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História Exclusivo (Romance Gay) - Rompimento


Escrita por: Pandamon

Notas do Autor


Estou muito feliz com os comentários turma! Beijão a todos vocês <3

Capítulo 10 - Rompimento


Uma semana se passou desde que eu e Alexia fingimos ser namorados pra sociedade. O ano vem chegando ao fim e a ideia de ter que me afastar dos meus amigos no próximo começa a pesar. Principalmente dele. Eu não sei como seria não ver mais Luca todas as manhãs. Eu prefiro nem pensar nisso.

Bárbara continua fazendo convites para sairmos em casais mas eu e Alexia inventando desculpas o tempo todo. "Não dá, muita lição de casa!" "Tenho que ajudar minha mãe com o jantar hoje." " Estou com uma dor de cabeça horrível." Já estamos ficando sem criatividade. Meu relacionamento com Luca voltou a ser como antes. As vezes sinto que ele quer se aproximar, mas quando me vê com Alexia sempre dá pra trás. 

Quinta Feira! Eu e Luca estamos sentados em nossas carteiras coladas na sala de aula. O professor de Biologia pediu que formássemos duplas pra fazer um trabalho escrito. Luca chamou pelo meu nome e eu levei minha carteira pra perto da dele. O roteiro do trabalho está bem na nossa frente e eu tento me concentrar em lê-lo. Sinto o rosto de Luca se aproximar ainda mais do meu pra compartilhar da leitura. Ouço sua respiração calma que passa perto do meu ouvido e não consigo deixar de me remexer no meu lugar.

- Tudo bem? - Ele me pergunta. Endireito o corpo antes de responder.

- Claro. Só estou com um pouco de frio. - Falo. Ele não dá muita importância pras minhas palavras. Volto meu rosto pra folha a minha frente e completo a leitura. Abro o meu caderno e já começo a fazer a resenha do projeto. Luca discorre sobre algumas ideias que ele teve e eu faço concordâncias com a cabeça sem nem mesmo prestar atenção nelas. Ele nunca foi muito bom com essas coisas.

De repente ele muda de assunto.

- E você e a Alexia. Vão bem? - Ele questiona casualmente. Sinto o nervosismo pelas próximas palavras que vou usar. 

- É .. bem. - Respondo. Ele esboça um pequeno sorriso pra mim e eu retribuo.

- E você e a Barbie? - Minha vez de perguntar. Noto que pela primeira vez usei o apelido Barbie e isso me enche de raiva. Tenho vontade de corrigir a frase usando seu nome de verdade mas prefiro ficar calado e esperar que ele não note essa minha falha.

- Não é como se fôssemos namorados. Eu tento falar isso pra ela mas você sabe como ela é. Parece ignorar. - Ele diz. Concordo com a cabeça. Sei que Bárbara só está mesmo disposta a ouvir o que quer mas ainda assim não concordo com a atitude de Luca. Se ele realmente não quer ficar com ela deveria ser mais firme, mas ele não o faz. A verdade é que ele também não está triste de ter uma garota bonita correndo atrás dele.

Repentinamente algo me tira a atenção. Sinto a perna de Luca roçar na minha por baixo da mesa. Tomo um pequeno susto com o gesto e o encaro nos olhos. Ele olha pra mim com um sorriso gentil no rosto. Meu estômago se revira. Ele está claramente demonstrando um gesto que não é apenas amigável. Devolvo uma tentativa de sorriso simpático pro lado dele e continuo escrevendo.

- Faz algum tempo que a gente não sai junto. - Ele começa. - Tipo, só nós dois. - Ele completa com um tom de voz meio tímido. Fico nervoso com suas palavras e respondo um "sim" baixinho de volta. Ele se inclina para mais perto de mim e eu sinto meus pelos se arrepiarem.

- Você parece só ter tempo pra sua namoradinha agora. - Ele fala usando um tom de zombaria na palavra "namoradinha". Tento encarar seu rosto antes de me pronunciar.

- A gente é bem unido mesmo. - Digo pra ele. A vontade de abraça-lo novamente se intensifica quando o vejo assim tão perto de mim. Controlo meus nervos e dou um pequeno sorriso como se encerrasse a conversa. Ele inclina o corpo pra trás na carteira e também parece desistir de levá-la pra frente.

(...)

É horário de intervalo. Eu e Alexia estamos sentados na grama do lado externo da escola. Ela come uma maça enquanto me conta sobre como é ser uma "namorada fajuta". Ela dá muitas risadas durante a conversa e eu me obrigo a rir algumas vezes também. Agora ela está comentando sobre como foi divertido confrontar Bárbara no nosso encontro de casais semana passada. De repente ela olha para mim com um sorriso malicioso nos lábios.

- Você e o Luca demoraram bastante no banheiro aquela noite. - Ela comenta. Congelo! A encaro com uma expressão de surpresa e logo dou uma risada pra disfarçar meu nervosismo. Ela dá de ombros e me olha ainda mais fixamente.

- Oli, eu sei quando você mente. - Ela diz. Sinto um suor frio se formar na minha testa e já não consigo mais mentir. Dou uma olhada em meu redor e vejo que não a ninguém por perto. Encaro minha cúmplice loira nos olhos e digo:

- Ta, vou te contar. Mas você não pode falar pra ninguém! - Exclamo. Ela dá um sorriso de vitória e cruza os dedos bem na minha frente em sinal de juramento. 

Os próximos minutos se passam com a minha confissão de garoto apaixonado. Conto pra Alexia que eu sinto alguma coisa especial por Luca e como sempre é difícil pra mim quando tenho que fazer escolhas pensando nele. Deixo de fora todas as vezes que eu e ele nos relacionamos. Apenas conto que acho que ele possa sentir alguma coisa diferente por mim também. Não seria justo eu entregar as coisas que já fizemos. De qualquer forma é um direito dele não querer compartilhar isso. 

