História Experiment Inimeg - Jikook; Taeyoonseok; Namjin (REVISANDO) - Capítulo 39

Jimin, nesse momento, arrumava os cômodos junto com Jungkook e seus irmãos. Enquanto os pais resolviam as coisas da nova casa com alguns outros membros da família, os que restavam ficavam com os mais novos. Yugyeom, como sempre, pesquisava sobre o laboratório e falava com alguns contatos que ele mesmo não dizia quem era por segurança. Lisa, algumas vezes, treinava os garotos para ver se eles ainda tinham jeito para técnicas de luta ou defesa como era ensinado a eles anos atrás. Dongyul observava-os com admiração e também assustado, afinal, ele sabia o porquê precisavam daquilo. Ele ainda tentava digerir tudo o que tinham contado para si, mas nunca iria se acostumar com aquele estilo de vida, no entanto não abandonaria as pessoas que agora chama de família.

Como Yoongi era o único que não se lembrava de como lutar ou se defender, Manoban focava nele e o ajudava com isso. Min sempre brigava por sair machucado e Dongyul preocupado, mas a mais velha falava que era assim mesmo e que, infelizmente, teriam que continuar com aquele treinamento. Não era um treinamento árduo, até porque não tinha nem espaço o suficiente para aquilo - o que era o mínimo - mas ela mesmo assim não deixava de pegar leve com o garoto. Por mais que ficasse preocupada, era melhor do que ele ser levado pelo governo e ser feito de experimento novamente. 

Park pegava os lençóis sujos das camas e deixava tudo de lado para ajeitar as coisas antes de levá-los para lavar. Ele cantava uma música qualquer que tinha ficado grudado em sua cabeça após assistir um vídeo com seu irmão gêmeo no celular dele. Parou por um momento ao sentir uma tontura, se apoiando na cômoda ao lado do beliche, respirando fundo e fechando os olhos, tentando se controlar. Seu poder, novamente, estava querendo sair. Estava voltando à estaca zero, como quando era criança.

— Jimin? — abriu os olhos ao ouvir a voz grave de Jungkook, olhando para a porta e vendo ele apenas com a cabeça dentro do quarto. Ao notar como o mais novo estava, franziu o cenho e entrou. — Está tudo bem? — foi se aproximar, mas o citado por si assentiu com a cabeça e ajeitou a postura, sorrindo.

— Está tudo bem, eu só tô com sono e com muita preguiça. — mentiu, mordendo seu lábio inferior e então pegando os lençóis. — Aqui está! — entregou nas mãos de Jeon, evitando olhar em seus olhos já que estava sendo observado.

— Você está bem mesmo? — Jimin assentiu com a cabeça. — De verdade? Por favor, sem mentiras e segredos, já conversamos sobre isso! — o loiro deu as costas para o mais velho, continuando a mexer nas cômodas, partindo para as roupas sujas. 

— É a mesma coisa de sempre, Jungkook. Tonturas. — olhou para ele por cima dos ombros antes de pegar as roupas do cesto e começar a vasculhar por seus bolsos, verificando se não tinha nada para por direto para lavar. 

— Você está tomando o remédio, bebê? — se aproximou do menor após deixar os lençóis em cima do colchão, olhando diretamente em seus olhos e depois checando o seu rosto, querendo confirmar se ele estava bem. Ele confirmou com a cabeça, ainda olhando para Jungkook. — Então… — Jimin o cortou antes que continuasse.

— Isso acontece tendo remédios ou não. Eles só amenizam os sintomas, Koo, nada mais. — Jimin passou por ele, jogando as roupas na cama para poder checar os bolsos das outras. — Infelizmente tenho que conviver com isso até o Tata conseguir ajudar a me curar. Esse veneno foi feito para nós dois então só irei melhorar se ele me ajudar. 

— Você já tentou se curar? — interessado e preocupado, Jungkook indagou, observando o amado pegar sua jaqueta e olhar para si.

— Todos os dias eu tenho lutado incansavelmente para combater esse veneno, Jungkook. Estou cansado. Meu corpo faz isso sem que eu peça, estou tentando sobreviver. — sorriu mínimo e começou a olhar os bolsos da jaqueta preta de Jungkook. 

— Jimin… — chamou-o preocupado, temendo que perdesse Park para sempre. Não aguentaria, não iria superar se ele fosse. — Você vai conseguir sobreviver. — Jungkook se aproximou e abraçou ele por trás, encostando sua testa em sua cabeça, respirando profundamente enquanto pensava em mil coisas ao mesmo tempo. O fato de saber, que nesse momento, havia um veneno dentro de Jimin que estava o matando cada vez mais era uma tortura, desesperador, horrível. — Se recorda de quando eu não tinha controle dos meus poderes? — Jimin encarou a parede em sua frente e assentiu com a cabeça, se lembrando das vezes que via Jeon tentando controlar seu fogo. — Eu achei que não seria capaz. Eu carrego um fardo, Jimin. Fiz coisas no meu passado que… — o citado o cortou rapidamente, não deixando que ele terminasse de falar.

— Não foi você o culpado por aquilo, Jungkook. — olhou para ele por cima dos ombros. O mais velho encarou seus olhos, um tanto surpreso por Jimin ter falado aquilo. Ele sabia disso? É claro que sabia, como era idiota. 

— Então você sabe. — riu soprado, desviando o olhar. — Eu ainda estou surpreso com isso. Olha, não sei o quanto você sabe, mas aquilo que aconteceu ainda me machuca. Lembrar dele ainda… — respirou fundo. —  ainda me machuca. — olhou para Jimin com os olhos transmitindo a saudade. Ele negou com a cabeça e se virou para a si, segurando o seu rosto entre suas mãos pequenas, olhando em seus olhos e em nenhum momento desviando a sua atenção.

— Desculpa. — pediu com arrependimento em sua voz. — Eu não tinha controle antes e lá no laboratório… pensamentos e memórias vinham até mim. Desculpa, Jungkook! — o moreno negou com a cabeça e abraçou o mais novo, querendo que ele vivesse entre seus braços para sempre, onde poderia protegê-lo. Não o culpava de nada. Sabia que Jimin não tinha feito por mal. — As memórias que trazem sentimentos negativos são as mais perturbadoras e insistentes. — sussurrou, sentindo Jungkook lhe apertar. 

— Jimin, você não tem culpa! — sussurrou em seu ouvido, fazendo carinho em seu cabelo, encostando seus lábios na pele do mais novo. Park se arrepiava e se daria conta disso se não estivesse tomado por culpa naquele momento, assim como o arrependimento. — Está tudo bem. Você se lembra? Confiar e ser sincero, não esconder nada. 

