estar tremendo. 

_ Por que estou sonhando com isso? - perguntei a mim mesma - É muita sacanagem ter como primeiro sonho uma briga de adolescentes que agem como crianças. - resmunguei aborrecida pela cena a minha frente. 

Lembrei que Helena uma vez havia me dito que há como controlar nossos sonhos, então tentei mudar o meu. Concentrei-me o máximo que pude, mas não estava dando certo. 

_ Ratum Expulsio! - falou o Black e um jato de luz cinza saiu de sua varinha e atingiu Snape. 

Foi aí que uma das coisas mais nojentas que vi aconteceu. Severo começou a ficar num tom entre o verde e o branco e segundos depois começou a vomitar ratos. 

Enormes e peludos ratos. 

_ Que nojo! - exclamei virando o rosto para outra direção quando mais um saiu de sua boca. Mas o barulho deles caindo no chão me deixavam ainda mais enojada - Parem com isso! - gritei tentando mais uma vez mudar toda aquela situação, mas nada acontecia. 

Os meninos continuavam ali, rindo do estado do Severo como se fosse à coisa mais engraçada do mundo, quando não passava de uma humilhação. 

_ Já está bom, não acha James? - perguntou Remus em tom de alerta para meu primo que fingiu não ouvir lançando outra azaração no Snape. 

_ Expecto Ranhus. - pronuncio Jay e um lampejo esverdeado atingiu Severo, provocando mais uma cena horrorosa. 

Um muco verde e gosmento começou a vazar pelo seu nariz, me causando mais uma onda de náuseas pela situação. 

_ Parem já! - gritei mais uma vez, mas nada adiantou. _ Chega, Jay. - Remus sacou sua própria varinha e apontou para o menino que levitava no meio deles - Finite. - assim o nariz de Severo parou de escorrer aquele muco nojento - Qual é a contra-azaração para o Levicorpus? 

_ Liberacorpus. - respondeu Snape a contar gosto, não escondendo a expressão de puro ódio antes de vomitar mais um rato. 

Lupin então desfez a azaração e o menino caiu com tudo no chão, ainda sob o som das risadas de Sirius e James. 

Uma forte ardência tomou conta dos meus olhos, me fazendo piscar diversas vezes para tentar diminuí-la. 

Assim que a irritação passou e pude mantê-los abertos, percebi que não estava mais no sonho e sim de volta ao dormitório feminino.

(...)

_ O que aconteceu com você? - perguntou uma Dorcas assustada para mim. Minha cara com toda a certeza não era uma das melhores. 

Depois do sonho estranho que tive, não consegui voltar a dormir o que me fez levantar às cinco da manhã. Fiquei vagando por Hogwarts para ver se tinha sono, mas como não adiantou então fiquei por aí esperando dar a hora do café da manhã onde encontrei às meninas e os meninos. 

_ Não tive uma boa noite. - respondi sem dar detalhes enquanto pegava uma torrada. 

_ Pesadelo? - indagou Lene. 

_ Não era bem um pesadelo, estava mais para um sonho ruim. - expliquei e no mesmo instante tive de me abaixar para não ser atingida por um jato de suco de abóbora que Jay cuspiu a minha frente. 

_ Você sonhou? - ele perguntou incrédulo tossindo. Já era de se esperar uma reação dessa, já que ele sabia bem que eu nunca sonhava. 

_ Sim. E se ousar cuspir suco em mim novamente, enfio essa faca na sua garganta! - levantei a faquinha que estava na minha mão para enfatizar o que disse.

_ Desculpa. - falou ele levantando as mãos em sinal de rendição - É que eu achei estranho isso. Você nunca sonhou antes. 

_ Eu sei disso. Também estranhei. - confessei - Mas uma hora isso tinha que acontecer. Não é grande coisa. 

_ Se você diz. - murmurou ele logo voltando a conversar com seus amigos. 

Assim que terminamos de comer, seguimos para a primeira aula do dia que era de Trato das Criaturas Mágicas com o professor Kuttlerburn. Era um homem, digamos assim, meu o excêntrico. Seus gostos por animais mágicos não é o que gostaríamos de estudar por serem muito perigosos, mas não reclamamos, pois ele é um bom professor. 

Era aula dupla com a Sonserina e antes que eu pudesse ir para o lado de Severo junto de Lily, Marlene me agarrou pelo braço me mantendo ao seu lado, entre ela é Dorcas. 

_ Você ficará conosco hoje, Aylin. Nem adianta reclamar. - decretou a morena sem me soltar. 

_ Não me chame pelo segundo nome, McKinnon. Você sabe que não gosto. - resmunguei com ela sem fazer qualquer movimento para me afastar.

Nunca fui muito fã dessa matéria, mas até que a aula de hoje havia sido interessante. Aprender sobre os unicórnios foi algo divertido, principalmente quando se depara com a cena de um filhote correndo atrás do Black.