Justin Bieber – Point of views
Royal se mexia ao som das batidas. Sua cintura balançando de um lado para o outro, seus cabelos se movimentando ao ritmo do seu corpo. Pela pouca luz que iluminava a boate, conseguia ver seus lábios cantando junto com Likki li:
- I, I follow, I follow you Deep sea, baby – A letra dizia.
Seu sorriso era largo.
Tentava me mexer o Maximo possível, mas eu gostava mesmo era de observá-la. Seus olhos verdes, seus cabelos loiro com tons de mel. Seu vestido preso colado na cintura e solto sobre as coxas dava um contraste a mais na sua beleza, nunca me cansarei de observá-la. Eu tinha paz, ficava calmo.
Suas mãos envolveram meu pescoço e seu corpo colou no meu. Sorri para ela e seus lábios procuraram meu pescoço, macios, quentes, deliciosos. Depois subiram ate minha orelha e ela falou num tom alto, para conseguir ser ouvida:
- Pode pegar uma bebida para mim? – Seus pequenos olhos me encaravam, sobre o escuro.
- Claro – Sorri dando-lhe um selinho.
- Irei ao banheiro te encontro no bar ok? – Falou e quando assenti, beijou-me de novo rapidamente e saiu.
Essa era a noite mais normal que tive desde que ela voltou, eu tinha que aproveitar enquanto durasse, me recusei a pensar nela, a deixar estragar minha noite sem ao menos estar aqui. Caminhei em direção ao bar, pedindo minha cerveja de sempre e uma SkyBlue para Royal, olhei ao redor, notando corpos movimentarem-se, batidas agitadas soando por todos os lados, aquilo era ser normal.
Royal Mackenzie – Point of views
Continuei caminhando por entre as pessoas, esquivando-se de umas, sendo empurradas por outras. O caminho até o banheiro não era longo, mas o tanto de homens e mulheres se beijando e agarrando, fazia-o parecer que ficava lá na china.
Balancei a cabeça rindo e entrei no corredor que dava para o banheiro, avistando a placa, escancarei a porta entrando.
Olhei ao redor e só havia uma garota, sentada ao canto praticamente dormindo ou totalmente bêbada. Ela murmurava coisas sem sentindo, aproximei-me dela e agachei ao seu lado, seus cabelos colavam na testa, sua roupa estava totalmente desajeitada, sua blusa de frio estava jogada ao seu lado.
- Você está bem? – perguntei.
Quando obtive apenas murmuro como resposta, ri silenciosamente e peguei sua jaqueta, cobrindo-a.
Levantei-me, parando em frente ao espelho, olhando meu reflexo. Meus cabelos estavam totalmente molhados de suor, meu vestido estava meio torto então tratei de arrumá-lo. Como dançar era bom, libertador e prazeroso.
E dançar com Justin então...
Fazia tempos que não saímos assim, somente jantares e nossas casas.
Joguei uma água no rosto, notando o barulho da porta abrindo e a musica alta, invadindo o ambiente e depois abafando de novo. Esperei que alguém aparecesse, mas não havia ninguém.
Talvez devessem ter errado a porta.
Molhei meu pescoço, fechando os olhos por um momento, aquilo era refrescante e lá dentro estava muito calor. Peguei um pouco de papel, secando meu rosto e pescoço, depois joguei no lixo entrando em uma das cabines do banheiro.
Precisava urgentemente usá-lo.
Quanto sentei sobre o vaso, ouvi o barulho da porta se abrindo de novo, a voz do Usher invadindo o ambiente, então as luzes começaram a piscar, como se estivessem pra queimar. Olhei para cima, depois pela brecha de baixo da porta, não conseguia ver ninguém, nem escutar barulho de nenhum salto, quando as luzes pararam de piscar, soltei um suspiro.
Tinha que falar com o gerente.
Levantei-me fazendo minha higiene e girei o trinco da porta e então as luzes se apagaram completamente.
- Olá? – Chamei, mas não ouve resposta.
Caminhei cuidadosamente ate chegar ao balcão da pia, suspirei profundamente, tentando-me acalmar. Por mais que eu odiasse escuro, eu já estava bem grandinha para sentir medo.
Quando abri a torneira para lavar minhas mãos, algumas lamparinas de incêndio se acenderam, tornando o ambiente escuro em alguns pontos e claro em outros, olhei de relance para a porta, franzindo a testa e tentei relaxar.
