Após meu pai ir embora, fiquei em meu quarto tirando minhas roupas das caixas e as guardando no closet. Alex tinha ficado do lado de fora do quarto.
—Pode sair. — Samuel falou e logo abriu a porta, me levantei colocando a mão na cintura e o encarei. — É bom tê-la aqui, Aria. Saiba que sua estadia aqui não será fácil.
—Eu sei, você vai amar. Saiba que eu acho que não irei embora. Já que vamos nos casar, amorzinho. — me aproximei dele lentamente e o mesmo me empurrou com sua mão.
—Se você sobreviver esses cinco meses. — ele engoliu a seco e eu sorri.
—Agora, quero que saber como ficaremos, já que sua casa é várias coisas, eu não irei participar disso.
—O que quer dizer? — ele cruzou os braços e eu revirei os olhos.
—Quero uma governanta, para ela trazer minhas refeições para que eu não precise ir lá em baixo.
—Quer ser uma prisioneira no seu próprio quarto? — ele perguntou intrigado.
—Não, só não quero me envolver mais nisso. Acho que deixei bem claro meu ponto de visto sobre isso tudo, não quero me envolver, não quero fazer parte disso, Samuel. Já basta eu ter que me casar com você, não preciso mais desse mundo.
—Tudo bem, irei resolver tudo isso.
—Obrigada. Pode ir, tenho muito o que arrumar. — dei as costas para ele e me abaixei voltando a tirar as roupas da caixa.
—Claro. — levou alguns segundos até ele dizer isso e escutei a porta fechar. Sorri sabendo que ele tinha ficado de olho em meu corpo. Talvez não fosse tão difícil faze-lo ficar apaixonado.
[...]
O dia amanheceu e eu sorri animada com o dia que teria pela frente. Fiz minhas necessidades e aproveitei para escovar meus dentes. Me olhei no espelho ajeitando meu cabelo e meus seios no camisola vermelha vinho que eu usava, ele tinha bojo nos seios os deixando mais empinados, uma renda abaixo do sutiã e a saia em um tecido transparente.
Sai do banheiro colocando o robe também vermelho e o amarrei deixando o meio um pouco aberto. Sai do quarto e desci as escadas torcendo para que Samuel estivesse na cozinha, que era meu destino.
—Bom dia! — disse entrando no recinto, Jason e outro segurança estavam lá.
—Bom dia. — eles disseram praticamente juntos, Jason me olhou de canto, mas acabou arregalando os olhos e me olhando. — sorri para ele e andei até a geladeira, abri a mesma e comecei a procurar o que comer, tirei algumas frutas e coloquei na ilha da cozinha.
—Onde fica as taças? — questionei fechando a porta da geladeira.
—Ali. — o outro rapaz apontou para o alto e eu sorri agradecendo. Peguei a taça e coloquei na ilha. — Talheres ali. — ele apontou para a gaveta e eu peguei uma colher e a faca. Cortei as frutas e coloquei na taça. Coloquei a faca na pia e peguei o mel colocando por cima.
—Bom dia. — Samuel falou entrando na cozinha, ele estava com sono e coçava os olhos.
—Bom dia, querido. — disse e fazendo ele me olhar surpreso.
—Achei que não iria descer.
—Estava com fome. — sorri para ele e voltei a comer, me encostei na bancada atrás de mim e fiquei o observando.
O rapaz saiu, Samuel fez um gesto para Jason sair e ele fez, mas pude ver ele olhando da porta. Peguei com a colher uma boa parte do mel e derrubei acidentalmente sobe meu busto.
—Droga! — disse parecendo brava. Coloquei a taça na minha frente.
—Algum problema? — Samuel me olhou procurando o problema.
—Sim, sou desastrada. — falei e abri o robe, passei o dedo sob meu seio com mel e o coloquei na boca. — Pelo menos só foi o mel. — disse e o olhei, Samuel estava com os olhos fixos nos meus seios. — Ei! — gritei fazendo ele se assustar e me olhar.
—Você não pode andar assim. Tem muitos homens aqui. — Samuel disse bravo e eu sorri largo.
—Não tenho problema, imagino que você saiba lidar com seu pessoal. Ou você que tem um problema com minha roupa? — perguntei com as mãos na cintura, ele negou e riu.
—Já vi melhores, não se preocupe. — sorri largo para ele.
—Então, não temos nenhum problema. A não ser que eu acabe na cama com um dos seus seguranças.
—Você não ousaria. — parei na frente dele.
—Será? — sai dali indo para o quintal da mansão.
