1. Spirit Fanfics >
  2. Exclusivo (Romance Gay) >
  3. Armadilha

História Exclusivo (Romance Gay) - Armadilha


Escrita por: Pandamon

Notas do Autor


Segue o penúltimo cap dessa etapa! Abraço.

Capítulo 29 - Armadilha


Finalmente soava o sinal do término da aula. Eu ainda estava assustado com a intimidação feita por Nicolete algumas horas atrás então fiquei de olho nela durante todo o tempo. Ela agia normalmente como se nada tivesse acontecido, até deu um sorrisinho pro meu lado em um determinado momento. Cobra psicótica!

Juntei meus materiais na mochila e logo saí de sala. Caminhei um pouco até encontrar Luca e Felipe e segui junto com eles pra casa. Os dois conversavam sobre algum assunto que envolvia leis mas eu não prestava atenção, minha cabeça estava em toda a loucura que estava acontecendo. Pelo canto do olho eu percebia Luca me observando as vezes, parecia que ele estava um pouco preocupado comigo mas eu não queria o ver daquele jeito. Assim que cruzamos a porta de saída Felipe parecia ainda mais animado que de costume.

- Bem, podem ir sozinhos agora. Vou encontrar a Barbie pra continuar as filmagens. - Ele disse radiante. Dei uma olhada irônica pro seu lado mas ele ignorou. 

- Hoje vamos fazer filmagens dela alimentando cães vira-latas. Ela até comprou uma ração super cara. - Felipe completa ainda achando graça. Assenti com a cabeça e Luca fez o mesmo. O garoto atrapalhado então se despediu e pegou outro caminho. 

Continuamos caminhando em passos lentos em direção a república. Luca ainda parecia o mesmo de sempre.

- Conversou com o Izaac? - Ele perguntou repentinamente. Encarei o chão por um momento e depois olhei dentro dos seus olhos azuis.

- Mais ou menos. Não resolvemos nada ainda pra falar a verdade. - Falo. - Tem toda essa situação da faculdade, não é fácil. - Completo. Luca me olha compreensivo e depois fala:

- Aconteceu mais alguma coisa hoje? - Vejo seu rosto ainda olhando para frente enquanto andamos lado a lado. Penso sobre toda a confissão indireta de Nicolete e depois conto tudo pra ele. Pela primeira vez ele faz cara de espanto e também parece ter achado a situação mais grave do que o normal.

- Mulheres. - Ele disse depois que ouviu tudo. Sua expressão era tranquila mas ele fazia um sinal de negação com a cabeça. Isso me fez dar risada. 

- Podia levar mais a sério? - Falo sem muita convicção. Luca me olha com seu sorriso sacana e me dá um meio abraço rápido. O gesto me faz tremer. Eu amo quando ele me toca seja do jeito que for. Retribuo um sorriso em sua direção e ajeito o corpo.

- O lance é que não posso deixar as coisas assim pra Izi, não é justo. - Digo indignado. Luca responde com um "Sei" do meu lado e isso me faz olhar para ele. Fito seus olhos com curiosidade enquanto me movo.

- Está com ciúmes? - Falo em deboche. Dou uma risadinha logo depois e Luca me olha surpreso. Ele endireita o corpo e depois fala:

- Eu nunca tenho ciúmes. - Sua expressão é convencida. Dou outra risada e ele parece ficar um pouco irritado. 

- Claro que não. - Digo ainda debochando. Luca me encara irritado mas depois se rende ao momento idiota.

- Senhor Oliver, é melhor não me provocar. - Ele comenta em tom de autoridade. Assinto com a cabeça em sinal de desistência. Isso me lembra o tempo do colégio. Caminhar com Luca de volta pra casa apenas me divertindo com coisas bobas. Eu havia esquecido como isso era bom.

De repente vejo o rosto de Luca ganhar uma expressão diferente e ele me olha curioso.

- Eu não conheço essa tal de Nicolete não é? - Ele pergunta. Fico surpreso com seu questionamento e tento me lembrar se eles já se viram. 

- Não, de jeito nenhum. - Respondo. Luca parece refletir sobre minhas palavras por um momento. Então, ele me encara outra vez e vejo um pequeno sorriso em seu rosto.

- Acho que tive uma ideia pra te ajudar. - Ele fala. Noto o brilho nos seus olhos e isso me deixa empolgado.

- Vamos desmascarar essa safada. - Luca dispara.

(...)

É domingo! Saio cedo da república e pego um táxi pra biblioteca pública da cidade. Me sinto nervoso durante o caminho mas eu tento suprimir esse sentimento. Respiro fundo assim que o motorista estaciona e depois pago a viagem. O prédio a minha frente é bem grande mas eu já estou acostumado a vir aqui. É nesse mesmo lugar que meu antigo grupo de estudos costumava vir todo final de semana então sei que quem estou procurando está bem aí.

