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História Fada Por Acaso - Jeon Jungkook - Jungkook, a (quase) fada


Escrita por: Eupraxia

Notas do Autor


Hello xuxus, como estão? Essa é uma fic q eu tenho escrito a um tempo e q foi inspirada em algumas séries e filmes q eu amo, espero q gostem ^-^ vou deixar algumas observações no final ok?
E isto, boa leitura

Capítulo 1 - Jungkook, a (quase) fada


Fanfic / Fanfiction Fada Por Acaso - Jeon Jungkook - Jungkook, a (quase) fada

Akai Ito:

Um fio invisível conecta os que estão destinados a conhecer-se, independentemente do tempo, lugar ou circunstância, o fio pode esticar ou emaranhar-se, mas nunca irá partir.

-Provérbio Japonês 



Há algum tempo, tenho refletido sobre como alcançar a verdadeira felicidade, se é que isso pode acontecer. Ou sobre como a ilusória esperança de que um dia seremos felizes, nos torna feliz por um segundo. Era assim que eu me sentia quando era criança, porque era ingênuo demais, inocente demais acreditando nos contos de fadas. Afinal, meu mundo é isso: Um grande conto de fadas, literalmente.

O que ninguém te diz sobre as histórias, é que a Fada madrinha da Cinderela também pode ser má, ou que você tem que encarar uma barra de querer um dia ser "feliz ". E fala sério, alguém ainda acredita em "felizes para sempre"? Acham mesmo que a Cinderela não quis de vez em quando deixar de ser uma princesa que recebe ordem por outros? Que ela não brigou com o príncipe volta e meia? Ou se indagou sobre o motivo dele ter enlouquecido por ela numa única noite juntos, ter usado um sapato como critério para encontrar a esposa sendo que qualquer uma podia se passar por ela? É mais fácil dizer que ele se apaixonou pelos acessórios e sapatos dela.

Apesar de morar no mundo das fadas, você aprende que as coisas aqui não funcionam como num conto mágico. Ninguém vai oferecer carona quando precisar ou dar um bom dia sorridente pra você, porque, sim, até os unicórnios podem dar coices. Sinto isso na pele todos os dias. Minha mãe é uma fada, e meu pai... bem, ele não é, o que me torna um híbrido, de certa forma. Por um tempo, achei que essa mistura das duas coisas me tornaria popular e amado, porém o que recebi foi desprezo e uns apelidos como "Sangue ruim". Isso é porque as fadas me vêem como uma figura que precisa de ajuda, não como alguém independente.

Nós, fadas, temos o dever de ajudar os humanos seja na vida pessoal ou amorosa, é um trabalho bem remunerado, se você for CHAMADO PRA ELE. Em cada ano do ensino médio, os estudantes fadas recebem um caso de um humano que precisa de ajuda, ganhando experiência, conhecimento e reforçando o currículo escolar. Seria lindo, se a escola sequer me desse um caso.

Já estou no terceiro ano do ensino médio, em nenhum dos outros anos eu ganhei casos porque a Sra. Adonia sempre diz que eles "acabaram" e eu terei que esperar até o outro ano. Mas, foram dois anos de espera e até agora nada, não vou ficar de braços cruzados vendo todos serem úteis. Dessa vez, eu vou conseguir um caso, nem que seja a última coisa que eu faça.

— Então, o que achou do meu plano?

— Péssimo, prefiro cheirar quilos de pó de pirlimpimpim do que fazer isso — Jimin fechou o armário irritadiço.

— Qual é, Jimin? Se eu não ganhar nem um caso esse ano, nenhuma empresa vai me aceitar. Vou ficar sendo um desempregado e ser rebaixado a duende, se isso acontecer, eu juro que vou perturbar você todas as noites.

— Santo Rumpelstiltskin, eu sei a gravidade. Mas não vou ficar dançando na frente da sala da Sra. Adonia pra você roubar uma ficha de um caso. Além de pagar papel de bobo, se a diretoria souber disso, vai desejar ter ficado quieto.

Jimin era um ótimo amigo, tirando o fato dele ser um medroso. Eu invejava a falta de preocupação dele, afinal, não era ele quem estava fadado ao fracasso.

Me irritei. Teria que partir para o plano B nesse ritmo.

— Se serve de conforto, não distribuíram nada ainda, ou seja, talvez esse ano você ganhe algo! — Jimin tentou ser positivo.