Comecei a passear vendo a piscina e o enorme jardim. Parei na frente da piscina terminando de comer minhas frutas. Virei um pouco a cabeça e pude notar Samuel me olhando da janela da cozinha, sorri satisfeita e esperei o vento fazer o resto. Não demorou para meu robe ser jogado para o lado deixando minha bunda amostra, por consequência a calcinha fio dental que eu usava. Escutei Samuel tossir e tentei me segurar para não ri.
—É um jogo perigoso, Aria. — olhei para o lado vendo Jason se aproximar. — Samuel pediu para você ir para o quarto. — me virei para ele com os braços cruzados, seus olhos desceram até meus seios que tinham ficado ainda mais evidentes. — Não faça isso, você pode se dar mal.
—Duvido. Obrigada pelo aviso.
Entrei em casa e sorri satisfeita com meu feito, ele não estava mais ali. Entrei no meu quarto e tirei o robe, prendi meu cabelo em um coque e segui para o banheiro.
—O que você está fazendo? — Jason perguntou entrando no banheiro, me virei colocando as mãos na cintura e o encarei.
—O que você está fazendo? — enfatizei o você. — Estou no banheiro indo tomar banho. Quer assistir de novo?
—Não, claro que não. Quero saber que merda você está fazendo usando essa roupa no meio dessa casa. Você sabe que é a única mulher aqui, tirando as prostitutas.
—Talvez eu seja uma. Já pensou nisso? — me aproximei dele e ele me olhou com raiva, ri colocando minhas mãos em seus ombros.
—O que você está fazendo? É perigoso, Aria.
—Eu sei me cuidar, acho que você ainda não percebeu isso.
—Sabe tanto que veio parar aqui. Você não conhece ele.
—E você não me conhece, Justin. — ele abriu a boca para falar, mas eu o impedi com um beijo. Empurrei o loiro até a parede, abracei seu pescoço juntando mais nossos rostos intensificando o beijo. Justin passou suas mãos pelo meu corpo e isso me fez sorrir. Senti o ar faltar e me afastei dele.
—Você não pode fazer isso. Por que se arrisca tanto? — Justin continuava de olhos fechados.
—Porque a vida precisa de adrenalina ou você não está vivendo direito. — dei um passo para trás e tirei a camisola ficando apenas com a calcinha, levou mais alguns segundos para o loiro abrir os olhos e acabar tacando sua cabeça na parede com o susto que levou. Gargalhei alto quase caindo no chão.
—Não faz isso, Aria. O que você precisa para tomar cuidado? — ele tentava manter seus olhos nos meus.
—Que tal você na minha cama? — olhei para ele maliciosa e o mesmo revirou os olhos. — Eu sei que você quer. — disse juntando nossos corpos.
—Para de provocar, eu e o Samuel.
—Tudo bem. Eu paro. — me afastei dele com os braços levantando em rendição. — Só diz que não me quer.
Justin abriu a boca, mas sua cabeça começou a ter um tique e eu ri.
—Você tem que parar! — ele disse firme e saiu do banheiro.
Me virei para o espelho e passei uma máscara no rosto indo tomar banho.
[...]
Decidir não ir para a escola hoje, queria perturbar um pouco mais o Samuel. Coloquei uma roupa de academia, uma calça, um top, calcei meu tênis e prendi meu cabelo, saindo do quarto com meu celular e meus fones. Andei até o lado de fora da casa e comecei a correr pelo terreno. Fiz um circuito: 10 minutos de corrida, 30 abdominais, 30 flexões e 50 agachamentos. Era tudo que dava para fazer sem peso nesse momento.
—Você consegue se entreter muito fácil. — Samuel falou saindo da casa, me levantei depois do agachamento e ri.
—Preciso manter a forma, quer uma mulher feia? — perguntei me aproximando dele, tirei meus fones e soltei o celular do suporte em meu braço.
—Não ligo, só estou achando interessante você ter essa rotina.
—Estou substituindo a que eu tinha em casa. Afinal lá eu treinava para esse mundo, então agora tenho que fazer exercícios, não é fácil manter essa forma. —passei a mão no corpo e ele riu.
—Eu sei o que você está tentando fazer, Aria. Não vou levar você para a cama.
—Não estou pedindo, você tem inúmeros seguranças posso me divertir com eles. Tenho certeza de que são melhores que você. — Samuel revirou os olhos.
—Eu conheço esses jogos, ok? Não vou cair nessa. Não transe com meus homens.
—Posso transar com as mulheres então? — seus olhos arregalaram, mas ele tentou disfarçar, ri e bati em seu ombro. — Não faço isso, só com homens. Digo homens mesmo, não moleques. — segui para dentro de casa. Sorri voltando e parei na frente dele. — Posso usar a piscina? La em casa não tem.