Se aquilo fosse alguma brincadeira, era muito sem graça.
- Você está mesmo com medo do escuro Royal? – Murmurei balançando a cabeça e rindo sozinha.
Levantei o olhar para me olhar mais uma vez e meu corpo congelou.
Uma mulher de cabelos longos e preto estava parada a centímetros de mim, seus olhos cor de gelo me encaravam atentamente. Dei um pulo, virando-me rapidamente e ri nervosa.
- Meu deus, como você me assustou... – Coloquei a mão sobre o coração.
- Desculpe querida – Ela respondeu ainda parada lá.
Encarei-a meio sem graça, notando o quão familiar ela era.
- Eu te conheço? – Sorri de canto.
- Talvez – Respondeu.
Franzi mais a testa, tentando lembrar-se de onde já a vira e dei alguns passos para trás quando minha mente foi invadida por fotos dela. Sim, era ela. Estava em todos os jornais e noticiários locais da minha antiga cidade, não se falava em outra coisa a não ser a grande prisão e morte: De beleza negra.
- meu deus – Quando tentei dar mais passos para trás, fui impedida pela bancada.
Olhei de relance para a saída, meu extinto dizendo para correr, mas minhas pernas estavam travadas. Eu sabia a quão perigosa ela foi, mas eu pensei que estivesse morta, todos pensaram...
- Lembrou? – Ela arqueou as sobrancelhas, aproximando-se.
Tentei dizer algo, mas as palavras não saíram.
- Não tenha medo princesa, não irei te machucar – Quando seu corpo estava perto o bastante do meu, ela levantou a mão e tocou meus cabelos.
As lagrimas escorriam por meu rosto, quentes como o ar lá dentro.
- O-o que... - Gaguejei.
- O que foi querida? O gato comeu sua língua? – Suas mãos seguraram forte meu cabelo, mas ainda assim alisando-os – Já disse para não ter medo, não irei te machucar – Seus grandes olhos acinzentados encaram-me – Você realmente é muito bonita – Seu rosto se aproximou do meu – Seus cabelos cheiram a jasmim, isso não é fabuloso? – Pisquei algumas vezes, afastando as lagrimas e dando espaço a outras que estavam vindo – Mas fora isso, realmente não entendo o que ele vê em você, talvez por você ser o oposto de mim – Murmurou e eu não conseguia processar o que ela estava falando.
Olhei para a porta, pensando em correr, mas sua mão agarrou meu queixo, obrigando-me a olhar para ela.
- Eu disse que não iria te machucar, mas, por favor, não me obrigue a isso – Ela sorriu um sorriso sombrio – Se você correr, terei que cortar suas lindas perninhas e isso seria uma pena, você é tão boa quando está dando uma de Barbie Bailarina no palco – Ela riu pelo nariz.
- Como sabe disso? – Forcei as palavras a saírem.
A cada palavra que ela dizia, tinha fé de que não iria sair viva dali. Ela me conhecia, sabia quem eu era.
- Oh querida, você é uma famosa bailarina, todos sabem quem você é – Ela riu – só porque sumi por alguns anos não quer dizer que não sou atualizada – Mesmo na pouca luz, conseguia vez seus olhos, eles brilhavam.
- O que você quer? – Seus dedos apertaram mais meu queixo.
- Eu queria conhecê-la pessoalmente – Seu sorriso era falso e mortal – Queria dar os parabéns pela apresentação com as mascaras, você estava tão bonitinha, pena não ter prestado muito atenção – Ela riu – Estava meio ocupada, fazendo outras... Coisas – Finalizou.
Seus dedos afrouxaram o aperto e ela se afastou.
As lagrimas saiam incontrolavelmente, mas sem produzir nem um som. Eu estava com medo, medo pelo que ela poderia fazer. Eu já tinha ouvido todo tipo de historia sobre ela, mas ninguém acha que um dia poderá acontecer com você.
Tentei controlar a respiração que estava acelerada, quando ela parou e me encarou.
- Está sozinha? – Perguntou.
- Sim – Respondi rapidamente.
Não sei por que mentir, mas pensar que ela poderia machucar Justin...
- Mentira – Cortou meus pensamentos – Eu a vi dançando essa noite, com aquele homem... Como é o nome dele? – Ela arqueou as sobrancelhas.
- Não tinha nenhum homem – Continuei mentindo – Eu..