— É um caso ridiculamente fácil que não vai melhorar meu currículo em nada. Eu não tô a fim de passar mais um ano assistindo a novela da Polegarzinha com a minha mãe, enquanto todo mundo aprende uma coisa nova. — Ninguém tinha idéia do quão tenebroso era ver quatorze temporadas de Polegarzinha, que mamãe adora.

— Cara, tenho certeza que esse ano a Sra.Adonia vai dar um caso mais difícil pra compensar os outros anos. Relaxa. — Jimin pôs a mão no meu ombro, serviu um sorriso acolhedor para mim, contudo ambos sabíamos que não era verdade.

[...]

Já está chegando no "J"... Se a Sra.Adonia pular, é porque realmente esse ano ficarei sem nada, de novo. Comecei a roer as unhas, se eu pudesse até cagava algodão doce de tão nervoso. Tentei buscar conforto no olhar de Jimin, mas ele estava lendo a ficha do seu caso.

Traidor.

— Ko Go-eun… — Sra. Adonia falou com a voz mais entediada possível. Não pude controlar quando meus ombros caíram e minha esperança se espatifou. Talvez eu tivesse chorado naquele momento, se Jimin não tivesse procurado meu olhar quando a constatação do óbvio caiu sobre nós; Que eu fora manipulado e gasto anos escolares para sequer conseguir trabalhar. Mais uma temporada de trabalho estudantil perdida. Quis chorar, sair correndo, me jogar de uma nuvem ou amaldiçoar a Sra.Adonia.

— Jungkook…

Mas eu tinha levantado e saído da sala àquela altura. Nem me importei de ter interrompido a chamada da Sra.Adonia ou os alunos tivessem vendo meu chilique, aquilo era o meu limite. Porém, não fiz mais do que ficar em frente a sala, estático, olhando meus próprios pés, enquanto o vislumbre da minha futura vida de merda que teria dali para frente. Tendo que assistir Polegarzinha para suprir minha necessidade de algo, ser sustentado pela minha mãe, ser um fracasso.

Mesmo com o olhar baixo, vi uma sombra cobrir meus pés, imaginei ser Jimin tinha vindo atrás de mim, mas para a minha, infeliz, surpresa era apenas o Namjoon: o garoto mais popular e insuportável da escola. Preferia ter me enterrado sob a terra do que ficar de frente para ele.

— O que foi, sangue ruim? Ficou sem caso de novo e vai chorar para a sua mãezinha? Quer uma vaga de faxineiro na minha casa? A gente tá precisando mesmo — Riu com escárnio da situação, nem me mexi de tão humilhado que me senti naquele momento, mas se eu pudesse tinha transformado ele em um sapo.

— Sangues ruins como você, nunca serão fadas de alta classe como eu. — Disse por fim, antes de me empurrar e entrar na sala. Quase dei meia volta para atirar meu sapato nele, quando intuitivamente olhei para trás com uma sensação esquisita. Só que os corredores estavam mais normais do que nunca, apesar daquela sensação amedrontadora. Talvez, a magia no ar estivesse afetando os meus nervos.

De qualquer forma, eu não iria voltar para a sala, então fui até o terraço do colégio e fiquei encarando os alunos que começavam a sair rumo às suas casas para se preparar. Meu coração se quebrou quando o preconceito e rejeição que sofri se tornaram mais evidentes do que nunca.

Sou uma fada, fadado ao fracasso.

Tomei um susto quando senti uma mão tocar meu ombro, achei que Namjoon tinha voltado para me jogar do telhado, mas era só o Yoongi. Suspirei de alívio.

— Puxa, quando Jimin me disse que você andava nervoso, não esperava tanto.

— Ele é um falso, e você também — Falei voltando a encarar os alunos lá embaixo. Senti Yoongi rir ao meu lado, ele se acomodou no parapeito e fez o mesmo que eu.

— Faz tempo que eu não te vejo — Soltei uma frase despretensiosa no ar, Yoongi perdeu o sorriso ficando mais sério.

— É, eu andei muito ocupado com pesquisas e agora vou ficar mais ainda depois de receber o meu… — Ele interrompe a fala, atingido pela realidade. — Bem... Talvez, não seja tão... importante, saber? Quer dizer, é importante mas…

— Eu já entendi. — Interrompi aquela tortura. Yoongi nunca foi bom com conselhos mesmo, porém era demais ele tentar dizer que os casos não eram importantes. Sei que ele queria me fazer sentir bem.

