História Extrasolar - Rotina

POV Lauren Jauregui Slow

Aquelas palavras foram golpes certeiros na boca do estômago. Por mais que meu subconsciente já estava ciente de tudo. Daniele ter dito, ouvir outra pessoa falando não deixava de me abalar.

Abaixei a cabeça soltando todo ar que estava preso em meus pulmões sem nem ao menos perceber. Matthew havia ido longe demais, se seu objetivo era me humilhar e me abalar, ele realmente conseguiu. 

Meus olhos estavam presos ao chão borrado pelo marejar de lágrimas presas. Como ele pode me humilhar de tal forma? Pedir aos nossos amigos um assunto somente nosso!! 

Sentir uma mão tocar em meu ombro. 

- Lauren eu...

- Não – Interrompi a fala de Daniele. Levei as costas de minha mão até meus olhos os secando discretamente – Tudo bem – Levantei a cabeça para observar meus dois amigos a minha frente, eles me olhavam com pena – Obrigada pelo recado e pelo jantar, estava delicioso, agora preciso ir. Amanhã tenho mais um dia longo no trabalho.

Abri um sorriso triste no intuito de dizer que estava tudo bem, mas eles sabiam que estava tudo, menos bem.

[...]

Nunca percebi o quão espaçosa minha cama é. Não até hoje, depois de deixar as lágrimas escorrerem livremente na companhia da insônia, cheguei à conclusão que o problema não está na cama, mas sim na solidão. Por Deus, nunca me vi tão só.

As grandes persianas automaticamente se abriram me banhando com a claridade do amanhecer. Forcei um pouco a visão para observar o céu escuro sendo dominado pelo alaranjar do sol, abri um sorriso. Em momentos tão difíceis em minha vida, poucas coisas conseguem me fazer sorrir. 

Depois de uma noite difícil, preciso ter coragem para enfrentar mais um dia monótono. Sentei-me na cama, meu corpo todo doía, como se um empilhador tivesse passado por cima de mim. Alcancei meus óculos e o pequeno aparelho em cima do criado mudo, e o levei até minha orelha, com delicadeza o pressionei.

- E-mails – Disse com minha voz rouca, mais rouca que o normal. Matthew amava minha voz pelas manhãs. 

Coloquei meus óculos e arrastei meu corpo para fora da cama me espreguiçando, o sensor fez com as luzes se acendessem.

Abri o e-mail, visualizando-o pela telinha que acompanhava meu phone/ditador.

Revirei os olhos ao ver que era um e-mail de Daniele.

- Ligar TV – Disse o comando e o eletrônico se acendeu revelando o noticiário de todas as manhãs. Mais rotineira que minha vida se tornou, impossível!

Calcei minha pantufa azul marinho e caminhei até a cozinha. As luzes se acenderam, fui ate a cafeteira e a preparei para um café e em seguida liguei a torradeira. 

Apertei o botão do armário e a porta se abriu, peguei minha caneca do clássico Star Wars. Olhando para pequena tela onde informava que havia um novo e-mail de Daniele, ouvi a máquina de café apitar. 

Por fim, criei coragem e abri o e-mail me servindo com uma boa quantia de café. Encostei meu corpo na bancada da cozinha.

"Obrigada por jantar conosco ontem a noite. Queria saber se chegou bem em sua casa. Olha me desculpa..."

Antes de terminar de ler encaminhei o e-mail para a lixeira.

Não preciso ouvir as desculpas desnecessárias de Daniele, ela apenas passou um recado, nossos amigos não tinham culpa de nada e muito menos tinham de ser envolvidos em nossos problemas. 

Passei para o próximo e-mail que indicava ser de Matthew

A torradeira apitou, as torradas saltaram sinalizando que estavam prontas. Me aproximei e peguei uma. Encaminhei o e-mail do homem diretamente para lixeira, sem ao menos abri-lo.

