História Evil - My angel

Seokjin já havia chegado e socorrido o mais novo que ainda permanecia deitado no sofá, só que agora visivelmente melhor. Todo o processo desde a chegada do Kim, até aquele momento onde buscava respostas o Park permaneceu calado somente observando o desenrolar das ações dos outros dois.

-Então, qual dos dois vai me explicar o que está acontecendo? – Perguntou encarando fixamente as duas figuras que pareciam conversar internamente sobre algo que desconhecia.

-Jimin...Olha você deveria ir – O mais velho ali presente o olhava serio como se estivesse mandando e não pedindo.

-Eu não vou a lugar nenhum sem antes ter minhas respostas. – Os braços cruzados e o olhar serio mostravam ao mais velho que seria impossível fazer o mesmo ir embora.

- O que quer saber? – O Jeon se pronunciou pela primeira vez depois de toda a confusão.

-Jeongguk não acho que seja uma boa ideia. – O Kim o encarou como se demonstrasse que não concordava com aquela ideia.

-Tudo bem hyung, pode ser melhor assim. – Voltou a olhar para o Park. – E então?

- Primeiro, quem é WonWoon?

-Meu irmão mais velho.

-Achei que Seokjin fosse seu único irmão.

-Não exatamente.

-Explique-se.

-Isso realmente não faz tanta diferença. – O olhar serio do ruivo o fez continuar. – Mas se quer mesmo saber, Seokjin hyung não é meu irmão de verdade.

-Então o que ele é?

-No memento acho que minha babá. – Riu olhando para o mais velho. – Alguém que meu irmão e meu superior mandarão ficar de olho em mim.

-Próxima pergunta, você faz parte de alguma gangue ou seita satânica?

-O que? Não! – Riu da pergunta feita pelo ruivo

-Então por que o papo de sangue de demônio, você por acaso é um?

-Se eu fosse um demônio, nós nem sequer estaríamos tendo essa conversa. – O moreno olhou fundo nos olhos do ruivo, a troca de olhares era silenciosa e de certa forma perturbadora.

No canto do sofá o Kim observava os dois naquela confusão silenciosa sem dizer absolutamente nada, não iria interferir nas decisões do mais novo, afinal tinha agora acreditava nas palavras do mais novo. Talvez fosse melhor assim.

-Sabe Jeongguk, desde pequeno... como posso dizer? Bom eu sempre fui meio diferente sabe? Eu não gostava muito de interagir com as pessoas, porém fazia apenas para deixar meu tio feliz. No escuro do meu quarto eu sempre me sentia ser observado.

Eu sempre tive medo do escuro e de ficar sozinho em casa, sempre que uma dessas coisas acontecia, eu sentia uma presença ao meu lado, com o tempo talvez eu tenha me acostumado, mas continuo não gostando da sombra que me rodeia.

O Jeon ouvia tudo atentamente sem desviar o olhar do Park, talvez conseguisse algumas respostas também.

-Meses atrás eu comecei a ter pesadelos com um homem de cabelos verdes, no sonho eu sentia a mesma presença de sempre, porém mais forte. Acho que ele queria levar a brincadeira a um novo patamar. Os pesadelos eram sempre pessoas que eu amo sendo torturadas de forma cruel, Taehyung, Hoseok e meu tio. Eu não podia fazer nada pois estava amarrado a correntes, também não podia desviar os olhos, se eu não olhasse eu era marcado a ferro quente como gado recém adquirido. – Uma pausa foi feita pelo ruivo que sentou-se na pequena mesa de centro disposta em frente ao sofá. – No entanto, um dia antes de te conhecer eu sonhei com você, não um pesadelo, só um sonho sabe? Foi a primeira vez em meses de pesadelos que eu tive um descanso decente. – Sorriu para o mais novo que permanecia o encarando. – Ontem também foi assim, e quando eu te vi na faculdade eu achei que finalmente a loucura tinha me alcançado, mas você falou comigo e eu só conseguia lembrar do meu sonho e do seu beijo na minha testa, ridículo eu sei.

-Não foi um sonho. – O Jeon se pronunciou pela primeira vez desde o discurso do Park. – Foi real Park Jimin, eu apenas o fiz esquecer.

-Se foi real eu quero me lembrar de verdade e não como um sonho embaçado por memorias confusas.

-Tem certeza? Se eu fizer isso as coisas não vão voltar ao normal nunca mais.

-Minha vida nunca foi normal Jeongguk.

-Seokjin hyung – Olhou mais velho ao lado como se perguntasse se poderia mesmo fazer aquilo.

