História Fairy Tale - O teste de Sasuke.

Fairy Tale

 

 

Capítulo 10  – O Teste de Sasuke.

 

[…]

 

 

No terraço da academia, Minato e seu time ouviam atentamente as palavras do sensei. Pegos de surpresa pela afirmação anterior, os garotos estavam temerosos sobre tal. Como era possível acontecer algo do tipo? Será que as expressões preocupadas de Iruka correspondiam a estes testes especiais feitos para cada time? Talvez a taxa de reprovação fosse ser contada a partir disso? Os três sabiam do potencial de sua turma, afinal quando se trata de coeficiente de rendimento geral, juntos de seus colegas, provavelmente deviam ser a terceira ou quarta melhor turma dos registros da academia. No entanto, aquele temor preenchia seus corações. Após terminar suas explicações, Sasuke, por fim, pronuncia sua última mensagem:

 

— Pela tarde faremos o teste e, em virtude disso, peço que não almocem. Façam um breve lanche ou poderão passar mal! - Sasuke alerta com um sorriso atípico.

— Do que você está falando?! O Iruka-sensei não avisou nada sobre isso! - Hayato esbraveja indignado.

— Eu sou o líder desse time, não o Iruka! Eu determino que só farão parte se forem qualificados o suficiente. - Sasuke explica de maneira óbvia.

— Mas, Sensei, você já não nos conhece o suficiente para fazer uma avaliação? - Minato pergunta curioso.

— Eu já expliquei. Se quiserem desistir avisem. Sou um homem ocupado e não tenho tempo para desperdiçar dessa maneira! - Sasuke avisa entediado.

— N-Não se preocupe, sensei, nenhum de nós vai desistir. Nós nos esforçamos muito para chegar até aqui! - Naomi tenta animar o ambiente, fazendo com que os rapazes concordem.

— Muito bem. Estão dispensados! - Sasuke diz e desaparece.

 

Após o desaparecimento de Sasuke, os três gennin tiveram de engolir a situação de maneira abrupta. Não sabiam como lidar direito com as informações de Sasuke e o tempo era curto para quaisquer reclamações. Além do mais, Sasuke fazia parte do “Conselho do Hokage”, sendo, portanto, uma autoridade ninja na vila, era impossível que ele estivesse “sacaneando” a equipe. Com essa ideia em mente, os três se reafirmaram para a tarefa que lhes foi ordenada pelo sensei.

Depois de se despedirem, Minato, como todo bom cavalheiro, acompanha Naomi até em casa. Passaram o tempo percorrido da academia até a casa da moça conversando possíveis estratégias para o teste. Entretanto, a falta de descrição que Sasuke empregou, muito provavelmente de forma proposital, impedia que eles definissem algo em torno de uma luta ou perguntas. Ao chegar na frente de casa, Naomi se vira para Minato:

 

— Minato? Você quer almoçar comigo? D-Digo, aqui em casa! - Naomi pergunta meio desconcertada.

— Tudo bem. Dessa vez eu aceito, a comida da sua mãe é muito boa! - Minato responde empolgado.

— Sei, a comida da mamãe… - Naomi ficou indignada.

 

Depois dessa conversa, Naomi abre a porta de sua casa. Logo que ambos entram, é possível sentir o aroma maravilhoso pairando pelo ambiente. A casa de Naomi e sua mãe, Shimi, era bastante simples. Se tratava de uma pequena residência próxima ao centro comercial. Embora pequena, seu valor comercial era elevado pela posição geográfica. Seus maiores charmes consistiam nas paredes em verde bebê, portas e janelas de cor branca, piso com azulejos brancos e móveis modernos, embora não tão luxuosos.

 

— Mamãe! Cheguei! - Naomi se anuncia enquanto puxa Minato para a cozinha.

— Olá, filha! Como foi na escola? Deu tudo certo? - Shimi pergunta ansiosa.

— Sim, mamãe, olhe só: não é linda? - Naomi aponta para sua bandana.

— Você está tão linda, filha! - Shimi abraça fortemente Naomi.

