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História Faith - Consolo


Escrita por: Teishin-chan

Notas do Autor


Boa leitura ^^

Capítulo 40 - Consolo


Não foi uma noite agradável. Cristian e eu choramos amargamente abraçados um ao outro e quando consegui dormir tive um pesadelo. Eu estava sendo atacada e Marceline vinha em meu socorro, mas não era Marceline era Brianna. Um homem a machucava e cortava sua garganta. Eu gritei no sonho, mas acordei muda.

 Uma leve batida na porta chamou minha atenção.

Olhei para Cristian que dormia e me aproximei com um pedaço de pau.

– Quem é sussurrei.

– Sou eu.

Meu pai.

Abri a porta. E ele entrou.

– Sua mãe estranhou não ter voltado para casa, não levou nenhum cobertor para passar a noite aqui.

– Eu ouvi, - murmurei - eu ouvi o que aconteceu com a minha irmã, ah papai.

Ele me abraçou.

– Não chore – ele sussurrou – ela irá ficar bem.

– Mas, non é tão simples o senhor sabe e Cristian se sente culpado, non para de dizer que deveria ter cuidado da tante dele.

Eu mordi os lábios.

– Deveria ter sido eu, pelo menos eu saberia me defende...

– Faith não blasfeme pelo amor de Deus – ele disse severamente – Depois de tudo que você passou não deveria querer mais desgraças para si mesma. Quanto a sua irmã, irá demorar, mas ela vai superar.

– E o bebê? E o Tal Roger? É ele que ela ama...

– Ela disse isso, iremos atrás dele. Não se preocupe durma e esteja bem porque Brianna também precisará de você.

 

Na manhã seguinte eu acordei e não encontrei Cristian fui para fora procurando com os olhos.

Na frente de casa, no banco ele estava agarrado a sua tia. Eu não soube dizer quem estava consolando quem.

Ela abaixou os olhos quando me viu parecendo envergonhada e eu fui até ela lhe dando um beijo na bochecha.

Ela parecia frágil mesmo com toda a altura. Não consegui dizer nada naquele instante e entrei em casa para falar com meus pais.

– Às vezes eu sinto as coisas – me sentei ao lado deles – como quando eu encontrei Cristian. Eu tinha visto uma mulher e eu acho que era você mamãe. Me arrepiei inteira quando entrei na Tipografia em Edimburgo. E eu sentia algo, uma ansiedade antes de Fergus me dizer que a senhora havia voltado e estava em Lallybroch, meu instinto me mandou vir com vocês porque eu sabia que se não viesse ficaríamos afastados de novo. Eu vi Ian na casa da montanha na Jamaica antes de vocês o resgatarem foi muito estranho e eu tinha a estranha certeza que encontraria William antes de conhece-lo. E quando Brianna chegou eu senti que havia algo errado, mas não pensei que fosse algo tão sério e eu deveria ter sabido eu...

– Faith, não podemos cuidar de todos – minha mãe disse infeliz – não é algo que podemos prever mesmo que você tenha esses pressentimentos.

              Ela não parecia colocar muita fé em mim. Minha mãe não era uma cética total considerando que ela era uma viajante do tempo, ela sabia que nem tudo nesse mundo tinha explicação, mas ela sempre era mais razão que emoção.

Suspirei.

– Da próxima vez – falei – eu vou cuidar dela eu sou a mais velha é a minha obrigação.

 

              Alguns dias se passaram e eu queria deixar minha irmã tranquila, insisti que ela deveria terminar o meu desenho mas ela não parecia muito animada então tentei outra coisa.

– Você quer nos ajudar a fazer as camas para nossa cabana? – perguntei.

– Eu não sei como...

– Não se preocupe tia, eu te ensino – Cristian garantiu.

– Pode chamar Lizzie se quiser – falei – vou buscar algumas peles e você pode ir com Cristian conhecer nossa cabana.

Ela pareceu mais animada com a ideia.

– Então vamos Cris – ela disse e eles saíram juntos.