Entro rapidamente no local e me direciono para uma parte mais afastada das prateleiras repletas de livros. Assim que me movo pro lugar que eu costumava sentar com meus amigos sinto um choque pelo meu corpo. Ela está bem ali, sentada em volta da mesma mesa que costumávamos usar. Nicolete lê um livro grosso de capa vermelha em seu mesmo ar de superioridade. Seus cabelos dourados estão no velho rabo de cavalo que ela tanto gosta e sua camisa de mangas compridas e calça justa dão um toque elegante pro visual. Olho ao redor e somente um único garoto está sentado em uma mesa bem perto da dela. Ele repentinamente me olha com seus olhos azuis fortes e me dá um pequeno aceno com a cabeça. Retribuo o gesto e continuo em direção a garota a minha frente.

- Vejo que ainda estuda por aqui. - Falo tranquilamente repousando uma das mãos sobre a mesa em que ela se encontra. Nicolete levanta a cabeça do livro e me olha surpresa. Rapidamente vejo um sorriso malicioso se formando em seu rosto e seus olhos por detrás do óculos moderno parecem querer me comer. 

- Oliver, que surpresa agradável. - Ela fala venenosa. Dou um pequeno sorriso em sua direção mas sinto o corpo tremer.

- Uma pena não poder dizer o mesmo. - Falo. Nicolete dá uma risada prazerosa das minhas palavras e isso me dá repulsa.

- Você sempre teve um ótimo senso de humor. - Ela fala. - Acho que todos os gays tem pra falar a verdade. - Completa. Vejo seu olhar maligno e tenho vontade de jogar um livro na cara dela. Me controlo e endireito o corpo.

- De qualquer forma só vim pegar um livro. - Digo e me viro. A garota dissimulada por sua vez não parece querer que eu vá tão rápido.

- Que isso! Fique um pouco pra gente colocar o papo em dia. - Ela fala. Me direciono para ela novamente e finjo uma expressão curiosa. Me sento de frente para Nicolete e encaro sua expressão de diversão.

- E então, a bolsa vai mesmo ser sua? - Pergunto com um sorriso malicioso. Ela me encara adorando a situação e acaricia o livro aberto em sua frente.

- Pode se dizer que sim. Izaac era o único garoto que podia roubá-la de mim mas infelizmente ele surtou e acabou me agredindo. O resto você já sabe. - Ela dispara. Maldita! Faço um pequeno aceno com a cabeça e continuo no papel.

- Eu tenho que admitir que foi uma bela estratégia a sua. - Digo. Ela me olha com uma expressão encantadora e depois fala:

- Não sei do que você está falando. - Seu rosto é doce. Encaro seus olhos verdes intimidadores e dou um sorriso.

- Qual é Nicolete? Estamos só nos dois aqui. Ninguém nessa biblioteca te conhece então não precisa bancar a inocente comigo. - Disparo. A garota a minha frente dá um pequeno sorriso e cruza as mãos encima da mesa.

- E eu tenho cara de idiota? Você não é a primeira pessoa que tenta gravar uma confissão. - Ela diz com seu ar convencido. Endireito o corpo sobre o banco e dou uma gargalhada.

- É isso que você acha que estou fazendo, te gravando? - Falo ainda sorrindo. Ela me olha meio surpresa mas não perde a postura. Pego o meu celular rapidamente e jogo encima da mesa. 

- Quer dar uma olhada nele? Não seria a primeira vez que faria isso mesmo! - Jogo as palavras na cara dela. Nicolete parece se divertir com minhas reações. A encaro com mais seriedade agora.

- Eu só queria saber porque você fez isso com o Izi. - Começo. - Não pode ser apenas por essa bolsa. Todo mundo sabe que seu pai tem muito dinheiro. - Disparo. A garota dá risada de toda a situação e vejo seus lábios formarem o sorriso característico. Sua boca com um batom vermelho sangue então se fecha depois de alguns segundos e ela me olha. Logo depois vejo sua cabeça girar e analisar toda a sala em que nos encontramos. Apenas um garoto bonito está sentado duas mesas do nosso lado e ele parece totalmente vidrado no livro em sua frente. Percebendo que ela não conhece ninguém nesse lugar vejo sua expressão dissimulada me encarar novamente.

- Oli, você é tão bobinho. - Ela começa. - Eu até gosto disso em você, dessa inocência. - Ela completa a frase enquanto cruza as pernas debaixo da mesa.

- Nunca se tratou dessa bolsa. - Ela fala enquanto me olha. - O único motivo de eu ter me aproximado de você e dos seus colegas idiotas foi pra ficar perto de Izi. - Ela comenta e sinto o corpo tremer. 

- Isso mesmo. - Ela continua. - Meu objetivo era acabar com ele, a única pessoa que podia tomar o meu lugar. Foi muito simples tirar aquela Beatriz idiota e aquele André bobalhão de jogo e você também nunca foi grande coisa. - Ela cospe as palavras. Sinto a raiva cair sobre mim mas mantenho a calma. - E por fim eu dei o cheque mate no seu querido amiguinho. - Nicolete fala enquanto me olha de um jeito vitorioso.