— Desculpa cara, queria poder te ajudar — Ele coloca as mãos nos bolsos e tira algumas notas. — Mas eu posso pagar umas guloseimas na cantina pra nós dois.

Yoongi era assim, péssimo em conselhos e mesmo assim sabia fazer a gente se sentir melhor. Que paradoxo, ein?

Relutei um pouco, porque meus planos eram ficar no terraço o dia todo me lamentando, porém eu não resistia aos doces.

— Só dessa vez — Bufei, enquanto pegava o dinheiro da mão de Yoongi.

[...]

Eu tinha dois melhores amigos na escola, as únicas pessoas que não me enxergavam como uma frágil figura, e sim como um aluno normal. Ao longo dos anos, nossa amizade se intensificou muito, isso até chegar ao ensino médio. Yoongi parou de sair sempre comigo e o Jimin, porque ele queria focar na futura carreira então começou a se inscrever em uma série de programas e clubes para ganhar mais pontos no currículo escolar. Passava tanto tempo nos estudos, que Jimin e eu só o víamos nos fins de semana (às vezes). Mesmo assim, sabíamos que podíamos contar com Yoongi para qualquer coisa. Hoje em dia penso porque não segui os mesmos passos dele, quem sabe assim meu currículo estaria menos vazio.

Jimin é muito parecido comigo também, porque ele mora sozinho com a mãe. A diferença é que o pai dele morreu emboscado por alguma criatura sobrenatural, enquanto eu nem sei quem é o meu. Talvez por isso ele tenha se aproximado de mim. Por mais que não diga, sei que sente falta do pai e sem Yoongi por perto na maior parte do tempo, eu não sabia como distrair o Jimin dessas dores. Até a gente começar a frequentar um karaokê local, onde dançamos e conseguimos alguns trocados. Cada passo, cada nota que soava de Jimin, era um extravaso de dor.

Yoongi cumpriu sua promessa me trazendo uma cesta de doces, aposto que ele anda traficando com os filhos de João e Maria pra isso. Comi algumas barras de chocolate e estava demorando em um pirulito, enquanto ouvia Jimin e Yoongi comentarem sobre quais as probabilidades de um cliente vampiro aparecer.

— Larga de ser burro, ajudamos os humanos porque eles tem pouco tempo de vida. Pra quê ajudar sugadores de sangue eterno? — Yoongi refuta com um livro grosso na mão, acho que iria jogar no Jimin a qualquer momento.

— E se for um metade humano, igual o Jungkook? E os vampiros também tem almas gêmeas, ein?

— Não enfie meu nome nisso — Resmunguei colocando dois pirulitos na boca.

— Vampiros estão mortos, e humanos vão ter menos tempo de vida do que a expectativa do jeito que andam poluindo a terra. Meu cliente passado, tinha o mau hábito de jogar lixo pela sua janela, tive que dar um esporro nele.- Yoongi disse pensativo.

— Qualquer criatura pode amar e ser amada, e... Hey, quer parar de ler um pouco e prestar atenção em mim? — Jimin tentou puxar o livro de Yoongi, mas tudo o que ganhou foi uma livrada na cabeça. Não disse?

Sorte nossa o refeitório estar vazio, nos últimos dias de aula e na temporada de trabalho estudantil, o diretor deixa ficarmos até a hora que quisermos na escola para tirarmos todas as dúvidas possíveis.

— Cale a boca fada mal amada, estou lendo sobre o grande Randinny, que diferente de você, não fica se indagando besteiras.

— Você já não sabe os feitiços dele de cor? — Foi minha vez de perguntar. O Grande Randinny foi uma das fadas, se não a fada, mais importante para o nosso mundo. Ele descobriu uma série de feitiços importantes, sem ele muito das mágicas atuais não seriam possíveis. Todos achavam que Randinny ia descobrir uma fórmula para a imortalidade das fadas, mas no final de tudo, ele se isolou numa terra de dragões e morreu por lá, deixando uma série de feitiços poderosos e alguns incompletos que até hoje tentam desvendar.

— Sei, mas estou recapitulando e tentando pensar nas fórmulas para completar os outros.

— Besteira — Jimin resmungou e roubou um pirulito de mim. Protestei contra sua falta de educação. Yoongi ficou irritado.

— Acha besteira? Pois veja só o feitiço que encontrei:

Magia no ar, olhe por esta fada que dá o caneco,

Com estas palavras, sua voz falará com eco.