Acabei encontrando Lizzie no celeiro e ela me ajudou a carregar as peles.

– A sua cama tem que ser grande também mamãe – Cristian disse colocando mais peles no lugar – Meu pai é alto.

Brianna sorriu com a “piada".

– Ele é, mas só terá direito a essa cama quando se casar comigo então dê a peles a sua tia ela também é grande.

– Eu sempre fui maior que as crianças da minha idade – ela contou.

– E eu sempre fui a menor. – sorri – Acho que é um milagre que eu tenha chegado a um metro e sessenta e ser mais alta que a tante Jenny.

– Qualquer um é mais alto que a tia Jenny – ela riu.

– Eu não, – Cristian fez uma careta – ainda.

– Brianna – chamei – quer ir no rio comigo buscar água? Cristian e Lizzie podem terminar de arrumar as camas.

– Sim.

Eu sai com ela vendo nossas sombras no chão.

              O cabelo dela era da mesma cor que o meu, mas ele era ondulado suave o meu era um emaranhado de cachos, como o da nossa mãe. Brianna tinha corpo alto magro ela parecia mesmo nosso pai. Uma versão feminina dele e era assim nossa avó meu pai havia me dito. A diferença entre ela e meu pai, e a semelhança entre William é que não conseguia pensar em algo para dizer espontaneamente.

              Eu me sentia livre para falar o que quisesse com minha mãe, mas me sentia mais à vontade ainda com meu pai e me perguntei o que poderia seguir me travando para que não fosse assim com a minha irmã.

– Um rio é um ótimo lugar para conversar non acha.

– Não sei, do que que está se referindo?

– O que você vê quando olha para um rio? – perguntei.

– Água?

– Sim há água ma cherie, – eu ri – e ela está em movimento constante, ela nunca é a mesma.

– Você não havia dito nada até agora. - ela sussurrou - Também está tentando encontrar uma maneira de me consolar pelo o que aconteceu comigo?

– Ninguém pode te consolar, eu sei que non.

Ele se aproximou de mim.

– Isso aconteceu com você também?

Non, mas quase. Diversas vezes – olhei para o rio – na pior delas minha melhor amiga foi estuprada e morta. E aquela noite quando eu ouvi você conversando com papai... Só de pensar que aquilo aconteceu com você e o que poderia ter acontecido eu fiquei muito mal.

– Mas você não está chorando...

Non vou te atormentar com as minhas lágrimas. Se eu quisesse teria me lançado aos seus pés aquele mesmo dia – suspirei – eu quero que você saiba – falei me virando para ela, me lembrando das palavras do nosso pai para mim – que eu sou sua irmã e sempre vou apoia-la seja no que for, se um dia quiser dividir suas lágrimas comigo estarei aqui para chorar com você, mas eu prefiro dividir suas alegrias e eu sei que você ainda terá muito do que se alegrar.

– A maneira como você fala – ela sorriu uma pequena lágrima escapando do olho direito – você consegue se parecer com os dois.

Eu sorri muito orgulhosa disso.

– Obrigada – ela me abraçou me erguendo do chão.

– Vamos grandalhona ou as crianças virão atrás de nós.

– Vamos tampinha.

Eu sorri para ela.

– O que que é uma tampinha?

 

 

Cristian olhou para Lizzie que arrumava a própria cama no canto da parede.

Ele respirou fundo.

"Chegará o dia que você se interessará por meninas" Callen havia lhe dito. "Deus queira para seu próprio bem que seja assim"

– Fala assim por causa daqueles senhores que preferem rapazes.

– Sim, a maioria é inofensiva, mas nunca se sabe.

– Tenho certeza que não sou desse tipo – disse satisfeito.

– Bom – ele sorriu – mas veja bem, mulheres são complicadas.

– São?

– São.

– Por isso não se declarou para minha mãe.

– Eu não tive tempo – disse infeliz.

– Teve tempo sim, mas acho que se acovardou.

