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História Exclusivo (Romance Gay) - Borboletas na barriga


Escrita por: Pandamon

Notas do Autor


Espero que goste da história! Abraço.

Capítulo 11 - Borboletas na barriga


A noite passada fez minha cabeça quase explodir. Deitado em minha cama eu não conseguia pegar no sono, meus olhos estavam fechados mas minha mente em outro lugar. Luca. Depois que aceitei o encontrar atrás da quadra na escola, pensamentos diversos começaram a percorrer pela minha mente. Eu rolava entre os cobertores mas não conseguia me concentrar. Eu queria vê-lo, mas tinha medo. A chuva caía forte. Os relâmpagos logo surgiram e todo o clima era pesado e frio.

Chegando em minha sala de aula hoje eu sentia o coração acelerar. Eu caminhava apreensivo com a ideia de encontra-lo. O que eu diria? Conversaria normalmente como se não fôssemos fazer mais do que isso depois? Eu estava confuso. Pelo menos eu chegaria na sala antes dele, o que já era um conforto.

Entro pela porta da sala e sinto o choque percorrer meu corpo. Luca já estava no seu lugar de costume conversando casualmente com meus colegas. Ele usava um moletom rosa com o rosto de um cachorro estampado na frente, seu costumeiro jeans claro e tênis preto. Seu cabelo estava em um estilo bagunçado que só o fazia ainda mais desejável. "Logo hoje ele resolveu não chegar atrasado", penso.

Passo por entre ele e meus outros amigos e logo sou observado. Eles me olham com uma expressão de culpa e só assim me lembro do meu término planejado de ontem. Me esforço pra fazer uma carinha mais triste e me lembro que combinei com Alexia de não nos encontrarmos em público por enquanto. Luca me encara nos olhos e eu fico rígido. Seu sorriso sacana continua o mesmo de sempre. Como ele consegue se manter tão calmo?

- Ei Oli. - Ele fala pra mim. Devolvo um sorriso forçado e aceno levemente para ele. Rebeca e Will que também estão perto parecem me encarar também.

- Senta aqui perto da gente hoje. - Rebeca fala. Agradeço rapidamente mas digo querer ficar um tempo sozinho. Uma mentira, claro. Vou pro outro canto da sala onde estou me acostumando a ficar e tomo posse da minha carteira.

Durante toda a aula eu o observo. Luca parece o mesmo de sempre e isso me deixa um pouco aliviado. Tento prestar atenção nas palavras do meu professor de História mas é como se eu não pudesse as ouvir. Fico rabiscando o desenho de um garoto lendo um livro no meu caderno pra relaxar. Eu faço rabiscos o tempo todo. Desenhar é uma das únicas coisas que me deixam feliz na vida.

No intervalo do lanche sou forçado a me juntar com meus amigos na nossa velha mesa de sempre no refeitório. Eu tentei fugir de mansinho como sempre mas Will e Rebeca me encurralaram. Me dei por vencido e agora estamos nós quatro, o grupinho de amigos original nesse mesmo lugar. Sentados em volta da mesa circular, um clima de tensão cai sobre nós. Isso não é comum mas levando em conta tudo que tem acontecido eu encaro normalmente. Will quebra o silêncio:

- Olha a gente aqui de novo. Os quatro mosqueteiros. - Ele diz. Me sinto emocionado com as palavras que normalmente não sairiam da boca de Will. Me sinto mais feliz.

- Vai ser tão ruim me despedir de vocês ano que vem. - Rebeca fala. - Imagina até eu conseguir fazer amigos na faculdade. Não quero nem pensar nisso. - Ela completa. Luca que está do seu lado passa o braço envolta dos ombros dela como gesto de conforto. Ela dá um sorriso simpático e eu sinto vontade de retribuir o gesto mesmo sem motivos.

- Onde está Barbie? - Will fala encarando Luca. Só nesse momento percebo que ela não está aqui agarrada a seu braço como sempre. Ele por sua vez parece ficar um pouco sem graça. 

- Ela não veio pro colégio hoje. Ela disse que iria sair pra provar vestidos pro baile de formatura. - Ele comenta. Tento imaginar a cena em minha cabeça. Bárbara gritando com as vendedoras na loja atrás do vestido perfeito. É um pouco engraçado. Me volto pro rosto de Luca e agora ele me olha curioso. Fico um pouco sem jeito mas continuo o encarando. Ele por fim desvia o olhar e começa a contar uma de suas piadas sem graça. 