— Eu sei… — se afastou apenas para encarar o rosto do moreno e sorrir fechado, não desviando a atenção de seus olhos. — Você não está bravo comigo? — questionou, com medo da sua resposta ser "sim". No entanto, respirou aliviado quando o viu negar com a cabeça, deixando um selinho demorado em sua testa, com os olhos fechados. Jimin sorriu mínimo, fechando seus olhos novamente, encantado com o carinho de Jungkook consigo. 

— YongSun foi alguém muito importante pra mim, mas acho que você já sabe disso. — riu soprado, vendo Jimin assentir com a sua cabeça enquanto acariciava o seu rosto. — Mas sei que ele estaria orgulhoso de mim hoje. — fechou os olhos, encostando a sua testa na do menor, ainda sentindo as carícias em suas bochechas.

— Ele estaria. — sussurrou Jimin, ainda olhando para o mais velho com um sorriso no rosto. Sabia da sua dor. Nunca perdera alguém tão importante na sua vida como Jungkook. Não sabia como seria se perdesse os seus pais, seus irmãos ou até mesmo o homem que ama, o qual está sempre mostrando seu lado frágil em sua companhia. Isso não quer dizer que ele é fraco, longe disso! Jungkook estava sendo forte, estava confiando em si. Todos tem seus medos, seus traumas, seus problemas. Mostrar que também é um ser humano não quer dizer que está sendo fraco. 

— Agora voltando ao assunto da sua saúde… — estreitou os olhos para o loirinho que revirou os seus e riu soprado, negando com a cabeça e então voltando a pegar a jaqueta. — Antes eu queria dizer que eu não controlava o que tem dentro de mim, — apontou para o seu peitoral, ganhando novamente a atenção do outro que parou de fazer os seus afazeres para prestar atenção em si. — mas você pode e consegue. Eu não tenho a mínima noção do tamanho poder que você e o Taehyung carregam, mas sei que quanto maior, mais controle vocês têm que ter. A responsabilidade é grande. Pode ser difícil, mas não é impossível. — realmente não sabia aconselhar alguém, mas queria que o Park entendesse que ele consegue combater aquilo, que ele consegue ser mais forte do que pensa como tem sido todos esses anos. Nunca duvidou da sua capacidade. — Quando eu era pequeno, o meu único desejo era morrer. — Jimin suspirou surpreso, se virando para ele, com os olhos arregalados.

Jungkook sorriu mínimo para ele. O sorriso carregava a dor do passado, mas não era algo que interferia no seu presente, não mais. A ferida, ele carrega até hoje, como as memórias, não tem como fugir disso, no entanto ele entendeu que aquilo não foi sua culpa. Seu irmão teria orgulho do que se tornou hoje. Não tem mais desejo de morrer porque sabe que tem pessoas do seu lado; pessoas que querem cuidar de si, essas mesmas pessoas que falam que o amam sem carregar mentira em suas palavras. São essas mesmas pessoas que estavam consigo antes e estão até hoje. Ele não precisava ter medo, não mais.

— Uma criança, Jimin. Eu pensava que nada na minha vida tinha mais sentido. Comecei a pensar que meu único propósito ali era matar, machucar, obedecer sem contrariar. Era isso o que eles queriam que pensássemos. E eu pensei, pensei muito, mas felizmente tinham pessoas boas lá também. O hyung foi apenas um deles, assim como vocês tiveram o nosso pai Jin. — Jimin assentiu com a cabeça, pegando na mão de Jungkook e sorrindo ao sentir seus dedos se entrelaçarem. — O que estou dizendo é que você não pode desistir tão fácil! — seus olhos começaram a ficar marejados. Estava apavorado, tinha medo de seu garoto querer desistir por tudo o que estava acontecendo.

Não era fácil. Além de carregar um veneno que é o seu poder - algo que também o mantém vivo -, foi dado aquele líquido verde que acaba mais ainda com seu corpo. Não poderíamos tirar o fato de todos estarem sendo perseguidos a anos pelo governo. Aquilo não era vida, mas todos tentavam viver o máximo que podiam. Todos naquela casa tinham direito de viver. 

— Você tem que ser forte, você é forte. Você é Park Jimin, o garoto que acabou com aqueles idiotas do colégio! — riu entre lágrimas, vendo o menor também rir, segurando seu choro. — Ninguém é páreo pra você! — falou em um tom mais baixo.

— Eu sou meu maior inimigo. — sorriu pequeno, mas ainda triste.

— Acho que todos nós somos nossos próprios inimigos, para falar a verdade. — riu soprado, passando a sua mão livre na nuca. — Mas também podemos ser nossos próprios heróis! — aumentou a voz, animado, chegando mais perto do amado e então colocando suas mãos em suas bochechas gordinhas. — Você vai realmente deixar este veneno te vencer? — questionou em um sussurro.

— É claro que não, seu bobo! — fez bico, colocando ambas as mãos espalmadas no peitoral de Jungkook. — Você prometeu que iria me levar para ver o mar! — o mais velho sorriu ainda maior, mostrando seus dentes de coelhinho. — Além de prometer se casar comigo… — sussurrou, ficando vermelho da cabeça aos pés, se afastando do outro que tinha ficado estático em seu lugar. O moreno tinha seus olhos arregalados, o coração descontroladamente agitado. Ele repassava a fala do menor em sua cabeça várias vezes, tentando acreditar que aquilo não tinha sido trabalho da sua imaginação. 

— E-Eu escutei certo? — olhou para o mais novo que fingiu não escutar, cantarolando uma música qualquer enquanto tirava as roupas do cesto. — Jimin, não brinca! — passou as mãos no cabelo, jogando para trás, respirando fundo e implorando para Deus que aquilo não tinha sido fruto da sua imaginação. 

— O quê? — olhou para ele com os olhos arregalados, ainda vermelho, deixando suas sardas ainda mais aparentes em suas bochechas e nariz de botão. — Eu não disse nada, coelhinho. Tá ouvindo coisas!! — mentiu, rindo internamente e então pegando um amontoado de roupas, carregando em seus braços para fora do quarto. 

— Não, eu juro que ouvi o que eu sei que ouvi!! — franziu o cenho, olhando para o chão e apontando para ele. Olhou para o menor saindo do quarto e foi atrás dele no mesmo momento, querendo explicações. ele até aceitava ouvir Park sussurrar aquilo em seu ouvido. Para falar a verdade, não seria uma ideia tão ruim. 