Alexia ouve tudo com muita atenção até o final. Quando termino minhas palavras ela segura minhas mãos com um gesto delicado. Ela olha bem pra minha cara agora vermelha de vergonha e dá seu sorriso bondoso de sempre.

- Ah Oli, deve ser tão complicado pra você estar apaixonado por um amigo. - Ela diz calmamente. - Você ainda me parece mais meigo do que eu já achava. - Ela completa. Me sinto mais leve com as palavras que ele me oferece e agradeço com um sorriso gentil. Conversamos mais um pouco sobre o assunto e eu aproveito pra me desculpar de a colocar em tantas situações que não a dizem respeito. Como eu já imaginava ela é um poço de compreensão. Ela sorri e diz não se importar. Ela fala que se sentia um pouco vazia antes de sermos amigos e agora ela se sente mais forte.

Agradeço suas palavras mas ainda não acho justo ela ter que compartilhar tantos pesos comigo. Uma ideia repentina então cruza minha mente. Encaro Alexia com uma expressão um tanto maliciosa antes de a colocar em palavras.

- Hora de separamos um casal. - Digo.

(...)

A aula termina e já me encontro em frente a saída da escola. Vários alunos começam a passar por mim se direcionando pras suas respectivas casas. Vejo Luca acompanhado de Bárbara a alguns metros de distância. Consigo encontrar meus outros amigos na multidão também. É perfeito.

Estou escorado em uma parede do colégio quando vejo Alexia caminhando depressa e enfurecida em minha direção.

- PRA MIM NÃO DÁ MAIS! - Ela grita. Todos que estão em volta olham rapidamente em nossa direção. Faço cara de espanto e a encaro nos olhos. Endireito o corpo a sua frente e digo:

- Você está ficando maluca? - Ela cruza os braços como se estivesse impaciente e me olha ainda mais enfurecida.

- E eu não deveria? Já tem mais de uma semana que estamos namorando e você não faz questão nenhuma de me incluir na sua vida. Eu tento parecer feliz pras outras pessoas mas já não consigo mais. Os namorados das minhas amigas não as tratam como você me trata. - Ela fala em um tom que todos que estão em volta possam ouvir. Dou uma rápida olhada de canto de olho e vejo Bárbara e Luca olhando surpresos. Estico meus braços pra coloca-los sobre os ombros tensos de Alexia mas ela os retira antes mesmo que eu possa tocá-la.

- Não me venha com desculpas agora. Eu te dei uma chance e você não soube aproveita-la! Você acha que pode brincar comigo? Tem muitos garotos que gostariam de sair comigo só pra você saber. MUITOS! - Ela fala. Seguro a risada nesse momento. Claro que ela exageraria um pouco. Ela é Alexia. Começo a falar algumas palavras mas finjo engasgar com elas. A encaro com tristeza antes que ela possa acabar com tudo de uma vez.

- A gente termina aqui. - Ela solta as palavras pra mim e sai apressada no meio das pessoas. Ate penso ter visto algumas lágrimas se formando em seu olhar e a parabenizo mentalmente. Olho pras pessoas que agora encaram somente a mim e dou uma última olhada pros meus amigos. Luca e Bárbara parecem confusos e surpresos com tudo que acabou de acontecer. Faço uma expressão angustiada e me viro para ir embora. "Ótimo" Penso pra mim mesmo.

(...)

Oliver: Eu não sabia que haviam tantos garotos assim atrás de você. SEDUTORA!

Alexia: Já que a gente tava terminando na frente de todo mundo porque não me colocar em uma posição um pouquinho melhor. HAHAHA.

Oliver: Justíssimo. rs

A cena que eu e Alexia protagonizamos a algumas horas na frente da escola parece realmente ter convencido. Recebi algumas mensagens dos meus amigos assim que cheguei em casa e agradeci pelo apoio. Me sinto mal quando penso que estou os enganando mas de qualquer maneira esse namoro nunca existiu. Bárbara é a última a me mandar uma mensagem. Ela fala que sente muito e que Alexia não sabe o que está perdendo. Comento isso com minha "ex-namorada" e ela me conta que recebeu algo parecido de Bárbara, mas nessa outra versão era eu quem não a merecia. Não nos surpreendemos. É Bárbara.

Pego meu celular pra responder outras mensagens entediantes de apoio e noto uma diferente entre elas.

Luca: Oli, tudo bem?

Luca: Uma pena você e a Alexia. Eu vi tudo.

Oliver: Tudo bem. A gente não daria certo de qualquer maneira.

Luca: Hum

Alguns minutos de silêncio se passam.

Luca: Eu quero te ver. Só nos dois. 

Luca: Se é que você me entende.

Congelo! Ele não pode estar falando sério.

Luca: Sabe a quadra de vôlei do colégio, atrás dela amanhã depois da aula. Nunca tem ninguém por lá nesse horário.

Luca: Você vem?

Sinto borboletas na barriga. Penso em como ele sabe que não a ninguém por lá nesse horário e minha mente cria teorias que eu prefiro não pensar. Mas isso não é o que mais me preocupa. Eu quero aceitar o convite dele mas o medo ainda é forte sobre mim. As vezes eu só queria tomar algumas atitudes sem precisar pensar nas consequências. Mas eu sempre estou pensando nas consequências. Sempre.

Penso em sua perna tocando a minha hoje na sala de aula. Respiro aliviado por alguns segundos e resolvo mandar a mensagem.

Oliver: Tudo bem. Mas tem que ser rápido! 

Continua ...


Notas Finais


Olá! Provavelmente o capítulo 11 sai ainda hoje a noite, então fiquem atentos. rs


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