Alguns minutos se passam e agora é Will que conta uma história divertida. Rebeca olha pra ele atentamente e faz caras e bocas conforme ele vai se desenrolando. Sinto algo encontrar o meu tênis debaixo da mesa. Um arrepio rápido passa pelo meu corpo e percebo que é apenas o tênis de Luca. Ele então olha pros meus olhos e encosta sua perna mais uma vez na minha. Sinto a textura da sua calça contra a minha e tento não corar. Novamente ele esfrega a perna na minha e eu já começo a me sentir excitado. "Ah, isso é bom!" Penso. Olho pra sua expressão e ele parece se divertir com a minha. Ele continua se movimentando. Olho pra baixo e vejo que o volume na minha calça está aumentando cada vez mais. Retiro a perna pro lado rapidamente. Olho pra ele com cara de raiva e ele entende o recado. Rebeca e Will ainda estão conversando e eu agradeço mentalmente por eles não terem percebido nada.

Me levanto do banco e digo que vou dar uma passada na biblioteca antes da próxima aula. Saio rapidamente e nem olho pro rosto de Luca. Caminho apressado pelo corredor desejando que não tivesse mais ninguém naquele refeitório a não ser nós dois.

(...)

Minha aula terminou a mais ou menos cinco minutos atrás. Nesse exato momento eu me encontro no banheiro masculino. Olho atentamente pro reflexo a minha frente e passo a mão pelos cabelos castanhos de tamanho médio. Me penteio com os dedos até achar que está adequado. Retiro meu casaco azul marinho de textura fina e o amarro em volta da cintura. A camisa que estou usando é totalmente branca e meu jeans é claro e apertado. Dou uma última respirada na frente do espelho e digo pra mim mesmo:

-Você consegue fazer isso.

Saio do banheiro e tomo o caminho que leva pra parte dos fundos da escola. Saio pelo portão e  avisto a quadra de vôlei a alguns metros de distância. Enquanto caminho pra meu destino eu sinto um frio na barriga intenso. Tento manter a calma mas é como se meus nervos tivessem vida própria. Passo a mão pela camisa e pelo cabelo como sinal de último retoque e mantenho o corpo firme. Chego na quadra e começo a contorna-la pelos lados. Meu coração acelera. Estou chegando na parte de trás quando o vejo. 

Luca está escorado em uma das paredes. Ele ainda usa seu moletom fofinho e parece estar perdido em seus próprios pensamentos. De repente ele me olha e seu rosto parece se iluminar. Caminho em sua direção com o corpo cada vez mais rígido. A poucos passos de distância dele vejo seu sorriso sacana. Ele me olha curioso quando eu me aproximo e me encosto do seu lado na parede.

- Pensei que tivesse desistido da ideia. - Ele fala. Noto seu corpo apreensivo. Engulo o nervosismo e encaro seus olhos azuis tão dominantes.

- Não gosto de não cumprir com minha palavra. - Eu digo. Ele faz um pequeno aceno de concordância com a cabeça e cruza os braços. Passo a mão pelos bolsos da minha calça porque não sei mais o que dizer. Alguns segundos de silêncio tomam conta do momento antes de Luca resolver se manifestar.

- Então. - Ele fala. - Porque você não vem aqui de frente pra mim. - Engulo em seco! Eu quero fazer isso, só estou nervoso. Penso rapidamente em Bárbara e sinto o estômago revirar. Droga! Ela sempre é uma pedra no meu sapato, até quando não está entre nós. Me lembro de quando Luca me disse que eles não estão namorando mas mesmo assim me sinto estranho. Me movo da parede que estava apoiado e dou um passo em direção a ele. Estamos nos encarando agora. Um passo de distância do outro. Apenas isso. Encaro a cara do cachorro estampada em seu moletom grosso. Não posso dar esse primeiro passo.

- Vem aqui. - Ele fala. Olho pro seu corpo bem na minha frente e não posso me mexer. O encaro com minha expressão envergonhada e ele a retribui com um olhar carinhoso. Então, percebendo que ele teria que fazer esse movimento ele inclina o rosto em minha direção e me beija.

Assim que sinto nossos lábios se tocando, também consigo sentir os seus braços envolvendo minha cintura e me puxando pra perto de si. Coloco um dos meus braços entre os seus e minha mão agora está em suas costas. Passo o outro braço em volta do seu ombro direito e pressiono ainda mais nossos corpos. O beijo tem gosto de café e hortelã. Nossos lábios se movem em movimentos lentos e logo eu sinto sua língua na minha boca. Sinto seus cabelos pretos bagunçados contra o meu rosto. Subo minha mão do seu ombro até eles e entrelaço meus dedos nos seus fios macios. "Uma sensação maravilhosa" Penso. Eu sempre quis passar as mãos nos seus cabelos.