 

Shimi era uma mulher jovem, de aproximadamente 30 anos. Havia se casado cedo e engravidado precocemente aos dezoito anos. Assim como a filha, possui cabelos ruivos e longos, pele alva e um rosto delicado, bem como um corpo bem cuidado. A mulher serviu Konoha por poucos anos na reserva de ninjas, pois, após o casamento, passou a se dedicar ao lar. Infelizmente, seu esposo, pai de Naomi, faleceu há quase oito anos, quando a pequena ainda possuía três anos de idade, por problemas de saúde. Depois da morte do marido, Shimi se dedicou totalmente à filha, investindo tudo o que podia em sua educação, estudos, saúde e vestuário. Era uma mãe realmente esforçada, além da conta. Nesse aspecto, Naomi correspondia da forma que podia todo o empenho de sua mãe, sendo que ambas tinham uma relação de amizade e amor bastante complexa.

 

— Parabéns, minha menina! Estou muito orgulhosa! Agora precisamos treinar mais para a sua segurança! - Shimi solta a filha.

— Obrigada, mãe! Eu realmente quero treinar mesmo, sinto que posso melhorar mais! - Naomi retribui.

— Pode ter certeza. Filha, seu pai estaria muito orgulhoso também! - Shimi sorri materna.

— O-Obrigada, o-okaa-san! - Naomi agradece sorrindo também, malgrado emocionada.

— Eu estou sobrando aqui mesmo? - Minato comenta emocionado com aquela cena.

— Minato-kun! - Shimi corre e abraça o garoto.

— S-Shimi-oba-san, n-não me m-mata! - Minato tentava falar, enquanto é sufocado no abraço.

— Você foi aprovado também, não é? - Shimi pergunta soltando ele do abraço.

— Claro que sim! Aprovado em primeiro lugar, o que “tá” pensando? - Minato esnoba para Naomi.

— Mãe, você não vai acreditar: Uchiha Hayato será nosso companheiro e Uchiha Sasuke será nosso sensei! - Naomi ignora Minato.

— Nossa, que incrível! Nunca achei que aquele homem admitiria um time para sua tutela… - Shimi pareceu pensativa.

— Não apenas isso, ele também nos passará um teste de admissão exclusivo. - Minato comenta desanimado.

— E se a gente não passar, não sei nem o que pode acontecer com a gente… - Naomi parecia preocupada.

— Minha nossa! Então vocês devem ter um almoço reforçado e nutritivo! Preparei frango grelhado, além de salada e carboidratos. Minato, por que não almoça conosco? - Shimi convida o garoto após expor o menu.

— Eu quer… - Minato é interrompido.

— Eu já convidei ele, mãe! - Naomi fuzila sua mãe com o olhar “ele é meu!”.

— Eu adoraria! Porém, Sasuke-sensei disse para não almoçar e, sim, fazer um lanche leve, o exercício seria algo que nos faria passar mal. - Minato responde ignorando Naomi.

— T-Tem isso ainda! - Naomi ficou envergonhada pelo que fez.

— Digam-me, vocês vão ouvir seu sensei ou a mim?! - Shimi pergunta em um tom baixo e sombrio.

— V-Vamos comer, estamos famintos! Nutrientes! Comida! - Naomi e Minato gritam em continência.

— Sábia escolha, jovens gafanhotos! - Shimi sorri adoravelmente.

 

Após a brincadeira, a mãe de Naomi os guiou até a mesa para almoçarem. Chegando lá, puderam apreciar a vista de um belo almoço, saboroso e totalmente saudável: Frango grelhado, salada diversa, arroz e batata-doce. A educação alimentar de Naomi fora ensinada por sua mãe desde cedo. Na casa Uzumaki, Hinata também caprichava no quesito saudável, favorecendo Minato, que era dedicado nos exercícios. Porém, antes de se sentarem à mesa, Minato se interrompe:

— Tia Shimi, eu posso usar o banheiro? - Minato pergunta normalmente.

— Claro, querido. Você sabe onde fica, não é? Já “é de casa”. - Shimi responde.

— Obrigado. Daqui a pouco eu volto. - Minato se dirige ao banheiro.

— Mamãe! Para com essas brincadeiras, poxa! - Naomi “repreende” sua mãe após a saída de Minato.

— “Hahahaha”, é tão engraçado minha bebê… - Shimi gargalha.

 

No banheiro.