— Jungkook, os lençóis!! — relembrou o mais velho, vendo ele dar meia volta ainda com o indicador apontando para alguma direção. Rapidamente pegou os lençóis, fazendo Jimin rir enquanto negava com a cabeça, o observando. Assim saíram de lá enquanto Jeon cobrava por explicações do que ele tinha dito no quarto.

[...]

— Então quer dizer que você começou a dançar enquanto estávamos separados, hum? Esperto você. Me orgulho. — Taehyung elogiou, sorrindo. Ambos estavam no quarto deles, deitados na cama de casal de seus pais, cada um de um lado, de barriga para cima. Jimin riu, sem soltar a mão do seu irmão. Agora que estavam juntos, não queriam se separar nunca mais e se lembravam de quando ficavam de mãos dadas o tempo todo. 

— Eu não danço bem, mas desde que vi o Michael Jackson na televisão meu mundo mudou… — explicou com os olhos brilhando, encarando o teto. Taehyung assentiu com a cabeça, também encarando o teto branco da casa, pensando em mil coisas ao mesmo tempo. — Eu realmente quero, um dia, ser um bom dançarino como ele ou melhor. — olhou para seu irmão ao virar o seu rosto para ele. 

Quando ficavam em silêncio, apenas focavam nos barulhos que estavam à volta deles. Seja da televisão no primeiro andar, dos carros passando pelo bairro, os latidos de cachorros um pouco longe ou de todas as pessoas que andavam por ali perto.

— Você vai. Não tem uma coisa que você faça que não saia perfeito, no mínimo incrível. — sorriu quadrado e virou o rosto para o lado também, encontrando o olhar de seu irmão gêmeo. — Você tá fazendo o certo. — Jimin franziu o cenho, confuso.

— O quê? — indagou. 

— Está se encontrando. — sorriu, ainda sem deixar de olhar o irmão gêmeo. — Você está seguindo seus sonhos, encontrando o que quer para a sua vida. Você não era assim antes… — então olhou para o teto enquanto o outro Park ainda o olhava. — Você me seguia para todos os lados, tinha medo de fazer certas coisas, se lembra? — riu soprado e Jimin assentiu com a cabeça, encarando o teto. — Isso é bom. Você tem, de alguma forma, arrependimento do que era antes? — curioso, olhou para o irmão e o viu negar com a cabeça. Taehyung tinha alguns arrependimentos do seu eu do passado, agora queria saber do irmão.

— Independente, aquele lá me tornou o que sou hoje. — respondeu. — Posso não ter tido atitudes corretas, devo ter errado ou feito algo que me arrependo. Ou até mesmo me arrependo pelo que eu não fiz. — deu ênfase. — Mas, Tata, o que eu era antes, ainda sou o eu de hoje. Passamos por etapas e como o papai falou, não devemos nos esquecer do nosso passado. — Taehyung sorriu ainda mais orgulhoso da resposta do seu irmão. 

— Você realmente amadureceu. — pensou alto, ainda perdido em seus pensamentos. Jimin olhou para ele quando sentiu um sentimento inferior vindo de seu irmão mais velho.

— Ei, o que foi? — se sentou na cama, preocupado, ainda vendo Taehyung deitado na mesma posição, suspirando.

— É que ouvir você falando assim me deixa até com inveja. Eu pareço uma criança, Jimin. — riu sem humor. — Você me acha infantil? Digo, sei que algumas vezes eu sou, mas esse é o meu jeito, gosto de brincar! — se sentou também. — Mas você acha que sou infantil o tempo todo? Será que todos acham isso de mim? Eu evolui? Sou uma boa pessoa? — lançou um monte de perguntas, realmente preocupado com seu caráter. Talvez todos o tratassem como uma criança pelo seu modo de ser? Talvez fosse. Deveria mudar?

— Não, Tata! — Jimin puxou Taehyung para ficar mais perto de si, segurando em seus ombros. — Você é alguém incrível, inteligente e eu te admiro muito! Desde criança te admirei porque você é realmente forte. — o Park mais velho sorriu, convencido, mas realmente tocado pelas palavras do irmão mais novo. 

— Yah, eu sei que sou demais! — brincou, rindo junto com o outro e então o abraçando bem apertado, balançando o seu corpo e o deixando tonto enquanto gritava entre risadas. — Eu te amo muito, Nini! Senti tanta a sua falta! — grudou ambas as bochechas, sorrindo enquanto olhavam para a parede sem quadros, com a pintura desgastada. — Mas eu ainda continuo sendo o gêmeo legal e mais bonito. — sussurrou.

— Vai sonhando. — também sussurrou e os dois riram juntos, sem separar suas bochechas. Os gêmeos levaram suas atenções para a porta quando viram Jin entrar ali com tudo, segurando uma arma, pronto para atirar. Eles se assustaram na hora ao verem aquilo.

— Vocês querem me matar de susto?! — gritou, bravo. Voltou a respirar, fechando os olhos e encostando a sua testa no próprio braço que estava no batente da porta, tentando acalmar as batidas rápidas de seu coração. Com a outra mão, ainda segurava a arma com firmeza, tremendo. Realmente tinha se assustado ao ouvir os gritos de seu filho caçula. Estava traumatizado com o que aconteceu no passado.

— O que aconteceu?! — Taehyung, com os olhos arregalados, perguntou a ele, assustado ao ver o pai daquela forma. Ele apareceu do nada, com uma arma apontada para os dois e agora ele estava assim, ainda por cima, brigando consigo e seu irmão. 

— Eu estava dormindo e… ouvi os gritos do Jimin. Eu realmente achei que algo tinha acontecido. — respirou fundo, se desencostando da porta e então abrindo os olhos, travando o revólver. — Desculpem por isso, eu só tomei um susto. — os gêmeos se entreolharam após Taehyung ler a mente de seu pai. Jimin assentiu com a cabeça ao ouvir a sua voz e os dois se levantaram para irem até ele, o abraçando, surpreendendo SeokJin.

— Você acha mesmo que eu vou deixar uns Zé ninguém encostar no meu irmão de novo?! — Taehyung perguntou com humor, melhorando aquele clima e vendo Jimin e Jin rirem. — Pai, não me conhece mais?

— O papai dúvida da nossa capacidade, Tata… — Jimin começou a fingir que estava triste, coçando um olho enquanto fazia um beiço com seus lábios. O outro Park, entrando na onda, se forçou a chorar e concordou com a cabeça, abraçando o seu gêmeo, fazendo carinho em seu cabelo. O pai deles, mais calmo, revirou os olhos enquanto ria, negando enquanto observava o drama dos dois.