-A decisão é sua criança, vou estar ao seu lado em qualquer decisão que tomar. – Sorriu para o mais novo e acenou com a cabeça e voltou-se para o Park

-Se afaste. – Teve seu pedido atendido pelo ruivo que o olhava com curiosidade. Levou as mãos até o colar que pendia em seu pescoço e abriu o fecho retirando por fim o colar de asas. Uma luz forte surgiu no meio do apartamento segando parcialmente o ruivo. Estantes depois quando a luz foi diminuindo o ruivo olhou o mais novo com a visão ainda embaçada por outrora. Quando a visão finalmente voltou ao normal, o menor pôde ver o belo par de asas brancas, sua boca se abriu e afastou-se um pouco do mais novo enquanto apontava para o mesmo.

-V-v-você é-é um an-an-an-jo

-Sim Park Jimin, eu sou o seu anjo.

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-O que aquele pirralho acha que está fazendo? – O Jeon mais velho andava de um lado para o outro enquanto observava através do grande espelho que de tudo refletia as ações de seu irmão mais novo.

-Ele fez o que achou que deveria fazer WonWoon. - Namjoon que antes estava ao seu lado observando toda a cena protagonizada pelo o Jeon mais novo, agora se encontrava sentado atrás de sua mesa lendo alguns papeis.

-Ele não precisava se expor desse jeito. –Virou-se para o mais velho contrariado.

-Talvez seja melhor assim. – Desviou o olhar dos papeis e encarou o outro. –Além do mais, se Seokjin permitiu é porque ele também concorda.

-Puff diz isso porque sempre teve uma quedinha por ele.

-Essa não é a questão a Wonwoo. –Encarou o mais novo sério. –E não traga esse assunto à tona de novo.

O Jeon mais novo bufou e se retirou do ambiente deixando o mais velho sozinho em sua sala.

-Sinceramente o mais velho dá mais trabalho que o mais novo. – O kim olhou pela última vez para a porta e voltou a seus afazeres.

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-Mais calmo agora? - Já havia posto o colar de volta escondendo novamente suas asas, o Park ainda o olhava com uma cara estranha e isso o fazia rir.

-Calmo não é exatamente a palavra. –Suspirou. – Mas a curiosidade e as milhões de perguntas rodando na minha cabeça, faz com eu não solte a franga de vez.

-Você é engraçado Park.

-Quem bom que pelo menos alguém está achando graça da situação. – Suspirou e voltou a perguntar ao moreno. - O que você quis dizer com “Eu sou o seu anjo Park” – Fez aspas com os dedos mostrando que não tinha entendido os dizeres do mais novo.

-Eu sou meio que seu anjo da guarda por enquanto, apesar de eu ser um arcanjo guerreiro.

-Certo isso é realmente estranho.

-Eu sei que é, mas estou aqui atrás de respostas que talvez só você possa me dar.

-E quais seriam as suas perguntas?

-Ainda não é a hora certa para eu faze-las, você já passou por muito hoje.

-Agradeço a preocupação, mas no entanto as dispenso, quero respostas.

-Eu sei que as quer Jimin, porém tudo tem a hora certa.

-Você ainda não me fez lembrar do sonho que não é sonho.

-Isso é mais complicado – Disse desviando o olhar.

-Complicado como?

-Feche os olhos.

-Fechar meus olhos?

-É, apenas me obedeça. – Observou o ruivo fechar os olhos e se aproximou do mesmo, ficou na frente do outro achando graça por alguns segundos a diferença fofa de altura que os dois tinham. – Não se assuste. – Sussurrou no ouvido do mais baixo antes de voltar-se para frente novamente e mirar os lábios cheinhos do outro, o selo foi demorado e fez o ruivo abrir os olhos de tamanha surpresa. Os flashes da noite da queda do agora moreno vieram com tudo em sua mente fazendo suas pernas ficarem fracas momentaneamente, foi segurado pelo moreno quem ainda matinha os lábios conectados e permaneceram assim até todas as lembranças voltarem.

O moreno afastou-se do ruivo e observou a expressão alheia como se estivesse atrás de algo.

-Quero que saiba que é a primeira vez que faço isso, então consequentemente é o meu primeiro beijo Park Jimin. – Riu da expressão do mais baixo e continuou. –Espero que tome a responsabilidade.

- Eu lembro de tudo. – O ruivo estava levemente corado pela surpresa do beijo.

-Então funcionou muito bem.

-Não Jeongguk, eu quis dizer que eu lembro exatamente de tudo.