 

 

Minato ao entrar no banheiro fecha a porta logo em seguida. Com isso, depois de fechar a porta, o garoto apoia suas costas na mesma, arfando um pouco. Minato passou a mão pelo rosto com força, notando uma quantidade anormal de suor em sua testa. Apoiando-se nas paredes, ele foi em direção da pia, onde, olhando para o espelho, percebeu a palidez diferente que seu rosto aparentava, sendo que, de repente, sua vista ficou turva por um instante.

 

— Estou um pouco enjoado e tonto… - Minato tinha a respiração descompassada.

 

O garoto, após proferir em um som pouco audível seu comentário, agachou o suficiente para que seu rosto ficasse em uma altura acessível para que pudesse molhá-lo na pia. Lavou o rosto e o enxugou com a toalha que ficava de apoio, pendurada ao lado da pia. Respirou fundo e olhou para o espelho, observando que sua expressão havia melhorado um pouco. Sorriu de leve, aliviado.

 

— Deve ser fome. Estou já há algumas horas sem comer. - Minato “pensa alto” mais uma vez.

 

 

Na cozinha.

 

 

Com o retorno de Minato, os três se puseram a comer. Shimi fez questão de servi-los, afinal de contas ela entendia bastante de treinos e insistiu que saberia a quantidade ideal. Acatada a sua ordem, Minato e Naomi sentiram-se satisfeitos o suficiente para que se locomovessem sem quaisquer problemas. O rapaz não comentou com ninguém o que havia sentido no banheiro, visto que já se sentia melhor após a refeição.

Depois do almoço, Minato se ofereceu para ajudar com as louças sujas, o que foi alvo de um protesto inicial de Naomi, mas tranquilizado e permitido por Shimi. A mulher sentou-se à mesa novamente e ficou observando sua filha e Minato na pia, cuidando das sobras. Pôs as mãos sob o queixo e sorriu um pouco. O que não durou muito, afinal quase instantaneamente suas sobrancelhas e olhos abaixaram, em tristeza pela lembrança de seu falecido esposo, que sempre lhe ajudava em casa, mesmo sendo bastante ocupado. Enquanto “trabalhavam”, Minato sugere para Naomi:

 

— Naomi-chan, quando terminarmos e irmos para o campo que Sasuke-sensei nos indicou, vamos treinar um pouco antes do horário? - Minato pergunta enquanto coloca um prato no escorredor.

— Claro, adoraria! Aproveito e te mostro como posso facilmente superar o “aluno número um” - Naomi fala fazendo aspas com os dedos cheios de sabão.

— Aprendemos na academia que Água vence Fogo, mas você sabe que eu posso vencê-la! - Minato se gaba.

— Veremos! - Naomi fica emburrada e “afoga” um garfo na pia.

— Tenham calma, crianças! - Shimi chama a atenção deles quase aos risos.

— H-Hai, okaa-san. - Naomi respira fundo ao perceber que estava esganando o garfo.

— Que maluca… - Minato sussurra.

— Eu te ouvi! - Naomi joga um pouco de espuma na bochecha de Minato, que começa a rir.

 

 

Campo de treinamento.

 

 

Depois de descansarem um pouco depois do almoço, e Naomi se trocar, ambos se dirigiram ao campo determinado por Sasuke. Chegando lá, observaram que eram, realmente, os primeiros e únicos presentes no local. Ao determinarem como treinariam, com a execução de um jutsu cada, além de aquecimento, os dois combinam suas posições e iniciam os exercícios. Quando estavam finalmente prontos, Minato começa a fazer os selos de mão necessários para executar a técnica de fogo:

 

— Katon: Gouryuuka no jutsu! - Minato lança um dragão na direção de Naomi.

 

Para o azar, ou não, de Minato, durante o almoço havia chovido um pouco pela vila e, por consequência disso, muita água estava no chão, em poças. Em virtude dessa informação, Naomi executa, em sua defesa, os selos de mão para realizar uma técnica de estilo água, que por sorte, haviam várias poças de água ao redor dela, o que facilitou as ações da moça:

 

— Suiton: Suijinheki! - Naomi consegue manipular a água ao seu redor, que formou uma parede de água que se movimentou retilineamente em direção do dragão de Minato.