Tive que morder o pirulito muito forte para não acabar rindo, o que Yoongi não teve receio em fazer, Jimin arregalou os olhos.

— Esse feitiço não existe! E eu não dou o caneco. Caneco. Caneco. Caneco. Caneco.

Jimin cobriu a boca com as mãos, enquanto Yoongi e eu riamos sem parar quando sua voz ecoou pelo refeitório.

— Você me paga, Yoongi! Vou descobrir um feitiço que roube a sua voz. Voz. Voz. Voz.

Por incrível que pareça, conforme a voz de Jimin ecoava, uma ideia foi surgindo em minha mente. Uma genial e brilhante ideia que salvaria meu currículo escolar. Com um impulso, levantei da cadeira assustando Yoongi e Jimin, mas o susto de Yoongi não durou muito quando ele voltou a rir do grito ecoando que o Jimin deu.

— Já sei como salvar eu mesmo! — Saí correndo, enquanto pegava meu celular no meu bolso. Jimin você é um gênio, meio burro mas um gênio.

Voltei para a sala da Sra.Adonia, com um plano dessa vez. Eu não recuaria, não seria covarde e nem deixaria eles disserem que eu era incapaz se nunca tinham me visto em ação. Assim que passei da porta, para a minha surpresa, eu não estava sozinho: Kim Namjoon se curvava sobre a mesa da Sra.Adonia bem irritado, só que ela parecia mais. Agora sei porque dizem que ela parece um dragão.

— Eu já disse ao Sr.Namjoon, o seu desenvolvimento no último caso foi completamente desastroso! Foi necessário o Sr.Damien intervir, faz ideia de quanto tempo não era preciso um professor intervir no caso de um aluno? Nós temos uma reputação a zelar, e se o senhor não se importa pode se retirar.

Quase não acreditei em tudo que a Sra.Adonia dizia. Namjoon se deu tão mal em um caso, que a escola nem queria dar outro pra ele, que reviravolta brilhante! Ele passou tanto tempo contando bafo, que nem sabia que isso podia acontecer.

Com mais confiança, adentrei a sala. Namjoon quando me viu ficou mais pálido que um papel, a Sra.Adonia revirou os olhos e só então notei a presença do Sr.Damien.

— Santo Rumpelstiltskin, os dois querem evaporar a minha paciência hoje. — Percebi que a mesa dela estava cheia de papéis que ela classificava, nem precisei perguntar para saber que eram alguns casos restantes.

— Eu vim reclamar meu direito de trabalho estudantil — Estufei o peito, Namjoon riu.

— Cai fora daqui sangue ruim, não está vendo que eu e a Sra.Adonia estamos lidando com problemas de verdade?

— Eu e você uma vírgula, quero que os dois saiam e me deixem em paz — Sra.Adonia fez cara de poucos amigos. Namjoon não ia me abalar.

— É ótimo saber que uma "fada de alta classe" igual você, se tornou desempregado de tão ruim que foi — Respondi ao garoto. — Mas eu não vim perder tempo, quero meu caso Sra.Adonia.

— Se der um caso para o Meio Ruim, vai ter que dar pra mim. — Namjoon dizia igual uma criança mimada, agora ele estava me irritando.

— Sabe, Namjoon, eu não sabia que era um astro de TV até ver você num programa — Elogiei. Ele fez uma cara convencida.

— Ah é? Em qual programa me viu?

— Você foi o campeão do Big Brocha Brasil.

— Chega! Saiam — Agora a Sra. Adonia se irritou de vez junto com Namjoon. Notei o Sr.Damien rir de leve no canto.

— Vem resolver isso lá fora. — Namjoon ameaçou, mas ignorei.

— Como eu já disse, quero um caso pra hoje. Não vou ficar desempregado por puro preconceito escolar.

— Não estamos com casos sobrando — Respondeu ela, mas era bem contraditório ela dizer isso quando estava, literalmente, com uma pilha de casos restantes classificando eles entre selo amarelo e vermelho. Os selos exprimem a dificuldade do caso, se for verde é fácil ( a maior parte dos alunos recebem desse), amarelo é médio (somente alunos de alto nível como Yoongi e Namjoon tem acesso) e o vermelho é difícil (somente os professores ficam com esses). Realmente não sobrou nenhum selo verde, entretanto tinham os amarelos e vermelhos.

— O Jungkook pode ficar com um caso de selo amarelo — Sr.Damien disse. Sorri para ele.