— Vem cá, onde é que aprenderam a serem tão dramáticos e atores dessa forma, hum? — riu e abraçou os dois. — Estavam fazendo o quê? Jurei ter escutado Jimin gritando. 

— É porque ele gritou! — Taehyung contou rindo, voltando ao normal em questão de segundos como o irmão. — Comecei a fazer cosquinhas nele e já sabe, né? — Jin assentiu com a cabeça, passando a mão em seu rosto, vendo a arma sair de sua mão e flutuar em direção a uma das gavetas e ser guardada. Ele olhou para Taehyung que estava sorrindo, logo em seguida mexendo os ombros. — Só por precaução. 

— Vem, vamos tomar café. — Jin deu as costas para os dois, saindo do quarto e indo diretamente para a cozinha. Os gêmeos seguiram ele, mas Taehyung parou no meio do caminho e segurou o braço de seu irmão, vendo ele olhar para si, confuso com aquele ato repentino.

— Eu sei que talvez o que eu vá falar agora, seja algo completamente errado, mas não aguento mais segurar. — o mais novo franziu o cenho, se preocupando ainda mais com aquelas palavras proferidas por seu irmão. Virou o seu corpo totalmente para ele, encarando seus olhos. 

— Você está me preocupando… 

— Olha, talvez ele me mate depois disso, mas estou falando pra você esse segredo porque eu me preocupo. Aconselho que você vá na cômoda ao lado do beliche onde Jungkook dorme e vasculhe, se não encontrar algo "errado", — fez aspas com os dedos. — procure no guarda-roupa, nos bolsos das roupas dele. — olhou para trás de Jimin, onde estava a escada que levava para o primeiro andar, checando se não tinha mais alguém o escutando. Não conseguia sentir ninguém em volta deles, ali perto, então estava limpo. 

— Jungkook?! — franziu o cenho, vendo o mais velho assentir com a cabeça. — O que é para achar, exatamente? — seu coração já estava pulsando rapidamente em seu peito já que imaginava mil coisas. Jungkook estava fazendo algo errado? 

— Você vai saber. Se não achar nada, você… — respirou fundo. — Olha, eu sei que não gostamos disso e não fazemos isso sem que haja motivos plausíveis ou seja uma situação de emergência, mas entre na cabeça dele e procure nas memórias infelizes. — Jimin estava ficando mais assustado com aquilo e seu irmão percebeu, então começou a tranquilizá-lo: — Não é algo tão, tão ruim. Eu diria que é meio… não, esquece, é ruim. — e falhou. 

— Ai meu Deus… — Jimin passou pelo mais velho e foi em direção ao quarto, deixando seu irmão roendo as unhas de tão nervoso que estava. Ficaria quietinho se sobrasse para si, então desceu as escadas rapidamente, acreditando que tinha feito o melhor. O seu irmão tinha que ficar ciente de que Jungkook estava fumando nesses últimos anos. Sabia que era a sua válvula de escape, mas agora o mais velho não precisava mais daquilo já que estavam todos juntos. O medo de Taehyung era de ele continuar com isso e não contar ao seu irmão porque ambos sabiam que ele iria ficar chateado e bravo. Bom, era melhor ele saber agora do que depois.

Jimin correu para a gaveta ao lado do beliche, procurando nas coisas algo de "ruim", mesmo não tendo ideia do que seria. Ao não achar nada, foi até o guarda-roupa e o abriu, pegando as jaquetas e calças de Jeon, mexendo em seus bolsos. Estava pronto para achar que seu irmão tinha brincado consigo novamente, mas parou ao sentir uma caixinha. Lentamente puxou a sua mão para fora do bolso e arregalou os olhos ao encontrar uma caixinha de cigarro.

Totalmente surpreso e assustado com aquilo, Park fechou com cuidado as portas do guarda-roupa e se encostou nele, observando a caixinha em sua mão. Não queria acreditar que Jungkook estava fumando, fazendo mal para a sua saúde. Não achou que ele chegaria a esse ponto. Pensando nisso, levou a sua mão à sua boca, tampando, com medo de imaginar o que quer que tenha o levado a fumar. Rapidamente saiu do quarto, indo em busca do mais velho, procurando por respostas. Escondeu a caixinha em uma de suas mãos e desceu correndo a escada, procurando entre a sua família o moreno que o deixava com uma extrema felicidade, mas em contrapartida preocupação também.

Todos olharam para Jimin e Taehyung rapidamente abaixou a cabeça ao sentir como ele estava bravo. Pela sua expressão, não aparentava estar com raiva e nem chateado e nisso Jimin era bom. Ele sempre foi bom em se esconder.

Park, quando achou Jungkook sentado no sofá, foi em direção a ele em passos firmes e segurou o seu pulso, fazendo ele se levantar com uma expressão confusa em seu rosto. 

— Ei, tá tudo bem? — Jackson e Jinyoung se aproximaram dos dois, ganhando a atenção do mais novo rapidamente. Jimin sorriu e falou:

— Está tudo bem, tio Jack. Eu só quero falar com o Jungkook rapidinho! — os dois e os demais ficaram tranquilizados ao ver a expressão feliz no rosto do menor. Uma máscara. Jimin rapidamente saiu da casa, fechando a porta com a sua mente e colocando Jungkook em sua frente. Ele o encarava com o cenho franzido, preocupado.

— Você sabe que acabou de usar o seu poder, não é? Jimin, você tem que parar… — o citado prontamente o interrompeu. 

— Você não tem que se preocupar comigo agora. — falava tão sério que até Jungkook estava assustado por não conhecer esse lado do menor. Ele só ficava assim quando estava lidando contra pessoas ruins, mas ainda era, de alguma forma, diferente. Ele falava com uma voz mais suave consigo e não levantava o tom em nenhum momento, não cruzando a linha do limite. — O que é isso? — levantou a sua mão onde estava a caixinha de cigarro. Jeon o encarou assustado, passando a mão em sua nuca e então desviando o olhar. — Por favor, não desvia o olhar… — sussurrou com a voz quebrada, dando um passo para frente e olhando para ele com uma expressão triste. Aquilo só confirmava que ele estava realmente fumando.

— Eu ia te contar, — olhou para o menor. — mas estava com medo de como você iria reagir. — respirou fundo, mal encarando a caixinha. Não queria saber muito de cigarros desde que tinha encontrado seu irmão mais velho e agora tinha parado, definitivamente, de fumar depois de achar o seu garoto.