Eu já sabia o que teria naquele e-mail. Provavelmente Matthew programou para todos os dias me lembrar de assinar os papéis de divórcio me enviando um e-mail. Será que ele já encontrou uma pessoa? Provavelmente, afinal, são apenas papéis que ainda nos une, pois, o amor se foi a um bom tempo. 

"Lembretes, arrumar a casa e lavar as roupas". Apitou o lembrete na pequena tela me fazendo revirar os olhos.

Levei minha mão até a orelha pressionando o dispositivo, desligando e o tirando, deixando sobre a bancada. 

Tomei todo meu café e comi todas as torradas, tomei um bom banho relaxante, eu precisava pelo menos disso para enfrentar horas sentada em uma cadeira, escrevendo cartas a pessoas que fingem se importar umas com as outras.

Eu não sabia certo o que vestir, a pequena tela embutida na parede de meu closet estava acesa me indicando diversas combinações de roupas. Eu costumo sempre optar pela opção do aparelho, mas hoje eu queria me vestir da forma que me sentisse melhor. Optei por uma saia longa cor creme, um cropeed um pouco mais escuro e um tamanco fechado preto. Apaguei as opções que iam surgindo na tela e me vesti rapidamente. Ainda tinha de arrumar a casa.

Ajeitei os óculos com o indicador em meu rosto, me direcionei até despensa onde há dois pequenos discos, cliquei em iniciar, digitando o tempo que julguei ser necessário para a limpeza. Os coloquei no chão e então os discos giravam por toda a casa.  Enquanto um aspirava todo pó e impureza pelos cantos e cômodos, o outro polia o chão com maestria. Muito prático, não é?

 Passei pela cozinha, ligando a lavadora de louça. Fui ate a área de serviços e coloquei dentro da auréola clean toda a minha roupa suja, apertei levemente alguns botões selecionando a lavagem correta e liguei. Automaticamente o tambor que fica dentro da aureola começou a girar rapidamente.

Finalizei minhas tarefas e parti para o trabalho, decidi ir de metrodisel, mesmo tendo um dirigível e encurtando meu tempo de chegada, me ajudaria observar o céu e as pessoas que me rodeavam, eu precisava respirar.

Costumava fazer isso sempre com Matthew

Parei em frente à estação, encostei minha mão na pequena tela na catraca, um sensor capturou minhas digitais, com elas teve a acesso a minha conta bancária descontando 2,00 Futudismes liberando meu acesso.

Entrei na estação, estava lotada de pessoas, pessoa de todos os tipos. Eu caminhava sem pressa alguma, mas algo chamou minha atenção, como uma observadora, notei um pequeno cercado de vidro, me aproximei parando em frente.

 Repentinamente um fio de luz saiu do chão, uma música passou a sair dos autos falantes chamando a atenção de todos. Um holograma mais que realista de uma mulher muito bonita surgiu na minha frente. 

Nós lhe fazemos uma pergunta bem simples, quem é você?

Disse a mulher apontando para mim.

O que você pode ser? Para onde você vai? O que há lá fora? Que possibilidades existem?

Estávamos vidrados com tanta tecnologia, parecia realmente que havia uma pessoa ali dentro, tudo era tão real. Imagens passavam atrás da mulher, a voz dela era doce e ecoava por todos os lados daquela estação.

 Temos o prazer de lhes apresentar um sistema operacional. Uma entidade intuitiva que o escuta, o compreende e o conhece. Não é apenas um sistema operacional, é uma consciência. Apresentamos Oreon. Limitado!

Ao final da frase, tudo havia sumido, menos a caixa de vidro, as pessoas ao redor entreolhavam-se admirados. Apenas pisquei algumas vezes voltando para minha realidade.

Oh sim, é apenas mais uma empresa querendo sugar nossos Futudismes. Ouvi alguém dizer.

Girei nos calcanhares e fui em direção ao meu destino, em meu bolso peguei meu pequeno dispositivo e o levei até minha orelha, pressionei para liga-lo e na pequena tela em minhas mãos selecionei algumas músicas para ouvir.

[...]

Ao meu amor Isabelle.

