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História Extinct World (Reescrevendo) - That's Just Life


Escrita por: SenhoraDixon

Notas do Autor


Oi oi gente,olha eu aqui de novo. Primeiramente quero pedir desculpas por ter demorado para postar,tive alguns problemas com a internet aqui da minha casa mas,agora tudo já se resolveu. Quero agradecer a todos que comentaram e favoritaram a fic,estou muito feliz. Um grande beijo a todos vcs.

Capítulo 15 - That's Just Life


Fanfic / Fanfiction Extinct World (Reescrevendo) - That's Just Life

A vida é sobre arriscar, fazer movimentos
Não sobre o que você fez, mas sobre o que você faz
Construa com o que você tem e aprenda com o que você perde
E nunca deixe as pessoas te distraírem de ser você

My Life  – NF

|  ISSO É APENAS A VIDA |

~ Ivy Dixon ~

A sensação de ter os lábios de Carl colados aos meus  é simplesmente maravilhosa. Cada beijo é único, alguns breves e suaves, já outros longos e lentos, mas todos realçam a conexão inexplicável e profunda que nós dois temos. É um sentimento completamente novo e estranho que jamais imaginei viver, mas estou amando sentir e explorar. Encontrar um pessoa que te entende e está disposta a te escutar, dividir as tristezas e segurar sua mão em momentos difíceis é raro, Carl e eu temos sorte de termos encontrado um ao outro.

— Ivy... – Carl se afasta um pouco e senta no sofá, faço o mesmo. — Ainda precisamos encontrar a Enid.

— Você está certo. – coloco seu chapéu em sua cabeça e esboço um sorriso. — Acho que devemos falar com o Ron, talvez ele saiba de algo. Eu o vi mais cedo, mas acebei esquecendo de perguntar...– digo lembrando da conversa desagradável com o garoto.

— Eu não sei... – ele balança a cabeça em negação. — Depois de tudo o que aconteceu, acho que ele não vai querer falar comigo

— Por que? – pergunto confusa.

— Ron está chateado comigo pelo que o meu pai fez com o dele. Acho que ele me culpa por isso.

 — Isso é ridículo! Pete é o único culpado, foi ele que chegou lá completamente descontrolado e matou o Reg. Seu pai fez o que tinha que fazer.

— Não é assim que Ron pensa, Ivy.

— O Ron é um idiota, mas não é sobre ele e sim sobre a Enid. Se ele realmente se importa com ela vai querer nos ajudar a encontrá-la.

— Eu não sei... – Carl diz incerto.

— Não custa tentar, Carl. – apoio minha mão sobre sua perna. — Só assim saberemos.

— Você tem razão. – Carl se levanta e estende a mão para mim. — Vamos lá falar com ele.

— E a Judith? – seguro sua mão e fico de pé. — Não podemos deixá-la sozinha.

— Não se preocupe, Carol está lá em cima com ela. 

— Ok. – esboço um sorriso. — Vamos logo então. – Carl concorda com a cabeça e juntos vamos para fora da casa.

Enquanto seguimos nosso caminho, vejo Maggie e Michonne conversando e pelos semblantes é algo sério. Fico preocupada, deduzindo de imediato que alguma coisa ruim aconteceu. De repente ouvimos um grito vindo lá de fora, alguém está pedindo desesperadamente para que abram o portão. Carl e eu nos entreolhamos e corremos até o local. Michonne e Maggie chegam primeiro e rapidamente abrem o portão. A cena que vejo é aterrorizante, Rick está correndo o mais rápido que pode e uma horda gigantesca está em seu encalço. Assim que ele passa pelo portão, ofegante e sujo, ajudo Maggie a fechar a primeira grade enquanto alguns errantes cocham seus corpos pobres contra a mesma na tentativa de nos alcançar, mas não conseguem. Faço uma careta ao encarar as criaturas antes de puxar a segunda grade de proteção.

Algumas pessoas se aproximam atraídas pelos gemidos dos mortos. Logo outros vão chegando e não demora muito para toda a comunidade estar reunida aqui. Todos estão apavorados, é possível ver o medo e pânico estampando em seus rostos. Carl ajuda Rick a se levantar e o mesmo respira fundo ainda tentando recuperar o fôlego. Explicamos o que houve a ele, e ele também nos explica o que houve lá fora. A buzina alta durante o ataque que sofremos na desviou metade do bando direto para nossos portões. 