— É melhor eu saber de você do que achar isso daqui nas suas coisas, Jeon. — Jimin foi sincero, estando triste. — Só… não consigo entender o porquê. Por que você começou a fumar, Jungkook? — seus olhos transmitiam dor. Dor de ver quem ama se destruindo, acabando com a própria saúde mesmo sabendo que isso ocorreria tendo opção de largar a mão.

— Eu estava afetado, Jimin. Eu não dormia direito, não comia direito, me meti em diversas brigas por aí porque minha mente estava perturbada! A todo momento eu me culpava porque não protegi você como eu tinha prometido. Tinha perdido meu irmão mais velho, um tio que significava muito para todos nós e ainda queria proteger os que restaram da nossa família. — desabafou, não se permitindo derrubar uma lágrima. Jimin arregalou os olhos, rapidamente correndo para seus braços e o abraçando. Jungkook o apertou, encontrando forças mais uma vez. — Eu fiz muita merda! Muita merda, Jimin! Chegou um tempo que nem me reconhecia mais, mas achamos vocês. Eu não fumo mais isso, eu juro! 

Jimin abriu os olhos e olhou para cima, encarando Jungkook. Ele levou a sua mão para o peitoral de Jeon e fechou os olhos, respirando aliviado enquanto o outro ficava ainda mais confuso com suas ações. O menor então levou a sua mão para a cabeça do moreno e ficou encarando durante alguns segundos antes de soltá-la e se afastar.

— O que estava fazendo? — perguntou confuso, vendo ele olhar para a caixinha de cigarros em sua mão.

— Estava checando para ver se você está bem, a sua saúde mental também. — respondeu, logo estreitando os olhos, vendo, em questão de segundos, a caixinha de cigarros se desintegrar em sua mão. Jungkook arregalou os olhos ao vê-lo, mais uma vez, usando seus poderes sem precisar. 

— Jimin, par… — o menor o interrompeu, olhando em seus olhos.

— Não quero que você nunca mais fume! Isso é sério, é algo que destrói vidas!! Sempre que se sentir ansioso, com medo, o que for! Eu tô aqui, Jungkook.  Eu tô… — parou de falar ao sentir o seu rosto ser segurado entre as mãos do mais velho. Jimin focou sua atenção nos olhos dele, perdendo totalmente a fala.

— Para de usar os seus poderes com coisas tão bobas! — deu ênfase, falando seriamente. — Com coisas que não precisam disso! Que podem ser resolvidas de outra forma. Você vai ficar fraco de novo, Jimin!! — deu um sermão no mais novo, vendo ele fechar a boca. Suspirou aliviado por ele não ser teimoso e cabeça-dura como Taehyung. — Eu não fumo mais, eu tenho você para me acalmar agora. Eu nunca vou voltar a fumar de novo se você também não usar seus poderes assim.

— Eu tô com raiva! — soltou do nada, com os olhos arregalados, apertando o tecido da camisa de Jungkook entre seus dedos, ainda sem desviar o olhar. O mais velho franziu o cenho.

— Você… tá com raiva? — Jimin assentiu com a cabeça e ele riu soprado, negando. — Como assim está com raiva? Nem parece! — realmente começou a achar engraçado aquela situação. Não estava mais conseguindo levar a sério a conversa, mas mantinha tudo o que tinha acontecido antes em sua cabeça, só foi uma tremenda surpresa saber que o loirinho estava com raiva.

— Exatamente! Eu não consigo ficar bravo com você e isso me deixa ainda mais irado! — respondeu com um olhar inocente, expressando também com o seu corpo a sua indignação. Seus lábios formavam um bico. Jeon se segurou para não gritar naquele momento e acabar sendo chamado de estranho pelo baixinho.

— Meu Deus… — riu soprado, mexendo seus ombros durante o ato. — É por isso que eu te amo! — Jimin parou de respirar, arregalando os olhos ao ouvir mais uma confissão do mais velho. Como ele conseguia se expressar tão facilmente? Ele era espontâneo, sincero com seus sentimentos e falava as coisas sem freio algum. Como? Não era assim. 

Jimin mordeu seu lábio inferior, ficando cada vez mais vermelho. Virou de costas para Jeon, levando as mãos para seu rosto, respirando fundo, sentindo seu coração doer de tão rápido que estava batendo. Jungkook sorriu ao observar o seu pequeno daquela forma, então se aproximou dele e o abraçou por trás, passando os seus braços ao redor dos braços do loirinho que tinha se assustado no momento.

O Park relaxou, olhando para o lado e encontrando Jungkook sorrindo para si, com o queixo encostado em seu ombro. Jeon esperaria o tempo que for para ouvir o mais novo falar "eu te amo" para si, até lá, se confessaria até nas noites mais frias, nos verões mais quentes, nos dias mais chuvosos da sua vida que o ama de corpo e alma. O ama por completo. 

— Nini? — Jimin o olhou novamente e então levantou o seu dedo mindinho, prestes a fazer uma promessa. — Eu prometo nunca mais fumar se você me prometer que vai se esforçar para não usar os seus poderes. 

— É difícil, é parte de mim e… — parou de falar quando foi interrompido. 

— Jimin. — deu ênfase ao pronunciar o seu nome, calando-o. — Pode ser difícil, mas não impossível. — Park respirou fundo e então levantou o seu mindinho também, entrelaçando-o com a de Jungkook. 

— Eu prometo de dedinho, coração e alma, coelhinho. — Jungkook sorriu e então levantou o seu dedão, fazendo com que fogo surgisse em cima dele, com ambas as mãos na frente do rosto de Park. O menino mais novo sorriu grande, admirado com aquele fogo que refletia em suas íris.

— Pois eu também prometo de dedinho, coração e alma. — sussurrou perto de seu ouvido. O menor sorriu e olhou para algumas pétalas de flores caídas no chão. As levantou e levou para ficarem em volta do fogo que Jungkook fazia. O moreno parou de sorrir, arregalando os olhos e olhando para o loirinho que sorria travesso.

— Somente dessa vez. — então levantou o seu dedão e juntou com a de Jungkook, fazendo com que o fogo ficasse em cima dos seus dedos juntos, com as pétalas de flores em volta dele. Tanto o mais velho quanto o mais novo admiravam aquela cena grudados, com grandes sorrisos em seus lábios, as bochechas levemente coradas e o coração pulando descompassado em seus peitos, mas de felicidade. 

