Alguns dias se passaram desde que compramos a casa. Samuel ainda não tinha recebido a casa nova e eu consegui descobrir onde era o armazém de drogas deles, na casa do Diego.
A minha casa estava quase pronta, o trabalho era 24 horas para fazer todas as mudanças necessários, Theo tinha me ajudado a conseguir um treinador, ou melhor três, além de uma longa lista de possíveis seguranças e capangas, treinados e novatos. O que deu trabalho a Shay para organizar todos eles, me sentia cada vez pior por ela estar fazendo tudo só.
Eu assentia O Diário da Princesa 2 com Samuel, estávamos na cama do hotel e no final do dia da ressaca eu lembrei algumas coisas, o resto Samuel me contou.
Basicamente ele decidiu fazer uma festa, onde teve música e muita bebida, além de drogas. Eu aparentemente me diverti muito e aquilo foi o que sobrou do povo, segundo o moreno eu não dormi com ninguém além de dele.
—Isso é tão sem sentido. — Samuel falou e eu o olhei.
—O que? — perguntei confusa.
—Ela precisar casar para ser rainha. — sorri para ele, que me olhou.
—Quer dizer que eu não preciso de você para ser uma rainha? — perguntei fazendo ele pensar.
—Rainha do que? Você não tem algo para ser rainha. Mas se você assumisse o projeto de gangue do seu pai não precisaria se casar para assumir.
—Bom saber que você pensa assim. — me deitei novamente em seu peitoral e ele ficou acariciando meu cabelo.
Observei os detalhes da cena vendo a enorme coroa na cabeça da protagonista, sorri largo pensando em um nome para minha gangue e algo para complementar o plano.
[..]
Samuel vive em reuniões com Diego, queriam melhorar a segurança a todo custo com medo do que estava por vim. Eu acompanhava as reuniões atravessa do telefone de Samuel, eu tinha o grampeado.
Estava no escritório esperando Shay. As caixas não estavam mais aqui.
—Cheguei! — ela falou abrindo e fechando a porta atrás dela. — O que é tão importante? Tem noção do quanto estamos perto para você me tirar do planejamento assim?
—Tenho querida. Eu tenho. — sorri me virando para ela.
—Então? — ela perguntou me olhando brava.
—Decidi o nome e nossa marca. — a olhei animada. — Aqui está, deixa isso em cada roubo como um sinal. — entreguei o saco para ela e a mesma abriu confusa.
—Tiaras? Eu não entendi. — ela me olhou.
—O nome vai ser Crown, o que representa? Uma coroa, só tinha essas na loja que eu fui. O que você acha? — perguntei cruzando os braços.
—Adorei. Estou dizendo que fazemos uma pela equipe. Agora, você conseguiu algo sobre a casa do Diego? Não tem nada no computador do Samuel. Não podemos entrar às cegas lá.
—Eu sei. — disse e respirei fundo. — Eu não sei como faremos isso. Não consigo nada. Ele se recusa a me levar para lá.
—E os seguranças que gostam de você?
—Alex nunca foi lá.
—E o loiro? — suspirei e balancei a cabeça negando.
—Ele disse que não pode fazer isso. Nada na prefeitura?
—Não, o projeto não existe por lá.
—Acho que não podemos invadir a casa. Vai ser só as lojas.
—Isso é um saco. — Shay falou e chutou a parede. —Temos 24 horas para ter a planta da casa.
—Precisamos de um plano, temos a planta de tudo a dias, você sabe onde entrar e sair. Temos as câmeras de vigilância de lá para saber como é as trocas de turno. Não podemos entrar no forte assim.
—Eu sei, Aria. Eu sei! — ela disse alto, levantei as mãos.
—Desculpa, Shay. Não tem mais o que fazer. Eu nem sei onde fica a casa. Não poderia chegar lá assim do nada. — Shay passou a mão no cabelo e me olhou.
—Eu sei. Desculpa. Estamos tanto perto, mas tão longe. Temos a casa, dinheiro, drogas, armas, pessoal, mas eles continuam fortes.
—Por fora, por dentro não. Eu estou dentro, eu sei do medo que eles sentem. Eu vou conseguir a planta da casa, ok? Só que não dá para amanhã. Vai ser um ataque isolado, infelizmente.
—Tudo bem, eu aceito. Planejamos algo quando você conseguir acesso a casa.
—Você está pronta para isso? Você vai para algum lugar? — perguntei e ela negou.
—Ficarei na casa, com as escutas e acesso as câmeras. Te aviso.