— Vocês podem ouvir! – Rick diz apontando para os muros. —  Alguns puderam vê-los. Metade deles voltou para cá, ainda o suficiente para nos cercar. Sei que estão com medo porque nunca viram nada assim, mas estamos seguros por enquanto. – respiro fundo e seguro a mão de Carl que está ao meu lado.  — A placa que o caminhão atingiu parece intacta, mas vamos reforça-la por precaução. De qualquer forma o muro vai aguentar e os outros vão voltar.

— Eles vão voltar!  – tento soar o mais confiante possível.

— Daryl, Abraham e Sasha tem veículos. Vão levá-los para longe como  fizeram com os outros. E Glenn e Nicholas entrarão pelo portão da frente. – Rick consigo e Maggie assente esperançosa. — Eles sabem o que estão fazendo. E nós sabemos o que precisamos fazer. – ele alterna seu olhar entre algumas pessoas. — Façam pouco barulho, fechem as janelas, ou melhor, apaguem as luzes. Deixaremos esse lugar silencioso como um cemitério. 

— Aqui já é um cemitério.  – uma moradora diz e Rick parece ficar sem respostas, fazendo um silêncio mórbido se instalar entre nós.

Não concordo com ela, aqui não é um cemitério, não ainda. Precisamos lutar por esse lugar, aqui é nossa casa, não podemos simplesmente desistir.

— A pedreira não resistiu e aqueles zumbis estavam vindo pra cá, todos eles... – Aaron rompe o silêncio. — O plano de Rick impediu que isso acontecesse. Guiamos metade deles para longe. Eu estava lá fora um dia recrutando com o Daryl. Queria procurar comida em uma fabrica de conservas e Daryl queria continuar procurando pessoas. Fizemos o que eu queria, e acabamos numa armadilha armada por aquelas. Eu perdi a minha mochila, devem ter nos seguido. O grupo que nos atacou... Eles encontraram esse lugar por minha causa.

— Discutiremos isso depois. – Rick responde olhando para Aaron e depois para Morgan.

— Deanna?  – Tobin chama pela mulher que está se distanciando de nós. — Deanna? – ela parece fora de órbita.

Aos poucos as pessoas vão se afastando, então Carl e eu retomamos nossas caminhada, pois ainda temos que encontrar o Ron.

Sigo o percurso em silêncio, pensando em todas as coisas que estamos enfrentando. O que está acontecendo mexeu com todos. As pessoas não estão preparados para lidar com algo assim, mas elas precisam permanecer fortes nesse momento.

Confesso que também estou muito preocupada. Eu e meu pai nem ao menos tivemos tempo para conversar direito e agora estou correndo o risco de perdê-lo para sempre. Isso não é justo. 

— Você está bem?  – Carl parece notar que estou aflita.

— Estou. Só estou preocupada com meu pai e os outros.  – coloco uma mecha do meu cabelo para trás da orelha e solto um longo suspiro. — Pra ser sincero eu estoi com muito medo, Carl.

— Você não precisa ter medo, eles vão voltar. – ele passa o braço em volta de mim, me abraçando de lado enquanto andamos. — Quando Daryl voltar, vamos ter que falar que estamos juntos. Acho que ele vai querer me matar.  – Carl ri, mas percebo que ele está um pouco nervoso.

— Eu não vou deixar, prometo.  – digo rindo e Carl deposita um beijo no topo da minha cabeça. 

Encontramos Ron depois de alguns minutos andando. Ele está sentando no chão, distraído com sua faca enquanto crava e retira a mesma da grama. Carl e eu trocamos um breve olhar e assentimos um para o outro antes de nos aproximarmos do garoto. 

— Ei?  – Carl o chama. Ron ergue a cabeça e nos encara. — Tudo bem?

 — Por que não estaria? – ele responde curto e grosso.

— Você viu a Enid?

— Não desde que a vi com você. – ele desvia o olhar.

— Acho que ela pulou o muro antes da horda chegar e agora está presa lá fora.  – eu digo. 

— E por que pensa que ela não morreu?

— Qual é, cara – Carl continua e Ron alterna seu olhar entre nós dois, balança a cabeça em negação e levanta nos dando as costas. — Escuta... Nós vamos encontrá-la, só precisamos da sua ajuda. Se escalar...

— Não vou te ajudar.  – Ron o interrompe e eu reviro os olhos.

— Não é por você é pela Enid, sua amiga. – Carl tenta convencê-lo.

— Minha namorada! – ele altera seu tom de voz. — Ou pelo menos era antes de você aparecer.

— Então você quer deixá-la? – pergunto dando um passo em sua direção. — Não se importa com ela?

— Eu a avisei para parar de sair. – ele gesticula com as mãos. — Avisei que há pessoas ruins lá fora e que isso é idiota e perigoso.

