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História Faith - Ma soeur


Escrita por: Teishin-chan

Notas do Autor


Boa leitura ^^

Capítulo 20 - Ma soeur


Nos dias que se seguiram eu continuava acordando muito pouco, muitas vezes confusa, acho que vi Cristian pulando para cama ao meu lado quando viu que eu estava melhor, mas papai o agarrou no meio do caminho para que ele não acabasse por me machucar sem querer, vi algumas pessoas, mas não falei muito com ninguém e de certa forma eu estava feliz pois quando eu acordei numa manhã me sentindo bem mais forte foi ouvindo as vozes da minha mãe e meu pai.

Meus pais juntos. Suspirei e percebi que já não doía tanto era mais fácil, mas continuei fingindo que dormia queria ouvi-los falando.

– Um rapaz persistente pelo visto – mamãe disse.

– Ele é comerciante, me ajudou algumas vezes a escoar minha mercadoria – ele dizia a ela – Não sei como ele a conheceu exatamente, mas me parece obvio que gosta dela.

De quem ele estava falando?

– Está com ciúmes Jamie? – minha mãe perguntou divertida.

– Não é ciúmes, sou apenas um pai cuidadoso.

– Hum, sei – ela riu.

Houve uma pausa.

 – Veja como ela dorme, é bonita não é.

– Ela é linda como você – ele disse – Como Brianna é.

– Mas Brianna se parece mais com você.

Eu gemi.

Brianna, era minha irmã? Só poderia ser!

– Faith como se se sente?

Quando abri os olhos vi os dois pairando em cima de mim preocupados.

– Brianna é minha irmã non é?

– É – mamãe confirmou e olhou para papai – mostre a ela.

Ele mexeu nos bolsos e minha mãe checou minha temperatura.

– Se sente melhor? – ela perguntou ternamente.

– Sim, graças a você mamãe – sorri – Você é uma fada non la dame blanche.

Ela riu.

– Jesus H. Roosevelt cristo! Ouvir Dame Blanche a esta altura da minha vida.

– Sua irmã Brianna – meu pai entregou um pacote eu abri e me surpreendi.

– É a pintura mais bem feita que vi em toda a minha vida, mas por que está descolorida?

– Não é um uma pintura mo chridhe, se chama fotografia, ao menos foi isso que sua mãe me disse.

Olhei para as fotografias.

Ela era bonita, olhei para meu pai. Era exatamente como ele, realmente linda! Dieu eu era o patinho feio da família.

– Onde ela está? – perguntei ansiosa.

 Arrumei como podia meu cabelo com os dedos não queria deixar que minha irmã tão bonita me visse em estado tão lastimável e... ah como eu queria abraça-la também!

 – Por que ainda não veio me ver?

Os ombros de minha mãe caíram.

Talvez ela, não estivesse aqui ainda, pensei, afinal Fergus só tinha mencionado minha mãe quando deu a notícia.

– Faith, ela não vai vir.

– Por que non? – perguntei confusa.

– Brianna tem uma vida no futuro, faculdade amigos ela não era obrigada a vir comigo.

Senti uma careta de frustração se formar em meu rosto.

– Ela não sabia que nosso pai estava vivo?

– Ela sabia, mas...

As fotografias nas minhas mãos caíram no meu colo.

Decepção, era o que eu estava sentindo. Será que meu pai aceitava apenas fotos como consolo? Eu não aceitava.

– Brianna – repeti mais uma vez frustrada.

– Faith – minha mãe começou a falar.

– Do que estavam falando quando eu acordei – perguntei mudando de assunto.

Ela ficou abalada percebi e meu pai respondeu por ela.

– O que Callen MacNab quer tanto falar com você?

– Quem? – perguntei apenas por reflexo, eu sabia bem quem ele era.

– Callen MacNab filho do louco MacNab.

– Oh, este MacNab – ri sem jeito.

              Eu havia esquecido o mal entendido, ele não havia se desculpado apesar de ter tentado, mas seus esforços me pareceram débeis e como não o via a um tempo razoável achei que ele tivesse desistido de se desculpar. O que poderia querer comigo agora?