O Sr.Damien era meu professor favorito de longe, diferente da Sra.Adonia que sempre parecia disposta a jogar uma praga em algum aluno seu. Ele era afim da minha mãe durante os anos no colégio dos dois, acho que todos pensaram que eles ficariam juntos um dia, até minha mãe completar a escola e conhecer meu pai. A partir daí tudo começou a... decair. Não acho que o Sr.Damien guarde mágoas.

— Ele não fez nenhum de selo verde, muito menos fará um de selo amarelo. — Sra.Adonia cortou assunto.

— Já que não vai dar pra ele, por que não dá pra mim? — Namjoon quis se meter.

— Porque você foi um fracasso, Sr.Namjoon! Nunca tive um aluno num caso tão problemático como esse! Suas consequências estão na vida do seu ex cliente até agora, agradeça-me por não ter expulso de vez você! Uma vergonha para uma fada de alto nível como a sua mãe. — Sra. Adonia gritou. Namjoon estremeceu.

— M-mas, eu fiz o que pude, juro que não foi culpa minha, as coisas aconteceram sozinhas…

— Sim, e o príncipe virou sapo sozinho.

Namjoon ficou vermelho de raiva, parecia que ia explodir. De repente, sua expressão mudou para uma de calma e deboche. Seria Namjoon a própria fada que amaldiçoou todos os seres dos contos de fada?

— Tudo bem, eu vou falar com o diretor! — E deu meia volta.

Eu sabia o que ele queria dizer com "Falar com o diretor". Havia uma fada muito desastrada alguns anos atrás, tão desastrada que seus feitiços não duravam mais de um dia, quando ela encontrou uma garota quase tão azarada quanto ela, seu destino mudou. A garota conseguiu encontrar sua alma gêmea mesmo com todas as dificuldades: Essa era a mãe de Namjoon e sua cliente azarada era a Cinderela. Com um feitiço que durou só até meia noite,ela mudou a própria história, desde então é uma das fadas mais importantes e ricas do reino.

Namjoon usa os privilégios de ser filho dela para conseguir o que quer, é só ele dizer "Se minha mãe souber disso..." e todos fazem o que ele quer.

Outra ideia me veio à cabeça. Hoje eu estava uma verdadeira máquina de idéias.

— Hey Namjoon! — Gritei correndo atrás dele. O mesmo olhou para trás impaciente.

— O que quer, cacete? Não vê que eu estou indo resolver um problema? — Ele parou e cruzou os braços.

— Ah, mas é justamente isso que eu vim conversar, sabendo que você é a fada mais importante, esbelta, digna, poderosa…

— Não vou ajudar um sangue ruim, você que fique desempregado. — Riu quando disse. Se eu não tivesse uma grande carta na manga, quem sabe teria me abalado.

— Calma, eu sei que o diretor vai dar o caso pra você, mas eu queria que me ajudasse a ter um também.

— É surdo? Não vou ajudar. — Namjoon já ia rumo a sala do diretor, quando o Interrompi:

— Então a escola vai adorar saber que o aluno favorito deles, bateu o recorde de pior caso em trinta anos escolares, e até precisou ser ajudado por um professor — Encostei na parede, pus as mãos nos bolsos, fechei os olhos e esperei a reação, que veio sem demora. Os passos de Namjoon se calaram, o corredor ficou tão silencioso que pensei que ele não tivesse me ouvido, até sentir ele se aproximando de novo.

— O quê?

— Você é surdo? — Repeti com gosto. Aquela maldita risada dele voltou.

— Uau, e pensar que eu fui burro de me preocupar com isso por uns instantes. Escuta, Jungkook, eu sou um aluno popular e exemplar, enquanto você é... Bem, você. Em quem acha que vão acreditar?

— Tem razão, eles não acreditaram em mim mesmo, se eu não tivesse uma prova — Nessa hora, saquei meu celular e apertei o "play". A conversa da Sra.Adonia e Namjoon reverbera pelos corredores como música.

— Não é aconchegante ouvir isso?- Disse com um sorriso traquino. Antes que Namjoon pudesse tomar meu celular, pus de volta no bolso.

— E antes que me pergunte, eu salvei esse arquivo na nuvem, então não adianta nada apagar daqui.