— Não se souber o que está fazendo. – Carl retruca e Ron nega com a cabeça.

— Você pode até ir atrás dela, mas vai sozinho.

— Ele não vai sozinha, eu vou com ele. – digo o encarando. — Nós vamos trazê-la de volta.

— Você vai mesmo arriscar a sua vida por ele? – ele pergunta indignado.

— Sim, eu vou. – afirmo com convicção. — Quando nos importamos com alguém, correr certos riscos faz parte do pacote. Você não sabe como é porque não se importa com ninguém.

— Eu me importo com você. – arqueio uma sobrancelha. — Por isso não vou deixar que você vá.

— Como? – solto uma espécie de risada sem humor. — Você não manda em mim. – dou as costas para Ron e saio puxando a mão de Carl que me acompanha. 

— Ivy!  – Ron nos segue e agarra meu braço com força.

— Se afasta dela!  – Carl se vira para ele e o empurra. 

Ron o encara com raiva e cerra os punhos, o empurrando de volta. Carl parte para cima do garoto e os dois começam uma briga ridícula. 

— Parem com essa merda! – eu grito e tento puxar Carl pela camisa. — Carl, para agora! – ele o empurra com força e o garoto perde o equilíbrio, tossindo um pouco quando se choca contra o chão. Carl tenta ir para cima dele de novo, mas eu entro em sua frente. — Já chega.  – digo pegando sua mão. — Vamos embora. – começo a puxá-lo para longe dali.

— Eu estou tentando te proteger, Ivy. É muito perigoso. – Ron diz num tom alto.

— Não preciso da sua proteção. – digo sem me virar.

— Eu vou contar para o seu pai, Carl. – ele continua, mas nós o ignoramos. — Ele sairá para procurá-los, e outros também. E então alguém morrerá.  – paramos para de andar e olhamos para ele que ainda está deitado no chão. Carl trava o maxilar e eu franzo o cenho. — Você salvou a minha vida e agora eu estou salvado a sua.

Carl e eu nos entreolhamos e balançamos a cabeça em negação, então voltamos a caminhar deixando Ron para trás.

***

Andamos até o lago da comunidade e paramos ali. Eu me sento no banco de madeira e cruzo as pernas em cima do mesmo e Carl permanece de pé fitando a água logo à frente. Fico o observando em silêncio enquanto ele pega algumas pedrinhas no chão e as joga com força em direção ao lago. Sei que ele está frustrado com a nossa situação e preocupado com  Enid, eu também estou. Quero ajudá-la, mas não sei como.

— Ei? – levanto e paro ao seu lado. — O Ron é um idiota e nós não precisamos dele. Podemos fazer isso, só precisamos de um bom plano e...

— Não. – Carl diz e eu franzo o cenho. — Acho que ele está certo. É muito perigoso.

— Enid está sozinha lá fora, Carl. – tento argumentar. — Precisamos ajudá-la.

— Nós vamos. – ele olha para mim. — Mas não podemos sair agora. É burrice, Ivy.

— Mas e se ela estiver correndo algum perigo? 

— Enid é esperta e sabe se cuidar. Ela ficará bem. – ele afirma. — E nós vamos procurá-la assim que o pessoal voltar e afastar a horda.

— Certo...  – não estou confortável com a decisão de Carl, mas sei que é o mais sensato no momento. — E faremos agora para matar o tédio? Estamos presos aqui até Deus sabe quando. – sentamos juntos no banco. 

— Bom, eu tenho uma ideia – Carl sorri para mim.  — Que tal me contar mais sobre você?

— E o que quer saber?  

— Tudo! – solto um riso anasala.

— Tudo é muita coisa, Mini Xerife. Preciso saber por onde começar. 

— Ok. Ahn... – ele parece pensar. — Comece contando sobre seu antigo grupo. – o sorriso em meus lábios se desfaz e a súbita mudança de expressão é notada por Carl. — Você não precisa contar se não quiser.

Encolho os ombros um pouco tensa. É um assunto que me deixa bastante desconfortável. Reviver memórias, sejam boas ou ruins, é algo que costumo evitar. Mas Carl agora é meu namorado e se eu realmente quero que o nossa relacionamento funcione, então preciso confiar e me abrir com ele.