Fito os olhos da garota a minha frente e sinto um pavor momentâneo. Como alguém pode chegar tão longe por uma mera conquista pessoal? Mas era real, eu podia ver nos olhos dela que tudo era real. 

- De alguma maneira você sempre acabava voltando. - Ela fala ainda curiosa. - No final das contas talvez eu precise achar algum jeito de eliminar você também. - Ela completa. De alguma maneira a forma como ela disse a palavra "eliminar" me causou um calafrio mas isso não me importava mais. Encarei o belo rosto a minha frente antes de falar.

- Acho que você não vai precisar disso. - Eu disse. Nicolete dá uma risadinha convencida e eu imito seu gesto prepotente.

- Lembra que eu te disse que não tem ninguém nesse lugar que você conheça. - Falei tranquilamente. Encarei o rosto dela e vi alguma coisa mudar.

- Realmente é verdade. - Digo observando seus olhos misteriosos. - Mas isso não quer dizer que eu não possa conhecer. - Completo com um pequeno sorriso. Nicolete me olha curiosa. Depois de alguns segundos ela parece entender as minhas palavras e vejo seu rosto se virar pro garoto a mesa ao lado. Luca que esteve ali esse tempo todo olha pra ela e faz um pequeno aceno com um celular nas mãos. Nicolete olha pra mim novamente cheia de ódio e se levanta com um movimento super ágil. Ela caminha apressada até a mesa que Luca se encontra e antes que ele possa fazer alguma coisa ela tira o celular de suas mãos. Ela o arremessa no chão com toda a força e eu vejo seu salto fino afundando contra o aparelho. Um barulho de algo se quebrando acontece e ela finalmente se acalma. 

Escuto uma pequena risada se formar. Olho pra Luca e ele está encarando a situação como se fosse uma piada. Nicolete fixa seus olhos matadores nele sem entender o que está acontecendo. Me levanto da cadeira e Luca faz a mesma coisa mais próximo da garota revoltada.

- Sabe, eu disse pro Oli que era muito arriscado usar meu próprio celular então trouxe esse que você acabou de quebrar. - Luca me encarou depois de falar e eu assenti com a cabeça. 

- Claro que isso poderia acontecer, estávamos falando de uma verdadeira maluca. - Luca fala diretamente pra Nicolete. Ela por sua vez ainda olha sem entender nada.

- Você sabia que se pode enviar gravações pra outro aparelho em questão de segundos? - Ele a questiona. Vejo o rosto de Nicolete se transformar e ela enfim parece compreender toda a calma do garoto ao seu lado. - Isso mesmo! Enviei tudo pro meu celular de verdade e tenho certeza que você não poderá quebrar ele também. - Ele termina e eu dou um pequeno sorriso no meu canto da sala. Eu tenho que recompensá-lo por isso.

A garota revoltada parece atordoada com toda a situação. Ela olha para Luca e depois para mim. Seus olhos dissimulados ainda estão ali mas agora eu só vejo uma menina mimada indefesa. 

- Ninguém vai acreditar nisso. - Ela grita. - É sua palavra contra a minha. - Ela fala indignada.

- Não, são provas reais contra você. - Luca dispara. - E não grite, estamos em uma biblioteca. - Ele debocha. Dou alguns passos em direção a eles e me posiciono do lado de Nicolete.

- É isso mesmo Nicolete. Acabou. - Falo enfim aliviado. Ela me olha ainda revoltada.

- Adeus. Pra sempre. - Completo. A garota do meu lado então passa rapidamente por mim e Luca. Ela marcha para fora de nossa vista e é como se eu soubesse que essa é a última vez que a verei. Respiro fundo e fecho os olhos como se agradecesse. Encaro Luca a poucos passos de mim e vou lentamente até ele. 

- Você é um herói. - Digo brincalhão. Luca faz uma pequena cortesia a minhas palavras e eu dou risada. 

- É sério! Você é mais inteligente do que eu pensava. - Brinco. Ele me olha surpreso e indignado ao mesmo tempo. 

- A não ser que você queira que eu mesmo quebre o celular de verdade, acho melhor me tratar com um pouco mais de respeito. - Ele fala irônico. Dou uma pequena risada e me aproximo ainda mais dele. Coloco uma das minhas mãos sobre o rosto do garoto de olhos profundos e dou um beijo rápido em sua bochecha livre. Afasto o rosto e dou outro direto em sua boca. 

- Obrigado. - Falo.

Continua ...


Notas Finais


Oi turma! Esse foi o penúltimo capítulo dessa nossa segunda etapa. Amanhã sai a conclusão dessa temporada e eu estou muito feliz por todos que me acompanharam. Como eu já disse no episódio anterior, uma terceira etapa está por vir. Ela terá 20 capítulos então ainda tem muita coisa pra acontecer. Bjão <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...