 

As técnicas se colidiram e encheram o local de vapor d’água, porém Naomi precisou desviar um pouco, para que um resquício de chamar não a atingisse. A garota fica um pouco assustada por causa disso, afinal de contas o dragão de fogo realmente superou a parede de água. Minato também se assustou, correndo logo em seguida para próximo de Naomi, ajudando-a a se levantar. Ao perceber um pouco de incredulidade da jovem, para aliviar a tensão, o garoto faz uma pequena brincadeira:

 

— Não lhe disse? Eu ganho fácil! - Minato começa a sorrir egocêntrico.

— P-Pare de se gabar, eu poderia muito bem ter inundado a floresta inteira! - Naomi fala tentando parecer legal, enquanto arfava.

— Claro, claro eu sei bem d-disso… - Minato parecia rir, mas na última palavra sentiu um incômodo.

 

O garoto conseguiu disfarçar ao se virar para o lado oposto de Naomi, mas naquele momento sentiu uma pequena pontada no peito, acompanhada de uma leve dor de cabeça e tontura. Foi muito rápido, porém essas reações tiveram impacto o suficiente para deixá-lo preocupado. O garoto fora tirado de seus pensamentos pela chegada Hayato, que não pareceu notar seu incômodo, pois, como dito, foi muito rápido e o albino não deixar transparecer. Com isso, Hayato se aproxima deles:

 

— Olá, Naomi-chan, Minato. - Hayato os cumprimenta.

— “Naomi-chan”? - Minato sussurra inaudivelmente, incomodado.

— Olá, Hayato-kun. Konnichiwa! - Naomi responde.

— Boa tarde, baka. - Minato responde.

— O que foi agora? - Hayato fica “esquentadinho”.

— Nada, nada. Diz para mim, Hayato: você comeu alguma coisa? - Minato pergunta levantando uma de suas sobrancelhas.

— “Tá” me achando com cara de quê? Obviamente eu almocei e foi bem reforçado! Mamãe disse que isso poderia ser truque para nos atrasar! - Hayato comenta com uma pitada de irritação.

— Que bom que não caímos nessa possível brincadeira do Sasuke-sensei! - Naomi comenta aliviada.

— Que brincadeira, Naomi? - Sasuke pergunta próximo do grupo, assustando-os.

— Nenhum de nós caiu no “Não comam nada, pois vão passar mal”! - Brada Hayato em tom acusatório.

— Que bom que não são burros! - Sasuke fala como se fosse óbvio.

— P-Poxa, sensei… - Minato abaixou os ombros.

— Calma, Minato-kun, ele, com certeza, disse isso para o Hayato-kun. - Naomi tenta confortar o amigo.

— E-Ei! - Hayato ficou indignado.

— T-Tudo bem. Mas, então, Sasuke-Sensei, como será nosso teste? - Minato pergunta curioso.

— Já que quer tanto saber, aqui está: Vocês terão que pegar esses guizos de mim. Quem pegar um passa, quem não pegar vai voltar para a academia. - Sasuke mostra dois guizos em sua mão.

 

Esse aviso de Sasuke realmente os assustou: havia dois guizos e três membros. Os pensamentos que rondavam suas jovens mentes envolvia, cada qual, seus objetivos de estarem ali. Cada um pensou algo diferente: Minato quer ajudar sua amiga Naomi, mas também quer ajudar Hayato; Naomi se sente pressionada com essa informação, em virtude das habilidades de seus colegas; Hayato fica nervoso ao pensar que pode disputar com Minato o guizo de Naomi.

 

— Sensei, são apenas dois guizos e nós somos três! - Minato queria entender aquilo.

— Muito bem observado! Se, por um milagre, dois de vocês conseguirem pegar um, o terceiro volta para a academia! - Sasuke responde com um anormal sorriso de canto.

— Droga… - Hayato sussurra, estava receoso de perder para o Minato, pois sabia quem era o melhor deles.

— Enfim, nós perdemos muito tempo. São quinze horas e vocês têm três horas para levarem esses guizos de mim, do contrário os três estarão fora. Vocês podem se esconder, terão que me pegar desprevenido, terão que roubar de mim, pensem nisso como uma missão de recuperação: Vocês devem, a todo e “qualquer” custo, pegar de mim os guizos. - Sasuke explica seriamente a situação, dando ênfase na palavra entre aspas.

 

Quando Sasuke termina, os garotos assentem e se separam, escondendo-se bem rápido. Cada um deles começou a imaginar possível táticas de como vencer. Estavam preocupados, afinal de contas Sasuke não é nenhum qualquer. Sabiam disso.

