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História Experiência - ABO - Proposta


Escrita por: Yoongi_bts

Capítulo 2 - Proposta


Mingyu acordou animado. Era uma manhã de sábado ensolarada e ventos refrescantes, um dia perfeito para passear no parque. É, o encontro com o ômega que lhe dera chocolates tinha chegado. O alfa teve certeza que agora teria uma boa experiência, um bom começo. Haviam marcado de se encontrar na entrada do parque da cidade, logo Mingyu se arrumou e rumou para o local, já encontrando o ômega perto do portão principal. Ele estava bonito, mas eram roupas que mostravam demais sua pele, meio desnecessário o desespero por atenção porque, julgando pelas roupas das vezes que se viram na faculdade, não era o estilo do outro.

– Então, vamos? – Perguntou assim que se aproximou do mais baixo, dando um de seus melhores sorrisos.

– Sim! – Respondeu o pequeno, animado, ele estava encantado em ter Mingyu lhe dando atenção, nunca iria desperdiçar essa chance.

– Sabia que você ainda não me disse seu nome?

– Ah… – O pequeno ficou envergonhado, ele sabia basicamente tudo sobre Mingyu, inclusive que ele se afastou de Wonwoo para provar coisas novas, não iria perder essa chance de ficar com um dos alfas mais desejados da faculdade. – Minghao. Vim da China para Seul, para fazer faculdade.

– Nossa, da China? Certo que nossa faculdade é de ótima qualidade, mas por que sair do seu país pra cá?

– Ganhamos bolsa, eu mais um conjunto de alunos. Não só da China, mas pessoas de outros lugares do mundo e da própria Coreia ganharam incentivo a artes, acadêmicos de música, desenho e artes plásticas. Então, estamos aqui.

– Aah... Ouvi falar de um grupo de novatos, sabia que se você estudasse lá, eu já te conheceria.

– É até estranho por que o hyung andava sempre com um ômega, para todos os lugares, ele tinha seu cheiro. Achei que eram marcados. – Minghao estava incerto de tocar no assunto de outro ômega no encontro, mas estava curioso.

– Pois é, nós nos conhecemos a muito tempo, mas não somos marcados. – E assim a conversa se encerrou. Mingyu não queria falar sobre Wonwoo. Não queria lembrar dele.

Caminharam um pouco pelo parque, as árvores altas já eram muito conhecidas, Mingyu já fora ali mil vezes, era um dos lugares preferidos do seu hyung por ser arejado e silencioso. O maior balançou a cabeça, tentando afastar qualquer tipo de pensamento que envolvesse Wonwoo. Ele não estava ali para aquilo.

– Quer um sorvete? – Perguntou, tentando formular um assunto para acabar com aquele silêncio constrangedor entre os dois.

– Ah! Claro – Minghao continuava extremamente tímido, mesmo depois de alguns minutos de conversa, ele ainda nem conseguia olhar diretamente para o outro.

– Qual sabor? – Perguntou o acastanhado já o puxando pelo braço, até o vendedor mais próximo, o vendedor de sempre.

– Qual você quiser. – Lhe respondeu simplista.

– Não. – Riu da subordinação. – Diga qual o que você quer!

– Hyung, o que escolher pra mim estará ótimo. Você é um alfa, você decide por mim. – Wow, isso era novidade e muito esquisito.

– Não precisa disso Minghao, de verdade, qual que você gosta?

– O sabor que você quiser me dar eu aceito de bom grado. – Mingyu respirou fundo, ele não gostava dessa submissão. O Kim entendia que em algumas famílias a educação dos ômegas ainda era extremamente retrógrada a regra da submissão aos alfas, porém ele estava acostumado com outra coisa, gostava de ter uma conversa longa e divertida de teorias malucas do por que do sabor escolhido.

– Ok... Tanto faz… – Desistiu de tentar convencer o outro a decidir por si só, e finalmente chegaram ao sorveteiro que tinha uma pequena banquinha, com vários sabores do gelado. Sorriu para o homem, que lhe sorriu de volta, num gesto gentil. – Boa tarde, Ahjussi, um sorvete de creme com avelã e outro de menta. 3 bolas de cada, por favor.

– Ah, trouxe um amigo novo? – O velho senhor sorriu para o antigo cliente e para o pequeno que lhe acompanhava – Eu coloco a bola extra pra ele também, Mingyu-ssi?

– Bola extra? Desculpa, não entendi. – Mingyu que estava olhando as diferentes cores do sorvete, olhou para o homem confuso.