—Claro. Vou voltar para casa, ou melhor pro hotel.
—Vai lá.
Sai dali dando de cara com Justin na porta da sala.
—O que faz aqui? — perguntei olhando para os lados, vendo se tinha mais alguém aqui além dele.
—O que você está planejando? Acho que está na hora de eu saber de tudo. — ele falou sério, franzi o cenho confusa.
—Do que está falando? — questionei cruzando os braços.
—Do seu plano de dominar o mundo e tudo mais. Chegou a hora de me contar tudo, Aria.
—Por que? — o olhei intrigada e ele bufou.
—Apenas, me conta! — ele falou firme e eu neguei.
—Não! Você não manda em mim. Me dê uma razão para isso. — ele respirou fundo e passou a mão no cabelo. Segurou firme meus braços me puxando para perto.
—Você está correndo perigo. Eu preciso saber o que você está fazendo para saber como ajeitar. — Justin falou entre os dentes, isso me deixava cada vez mais confusa.
—Me diz você o que está acontecendo? — perguntei me afastando dele. — Você me machucou. — passei minha mão no braço que ele apertou mais.
—Aria, estou falando sério.
—Chega, ok? Se você vai ficar fazendo isso, eu vou embora. Você me pede para confiar, mas só me conta parte de uma enorme história, você sabe os segredos deles e seus, enquanto eu tenho que lutar no escuro contra tudo.
—O que está acontecendo? — Shay perguntou saindo da sala, ela intercalou o olhar entre eu e o loiro.
—Nada. — disse olhando para ela. — Ele já está indo embora.
—Não estou. — Justin falou e eu o olhei brava.
—Você vai embora. Eu cansei disso. Você está com raiva de mim desde a grande festa. Eu sei que eu pisei na bola, ok? Eu já pedi desculpas. Não posso mais fazer nada sobre sua raiva.
—Isso não se trata da cocaína. — ele falou e deu um passo para trás respirando fundo. — Isso se trata dos inimigos do Diego. Da prisão deles. — Shay arregalou os olhos me olhando, bufei irritada e olhei para o loiro.
—Que merda, Justin! — gritei — Você vem aqui exigir as coisas e fica contando tudo assim? — ele me olhou confuso.
—Ela não é seu braço direito? Deve saber de tudo.
—Ela não sabe de tudo! — gritei irritada.
—Melhor entrarem. — Shay entrou na sala deixando a porta aberta. Justin passou primeiro e eu respirei fundo antes de entrar e fechar a porta. — Explica-se! — ela falou se virando para mim.
—Não tem o que explicar, Shay.
—Claro que tem. Afinal, quem é ela? Por que confia nela? — Justin falou e eu o olhei, estava agitado.
—Que merda está acontecendo, Justin? — perguntei indo para cima dele e segurei seus ombros, mantendo o contato visual até o loiro se acalmar.
—Eles estão a caça de vocês, pelo roubo, pela invasão. Eles não podem chegar a vocês. — Justin falou e eu dei um passo para trás o soltando.
—Eles não vão, não deixamos nada para trás.
—Deixaram uma latinha, receberam o resultado, estão em uma reunião agora sobre isso. Uma reunião confidencial que eu não pude entrar, Aria. Tem noção do que é isso! — olhei para Shay e sorri para ela.
—O DNA na lata é do irmão do Samuel. — a ruiva disse fazendo Justin olha-la confuso, mas então ele ficou surpreso.
—Vocês armaram aquilo? — sua voz saiu aliviada.
—Ela armou, eu só fiquei sabendo depois. — disse e ele fechou os olhos respirando fundo.
—O DNA é do Eliiot, deve ser por isso a reunião. — Justin sorriu largo e procurou um lugar para sentar.
—Achei que ligava vocês a aquilo. — ele fechou os olhos inclinando a cabeça para trás e respirando lentamente. — Vocês quase me mataram. Meu Deus!
—Agora, presos? O que vai acontecer com eles? — Shay perguntou cruzando os braços me olhando.
—Eu não sei como te explicar isso. — olhei para o Justin que se levantou tenso.
—Só falar, como tem certeza de que eles vão ser presos? — ela olhou para o Justin que me olhou.
—Confia nela? — ele perguntou e eu passei minha mão no cabelo logo no pescoço.
—Para contar um lado preciso contar o outro, é isso que querem? — perguntei intercalando o olhar entre os dois que se olharam.