 

— Em análise da situação, este teste é um tanto quanto incoerente, reconheço. Contudo, eu quis fazê-lo. Além disso, esses garotos já aprenderam muito sobre trabalho em equipe, a Academia Ninja reforçava bastante. Só quero saber sobre o que, exatamente, eles farão para conseguir de mim. Em virtude de este ser um teste com maior ênfase no trabalho em equipe, acredito que a melhor forma é o combate direto. Darei tempo para que se organizem, após isso, eu agirei… - Sasuke tentava antecipar as próximas cenas.

 

Algum tempo depois.

 

 

Depois de se separarem e esperar por um bom tempo, próximo a Sasuke, atrás de alguns arbustos, observava Minato. O albino estava atento aos movimentos do seu sensei, com os olhos fixos nele. Sabia bem de suas vantagens com o Sharingan. Enganá-lo não era opção. Minato permanece quieto, aflito, pensando em alguma maneira eficaz de atacar. Nada passaria despercebido por Sasuke.

Em outro lugar, na copa de alguma árvore, estava Hayato. O garoto estava pensando em um jeito de conseguir atacar seu pai, mas sabia do quanto ele era forte e habilidoso. Hayato tinha Sharingan também, mas não era evoluído. Estava a pensar se a melhor escolha não seria a de se juntar com Naomi ou Minato para enfrentar Sasuke, sabia que sozinho não conseguiria uma boa distração, a julgar que nada passaria despercebido pelos lendários olhos de Sasuke.

Naomi, podia-se dizer que era a mais insegura dos três. Imaginava que alguns dos genjutsu do Sharingan seriam ineficazes contra ela, pois a moça sabia bem do que estava lidando, estudou muito com Minato as técnicas oculares. Ela estava pensando que se fosse aliada a algum dos meninos, poderia facilmente neutralizar alguns jutsu de Sasuke, afinal ela sabia que como ele era um Uchiha, seu elemento era Fogo, se algum dos meninos distraísse Sasuke, ela poderia facilmente surpreendê-lo com uma técnica de água, havia treinado o dragão de água, que sua mãe havia dito ser bem eficaz e um tanto quanto veloz. No entanto, custar-lhe-ia praticamente todo seu chakra, precisaria de ajuda na fuga em caso de falha, por isso era essencial que estivesse com mais alguém.

Com isso em mente, Naomi e Hayato finalmente decidem aquele que seria sua melhor ajuda: Minato. Após essa conclusão de ideias, ambos passam a andar pela floresta, procurando pelo garoto. Caminhando por alguns minutos, a ruiva e o “moreno-rosado” se encontram. Após se aproximarem um do outro, discutem sobre suas ideias. Ao concordarem que o combate direto seria a única opção, retomaram sua busca, agora em conjunto, por Minato.

Na clareira que ficava próxima da entrada do campo de treinamento, Sasuke permaneceu durante o todo o tempo que os garotos ficaram “zanzando” por aí. Exercitando sua paciência, o moreno estava realmente ansioso para saber o que seus alunos decidiram fazer. Ouvia muito sobre Naomi e Minato de seu filho, e Minato, por ser seu afilhado, era alguém sempre próximo de si também. Pelos relatórios de Iruka, aqueles três tinham um potencial de time absurdamente excelente e, justamente, por isso, Sasuke queria testar o relacionamento deles.

 

— Já se passaram quase duas horas desde que eles se esconderam e nada de me atacarem. Minha análise superficial deles é a de que são inteligentes e espertos, um time bem estruturado para trabalhar em conjunto. Mas, essa demora… Devem ter tido conflitos internos sobre o que decidir fazer. Vou esperar mais um pouco para averiguar se eles perceberão que o único jeito de me superar é no combate direto, onde deverão juntos tentar conseguir de mim o objeto da “missão”. - Sasuke pensa meditando.

 

Enquanto Sasuke apreciava a brisa refrescante do final de tarde, Hayato e Naomi finalmente encontram Minato. Ao se encontrarem, Naomi e Hayato, respectivamente, informam seus pontos de vista. Cada um apontando suas ideias e como realizar a tarefa. Com isso, um sorriso aliviado brota no rosto preocupado de Minato. Um consenso havia sido declarado:

 

— Hayato, Naomi-chan, fico feliz que vocês tenham tomado a iniciativa de nós nos unirmos. Por mim já teríamos o feito, mas eu não queria forçar em vocês minha boa vontade. Mas já que vocês mesmos disseram, eu tenho um belo plano para nosso ataque! - Minato proporciona sorrisos nos rostos de seus amigos.