— Eu quero. – tento soar convicta, mas falho. Carl coloca a mão sobre a minha coxa e a acaricia carinhosamente. — Não éramos um grupo muito grande, apenas quinze pessoas. Nós cuidávamos uns dos outros, como uma verdadeiral família. – esboço um sorriso. — Nosso líder era o tio Peter. Ele era policial antes da merda ser lançada ao ventilador, marido da melhor amiga da minha mãe, a tia Molly, e também a minha referência paterna. – explico de forma resumida. — Depois que a minha mãe morreu, ele e a tia Molly me adotaram e cuidaram de mim como se eu realmente fosse filha deles. 

— Como você acabou sozinha? – Carl pergunta e eu sinto um nó em minha garganta.

— Tio Peter morreu em uma ronda. Depois de sua morte, Johnny, o ex namorado babaca da minha mãe, assumiu o lugar dele. Não foi algo democrático, o filho da puta simplesmente fez uma pirâmide com os outros e se colocou no topo. – faço uma pausa e respiro fundo. — Não era tão ruim no começo, mas então ele começou a criar regras idiotas. Ninguém concordava, somente Kendall, Jayson e Matthew. Eles eram uns cretinos também. – cerro os punhos. — Havia uma única regra que eu concordava, era a regra que proibia qualquer um de matar um companheiro. Mas certo dia, Kendall invadiu a minha barraca e tentou... – não consigo terminar a frase, pois o nó em minha garganta parece crescer. — Você sabe. 

— Mas ele chegou a...

— Não. – o interrompo. — Porque o matei antes. Foi a primeira vez que matei alguém, eu me senti um monstro.  – mordo meu lábio inferior e tento conter algumas lágrimas que ameaçam cair.

— Você apenas se defendeu. Fez o certo. – Carl tenta me confortar. 

— Não foi o que Johnny pensou. – balanço a cabeça em negação. — Ele me puniu por ter matado o Kendall. Fui levada para longe do acampamento e amarrada em uma árvore, sem comida e água. Era para ser só um castigo, Johnny queria que eu morresse aos poucos. – respiro fundo. — Mas Billy, meu irmão adotivo, conseguiu me encontrar e nós nós escondemos em uma cabana. 

— O que aconteceu depois? – travo o maxilar, estou ainda mais tensa. Agora começa a parte mais dolorosa da história.

—  Como punição por termos fugido, Johnny matou tia Molly e a amiga minha, Jenn ‒ lágrimas escorrem pelo meu rosto sem meu consentimento. — Quando nos encontraram, matou Billy também bem na minha frente. Eu fiquei com tanto ódio que, até hoje não sei como, mas arranquei um dedo de Johnny com os dentes. – Carl me encara parecendo surpreso. — Quase fui espancada até a morte por isso. O filho da puta precisou voltar ao acampamento para cuidar do ferimento. Eu dei um jeito de escapar de Matthew e cortei a garganta do desgraçado. – não sinto remorso algum por isso. — Peguei a arma dele esperei Johnny voltar para acabar com ele também. – respiro fundo e nego com a cabeça. — Mas eu não consegui, simplesmente não consegui... – sinto a raiva percorrer o meu corpo. — Então atirei em suas pernas e braços, depois disparei um tiro para o alto na intenção de atrair errantes e o deixei para ser devorado. Corri de volta para o acampamento, mas e quando cheguei lá, uma horda havia invadido invadido o lugar. Não tínhamos armamento suficiente e os mortos eram muitos... Ninguém sobreviveu, exceto o meu amigo Shawn, mas ele havia sido mordido no ataque. Contei tudo o que Johnny fez comigo e, mesmo prestes a morrer,  ele pegou um dos carros e me levou para  longe daquele lugar. Shawn tentou aguentar a infecção o máximo que conseguiu porque não queria morrer e me deixar sozinha. 

— Sinto muito, linda. – ele enxuga as lágrimas que escorrem pelo meu rosto. — Eu não tinha ideia...

— A única coisa que eu queria era ter certeza que aquele filha da puta teve uma morte lenta e cruel. Espero que ele esteja queimando no inferno agora. ‒ digo entredentes. — Aquele homem matou todos que eu amava, ele destruiu tudo que era em minha vida e eu... – balanço a cabeça em negação. — Eu fui covarde e não consegui acabar com ele. Esse é o meu maior arrependimento.

— Isso já passou. ‒ ele passa o braço não redor dos meus ombros e me puxa para perto, beijando o topo da minha cabeça. — Você está aqui comigo agora e reencontrou seu pai. Sei que você jamais esquecerá tudo que passou, mas essas coisas tornaram você mais forte e te trouxeram até aqui.

— Eu sei, mas as eu não consigo me perdoar por ter deixado aquele desgraçado vivo. – respiro fundo. — Eu devia ter acabado logo com a vida dele. 