[...]

Ao entrar na casa após um tempo, Jimin e Jungkook se dividiram novamente, já que o mais velho iria ajudar Yoongi com seu treinamento. Taehyung, que observava o amado treinar, olhou para o irmão e umedeceu seus lábios com a língua, tomando coragem e indo até ele, segurando sua mão e o levando para o segundo andar. Entrou no quarto e fechou a porta, o levando para o beliche, se sentando e olhando diretamente em seus olhos.

— E aí? Como foi? O que ele falou? — Jimin respirou fundo e bagunçou o seu cabelo, tirando o sapato e então se sentando no colchão de pernas de índio, fazendo um bico nos lábios enquanto encarava o chão, se recordando do que tinha ocorrido lá fora.

— Ele falou que era como uma válvula de escape. — Taehyung assentiu com a cabeça, já sabia daquilo. — Mas jurou que não estava mais fumando desde que nos achou. — olhou para o irmão.

— Olha, isso é verdade. — respirou fundo. — Mas eu ainda precisava te avisar. Eu estava com medo dele voltar a fumar mesmo com vocês dois aqui e isso piorar… você me entende, não é? — perguntou receoso.

— É claro que te entendo, Tata! — Jimin se virou para o mais velho, segurando sua mão. — Nunca duvidei de você. — sorriram. — Ele prometeu que não vai mais fumar, assim como não usarei mais meus poderes. Pelo menos, até conseguirem me curar totalmente. 

— Já estamos quase, Nini. — Taehyung levou a mão à cabeça do menor, mas ele o parou imediatamente, segurando o seu pulso. 

— Você já fez a sua parte hoje, não vai fazer novamente. Sabe como fica quando tenta me ajudar. — o irmão mais velho suspirou fundo antes de soltar a sua mão do menor e abraçar as suas pernas, com medo, preocupado. — Não precisa ficar preocupado, eu já melhorei muito! Vocês não conseguem ver isso porque não viam como eu estava antes, Tata. — Jimin não gostava de ver o irmão daquela forma. A sua família parecia estar o tempo todo preocupada, com medo, e com razão! Mas ele queria que isso parasse, queria que todos experimentassem viver felizes, tendo que lidar apenas com problemas normais da vida, como a conta de luz, pessoas ruins no trabalho, namorados, velhice, falta de tempo… 

— Eu realmente tô pensando em invadir a mente de uma das nossas tias para ver como você estava antes. — falou rápido, com raiva ao se lembrar quem são os verdadeiros culpados daquilo tudo. — Na sua é impossível, já que você bloqueou a sua mente para ninguém poder acessá-la. Idiota. — murmurou. — Saiba que vou aprender isso também e nem você vai conseguir ouvir o que estou pensando, tá bom?

— Primeiro vai ter que não deixar nosso professor mexer com você. — provocou, rindo quando Taehyung jogou o travesseiro em si e rapidamente o segurou com seu ótimo reflexo. 

— Saiba que quem acabou com ele, na sala de aula, fui eu, seu idiota! — falou rindo, ficando de joelhos e pegando outro travesseiro, batendo em seu irmão repetidas vezes já que ele ria de si sem parar, até ficar vermelho, encolhido no canto do beliche. 

Não tinha contado que encontrou Baekhyun quando o procurava e nem que tinha feito uma "amizade" - ainda - não confiável com ele. Todavia queria contar e contaria no momento certo, seu irmão precisa ficar sabendo o que aconteceu com ele e também sobre a sua versão da história.

— Acabou tanto que viu o monstro que ele conseguiu criar na sua cabeça. — provocou ainda mais, se abaixando assim que o travesseiro que Taehyung segurava foi atirado em sua direção. — Tipo assim, super invencível! 

— Jimin, você tá muito ousado para o meu gosto!! Para! Volta a ser quietinho, por favor!! — atirou todos os travesseiros no menor, com fraqueza, usando seus poderes, rindo desacreditado ao perceber como o irmão parecia mais descontraído, sendo ele mesmo. 

Na verdade, Jimin estava muito feliz.

— Não!! — Jimin mostrou a língua para ele e riu alto, se levantando e se esquivando de mais um travesseiro que foi jogado em sua direção. — Olha aqui, você não pode bater em mim dessa forma. Sou seu irmão mais novo, Tata… — fingiu estar triste, com um beiço em seus lábios. No entanto, Taehyung não caiu nessa. Jimin tinha se esquecido que o único que mais consegue detectar uma mentira é um mentiroso.

— Isso não funciona comigo, sua cobra bem treinada! — Jimin se desfez do beiço e riu travesso, fazendo aquele seu olhar de dragão sobre o mais velho. — Nini, eu juro que se você ter mais uma mudança drástica como essa eu vou considerar a hipótese de que você foi trocado. — brincou, se levantando e então se jogando na cama de casal dos seus pais. Não era a primeira vez que via aquele olhar, na verdade, faz muito tempo desde que o viu pela última vez. Via muito no laboratório quando eram obrigados a matar animais para treinamentos, às vezes até pessoas que tinham, de alguma forma, traído o governo. Não tinham escolha. Aquele olhar era frio, perigoso, mas não gostava dele porque era vazio. 

— Gostou? — brincou rindo, se jogando na cama ao lado do irmão. — Eu acho que estamos indo pelo caminho certo. — Taehyung franziu o cenho e olhou para o gêmeo, confuso. — Aos poucos tudo está dando certo. Isso é um bom sinal, não é? 

— Acho que sim… — murmurou e virou o seu rosto para cima novamente, encarando o teto. — Eu ainda quero ser ator, então se conseguirmos ter uma vida normal um dia, quero seguir essa profissão ou pelo menos tentar algo desse tipo. — Jimin sorriu grande, feliz ao ouvir aquilo do outro Park.

— Você vai conseguir. — segurou sua mão, entrelaçando seus dedos. — Vamos conseguir. — se corrigiu, sentindo seu irmão ficar ainda mais feliz.

— Mas primeiro eu vou ter o meu cachorro. — relembrou Taehyung, fazendo o menor assentir com a cabeça, levando aquele assunto como algo bem sério. E de fato era.

— E eu irei ver o mar. — ambos se olharam com olhares determinados. Assentiram com suas cabeças e logo depois riram alto. — Eu sei que vamos conseguir. 

— Me fala, quem é que não consegue? Somos os gêmeos Winx! — falou animado, com os olhos brilhando, se lembrando do desenho que assiste toda manhã na televisão antes de ir para o seu trabalho. Jimin, confuso e achando o nome familiar, olhou para ele com o cenho franzido.