– Não tenho ideia – falei com sinceridade.

– Sassenach ele ainda está lá embaixo?

Eu arregalei os olhos. Ele estava lá embaixo? Realmente estava preocupado comigo?

Minha mãe não respondeu estava pensativa.

– Sassenach?

– Hum? – perguntou confusa.

– O rapaz ainda está lá em baixo?

– Acho que sim.

– Chame-o veremos o que ele quer.

 

 

             Aquilo foi no mínimo constrangedor. Eu não estava exatamente apresentável, ainda tinha a cor de um cadáver, e meus cabelos pareciam mais rebeldes que de costume e me amaldiçoei por desejar estar com uma aparência mais saudável para recebe-lo.

Que se danasse se eu estava horrível ou não!

         Cristian havia se colocado aos meus pés na cama. Meu pai e minha mãe estavam lado a lado olhando para um Callen que ficava cada vez mais vermelho com os quatro pares de olhos em cima dele.

– Eu poderia falar com ela a sós?

– Não pode – Cristian se manifestou primeiro – não fica bem.

– Você ouviu o rapaz – meu pai disse para reforçar cruzando os braços.

A linguagem corporal dele dizia claramente: Faça algo que me desagrade e eu ponho-te daqui para fora aos pontapés.

– Isso parece um julgamento – murmurei – É melhor que Cristian fique, enquanto a vocês podem ir descansar sei que ficaram o tempo inteiro cuidando de mim.

Callen me lançou um olhar agradecido, enquanto meu pai tratou de externar seu desagrado.

– Eu posso continuar – disse prontamente.

– Acho que o senhor prefere uma cama macia – falei.

– Eu estou bem aqui – disse teimosamente.

– Jamie vamos – mamãe finalmente veio em meu socorro – deixe que conversem.

– Mas...

– Cristian parece muito capaz de guardar a honra de sua mãe.

– Sou mesmo – ele garantiu.

Mamãe já havia tomado as rédeas da situação.

– Rapaz, não deixe que ela se esforce muito, ainda tem dificuldades para respirar e quanto menos ela falar melhor – ela avisou a ele e se virou para meu pai – vamos, afinal nós também ainda temos muito o que conversar.

              Só então vencido pela maioria de votos ele se foi e pelo incrível poder de convencimento dela. Eu nunca havia visto ele escutar alguém tão facilmente. E só havia uma explicação para aquilo, suspirei.

Amor.

Os segui com os olhos até a porta, então me concentrei em quem estava em minha frente.

Callen se aproximou da cama, e eu instintivamente puxei mais o lençol para me cobrir tomando consciência de que talvez minha camisola fosse fina demais.

– Se sente melhor? – ele perguntou parecendo realmente preocupado e fazendo soar sua voz sedosa.

Eu corei e assenti.

 Falar pouco foi o que minha mãe disse e eu pretendia obedecer. Não queria ficar na cama mais tempo que o necessário.

Olhei para Callen, que olhou para mim e para Cristian.

– Você poderia mandar ele sair também...

Fiz uma careta.

Nay – destaquei – seja lá o que tenha para me dizer Cristian vai estar aqui. Ainda me lembro da primeira vez que tive o azar de encontra-lo sozinho mon cher.

              Eu não deveria ter sido tão acida, mas simplesmente não consegui deter minha língua, ele nem havia pedido desculpas.

Cristian pulou para o chão e encarou Callen profundamente desconfiado.

– Eu vim aqui justamente para lhe pedir desculpas, eu não estava com o juízo perfeito aquele dia.

Mon Dieu, agora que ele havia pedido eu havia me enfurecido ainda mais.

– Se tivesse não teria me beijado – eu disse irritada sem pensar.

Ele ficou vermelho.  Mais ainda se é que isso era possível.

Cristian olhou para mim chocado e se voltou para Callen de punhos cerrados o pequeno guerreiro pronto para defender a honra de sua mãe.

O rapaz na minha frente se recompôs e me olhou com firmeza. Tanta que se eu tivesse em pé provavelmente cairia.

