História Everything Can Change - Instituto das Bruxas de Salem

Capítulo Um

      Instituto das Bruxas de Salem

“Eu não saio por aí procurando encrenca. Em geral as encrencas é que vêm ao meu encontro.”
 

Nunca fui de ter muita emoção em minha vida, sempre fui uma garota calma. Sempre preferi ficar em um canto lendo, fazendo as tarefas ou conversando com minhas amigas. Quando via alguma confusão, ficava o mais longe possível para que não sobrasse pra mim. Por isso que no Instituto das Bruxas de Salem, onde estudei durante quatro anos da minha vida, era considerada uma das alunas mais brilhante e aplicada que já tiveram a honra de conhecer.

Fala sério! A quem quero enganar? Eu era terrível!

É verdade que sempre fui uma boa aluna e que sempre tirava boas notas. Mas quando se trata de confusão, meu nome é o primeiro a ser chamado. Não é a toa que quiseram me expulsar varias vezes antes.

Quando havia pedido minha Tia Euphemia para estudar em Salem, pensei que me sentiria mais próxima de minha mãe, que estudou em Salem quando jovem e faleceu logo após meu nascimento. Achei que conheceria um pouco mais sobre sua vida, uma parte que Tio Fleamont e Tia Euphemia não conheciam e não poderiam me contar. Mas não foi bem do jeito que imaginei que seria. 

O Instituto das Bruxas de Salem é uma das escolas mais rigorosas que existe. A principal regra do Instituto é não poder haver nenhum envolvimento entre meninas e meninos, por isso a escola foi dividida em duas: O Instituto das Bruxas, que fica no norte de Salem e o Instituto dos Bruxos, que fica no sul. As duas escolas só se juntam nos finais de semana para duelos e competições.

Acabei percebendo que o Instituto não é pra mim. Com todas aquelas regras, a pressão que os professores colocam em cima de nós nos estudos. Devíamos ser o exemplo de bruxas perfeitas, sempre na linha e nunca levantando a mão em gesto de agressão. Em questão de aparência e comportamento, a diretora dizia que deveríamos ser melhores que Beauxbatons, uma escola francesa, que era considerada a mais bela e recatada do mundo bruxo.

Desde que entrei para a escola de Salem, quando tinha dez anos de idade, não pude voltar para casa. Esta era outra regra do Instituto. Devemos permanecer na escola durante mais de oito anos para, segundo eles, não afetar nosso desenvolvimento e para não sermos afastados daquilo que eles nos ensinam. Só podíamos ver nossas famílias se eles viessem nos visitar, e isso era só poucas vezes por ano. Isso era o que mais me afetava.

Eu não conseguia ser a garota que eles queriam que eu fosse. Sou uma Potter afinal de contas. Posso ter boa aparência e boas notas, mas as encrencas e confusões esta no meu sangue. Para mim, regras foram feitas para serem quebradas, e isso é o que faço de melhor. Ate perdi a conta de quantos castigos e suspensões levei.

Talvez esse seja um dos motivos que levou a diretora a querer a minha expulsão do Instituto.

Não foi minha culpa, claro. Mas como se explica a diretora o fato de sem querer ter posto fogo no cabelo da minha colega de quarto depois dela ter beijado meu namorado (que eu não deveria ter porque, como eu já havia dito, era estritamente proibido qualquer envolvimento amoroso entre os alunos), sem mencionar que eu havia invadido o escritório da própria diretora (Ela não precisava saber que ia pegar de volta a minha vassoura que ela havia confiscado após eu ter transformado um garoto numa minhoca), aonde vi o beijo dos dois e de, também sem querer, ter nocauteado outra colega por sair espalhando o que aconteceu pelo Instituto?

Se não fosse o meu novo anjo da guarda, mais conhecido como diretor Albus Dumbledore, eu teria sido expulsa dessa vez. Ele acabou convencendo a diretora a me deixar terminar o meu quarto ano, para que eu pudesse ser transferida sem perder o ano letivo do Instituto das Bruxas de Salem para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

E hoje é o meu ultimo dia neste lugar. Pela primeira vez em quatro anos eu voltaria para casa.

Sentia os olhares dos outros alunos enquanto me dirigia à sala da diretora, a critica e a repugnância presente em cada um deles. Não era nenhuma novidade o quanto ninguém me suportava, eu era o que todos evitavam: uma encrenqueira de primeira.

Bati na porta da diretoria e entrei. A sala nunca foi grande coisa pra mim, é apenas como todos esperam que seja uma verdadeira representação de um castelo medieval com mais de 700 anos. A parede era de pedra crua com detalhes em pedras preciosas, os moveis era em um estilo rustico da cor de madeira queimada e espalhada por toda a sala, havia quadros de todas as antigas diretoras e das alunas exemplares. Tenho certeza que minha foto nunca entraria para essa parede. Uma foto em especial sempre me chamou a atenção. Uma linda jovem de cabelos castanhos ondulados e olhos azuis. Minha mãe. Sempre que podia arrumava confusão só para vim ver essa foto. Ela era incrível.

Parada no canto direito da sala, ao lado de uma enorme lareira de pedra crua encrustada de obsidiana negra - a pedra da proteção, estava a diretora Edelin Wast. Uma mulher na casa dos sessenta anos de idade, cabelos brancos, olhos negros assustadores que só deixavam sua expressão ainda mais medonha.

— Esta atrasada, Srta. Potter! – disse a diretora Edelin com sua voz que a faz parecer que esta morrendo. Ela se virou para a lareira e pegou um pequeno pote negro com um pó verde como conteúdo. – Não vou fingir que estou triste com sua partida, Srta. Potter. Para falar a verdade, isso é o melhor para todos. Este instituto não é o seu lugar e você sabe muito bem disso. Então faça um favor a todos nós e vá de uma vez por todas.

— Não se preocupe diretora. A senhora nunca mais ira me ver. – respondi enquanto pegava um pouco de pó de flú no pote e entrava na lareira.

Era uma pena eu ter passado tantos anos neste lugar só para descobrir mais um pouco sobre minha mãe, e nunca ter realmente descoberto algo sobre ela além dela ser uma das melhores alunas que já estudaram aqui. Mas não podia reclamar, foi minha escolha vir para cá. Tudo o que eu posso fazer agora é encarar o que vem pela frente.

E pensando nisso eu gritei jogando o pó de flú.

— Mansão Potter.

Somente depois de toda a poeira abaixar, foi que eu percebi as caras de surpresa de quatro adolescentes de cueca na minha frente.