— Gêmeos winx? — o outro assentiu com a cabeça e olhou para si. 

— É porque o meu desenho favorito é das Winx, aquelas fadas que tem alguns poderes. — então o menor arregalou os olhos, finalmente se lembrando de qual desenho ele falava. Tudo bem ele gostar das winx, mas eram muitas garotas e não tinha nada a ver com eles. 

— Mas são muitas, não dois gêmeos. — Jimin ainda continuava sem entender. Taehyung bufou, revirando os olhos.

— E quem faz as regras? Eu decido as coisas por aqui e acabei de nomear a nossa dupla! — se sentou e olhou para o irmão, gesticulando com as mãos. Realmente estava animado com o nome que tinha acabado de inventar. — Gêmeos Winx em ação! — levantou o seu punho, animado, olhando determinado para o mais novo que explodiu em risadas, abraçando a própria barriga. 

— Isso nos faz parecer dois idiotas! — riu ainda mais, se sentando também, apoiando o corpo nas mãos que estavam para trás, olhando para o irmão. 

— Esse é o intuito. Vão nos achar bobos, indefesos, muito "fracos" por causa do nome, mas mal sabem que podemos matar qualquer um. — deu de ombros. — As meninas das Winx também são assim. Vai Nini, faça isso por mim! — fez beicinho, abraçando o braço do irmão e o balançando levemente. — É meu desenho favorito… 

— Ah, só você! — Jimin riu e assentiu com a cabeça, ouvindo seu irmão se levantar e começar a comemorar, rebolando com as mãos para cima. Park levou sua mão para a boca, gargalhando baixinho, então se levantou e entrou na onda.

— Ok, vou fingir que vocês estão comemorando porque o pai trouxe bolo de chocolate. — os gêmeos olharam para trás, encontrando Hoseok rindo deles enquanto entrava no quarto, deixando as roupas limpas e dobradas em cima da cama. — Eu não sei do motivo e tenho até medo de saber. — ainda rindo, falava sem olhar para eles. 

— Anjinho, sabia que somos os gêmeos Winx a partir de agora? — Tae foi até ele, o abraçando por trás, bem apertado, sentindo Hoseok ajeitar a postura, pegando o seu celular. Ele franziu o cenho, olhando a hora e logo em seguida para os dois loiros. Jimin se sentou na cama, ainda sorrindo, observando os dois com o coração quentinho. Era bom vê-los juntos assim, dessa forma. 

— Gêmeos Winx? Winx não é aquele desenho que passa na televisão que você vive assistindo, ursinho? — olhou para o amado por cima do ombro, vendo ele assentir com a cabeça, sorrindo quadrado. — Quem é que inventou essa baboseira? — brincou. Taehyung arregalou os olhos com a boca em "o", desacreditado.

— Eu não acredito que você falou isso! — se soltou do mais velho e negou com a cabeça, se afastando dele e indo até o irmão que se mantinha quieto olhando para os dois, rindo baixinho.

— É brincadeira, Tae! — disse rindo. — Me desculpa! — o citado negou com a cabeça, pegando a mão de Jimin e indo para fora do quarto, ainda desacreditado. Ele realmente tinha ficado chateado com aquilo, talvez estivesse fazendo mais drama do que o necessário. 

— Eu vou cortar as asas daquela galinha e vender na internet! — murmurou, ouvindo o irmão explodir em risadas. Hoseok vinha logo atrás dos dois, tentando chegar até Taehyung, mas esse acelerava os passos para não ter contato com o mais velho. — Eu vou ficar um dia inteiro sem falar com você, Hoseok. — se sentou no sofá, cruzando seus braços. Logo Jimin se lembrou da conversa que tinha tido com o irmão mais velho sobre ele ser infantil, mas era o jeitinho dele e, sinceramente, gostava disso. Gostava de como seu irmão era dramático. É claro que Taehyung era sério também, mas somente quando o assunto realmente fosse algo seríssimo, coisas como essa eram tratadas como um divertimento para ele, uma chance para atuar mais uma vez. 

— O que está acontecendo? — a atenção de Yoongi foi chamada. Ele estava encostado na parede da sala, sentado no chão, descansando após tomar um banho depois do treino. Ele olhava para Hoseok que encarava Taehyung e o antes citado o ignorava, olhando para a televisão, onde passava um esporte qualquer que Jackson e Mark assistiam atentamente. 

— O Hoseok que fica tirando sarro de mim! Só porque eu inventei um nome legal para a minha dupla com o Jimin. — revirou os olhos, inconformado com a atitude do seu anjinho segundos atrás. 

— Eta, chamou pelo nome então quer dizer que o negócio é sério. — BamBam falou, se aproximando com uma garrafa de soju em uma das mãos enquanto a outra estava escondida no bolso da sua calça. Ele empurrou levemente Hoseok pelo ombro, esse que olhou para si de imediato ao sentir o cheiro do álcool, então fez uma careta. Odiava álcool. 

— E qual era o nome, afinal? — Yoongi subiu e desceu os seus ombros. Jimin se sentou ao lado do irmão mais velho, segurando a sua mão enquanto observava eles "discutirem" em silêncio. 

— Gêmeos Winx! — disse animado, olhando para o esverdeado. O mais velho achou aquele nome idiota no momento, mas ao notar o seu sorriso, riu bobo e assentiu com a cabeça. Se o seu ursinho estava feliz com aquilo, então não era algo bobo e sim muito significativo. 

— Winx não são aquelas fadas que tem uns poderes e que fazem os vilões esperarem elas se mudarem de roupa para lutarem? — BamBam perguntou com o cenho franzido, vendo os outros assentirem com suas cabeças. — Mas são mulheres! E vocês não trocam de roupas para lutar! 

— E quem disse que isso é problema? — Taehyung olhou para ele, debochado.

— O criador do desenho? — falou como se fosse óbvio, soando mais como afirmação. Yoongi olhou para os dois, não acreditando que eles estavam discutindo sobre um desenho que já tinha acabado faz um tempo.

— Pois eu que dito as regras aqui. Não tô vendo nenhum criador morar nessa casa e nem Deus para decidir o que fazer ou não! Somos os gêmeos Winx e ponto! Não é mesmo, Jimin? — o menor olhou para ele, assustado por ter sido colocado no meio daquela discussão sem sentido. Ele assentiu lentamente com a cabeça, com medo do olhar ameacador que viu em Taehyung assim que ele notou a sua demora para responder. — Viu, tonto?