— Vamos mudar de assunto, ok?  ‒ ele entrelaça seus dedos nos meus e leva minha mão aos lábios, pressionando um beijo ali. — Desculpe por fazer você reviver essas memórias ruins.

— Está tudo bem. ‒ sou sincera. — De alguma forma, estou feliz por ter compartilhado isso com você.

Carl sorri e nós nós beijamos. E novamente é um beijo diferente, nossas línguas exploram todos os lugares da boca ou do outro e no fim ele morde levemente o meu lábio inferior. Esboço um sorriso, beijar Carl é maravilhoso.

— Carl?! ‒ alguém o chama. Nós nós separamos e eu olho por cima dos ombros, vendo Carol caminhando em nossa direção — Você pode ficar com a Judith? Eu preciso resolver algumas coisas.

— Tudo bem. ‒ ele se levanta — Você vem?

— Não. ‒ digo — Vou ficar aqui mais um pouquinho. ‒ ele assente e da as costas.

Até hoje eu não tinha contando essa história a ninguém, foi muito bom contar para Carl, estou me sentido até um pouco mais leve agora.

Observo a casa de Nate. O sangue na varanda já foi lavado e tudo parece tranquilo demais. Eu resolvo ir ver como ele está, me  levanto e ando até a casa. Assim que chego até a mesma, bato duas vezes na porta e depois de alguns instantes uma mulher atende. Seus olhos estavam vermelho e inchados, ela parecia ter chorado.

— Oi...‒  digo um pouco tímida.  — Nathan está em casa?

— Sim. ‒ fala ela. — Quem é você?

— Meu nome é Ivy. Sou uma amiga dele.

 —Pode entrar. ‒ ela me da passagem. — Ele está lá em cima. Pode subir. 

Esboço um sorrio e subo a escada. Paro em frente a uma porta com um poster de super-herói  e deduzo ser o quarto de Nathan. Deposito leves socos na mesma e espero alguma resposta.

— Eu já disse que não quero conversar, mãe.  ‒ Nate grita de lá de dentro.

— Não é a sua mãe. ‒ eu falo. — Sou eu, Ivy. ‒ ele não fala mas nada. Demora um pouco, mas ouço passos e logo ele abre a porta — Até que fim, achei q... ‒ paro de falar ao ver o hematoma em seu olho.  — Nate, o que aconteceu? 

— Nada. ‒ ele se joga na cama e cobre a cabeça com um cobertor. — Você pode ir embora, por favor? Não é um bom momento.

— Você pode conversar comigo se quiser. ‒ sento na beirada de sua cama. — Só quero saber como você está.

— Eu não estou nada bem.  ‒ fala ele num tom ríspido. — Por favor, vá embora. 

— Não vou embora enquanto você não contar quem fez isso.  ‒ digo firme.

 — Por que quer saber? Não é problema seu.

— Tem razão. Não é problema meu, mas se estou perguntando é porque me importo com você.

— Quer saber? ‒ ele retira o cobertor da cabeça e se senta na cama. — O meu irmãozinho morreu, minha mãe está lá embaixo chorando e meu pai arrebentou a minha cara e me culpou pelo que aconteceu. Como se já não bastasse, ele também disse que preferia que eu tivesse morrido no lugar de Simon. ‒ falou transtornado.

Fico sem reação. Que tipo de pai fala isso para um filho? 

— Eu sin...

— Sente muito? ‒ ele me interrompe. — Você já me disse isso várias vezes e sabe no que adiantou? Não adiantou nada! Nada, Ivy.

— Já chega!  ‒ eu me levando. — Desculpa por não conseguir te fazer se sentir melhor, mas pare de descontar a sua raiva em mim, seu idiota! O que aconteceu é o que sempre acontece, pessoas morrem o tempo todo e isso não vai mudar. A culpa não é minha, não é sua, não é de ninguém. Essa merda toda é apenas a vida. Pare de  se culpar, a culpa corrói e com o tempo destrói todos os nossos sentimentos bons. E no seu caso, infelizmente já começou a destruir.  ‒ saio batendo a porta.

Desço às escada rapidamente e vou embora.

Eu sinto pena do Nathan. Agora ele está vivendo a realidade e sinceramente ele não estava preparado. Deve ser difícil ser tirado do seu mundinho perfeito assim.

Porque, às vezes, acontecem coisas com as pessoas com as quais elas não estão preparadas para lidar. E essas pessoas, elas não estavam  prontas. O mundo acabou, mas até agora eles não tinham se dado conta. 


Notas Finais


Então pessoal,esse foi o cap de hoje. bjjs e até a próxima.


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