Eu sinto de longe toda sua insegurança desse nosso próximo passo na vida. É normal. Mas quero lhe passar segurança e te dizer que se você se sentir só, me chame para te dar um abraço bem apertado. Se você se sentir triste, me chame para lembrá-lo dos momentos únicos que passamos juntos. Se você precisar de carinho, me chame para que possa ganhar colo. Se você precisar de ajuda me chame. Não sei se posso trazer a solução, mas posso ajudá-la a encontrá-la. Se você precisar de amor, me chame para te dar beijos bem caprichados. E se você precisar de mim, para o que quer que seja, me chame. Direi EU TE AMO quantas vezes você precisar ouvir. Estarei com você em todos os momentos, sejam eles felizes ou não.

Com amor Brian, amigo, amante e futuro marido.

Enviei todas as cartas feitas por e-mail ao Sr. Parker que respondeu com seu típico e-mail de agradecimento. Ignorei, só queria chegar logo em casa. Juntei todas as minhas coisas, peguei todas as cartas impressas e depositei na maquina onde enviaria a seus devidos destinatários.

- Olá Lauren – Disse Meri a recepcionista chamando minha atenção. Olhei para a morena, ela sorria para mim com simpatia. 

- Ah, olá Meri – Dei o meu melhor sorriso e continuei os envios – Achei que não voltaria, já se passaram três meses.

-  Você não tem ideia de quantos anos trabalhei sem férias!

- Que bom que descansou bastante então, três meses é muito tempo.

- Sim é sim. Oh! Eu viajei para Europa – Terminei meus envios e me virei de frente para a morena ajeitando os óculos em meu rosto com o dedo indicador – Conheci o amor da minha vida – Meri sorriu envergonhada, estava apaixonada, conheço bem aquele sorriso. 

- Sério? Uau... Fico feliz por você. 

- Sim! Conversamos todos os dias, nas ferias dela ela virá passar comigo. Podíamos marca um encontro de casais. Você e seu marido... Como é o nome dele mesmo?  

Troquei o peso das pernas desconfortavelmente. Não me bastava tudo lembrar Matthew, todos tinham que me lembrar da existência dele e de que um dia ja tivemos algo. 

- Matthew e ele não é mais meu marido – Praticamente sussurrei com o olhar baixo, não queria olhar para Mari, ela faria o mesmo olhar que todos fazem quando o assunto minha separação é tocado. 

- Sinto muito Laur...

- Não! – A interrompi – Não sinta – Ergui meu olhar para observar Mari. Seu olhar de pena estava pairando sobre mim – Esta tudo bem. Preciso ir antes que eu perca o metrodisel. Tchau Mari.

Virei-me e me direcionei para a saída.

- Tchau Lauren!

[...]

Não havia nada melhor que esta em sua casa, limpa, depois de mais um dia de trabalho. 

- Hey!! Presta atenção! – Resmungou meu companheiro no jogo. 

- Calma baixinho, eu só me distrai. 

Estava em uma fase extremamente difícil no jogo, faz dias que estou presa a ela com esse anão de boca suja, soltei um riso nasal. Daniele e sua marca de utilizar palavras de baixo calão em seus personagens. 

- Estou cansado de ficar preso nesse buraco – Resmungou o anão rabugento.

Neguei com a cabeça rindo, movimentando meus dedos das mãos para baixo e para cima, passei a movimentar meu personagem tentando subir uma montanha de neve, mas não consegui, não movimentei os dedos rápido o suficiente, deixei meu personagem aventureiro fracassado como eu, cair ladeira abaixo.

- Porra...

- Desligar – Disse antes que meu anão companheiro resolvesse reclamar. 

Fui para o meu quarto, soltei um ar pesado e me deitei. Passaram-se muitos minutos e eu permanecia aqui, deitada, olhando para o teto branco de meu quarto. Lembranças de momentos bons com Matthew vagavam em minha cabeça, me impedindo de fazer aquilo que eu mais queria fazer... Dormir. Olhei para a poltrona laranja e dos momentos em que chegávamos bêbados e fazíamos amor ali mesmo, sem pudor algum. 