– Se eu estou me desculpando é justamente por ter feito isso bêbado, se eu estivesse sóbrio teria lhe pedindo em casamento!

Tentei falar alguma coisa e apenas engasguei com ar.

Meu filho deixou os punhos caírem ainda mais confuso que eu.

Vous êtes fou? Savent même moi! – soltei quando consegui encontrar minha língua.

– O que? Eu não falo francês mademoiselle Faith!

– Você é louco? – traduzi – sequer me conhece!

– Não há muito segredos sobre você Sùbh-làir – ele deu de ombros – e eu poderia falar mais, porém sua mãe disse que eu não deveria cansa-la. E acredito que ela tenha razão, quero que melhore logo, tenho planos para nós – ele me deu um sorriso brilhante – Não se preocupe Faith Fraser, vai descobrir quem sou eu logo logo.

Com essa ele saiu.

Par Dieu! – eu ainda não podia acreditar em tudo que eu havia ouvido.

Maman!

– Cristian!

– Meu avô Jamie tem que saber disso – ele disse decidido.

– Cristian não...

Fiquei tonta quando tentei me mexer.

– Você está bem? – ele perguntou assustado.

Oui, oui – respirei fundo – Cristian mon petit homme, sei que quer me proteger, mas deve deixar esse assunto comigo.

– Non! – negou-se – Se eu não posso te defender ainda meu avô pode ele é grande o suficiente!

Mon amour eu não preciso que ele me defenda, Callen não é uma ameaça.

– Não sei se não é – ele estreitou os olhos – você devia contar ao vovô, você me disse que mentir é errado.

– Eu não vou mentir apenas não vou dizer nada agora.

– Mas...

– Ai ai. – fingi uma dor pra que ele se distraísse.

– Você se sente bem? – ele estava em cima de mim.

– Non Cristian, estou me cansando com muita facilidade, você sabe.

– E o que eu posso fazer?

– Venha deite-se comigo e me obedeça, eu juro que vou contar, mas quando estiver melhor de saúde, entende isso mon petit homme?

Oui – ele me abraçou.

 Eu estava pronta para finalmente voltar a dormir quando bateram na porta.

– Quem é? – Cristian se armou como um galo de briga.

– Sou eu Fergus.

Meu rosto queimou, e eu não sabia se o mandava ir embora, mas ele interpretou que se anunciar era o suficiente para entrar e entrou.

Abracei Cristian com força.

Comment sentez-vous?

Ele estava sendo simpático falando em nossa língua pátria, mas nada diminuiria o constrangimento do momento.

– Não me sinto bem – respondi – mas já estive pior.

– Lady Faith você realmente me perdoou? – perguntou infeliz.

Ótimo! Aquele era o dia de se desculpar com a Faith?

Maman o que significa isso? – Cristian arregalou os olhos para mim – O Fergus também a beijou?

– Cristian! – senti o enjoou tomar conta da minha boca do estomago.

– Quem? – Fergus disse parecendo irracionalmente ciumento.

Eu só poderia estar delirando!

 Então estreitou os olhos.

 – MacNab ele estava...

 Foi o que me faltou para desmaiar.

 

 

 

– Eu sabia que eu deveria ter ficado! – Jamie rosnava pra quem chegasse perto.

Meia hora antes Cristian havia batido na porta do quarto deles implorado que fosse ver sua mãe pois ela havia desmaiado.

Sorte que os dois estavam apenas conversando.

Claire encontrou Fergus tentando nervosamente tentando reanima-la.

Foi quando Jamie lhe disse uma serie de grosserias e lhe chutou para fora do quarto enquanto ela tentava descobrir o que estava deixando passar.

– Não há nada de errado com ela, só está cansada – havia anunciado para quem quisesse ouvir, porém Jamie e Cristian pareciam cães de caça poucos despostos a abandonar sua ama.

Faith continuava a dormir, ao menos para a maioria.

– Jamie você pode levar Cristian para comer? Quero ficar um instante com a minha filha.

– Eu gostaria...

– Por favor deixe-me ter meu tempo com ela.