Luca então aperta minha cintura ainda mais contra seu corpo. Sinto a ereção na minha calça se tornar mais volumosa contra a dele. Isso me deixa ainda mais quente e eu fecho meu punho em seus cabelos pressionando sua boca ainda mais com a minha. Ele parece ficar mais aceso. Sua língua está ainda mais feroz agora. Sinto o gosto dos seus lábios e tento me lembrar do que eu estava com medo. O beijo continua intenso e sou obrigado a afastar meu rosto do dele pra respirar. Assim que faço isso o encaro e ele me dá um selinho. Olho bem pra sua expressão e o vejo respirar rapidamente. Coloco o rosto contra seu pescoço e ele faz o mesmo. Ele me abraça com força e passa as mãos lentamente pelas minhas costas. Me sinto leve com a sensação e acaricio seus cabelos delicadamente em troca. 

- Isso é bom. - Ele sussurra perto dos meus ouvidos. 

- É sim. - Digo. Então, novamente sinto sua boca na minha. Encontramos o encaixe em rápidos movimentos e logo estou passando as mãos novamente pelo seu moletom macio. Ele me beija com ainda mais vontade e morde meu lábio inferior. Sinto uma dorzinha rápida que logo é substituída por mais tesão. Pressiono minha cintura ainda mais contra a dele e sinto suas pernas se moverem entre as minhas. De repente Luca começa a enfiar suas mãos por debaixo da minha camisa e sinto um choque percorrer meu corpo. Ele vai as levantando cada vez mais pelas minhas costas. Sinto um pouco de vergonha com a exposição mas não é ruim. Coloco uma das mãos contra seu peito e a arrasto em movimentos lentos. Ainda com nossas bocas coladas ele dá uma risadinha. Interpreto como um bom sinal e continuo. "Seu gosto é tão bom", penso. Um rápido pensamento da gente quando criança rola pela minha cabeça. Eu nunca poderia imaginar que estaríamos em uma situação como essa agora.

O que se parecem segundos se tornam longos minutos. Afasto o rosto de Luca do meu e encaro seus olhos sinceros. Ele abre um pequeno sorriso pra mim e agora passa os dedos em volta da minha boca. 

- Eu babei você todinho. Que vergonha! - Ele diz. Vergonha de verdade é o que acabo de sentir quando ele termina sua frase. Sinto o rosto ficar vermelho e desvio o olhar. Ele se aproxima e me dá um beijo na bochecha. Então, afasta seu rosto novamente e fala:

- Não precisa ficar nervoso. Você tá vermelho. - Ele ri de suas próprias palavras e eu finjo ficar irritado. Dou um último abraço rápido nele e me afasto. 

- Preciso ir agora. - Digo. Ele me olha com um pouco de apreensão. 

- Mas já? Não tem nem ... - Ele pega o celular do bolso de trás e olha as horas. - Uol. - Ele completa. Sinto a mesma coisa quando ele me fala os números que acabou de ver na tela. Tem quase 40 minutos que estamos nos pegando e nem mesmo percebemos.

- É ... Vou visitar minha irmã hoje. - Eu minto. Luca parece não acreditar nas minhas palavras mas não se importa. Ele parece satisfeito com o momento que tivemos. Pelo menos por enquanto.

Ele concorda com a cabeça e sinto a falta de jeito caindo de novo sobre mim. Esfrego as mãos uma na outra. Percebendo o silêncio que paira sobre nós ele parece ficar nervoso enquanto pensa em algo para dizer. Dando um passo em minha direção ele me encara.

- Pode me ajudar com aquela redação no final de semana? - Ele fala com um olhar carinhoso. Fico um pouco nervoso mas concordo rapidamente. Eu já tinha combinado isso com ele em outra situação e agora não posso dar pra trás. Mas será que é mesmo por isso que estou concordando? Afasto rapidamente esses pensamentos e o observo feliz com a notícia. 

Finalmente me viro pra ir embora mas ele chama minha atenção novamente.

- Oli. - Ele fala. Me viro pra ele e encontro seu rosto tão lindo olhando pro meu.

- A gente pode repetir isso quando você quiser. - Ele termina. Me sinto mais confiante com essas suas palavras e as retribuo com um aceno em afirmação.

- Com certeza. - Falo. Dou uma última olhada acompanhada de um meio sorriso pra sua expressão sacana e me viro.

Caminho lentamente pelo percurso que fiz até aqui. Enquanto caminho consigo sentir o vento frio que bate contra meu rosto. Minha boca ainda está quente. Retiro a blusa que estava na minha cintura e a jogo sobre os ombros. Penso no garoto a alguns metros atrás de mim e todo o meu corpo se acende novamente. Reviro meus pensamentos e noto que ainda não sei se o que fiz foi certo ou errado, mas não me importo. Estou feliz das borboletas na minha barriga parecerem mais tranquilas agora.

Continua ...


Notas Finais


O cap saiu depois da meia noite afinal, desculpa qualquer coisa. Amanhã tem mais! Abraço turma.


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