— Que plano seria esse Minato? - Indaga Hayato, curioso.

— Conte-nos, o tempo é curto! - Naomi dá ênfase.

— Tudo bem, prestem atenção, vejam só: Hayato lançará um dragão de fogo na direção do Sasuke-sensei, que desviará. Depois disso, a Naomi-chan deverá se posicionar do outro lado, lançando, ao mesmo tempo, um dragão de água na mesma direção. Ocorrendo choque das técnicas, a visão do campo vai ficar prejudicada, e é nesse momento que vocês poderão recuar enquanto que eu parto para a etapa final, que justamente é quando emitirei ataques com o “64 golpes”, que servirão de blefe para que eu me aproxime para pegar os guizos. O que me dizem? - Minato termina de explicar respirando forte.

— É um bom plano, mas há falhas óbvias: A técnica ocular pode ajudá-lo a enxergar pelo nevoeiro e se ele interceptar você, acabou para a gente. Depois de fazer um jutsu desse, meu corpo cansa muito e não vou conseguir te ajudar. - Hayato determina preocupado.

— Ele está certo Minato-kun, se você falhar ele, com certeza, vai nocautear você, tem ideia de que ficaremos em apuros? Eu também vou ficar praticamente zerada de chakra... - Naomi confirma o pensamento de Hayato.

— Vocês acham que eu não sei?! É uma faca de dois gumes: Ou vencemos com nosso esforço ou perdemos juntos. Esse é o melhor plano que consegui imaginar, “tudo ou nada”. O que me dizem? - Minato repete a pergunta.

— “Ah”! Droga, por mim, tudo bem! - Hayato se rende.

— É o melhor que dá para fazer? - Naomi parecia incerta.

— Acho que sim. - Minato reafirma.

— T-Tudo bem, então. V-Vamos nessa! - Naomi tentou se animar.

— Vamos nessa, time! - Minato estende a mão, sendo seguido por Hayato e por fim Naomi.

— Vamos vencer! - Todos gritam empolgados.

 

Com sua tática concluída, eles seguem para a clareira onde Sasuke se encontrava. Felizmente, a clareira não era muito grande e então não foi difícil para que Hayato e Naomi ficassem um de cada lado, prontos para executarem seus jutsu. O lado em que Naomi estava tinha uma pequena lagoa onde ela usaria da água, Hayato também estava pronto para executar sua técnica.

 

— É agora! Que você esteja certo Minato! - Hayato fecha os olhos, em prece, e faz os selos de mão.

— Minato-kun, eu confio em você. Eu confio tudo! - Naomi se prepara do seu lado.

— Katon: Gouryuuka no Jutsu! - Hayato lança um poderoso dragão de fogo na direção de Sasuke que, habilmente, desvia.

 

Porém, o que Sasuke não esperava era que isso não estava, de fato, em sua direção. O dragão passou direto, nem sequer chegou próximo de si. No outro lado da clareira, já realizando os selos de mão, estava Naomi, que rapidamente fez sua técnica surgir, chamando bastante a atenção de Sasuke.

 

— Suiton: Suiryuudan no Jutsu! - Naomi lança um dragão de água, que continha toda a sua força, na direção do dragão de fogo.

 

Com o ato, os dragões se colidem, formando um denso fumaceiro. Sasuke não estava esperando que eles atacassem dessa maneira. Esse tipo de plano “tudo ou nada” não era algo que seu filho pensaria, por ser lerdo, ou Naomi, por ser cuidadosa. Certamente havia dedo de Minato no meio. Por incrível que pareça, Sasuke se impressionou e ficou exposto, enquanto à sua espreita estava Minato com os olhos vidrados em seus movimentos.

 

— Ele está tão surpreso quanto nós mesmos. Que emoção, meu coração mal se aguenta de tanta animação! - Minato entra em posição de ataque.