Ele suspirou.

– Tudo bem – lhe deu um beijo na bochecha e chamou Cristian – Vamos rapaz.

Claire se sentou ao lado de Faith e apertou sua mão.

– Ele já se foi.

Ela abriu os olhos hesitante.

– Como você sabia?

– Percebi há algum tempo que sua sobrancelha estava tremendo, Brianna fazia a mesma coisa quando era criança e queria escapar de uma bronca.

Lá estava de novo uma careta. Seu coração se apertou não queria que ela ficasse magoada com a irmã mesmo que elas nunca fossem se ver.

– Faith, sua irmã...

– Hoje fui provada de todas as maneiras possíveis – ela mudou de assunto de novo – gostaria de ouvir?

– Claro querida – disse se lembrando de deixar o assunto de Brianna para quando ela quisesse ouvir – É sobre aquele rapaz Callen?

– Bom é.

– Gosta dele?

– Não – ela corou. Não parecia haver muita certeza naquela frase ou ela apenas não soubesse.

A moça deu de ombros

– Mas – ela tossiu – acho que ele gosta de mim, pobre homem deve estar cego.

– Por que fala assim? Você é linda – garantiu.

– Talvez eu esteja melhor agora, mas sempre fui uma criança feia e desnutrida em Paris e obviamente estava ocupada demais tentando sobreviver para me envolver romanticamente com alguém. Mas depois que encontrei papai eu pensei porque não?  Ela corou.

– Não tenha vergonha isso é perfeitamente normal.

– Sabe eu estava ansiosa para ter uma conversa de mãe e filha – Faith sorriu para ela – papai tentou, mas não posso dizer certas coisas a ele. Pode ser que queira matar alguém.

Ela riu.

Jamie o pai ciumento era incrivelmente assustador, não se admirava que ela tivesse medo de falar com ele.

– Eu garanto que não vou matar ninguém – brincou.

– Eu sei que não, mas tenho vergonha de dizer.

– Pode me dizer qualquer coisa – reafirmou.

 – Eu sou um desastre – choramingou.

– Por que diz isso?

– Tive um, como poderia dizer, eu detestava Fergus, mas...

Arregalou os olhos.

Fergus! Fergus que tinha uma namorada com quem queria se casar. Agora podia entender a reação de Jamie.

– Oh Faith eu sinto muito.

– Eu sinto mais – ela riu infeliz – ele me beijou depois implorou perdão. Não faz tanto tempo entrou aqui para me pedir desculpas de novo e eu fiquei nervosa.

– E Callen?

– Também veio me pedir desculpas – ela corou ainda mais – Meu pai não sabe de nada, Fiz Janet Maggie e Kitty jurarem que nunca diriam nada a ninguém agora Cristian sabe, Fergus sabe e você sabe.

– E o que eu sei exatamente?

– Ele me beijou aquele dia e veio me pedir desculpas por ter feito isso bêbado e disse que se estivesse sobreo me pediria em casamento.

– Faith – ela sorriu – depois de tudo isso ainda se acha feia.

– Foram muitos anos acreditando em algo, para mudar de repente – apontou – mas eu obviamente não quero me casar com ele.

– E Fergus?

– Ah, não – ela se apressou em dizer – não é que eu sinta mais alguma coisa por ele, é só que é constrangedor ainda mais porque sei quem é a namorada dele.

             Sua pobre filha havia passado por muitas situações difíceis e aquela parecia deixa-la mais apreensiva, parecia Jamie dando pouca importância a assuntos mais sérios para se deixar sofrer por males menores e a amava.

             Era fácil gostar dela e o fato dela estar precisando de cuidados as aproximou ainda mais. Ela era uma figura querida na casa principalmente com Janet e Ian os mais novos e Jenny como prometeu pediu desculpas a ela que deu de ombros e falou que estava tudo bem.

– Eu sou imortal tante – ela brincou se gabando.

Mas era verdade, como alguém parecia ser tão forte parecendo tão frágil?

 

Essa era Faith.


Notas Finais


Até a próxima o/


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