– Ah, é que seu outro amigo, aquele ômega bonito de voz grossa, sempre pede para eu colocar mais uma bola de menta no dele. Ele disse que você adora sorvete de menta, mas nunca pede, daí ele coloca sempre uma a mais para poder te dar. – Mingyu abriu e fechou a boca algumas vezes, era verdade que Wonwoo nunca tomava o sorvete dele todo, então, ele sempre tomava o resto. O Kim adorava sorvete de menta, mas nunca assumiria, pois no final eles sempre discutiam qual era o melhor sabor. E um alfa tem que defender seu ponto de vista, sempre.

– Então eu coloco?

– Não, não precisa. – Ele não gostava do sorvete de menta só pelo sabor, ele gostava do sorvete de menta do hyung.

Mingyu não quis prolongar a conversa, ele ficou realmente mexido com o cuidado que seu hyung tinha consigo, para não ferir seu orgulho de alfa.

– Vamos passear mais? – O ômega perguntou, sorridente, assim que recebeu o pote com o gelado.

– Sim, vamos. – O alfa sorriu de volta e começou a caminhar lado a lado com o pequeno, foi uma tarde agradável, não houveram discussões de quem ficava mais tempo no balanço, não teve disputa por quem paga a conta da pipoca, não teve altas gargalhadas, não teve cafuné nos cabelos castanhos enquanto brigava com o sono para ver o pôr do sol. Foi um encontro simples, mas já estava esfriando e não era saudável ficar do lado de fora no frio. No final, Mingyu deixou o pequeno em casa, já que não ia permitir um ômega ficar andando sozinho à noite.

– Quer entrar? – O pequeno perguntou, manhoso, segurando a mão do maior, tentando-o.

Se ele queria experiências, por que não?

– Onde estão seus pais?

– Estão visitando minha avó, só voltam tarde da noite...

Mingyu sentiu as intenções do ômega, ele não perderia essa oportunidade. Ele queria, ele teria.

E assim foi, subiram para o quarto do garoto sem enrolação, não foi preciso conversas ou preliminares. O cheiro do ômega era doce, beirava ao enjoativo, Mingyu mal tinha começado com os carinhos e o ser abaixo de si gritava e se contorcia na cama a cada toque. Era diferente, tudo era diferente mas não era ruim. Apesar de tudo ele era um alfa e o outro era um ômega, era natural que se dessem bem, mas faltava alguma coisa, como se seu lado híbrido fosse atendido mas o lado humano não tinha desejo algum, ele não reconhecia o ômega, não o desejava. Minghao gemia alto o tempo todo, meio exagerado, diferente do que o maior gostava, que eram os arfares e sussurros roucos ao pé do ouvido. Mingyu gostava de ser provocado, das palavras certas que saíam sem nexo, de instigar seu lado lobo, gostava de ter que domar, de não ser tão fácil, de sempre ter algo novo a se conquistar, da disputa por poder, gostava também dos carinhos em seu cabelo, dos gemidos manhosos e do olhar cheio de carinho e desejo. Isso lhe excitava e não era o que ele tinha no momento.

O maior fazia todo o trabalho pois o pequeno abaixo de si só conseguia agarrar os lençóis e gritar, o que já estava lhe dando nos nervos. Tanto que enquanto lhe penetrava, levou uma de suas mão à boca de Minghao, tentando abafar um pouco seus gritos estridentes.

O ômega chegou ao ápice gritando e se contorcendo, deixou grandes vergões nas costas do maior que passaram longe de ser excitantes e sim doloridos.

Mingyu saiu de dentro do rapaz, retirou o preservativo e gozou, em sua própria mão mesmo, sem nó, sem orgasmo.

Foi bom, mas não chegou nem perto do prazer com que estava acostumado. Ele definitivamente precisava de sexo casual com Wonwoo, só para saciar suas vontades por que o de cabelos negros sabia exatamente o que fazer para que o alfa tivesse orgasmos intensos e fortes.

Já era tarde, precisava ir para casa antes que os pais de Minghao voltassem, e àquela altura sua mãe já deveria ter chegado do clube do livro com as amigas. Se despediu do ômega, que estava dormindo profundamente, com um bilhete de "Nos vemos por aí" ao lado da cama, e saiu da casa, um pouco mais frustrado do que antes.

Mingyu apertou-se no casaco, o pequeno percurso de ônibus que fez da casa do rapaz para a sua foi congelante. O vento frio batia no rosto pela fresta da janela, sua segunda experiência não havia sido como o esperado, mas valeu para saber do que não gostava.

