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História Extras Pernico-Percico - (Não) deveria ter ignorado


Escrita por: AnaCCohen

Capítulo 17 - (Não) deveria ter ignorado


— Percy. — Uma voz ecoou.

Quem o chamava? Quis perguntar. Entretanto, não saberia como fazê-lo. Apenas via aquele branco que se estendia por quilômetros e o vazio, um tipo de luz cintilante que o impedia de se mover ou sentir qualquer coisa a seu redor.

— Aqui, olhe para mim. Use seus olhos.

Ele tinha que usar seus olhos, o que parecia óbvio o suficiente. Só precisava ver. Tão simples. Não é como se não tivesse pensado nisso, mas talvez fosse exatamente o que precisava escutar. Era estranho ter que ouvir o comando daquela voz para poder enxergar.

Percy piscou e lá estava, a primeira imagem se fazia perante seus olhos. O manto branco foi substituído pelo céu mais bonito que já tinha visto; azul claro, sem nuvens e nítido como sempre quis ver. Em seguida, um campo de flores apareceu feito mágica e uma brisa suave tocou seu rosto. Focou a visão e viu a familiar figura de Nico di Ângelo. Tirando o sangue que naquela noite se espalhava por todo o lugar, Nico estava igual ao que ele se recordava; Armadura negra, roupa escura e espada de ferro estígio na mão. Havia também um sorriso no rosto de Nico, uma expressão que não havia visto antes, com feições calmas e suaves, algo entre amoroso e… encantado? Encantado com Percy? Só Enzo o olhava dessa forma…

— Percy. — Nico disse novamente, ele sorriu e tocou seu rosto. Percy pensou por um momento no que acontecia. Aquele não era o Nico que ele conhecia. Deveria ser um sonho ou armadilha de algum monstro ou, talvez, estivesse nos campos Elíseos. Percy tinha morrido? Pouco provável. Então, tratou de se concentrar na figura a sua frente. Se arrependeu logo em seguida. Já havia sentido aquela emoção, a mesma que ele costumava sentir em seus tempos sem memória ao lado de Nico ou quando Enzo tocava ou ria para ele. Era contentamento, uma alegria eletrizante que chegava a doer.

Ah, sim. Era disso que fugia. Odiava sentimentos, pensou. Emoções só atrapalhavam.

Piscando, ainda olhando para o rosto de Nico, Percy esticou as mãos. Precisava ter certeza de que era real.

Fazia tanto tempo.

Nico continuou a sorrir para ele e segurou seu rosto com as duas mãos, se aproximando. Nico iria lhe beijar? Era o mais doce momento.

Percy fechou os olhos e os lábios se encontraram, roçando lentamente e línguas se entrelaçaram, provando o gosto um do outro. A sensação conhecida percorreu mais uma vez seu corpo; arrepios subiram por sua coluna e pararam no meio de seu estômago, fazendo Percy gemer e agarrar Nico feito um adolescente depois do primeiro beijo.

— Eu tinha esquecido como você é engraçado. — Nico disse, ainda sorrindo, olhando para Percy sem soltar de seu rosto. Nico parecia estar em um estado de felicidade permanente. Percy sorriu também. Gostava de ver Nico assim, feliz e leve. Gostaria de ter feito Nico sorrir ao menos uma vez.

Ele engoliu em seco e piscou, sentindo a visão embaçada.

— Está tudo bem. — Nico falou. — Não fique triste. Eu estou bem.

— Hurm… — Percy pigarreou, tentando limpar a garganta. — Onde estamos?

— Não sei direito. Deve ser uma espécie de limbo. Algo entre paraíso e inferno, um estado de inconsciência. — Nico disse abraçando Percy pelo pescoço, exatamente como Enzo faria. Percy suspirou, se dando por vencido e agarrando a cintura de Nico em um aperto firme e deslizando as mãos pelas costas do garoto, massageando devagar.

— O que estamos fazendo aqui? — Percy disse, distraído. Se concentrou na forma que o corpo em suas mãos tremia e arrepiava. Gostou da sensação e se perguntou; se encostasse os lábios naquela pele morena, bem abaixo do pescoço, na junção com os ombros, Nico gemeria para ele?

Humm, sim. Ele gemeria. Então, sem perceber, seus lábios já estavam lá, mordendo, beijando, lambendo e chupando, descendo devagar.

— Percy… — Nico gemeu baixinho em uma espécie de guincho rouco. Percy queria morder com mais força a cada sussurro que saia da boca de Nico. — Percy, pare. — Nico disse enfim, sem convicção.

Percy parou. Parou porque Nico pediu. Não havia nada que Percy não fizesse por Nico.

Ele permaneceu perto de Nico, braços em volta do corpo magro e forte e a boca a centímetros da dele, e observou a ansiedade e insegurança emanando de Nico. Sorriu tentando confortá-lo, porque era isso o que Nico precisava.

— Você confia em mim? — Nico perguntou a Percy. — Você vai fazer o que eu pedir?

— Tudo o que você quiser. — Percy disse sem hesitar, voltando a se parecer com um guerreiro, com o herói do olimpo.

— Então você tem que cuidar do bebê, cuidar do Enzo. — Nico falou pensativo, testando a sonoridade do nome e aprovando.

Percy queria perguntar como ele sabia esse nome e porque tinha que cuidar da criança, mas estava cansado de negar. Se isso fosse necessário para deixar Nico feliz, Percy faria.

— Eu prometo. Eu vou cuidar do Enzo. — Percy falou, respirando fundo. Faria o melhor para cumprir a promessa.

— Eu acredito em você. — Nico fala então, beijando seus lábios. — Quero que você viva e seja feliz, ok?

Percy o beija de volta e sente Nico se dissolver entre seus dedos, sobrando apenas a sensação deitada por ele em sua pele.

— Eu sempre estarei com você.

É a última coisa que Percy escuta antes de tudo escurecer, caindo em um sono sem sonhos.


Notas Finais


Como vão todos vocês? Quando tempo, certo? Só estou passando para dizer que eu ainda estou viva e pretendo continuar a "Stranger" que logo vai mudar de nome. Também queria dizer que eu deixo esse pedaço de historia que eu escrevi da serie 'Deveria', 3ª parte que estou revisando e adicionando novas cenas. Então, quem gostou vai poder continuar lendo.
Assim que os capítulos estiverem prontos eu avisarei.

Eu gostaria de agradecer quem ainda lê minhas historias e dizer que eu agradeço por cada comentário e favorito, vocês não sabem como a presença de vocês é importante.

Até mais e obrigada por ler.


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