 

Minato faz uma pose com os braços abertos um de cada lado, era a posição de onde podia ver-se abaixo de seus pés um círculo de Yin-yang. Ficou por alguns segundos se concentrando, esperando a hora exata em que, em seu salto para desviar, Sasuke tocaria o chão. No momento exato que ele fizesse isso, seria o momento em que o garoto correria com o máximo que seu corpo suportasse para tentar atingir seu sensei. Quando finalmente a hora chega, Minato se posiciona:

 

— Pode-se dizer que eu devo essa a você, “mamãe”. Juukenhou Hakke: RokujuuYon Shou! - Exclama Minato, ao lembrar dos treinos com Hinata.

 

Dessa maneira, Minato saiu na direção de Sasuke, numa velocidade que seus parceiros de time não imaginavam que ele poderia alcançar. Até mesmo Sasuke não conseguiu evitar de ser atingido. Tamanho era seu orgulho que se descuidou brevemente. Avançando na direção de Sasuke, Minato executa a ordem dos ataques, começando com dois golpes, que falham. Continuando com quatro golpes, que falham novamente. Oito golpes também falha. Quando o garoto avança para o próximo, dezesseis, Sasuke o empurra. Recuperando o equilíbrio, Minato avança com trinta e dois, que Sasuke desvia habilmente enquanto usava sua katana embainhada para desviar seu atacante. Quando Minato avança para dar o golpe final, sessenta e quatro golpes, Sasuke o acerta com um soco no abdômen, fazendo o garoto tropeçar e cair para frente. Porém, Minato, antes de cair, acerta na perna de Sasuke o último dos sessenta e quatro golpes, fazendo o moreno ranger os dentes pela dor.

Minato, ao cair no chão, esbanjava um sorriso contente pelo feito. Ao levantar o tronco, contudo, ele não esperava por isso, mas Sasuke desaparecera do local aparecendo a alguns metros atrás de si. Sasuke falhou a respiração rapidamente, disfarçando logo em seguida. Estava impressionado, nunca antes um ponto de chakra seu havia sido fechado. Dessa forma, Sasuke, irritado e orgulhoso, estende a mão na direção de Minato e fecha um de seus olhos, deixando apenas o Rinnegan aberto:

 

— Bansho Ten’in! - Sasuke começa a puxar Minato para perto de si, para caputrá-lo.

 

Minato ficou extremamente assustado com a técnica de seu sensei. Saiu literalmente voando na direção de Sasuke em uma velocidade absurda. Quando estava próximo de Sasuke, o garoto fez a única coisa que conseguiu pensar em meio ao seu nervismo:

 

— Hakkeshou dai Kaiten! - Minato esbraveja o nome da técnica e começa a girar velozmente, criando uma barreira de chakra.

 

Minato consegue acertar um pouco Sasuke, mas rapidamente sua rotação é interrompida quando Sasuke, com seu único braço, aperta as mãos, usando da técnica anterior para imobilizar Minato. Após pará-lo, Sasuke o empurra em direção ao chão, declarando-se vitorioso.

 

— Que belo ataque em conjunto, Minato! Suponho que tenha sido plano seu, certo? Infelizmente, estou vendo que já estão esgotados. Acham que pegarão os guizos de mim dessa forma? - Sasuke fala bem alto, para os outros ouvirem.

— G-Gomen, sensei. Foi a melhor coisa que consegui pensar… O senhor é muito forte! - Minato tentou falar, mas estava sendo esmagado pela pressão.

— Realmente, o plano de vocês não era de todo ruim… - Sasuke apertava mais ainda Minato, que começou a gritar.

— Está louco pai?! Não pode fazer isso com ele! - Hayato corre desesperado na direção de Minato.

— Minha nossa! Minato-kun! - Naomi corre também.

— Será que conseguem libertar ele de mim? - Sasuke sorri convencido, mas seu sorriso morre ao ouvir gargalhadas provenientes de Minato.

— I-Isso não será preciso S-Sasuke-sensei! Nós já atingimos o objetivo do teste e mais isto aqui! - Minato fala com dificuldades e abre a palma de sua mão.

 

Nesse momento, todos arregalam os olhos. Sasuke olha pra sua cintura e, ao perceber o gancho de seu cinto esticado, interrompe sua técnica. Para o alívio de Minato, toda aquela pressão sobre seu corpo havia sido dissipada, podendo respirar melhor e se levantar, claro que com a ajuda de seus colegas, que o olhavam impressionados. Sendo observados por Sasuke, que estava com o nariz levemente torcido, de incredulidade, os garotos ficaram um do lado do outro, até que:

 

— Peguem! - Minato estende os guizos em ambas as mãos para Naomi e Hayato.