Desceu em sua parada e caminhou apressadamente até em casa, mas parou alguns instantes ao se aproximar da residência por que viu Jeon Wonwoo sentadinho todo encolhido em sua varanda. Os olhos se encontraram e Wonwoo não precisou de esforço para saber o que o alfa estava fazendo, o cheiro doce do outro ômega ainda estava nele. Precisou engolir em seco para segurar a vontade de gritar e chorar que sentiu.

Mingyu finalmente voltou a andar, ficando de frente para o menor e notando que tinha uma mochila ao seu lado, provavelmente eram suas roupas.

– Você poderia ter deixado com a minha mãe. – Disse seco, Mingyu odiava o fato do cheiro do Jeon ser tão tentador, mesmo encoberto pelo seu próprio perfume de seu casaco que Wonwoo usava.

– Ela ainda não está em casa, acho que o clube do livro teve happy hour. – Respondeu se levantando e tentando não parecer que estava congelando.

– Quer entrar? – Mingyu perguntou, já destrancando a porta e sentindo o calorzinho que vinha do aquecedor da casa.

– Ah… Já está tarde, eu preciso voltar para casa.

– Não, fica um pouco, eu queria conversar com o hyung.

– Conversar? – Uma pontada de esperança aflorou no peito do de cabelos negros.

– Sim, entre… Por favor… – Mingyu apelou, impondo sua presença de alfa para não dar escapatória ao menor.

Wonwoo respirou fundo e deu um passo à frente, ganhando espaço para entrar. Pegou a mochila e levou para dentro, tirando seus sapatos no pequeno hall e removendo o casaco, que foi a única peça que ficou de Mingyu para ajudar no período de cio.

O alfa sorriu de forma leve ao sentir a fragrância adocicada que era a essência de ômega de Wonwoo. Não era forte, muito menos enjoativa, era do tipo que dá vontade de enfiar o rosto no pescoço alheio e ficar horas só apreciando. Talvez pra sempre.

Ambos sentaram-se no sofá que era tão conhecido, Wonwoo estava feliz por escapar do frio que fazia lá fora. Estranho demais para um dia que teve sol o dia todo.

– Hyung, eu serei direto. – Mingyu sentou-se de lado encarando o perfil do ômega. – Eu estou com muitas saudades de foder você.

Seria mentira se Wonwoo dissesse que não sentiu seu corpo esquentar só por causa daquela frase. O sorriso que o alfa lhe lançava era como uma pequena faísca em um galão de gasolina, ele estava a ponto de explodir.

– Mas você não queria ter novas experiências…? – O ômega agora também estava de frente para o outro, se controlando para não avançar naquela boca deliciosa de dentes pontudos.

– Eu quero e terei, mas também quero ter você para suprir as outras necessidades.

– Pera, quê? – Wonwoo perguntou confuso.

– Você sabe minhas preferências, assim fica mais fácil porque eu não preciso explicar essas coisas, então… – Mingyu se arrastou no sofá, aproximando-se do mais velho e tentando segurar seu rosto para ter acesso a boca do outro, que era rosada e tão macia, ela clamava por um beijinho, mas o Jeon logo se afastou, levantando-se do sofá.

– Deixa eu ver se entendi bem. Você quer sair com outras pessoas, transar com quem quiser e se não for bom o suficiente pra você, quer me usar na hora que bem entender, como sua puta? Sério isso, Mingyu? Quem é você? E o que você pensa que eu sou?

O Kim abriu e fechou a boca algumas vezes, ele não tinha pensado nisso dessa forma.

– Quer saber, Mingyu? Você se superou, não achei que pudesse ser tão baixo. Vamos fingir que nós não nos conhecemos e esquecer tudo que já vivemos juntos porque eu não quero nunca mais ter que olhar pra você.

Wonwoo sentiu seu coração pesar, ele definitivamente amava o maior e foi exatamente por isso que doeu tanto ser tratado como um prostituto. Saiu dali correndo, de novo, dando tempo para somente calçar os sapatos. Pensou ainda em colocar o grosso casaco, mas a ideia de ter Mingyu por perto ou simplesmente de sentir seu cheiro era dolorosa demais. Então ele só saiu dali rezando para que aquela dor passasse logo.

E Mingyu ficou sentado no sofá, estático, tentando processar o que diabos tinha acontecido. Havia magoado tanto assim seu hyung? O Kim não entendeu o porque, tinha apenas proposto sexo casual. Todo mundo fazia isso, não era algo de outro mundo.

Resolveu não pensar muito e ir dormir.

Uma hora Wonwoo se arrependeria do que disse e voltaria a falar com ele.

Ah, se Mingyu soubesse....

 



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