- Outra mentira – Ela riu secamente e se aproximou, pegou um pequeno estilete de seu bolso.
Dei um pulo pra trás.
Ela iria me matar.
Antes que minha cabeça poder registrar o que estava acontecendo, minhas pernas agiram sozinhas. Corri em direção à saída do banheiro, mas não conseguir ser rápida o suficiente. Mãos agarraram meu cabelo, puxando-me contra o chão e continuando a puxar.
Então enchi meus pulmões de ar e gritei o mais alto que podia:
- SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA! – A tapa que recebi me fez se calar.
Senti a lamina contra meu pescoço e seu rosto apareceu no meu campo de visão.
- Se você não fechar essa linda boquinha, irei costurá-la, você entendeu? – Disse rispidamente.
Balancei a cabeça em concordância. Os soluços invadindo meu peito as lágrimas quentes rolavam por minha bochecha, caindo sobre o chão e meu pescoço.
- Não chore princesinha – Ela puxou meu cabelo fortemente, alisando meu rosto com o polegar, então sua unha cravou em minha bochecha, fazendo-me gemer de dor – Agora onde está o Justin?
Engoli a seco.
- Como você sabe o nome dele? – Os soluços se tornavam maiores.
- Querida, essa não foi a pergunta, onde ele está? Você disse algo e ele saiu. Quero saber onde, agora – Vociferou.
- Não... Não, por favor, não o machuque – Implorei.
- Eu não irei machucá-lo querida, pretendo fazer outras coisas com ele – Um sorriso de canto surgiu em seus lábios – Agora, fale.
- Eu pedi para ele pegar uma bebida – Disse chorosa – Por favor, por favor.
Ela soltou meu cabelo com força, fazendo-me bater a cabeça contra o chão. Levantou-se e arrumou a roupa. Seu vestido parecido com o meu e arrumou os cabelos, prendendo-os. Caminhou ate uma das cabines e tirou uma bolsa, pegando uma peruca loira e colocando.
Depois de alguns minutos se arrumando, olhou-me.
- Como eu disse, não vou te machucar – Caminhou em direção a porta e olhou pela ultima vez – Pelo menos não hoje – Piscou e saiu.
O choro explodiu em meu peito, apoiei as mãos no chão, caindo em desespero.
Justin Bieber – Point of views.
Eu havia deixado as bebidas de lado, caminhando por entre as pessoas a procura do banheiro feminino. Royal estava demorando de mais e isso me deixava estranhamente preocupado, quando avistei o corredor, andei mais depressa afastando as pessoas.
Logo a frente a porta do banheiro das mulheres podia ser avistada, logo em seguida ela foi escancarada e cabelos loiros e esvoaçantes saíram, mas na direção contraria, para área VIP.
O corredor estava meio escuro então corri.
- Royal! – Chamei-a.
Ela continuou andando, mas antes que pudesse escapar, segurei seu braço, puxando-a pra mim.
- Onde estava indo? – Seu rosto estava pouco iluminado – Estava preocupado – Ri sem graça.
Seu corpo se aproximou, sua boca tocou a minha suavemente. Segurei sua cintura, sem entender o que estava acontecendo e a beijei. Calmamente. Seu corpo se separou e ela levou sua boca ao meu ouvido, sussurrando:
- Já disse que tem uma bunda, gostosa detetive? – Meu corpo gelou – Agora corra para sua Fadinha, porque acabei de lhe arrancar suas asas e na próxima, arrancarei seu coração.
Um grupo de pessoas invadiu o corredor, passando para a área vip e ela se enturmou, olhei ao redor, um pânico me consumindo.
- Edline! – Gritei – Edline!
Mas já era tarde, ela havia fugido.
- Oh meu deus, Royal – Sussurrei.
Empurrei a porta do banheiro, deparando-me com Royal abraçando suas pernas, seu queixo apoiado nos joelhos e chorando descontroladamente. Agachei-me ao seu lado e ela me olhou.
- Oh justin – Disse entre soluços – Ela... É ela, a serial killer, ela esta viva, ela estava aqui, ela sabia sobre mim e você e... – Abracei-a, confortando.
- Shhh... – Sussurrei contra seu ouvido.
- Pensei que ela fosse me matar, pensei... – Soluçou.
- Eu não vou deixar ela te machucar – Disse apertando-a mais contra mim – Não vou deixar... – Repeti.
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