— Não acredito que vocês estão bringando por causa de um desenho! — Jisoo, que tinha chegado um pouco depois da pequena discussão começar junto com Jennie, falou inconformada, com as mãos em sua cintura. — Só Deus na causa… — negou com a cabeça.

— Minha filha, eu só falei que o criador fez um desenho com um monte de meninas fadas! — Bambam se defendeu, ouvindo a risada de Hoseok. O antes citado foi até Taehyung, a fim de conseguir ser desculpado.

— E o que tem a ver o cú com as calças?! — Taehyung falou mais alto, vendo todos olharam para si com os olhos arregalados. Só então ele notou o que tinha falado, se levantando rapidamente. — Por favor, me falem que o meu pai não está aqui perto e que ele não escutou. — pediu desesperado, suspirando aliviado quando viu Jennie negar com a cabeça. — Deus do céu, obrigado por salvar a minha vida mais uma vez. O senhor é bom! — juntou suas mãos perto de seu rosto, fechando os olhos fortemente.

— Galera, eu sei que a conversa tá boa, mas eu realmente quero prestar atenção na televisão porq… — Jackson começou a falar, mas prontamente BamBam o interrompeu, rindo alto, olhando para Taehyung.

— Ursinho, me desculpa! — Hoseok também foi nessa, mal prestando atenção em Jackson que levou uma das mãos ao seu rosto, desistindo. Fez bico e Taehyung abriu os olhos, o abraçando imediatamente, o deixando até surpreso pelo mais novo ser rancoroso demais.

— Só tô fazendo isso como agradecimento a Deus. — sussurrou com um sorriso no rosto, não vendo a careta que Hoseok fez. Jimin riu alto, levando a mão a sua boca, abraçando as suas pernas logo em seguida para não continuar a rir alto por causa do seu tio Jackson que estava vendo televisão. 

— Eita, Yugyeom, participa da conversa. — Mark ao ver o amigo passar pela sala com um celular nas mãos, franziu o cenho depois ao notar como ele parecia nervoso e até mesmo ansioso. — Tá tudo bem? 

— Eu preciso falar com alguém, já volto! — saiu dali rapidamente, abrindo a porta e a deixando meio aberta. Mark ficou encarando a porta, estranhando a forma como o amigo estava, mas deu de ombros, se levantando para pegar um pouco de soju também. 

— Tudo bem, até que o nome ficou legal. Vocês são poderosos como elas. — BamBam arrotou, vendo Yoongi fazer uma careta e negar com a cabeça enquanto Taehyung se sentava ao seu lado junto com Hoseok. Ele pegou a mão dos dois, aproveitando as carícias que recebia, gostava de treinar porque todos os dias recebia carinho dos dois como recompensa. 

— Eu tô vendo que não vou conseguir assistir o meu programa em paz. — murmurou Jackson, respirando fundo e pensando seriamente em comprar uma televisão para por no seu quarto. No entanto, seria burrice já que iriam se mudar quando tudo estivesse resolvido. Roubar a televisão para ele quando seu programa começasse seria uma boa escolha. 

— Gente, o tio quer assistir o programa dele, falem baixo!! — Jimin avisou. Wang olhou para ele e sorriu, passando a mão em seu cabelo e agradecendo baixinho, voltando a olhar a televisão. — Anjinho? — olhou em volta, não encontrando Jungkook e então olhando para o ruivo, ganhando sua atenção. — Cadê o Junggukie? 

— Ah, ele foi resolver umas coisas, mas volta logo! — tranquilizou o mais novo, vendo ele assentir com a cabeça. 

— Toma. — Mark voltou e se sentou ao lado do amigo, lhe entregando um copo de soju. — Eu tô achando Yugyeom muito estranho esses últimos dias. — sussurrou, ganhando a atenção de Jackson no mesmo momento. 

— Eu também estou, mas não falo nada porque ele já pediu para não insistir nesse assunto. — ainda mantinha o tom baixo por causa de Jimin que estava ao seu lado. — Eu confio nele, então não tenho o que falar. — Mark assentiu, também confiava em seu amigo. 

— Só espero que o que ele esteja aprontando, seja o certo a se fazer. — Jackson concordou, dando um grande gole no soju, sentindo a bebida descer queimando a sua garganta. Fez uma rápida careta antes de focar a sua atenção na televisão.

— Mas você não vai simplesmente chegar para os cara lá e falar: — BamBam se levantou e ficou com a postura ereta e o olhar sério, ainda segurando a sua garrafa de soju. — "Nós somos os gêmeos Winx, ninguém pode contra nós!" — Yoongi e Jimin explodiram em risadas, olhando para ele, até mesmo Taehyung que negava com a cabeça.

— Aí é de fuder!

— Como é que é, Taehyung!? — o citado congelou ao ouvir a voz de seu pai Jin, olhando para a porta e encontrando ele com algumas compras nas mãos, na companhia de Namjoon, Dongyul e Jungkook. Jungkook já ria ao imaginar a bronca que o mais novo iria levar, Namjoon também estava sério, não gostando nada do palavreado do menor.

— Eu falei é de comer pai, é de comer!! — tentou corrigir, querendo sair daquela situação, se levantando para fugir da bronca do pai que levaria querendo ou não. 

— Onde você foi? — Jimin perguntou ao dar a volta no sofá, indo em direção ao mais velho que sorriu, o abraçando apertado e segurando em sua cintura, o guiando para se sentarem no sofá juntos.

— Depois eu te conto. — sussurrou em sua orelha, virando seu rosto para ver seu pai brigando com o Park mais velho que tinha um bico chorão nos lábios. Jimin assentiu com a cabeça e fechou os olhos, deitando em seu ombro, sentindo sua mão ser segurada pelo moreno. Agora eram como carne e unha.

— Ajudar o ursinho ou ficar sentado aqui nesse chão frio? — Hoseok indagou, vendo o mais novo se desculpar com os pais, mas também citar BamBam por ele ficar o irritando. Yoongi riu e negou com a cabeça, se deitando no colo do ruivo, fechando os olhos enquanto mantinha um sorriso fechado nos lábios.

— Depois conversamos com ele no quarto, estou com sono. — Hoseok assentiu com a cabeça, rindo. Começou a acariciar o cabelo do esverdeado, ainda olhando para Taehyung e segurando a risada quando ele piscava para si, logo voltando a se fazer de vítima para Jin que não caia muito nessa, diferente de Namjoon que era lerdo.