— Minato? - Hayato pega o guizo por instinto, já que Minato jogou para o alto.

— Você vai reprovar assim, Minato-kun! - Naomi estende o guizo de volta.

— Não se preocupem comigo! Podem ter certeza: eu serei o maior Hokage que este mundo já viu! Deste time ou não, eu atingirei todos os meus objetivos como ninja! - Minato responde determinado para seus amigos.

 

Hayato e Naomi percebem o quanto ele se esforçou para ajudar a eles, sem beneficiar-se sendo aprovado, em puro altruísmo e amizade. A forma como Minato estava se comportando realmente tocou o coração de Hayato, enquanto que Naomi só ficava impressionada, como de praxe. Ela conhecia Minato, talvez, melhor do que ninguém. Aquilo não era blefe, era a realização dele.

 

— Acha que permitirei isso? - Sasuke fala sombrio, chamando atenção dos garotos.

— S-Sensei? - Naomi pareceu preocupada.

— E-Espera, o que voc… - Hayato é interrompido.

— Você está expulso do sistema ninja, Minato! As minhas ordens são absolutas e você está me contrariando! - Sasuke esbraveja sério.

— V-Você não pode, Sasuke-sensei! - Naomi arregalou os olhos.

— É verdade! - Hayato parecia “puto da vida”.

— Mesmo que isso aconteça, eu continuarei a treinar. Treinarei muito! Assim, mesmo que não seja Hokage, eu vou proteger essa vila e todos nela! - Minato olha na direção de Sasuke, Sharingan contra Sharingan.

— Não! Sasuke-Sensei terá que me excluir também! - Naomi se põe ao lado de Minato.

— Naomi o que você est…? - Minato é interrompido por Hayato.

— Não quero fazer nada, nem conquistar nada, às suas custas Minato! Pai ou Sensei, seja lá o que você prefere, vai ter que excluir nós três então! Pois nenhum de nós quer fazer parte deste time sem o outro! Não ligo de ser uma vergonha para a nossa família, sendo reprovado ou coisa do tipo. A esse tipo de tratamento injusto eu não vou concordar! - Hayato fala de forma rebelde, se pondo ao lado dos amigos.

 

Os três ficam encarando Sasuke que estava sério até agora, ouvindo tudo. “Bingo”, foi o que pensou. Estava satisfeito com tudo o que aconteceu. Inteligentes, espertos, habilidosos, poderosos, furtivos e audaciosos. Um time que se completava em suas características singulares: Hayato um pouco rebelde, mas dedicado; Naomi atenta com detalhes pequenos; Minato preocupado com todos. Aspectos de ninjas que sós não podem muito, mas unidos serão capazes de realizar feitos extraordinários. Sasuke sabia que o mundo não vivia em perfeita harmonia, os acordos entre as vilas poderiam se tornar instáveis de maneira abrupta, tudo poderia virar de ponta a cabeça. Nada era certo e ter pessoas preparadas para as adversidades era o dever da liderança da vila.

 

— É realmente uma pena! O melhor time da academia acabando dessa maneira. Eu achando que ia ser sensei de vocês… - Sasuke responde de forma pensativa, olhando para o sol poente.

— E-Então… - Hayato realmente se surpreendeu com a expressão firme de seu pai.

— Vocês todos… Estão definitivamente… Aprovados! - Sasuke termina.

 

Os três arregalam os olhos e caem pra trás, deixando Sasuke com uma gota escorrendo pela sua testa. Ao perceber o alívio do trio, Sasuke sentiu vontade de rir. Kakashi-sensei havia pego um time difícil de lidar, lembrou, e, mesmo assim, conseguiu uni-los por um bom tempo, mesmo que a separação tenha sido inevitável… Sasuke sabia que seria diferente consigo, havia dedicado um pouco de sua experiência para não dar maus exemplos para o filho e conhecia os demais integrantes o suficiente para perceber que exceto os problemas comuns da juventude, dificilmente eles se separariam, seriam um time forte, unificado e firme. Era o que, na realidade, Sasuke desejava.