—Claro. Você só precisa ter cuidado com meus clientes, eles podem te confundir com as putas da casa.
—Transar e ser paga? Vai ser ótimo. — pisquei para ele e sai dali voltando para o quarto.
—Não se meta nas minhas coisas, Aria. — Samuel disse entre os dentes puxando meu braço.
—Eu não quero. Não dou a mínima para suas coisas. Só estou seguindo minha vida e eu vivo assim, Samuel. Gosto de transar, um cara diferente por vez. Então, não se meta nas minhas coisas. — puxei meu braço e entrei na casa. Vi Jason me olhando de forma repreensiva, apenas revirei os olhos e segui para outro banho. Eu estava precisando transar. Entrei no banheiro e gritei tirando toda aquela raiva de dentro de mim.
—Está tudo bem? — Alex perguntou assustado e ofegante.
—Não! Você vai me ajudar. — disse e tirei minha roupa. —Tira a roupa, agora! — ele me olhou confuso e tirou peça por peça. Me deitei na cama e esperei ele entender o recado.
[..]
Alex já tinha saído, eu continuava deitada, extremamente frustrada. Eu não tinha chegado lá. Minha mão estava pronta para socar algo, eu pensava em algo que não fosse me machucar se eu socasse e eu só conseguia pensar na cara do Samuel.
Me levantei decidida a quebrar meu espelho, soquei ele diversas versas, sem me importar com a dor que estava me causando. Escutei vozes do lado de fora e apenas tranquei a porta do banheiro para que ninguém entrasse.
—Aria! — Justin bateu na porta desesperado. — Abre essa porta! Eu vou derrubar. — ri sem me importar. Olhei ao redor sem saber mais o que quebrar, apenas respirei fundo e calmamente de olhos fechados, tentando acalmar meu coração e o ódio repentino.
A porta foi ao chão e eu olhei para o loiro que estava vermelho de tanta força. Apenas o olhei repreensiva.
—Você está louca? Como faz uma coisa dessa? — ele perguntou entrando no banheiro dei de ombros e abaixei a cabeça voltando a respirar lentamente. — Aria! O que aconteceu?
—Ódio, falta de exercício, falta de um sexo bom. Principalmente ódio. —disse e por fim me afastei da pia, encarei o loiro, que tinha uma cara de tonto. — Sai, Jason. Você não se importa. Sai daqui! —apontei para fora e ele negou. — Merda! Sai daqui! — bati o pé no chão e as lagrimas desceram, dei as costas para ele e entrei no box ligando o chuveiro, sabia que ele não iria entrar.
—Está tudo bem? — a voz de Samuel me pegou de surpresa, apenas me mantive de costas. — Ela ainda está viva?
—Sim, apenas quebrou o espelho.
—Entediante. Resolva tudo, preciso sair. — escutei seus passos e nem assim me mexi.
—Não deixe ninguém entrar, traga uma vassoura, a pá e um kit de primeiros socorros, deixe aqui. — Jason ordenou, fechei meus olhos deixando as lagrimas caírem, eu soluçava descontroladamente. —Você tem que manter a calma. — ele falou e eu senti sua presença atrás de mim, suas mãos tocaram meus braços e ele me virou lentamente.
—Você não entende, nem deveria estar aqui. — abri meus olhos encontrando os seus. Ele estava sem blusa e sem tênis.
—Você precisa de alguém, alguém que se importe.
—Exatamente, essa pessoa não é você.
—Por que não? Estou aqui, não estou? Em todos os momentos?
—Você tem seus limites. Então, não é quem eu preciso.
—Por que não me conta o que está acontecendo?
—Só fiquei cansada, a transa com o Alex foi horrível e eu queria socar alguém.
—Eu deixo você me socar. Não posso fazer nada quanto ao sexo.
—Troco o soco por sexo. — ele riu e negou
—Você precisa parar de pensar em sexo. Isso não é tudo.
—Nunca desconfiei que você era gay. — ele riu.
—Eu sei que você está me provocando, então vou relevar. Você precisa fazer um curativo nessa mão. —me aproximei dele sussurrando em seu ouvido.
—Preciso de um orgasmo. — ele bufou e eu sabia que tinha revirado os olhos.
—Vou mandar você para uma terapeuta, alguém precisa resolver esse seu problema sem ser com sexo. — ri e o empurrei.
—Sai fora, Justin. Se você não vai me ajudar, vou resolver sozinha. — ele arqueou a sobrancelha e eu sorri safada para ele, parecia não acreditar que eu iria fazer isso. —Sai! — apontei para fora e ele se retirou, ri e resolvi tomar apenas um banho.
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