Droga, eu preciso urgentemente transar

Olhei para o criado mudo e lá estava meu pequeno aparelho, estiquei o braço o alcançando e o coloquei em meu ouvido, por algum motivo, eu havia cadastrado o número do chat que Daniele havia me passado.

- Sala de bate-papo. – Disse fazendo a ligação.

Os seguintes homens adultos estão com insônia e buscam diversão – Ouvi a gravação.

“Ahh”. Suspirou o homem "Tive um péssimo dia no trabalho e não consigo dormir. Tem alguém querendo conversar?"

- Próximo. – Eu disse.

"Oi gatinha... Só queria foder você"

Neguei com a cabeça. 

- Próximo.

"Oi" Disse a voz bonita e grossa "Estou sozinho e não consigo dormir. Alguma moça que queira dividir cama comigo?"

- Enviar mensagem – Decidi dar uma chance ao homem da voz linda – Estou deitada ao seu lado na cama, que bom que não dormiu, mesmo se tivesse dormindo eu o acordaria – fiz uma breve pausa – Enviar mensagem.

"BigPau aceitou o convite de GatinhaSolitaria" Soltei um riso nasal "O bate-papo começa agora" – Disse a voz automática.

- Big Pau. Sério? – Perguntei segurando o riso. 

- Mais que sério – Brincou ele – E você... É mesmo uma gatinha solitária? 

- Sim – Respondi rindo. 

- Ótimo, porque eu estava quase dormindo. Quer me acordar? – Perguntou em um tom de malicia. 

Mordi o lábio inferior na duvida se devo continuar com isso ou não... Foda-se. 

- Com toda certeza – Respondi. 

- Excelente... Me diga, que calcinha você esta usando? 

- Quem disse que estou usando calcinha? Gosto de dormir já nua, de costas para você, roçando em seu membro grande e grosso e fazer você acordar com uma ereção.

Fechei os olhos facilitando imaginar a cena.

- Hmmm gatinha... Esta funcionando – Gemeu o homem – Agora eu estou tocando você, minha mão passeia livremente em seu corpo até chegar em sua boceta. Ohh tão molhadinha -  Deslizei minha mão para dentro do shorts de dormir, até chegar em minha boceta – Separei seus grandes lábios e estimulei seu nervo. Você esta tão molhadinha – Fechei meus olhos mais apertados quando minha mão tocou em meu nervo e eu passei a estimulá-lo. 

- Isso – Soltei um gemido ofegante enquanto eu estimulava meu nervo sem parar – Me coma agora! 

- Sem parar o movimento de minhas mãos, penetrei com meu grande pau, indo fundo e forte por trás de você. 

- ISSO PORRA!! – Gemi mais alto quando deslizei meus dois dedos para dentro da minha boceta, minhas paredes internas ja os esmagavam pela excitação – Mais rápido. 

Comecei a movimentar meus dedos, tirando e entrando novamente na minha boceta, a cada vez mais melado. 

- OHHHH E-EU VOU GOZAR!!!! 

- Aguenta só mais um pouco – Supliquei ofegante mantendo os movimentos de meus dedos. 

- Não consigo... – Disse o homem em meio aos gemidos – OHHHH ESTOU GOZANDO!!!

No mesmo instante parei de movimentar meus dedos, os tirando de dentro do meu shorts

Filho da puta. Desgraçado.

Eu o xingava mentalmente enquanto ouvi sua respiração ofegante. 

- Hey Gatinha, obrigado...

- Vai a merda você e sua ejaculação precoce!! – Eu podia sentir meu rosto quente de raiva – Desligar e bloquear BigPau!!

Tirei meu dispositivo do ouvido e o joguei ao meu lado, eu olhava para o teto na tentativa de entender o que acabou de acontecer, alem de puta, com insônia, drasticamente molhada. Eu estava insaciada sexualmente.

Filho da Puta