—Não sei se confio nele. No Alex eu confio. — Shay falou — Mas você está apaixonada por ele, isso me dar algum credito quanto a ele. — Justin olhou para ela com os olhos arregalados. — Eu percebo, ok?
—Até demais. — ele falou e me olhou.
—Você também está apaixonado por ela, loirinho. — Justin a olhou com os olhos cerrados.
—E você é metida, ruivinha. — ri do jeito deles e isso fez eles me olharem.
—Parecem duas crianças. — engoli a seco e respirei fundo. — Ela se chama Solange Snow. — Justin arregalou os olhos.
—Antigos parceiros dos Formans. Você é parente deles? — Justin perguntou olhando para ela.
—Sim, minha mãe fez negócio com eles.
—Todos morreram no acidente, foi esse acidente que fez o FBI dar uma atenção maior aos Forman’s.
—FBI? — ela perguntou dando um passo para trás e me olhando.
—Ele é do FBI, está investigando os Formans.
—Você pode me ajudar. Isso seria perfeito, precisamos de você para ajudar com o caso, não tínhamos assassinato premeditado. — Justin sorriu largo.
—Você se apaixonou por um agente? Tem noção do risco que corre? — Shay me olhou brava.
—Nem ela, nem você, correm riscos. — Justin falou firme ficando na minha frente. — Se sabe dos riscos, sabe que eu corro o maior risco ao me expor, comprometendo toda a operação que já tem 4 quatros, eu sou o terceiro agente infiltrado. Agora, você pode conseguir aumentar a sentenças deles pelo crime cometido a sua família. Talvez consiga o Dilaurentis. — ele respirou fundo e se afastou, Shay parecia processar tudo aquilo. — Desculpa, isso é incrível para o caso. Talvez eles consigam pena de morte.
—Você realmente pode me ajudar? — a voz embargada de Shay me surpreendeu, assim como Justin.
—Posso! Você pode dar seu depoimento, eu vou procurar provas e avisar a central. Para reverem tudo que foi coletado até agora, porque era uma teoria, mas agora temos você que pode contar toda a história.
—Eu vou ser presa? Ou meu avô? — Justin me olhou e então olhou para ela.
—Não, imagino que seu avô não está aqui, então pegaremos o depoimento dele, por vídeo e você pode ser por vídeo também, contando tudo o que se lembra do negócio que sua mãe fez com eles. Eu já tenho provas para coloca-los na cadeia, mas não envolve isso. — ela virou de costas e ele me olhou.
—Precisa de um tempo? — perguntei me aproximando dela, toquei seu ombro e ela se virou me abraçando.
—Obrigada. Muito obrigada. — ela dizia em meio as lagrimas, abracei ela de volta e olhei para o Justin que sorria.
—Desculpa, perguntar, mas você está fora do negócio? — Shay se afastou de mim e negou.
—Prender eles tornam mais fácil você assumiu o negócio, vai dar paz para meu avô, mas eu quero poder assim como você. O poder que foi roubado da minha família. E eu gosto do que estamos fazendo.
—Que seria? — Justin perguntou e nós o olhamos. — Qual é, eu mereço saber.
—O que acha? — perguntei a ela que assentiu.
Assim começamos a contar para Justin o plano que iriamos executar, ele escutava tudo atentamente.
—Gostei do nome. Qual vai ser o sinal de vocês? O seu pai é um leão, o Forman uma serpente.
—Por enquanto, a jaqueta vermelha. — disse e Shay concordou.
—Além da tiara que deixaremos nos lugares.
—Vou ver o que consigo sobre a casa do Diego.
—Por que você ajuda? — Shay perguntou ao Justin que me olhou, um sorriso apareceu no canto da sua boca. Ela me olhou e me empurrou com o ombro. — Só por isso? Ela vale o risco? — encarei Shay que sorria sapeca.
—Pergunto o mesmo a você, já que está fazendo parceira com ela.
—Ela que está em risco, eu estou escondida. Mas ela é uma ótima parceira. Sem ela eu nunca teria feito 10% de tudo isso.
—Chega, ok? — falei fazendo eles rirem. — Precisamos ir, ela tem muito o que fazer e nós temos que fingir ser boas pessoas para o Samuel.
—Vamos lá. Mantenho contato. — Justin cumprimentou Shay e ela sorriu para ele.
Saímos dali direto para o carro. Justin me olhou após se sentar no banco do motorista.
—Vamos ficar bem? — olhei para ele e assenti segurando sua mão.
—Assim espero. — sorri e ele também. — Agora precisa me deixar no médico da família.
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