— Como? ... Seu…

— Eu queria gravar a Sra.Adonia sendo preconceituosa comigo ou falando alguma besteira, e por ironia do destino consegui um material ainda melhor. — Sorri lembrando da gravação. — E não adianta mentir para os outros alunos sobre a veracidade do áudio, porque você sabe que a própria Sra.Adonia odeia mentiras e vai fazer questão de desmentir.

Namjoon bufou tão alto, que eu jurei que ia me dar um coice com os chifres. Ele ponderou por alguns segundos, o que fez eu me sentir ofendido porque não havia o que ponderar, era uma resposta óbvia.

— O que quer de mim? — Perguntou derrotado. Nem sei porque fiquei aliviado.

— Simples: Convença o diretor a me dar o caso de selo amarelo.

Namjoon evitou responder, apenas voltou a andar até o diretor e eu o segui.

Durante toda a minha jornada escolar, eu fui renegado, pisoteado e desprezado. Sempre vivi na expectativa do que seria ir ao mundo dos humanos, mas nunca podendo sair de casa. Naquele dia, se eu pudesse definir o sabor de Vitória, seria aquilo.

[...]

— Eu sabia que conseguiria. — O Sr.Damien sorria pra mim como nunca antes, ao mesmo tempo que a Sra.Adonia parecia que ia cair dura de raiva. — Nunca deixem diminuir você porque é diferente, Jungkook.

— Eu não vou mais Sr.Damien. — Estufei o peito e fui rumo a pilha que a Sra.Adonia estava classificando quando cheguei aqui. Namjoon já tinha pego e agora lia sua ficha, sem ligar mais pra mim.

Resolvi não pegar nenhum papel de imediato, apenas contemplei a pilha e fingi estar pensativo para piorar o estado da Sra.Adonia.

— Nossa, tem tantos aqui... Qual será que eu escolho? Este? Este? Ou este? — Peguei alguns sem olhar de fato. Com certeza, a Sra.Adonia me amaldiçoaria depois disso. Mas eu me deleito por enquanto.

— Hmm, esse papel é bonito, mas esse aqui é mais macio, não acha? — Perguntei para a velha fada.

— Escolha logo um Sr.Jungkook… — Falou entredentes.

— Tá bom, vai ser... Este aqui. — Peguei um aleatório no meio da pilha. Sra.Adonia parece ter sentido um peso sair das costas quando fiz isso. Sorri malicioso.

Li rapidamente algumas informações de meu futuro cliente.

_____ Alastair Patel

Problemática: Apresenta dificuldades em encontrar a pessoa amada.

Não parecia ser tão complicado, era só ajudar o garoto e pronto.

Saí da sala ainda lendo a ficha, quando senti uma mão em meu ombro.

— Parabéns Jungkook! Bem que a Sra.Adonia precisava aprender uma lição, tenho certeza que seu desempenho será excepcional.

— Obrigado, Sr. Damien. Prometo não decepcionar — Sorri de novo. Meu Deus, eu sorria a cada cinco minutos agora.

— Sua mãe vai ficar orgulhosa de você — Ele diz e volta para a sala. Fico olhando o pedaço de papel nas minhas mãos, ainda sem acreditar.

Parece que tudo foi um sonho, quando Namjoon entrou na sala do diretor exigindo um caso e lembrando o quanto a mãe dele era influente, logo em seguida o diretor ligando para a sala da Sra.Adonia e nós dois voltando para lá. Eu finalmente tinha um propósito como fada, todos que me subestimaram não iriam ter o que falar quando eu resolvesse um caso de selo amarelo. Talvez aquilo não compensasse meus outros dois anos sem nada, mas me garantiria uma boa vaga nas empresas ao menos.

Eu estou orgulhoso disso, estou livre, sem mais ironias agora.

Sorri pela milionésima vez. Ouvi passos no fim do corredor, e pude ver Jimin e Yoongi vindo em minha direção.

— Você está aí! A gente procurou você em todo canto. Canto. Canto. Canto — A voz de Jimin ainda ecoava, e Yoongi fazia um tremendo esforço pra não rir de novo.

Antes de ir até eles, observei pelo canto do olho Namjoon saindo da sala da Sra.Adonia, em seguida olhou para nós, porém seguiu sozinho de cabeça baixa no rumo oposto. Como se ainda não estivesse 100% contente.

E pensar que um dia, tínhamos sido melhores amigos.


Notas Finais


O Jungkook acha que a personagem principal é homem e isso é proposital e vcs vao entender o motivo kkkkkkk
Enfim é isto, beijos ^-^
Capítulo betado por: @EverMochi


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