Ele revirou os olhos.

– Tudo bem é verdade, não tive coragem de dizer o que devia, ficava observando de longe e momento nunca chegava por isso não quero que você faça esse tipo de bobagem, quando gostar de uma menina seja direto, fale que que sente, mas não implore por nada para que ela não ache que pode fazer o que quiser de você então deixe que ela decida se te aceita ou não.

– Você parece saber muito como sabe de tudo isso?

– Por que sua mãe não foi a única mulher que eu amei.

 

 

Cristian olhou decidido para Lizzie e foi se sentar ao lado dela.

– Elas estão demorando não é – ela sussurrou.

– É – sua voz desafinou e ele tossiu – está frio não está?

Maldição!

– Eu vou colocar mais lenha na lareira...

– Não espere – ele segurou sua mão e ela corou.

– O que foi?

– Eu... Preciso te dizer uma coisa – sua boca secou e sua barriga doía como se fosse ter um disenteria e Deus o ajudasse que não pois tinha que falar.

– O que?

Ele tossiu, não era hora de ser tímido ela era o suficiente para os dois. 

– Eu gosto de você desde a primeira vez que que te vi – quase gemeu olhando seus alarmados olhos cinzentos – da sua voz te ratinho assustado e do seu cabelo liso e... O seu cheiro de chá.

Perfeito, foi o que bastou para deixar a menina roxa de vergonha.

              Ela engasgou com as palavras ele não sabia o que ela diria, mas ela não disse ele se levantou para ir embora e ele puxou sua mão de novo suas bocas se chocaram e bateram os dentes um no outro, mas ele não se afastou e terminou de beija-la para salvar a honra dos dois com um primeiro beijo tão ridículo.

Foi quando a porta se abriu e foram flagrados, por seu avô e sua avó. Que deixou um pote de ervas cair no chão.

– Jesus H. Roosevelt Cristo!

– Meu deus – Lizzie disse num fio de voz.

– Eu posso explicar – ele disse – Não foi culpa dela foi minha! Foi minha culpa!

 – O que está acontecendo? – sua mãe chegou com sua tia Bree para aumentar o constrangimento de ambos.

Lizzie se sentou no chão e começou a chorar.

– Cristian venha comigo. – seu avô o chamou seriamente.

– Mas...

– Não vai ajudar ficar aqui, deixe que as mulheres cuidem de Lizzie

              O acompanhou com o rabo entre as pernas esperando a maior bronca que levaria na vida se não uma surra coisa que fazia muito tempo que não levava, mas que não esperava estar isento de uma.

Aquela seria uma história e tanto para contar a Angus. Se decidisse contar é claro.

– Sua mãe não me deixou conversar com você o dia que desafiou Ian para um duelo, mas agora você não irá me escapar.

Engoliu em seco, ele colocou a mão pesada em seu ombro.

– Me conte agora o que aconteceu.

– Eu disse que gostava dela... por que eu precisava dizer – começou a chorar vergonhosamente – eu não aguentava ver a maneira que ela olhava para Ian, uma homem tem que lutar pela mulher que ama não?

Perguntou procurando uma afirmação qualquer coisa, mas ele não disse nada.

Respirou fundo.

– Então eu contei e ela tentou fugir e eu a puxei, não era minha intenção beija-la exatamente, mas foi o que aconteceu.

Limpou as lágrimas.

– Callen te disse que deveria fazer isso?

– Não exatamente.

– Bem, – ele respirou fundo – veja bem Cristian, não há problema algum em gostar de Lizzie e fazer com que ela saiba disso, o que você não pode é beijar uma garota que não quer beija-lo.

Seu rosto ardeu mais ainda de vergonha porque ele tinha razão.

– Eu mereço uma surra – disse infeliz – mas não me arrependo de tê-la beijado. Eu estou errado vô?

– Sobre não se arrepender? - ele sorriu – Acho que não, mas terá que pedir desculpas a ela viu como a pobre ficou? Ela não é qualquer uma para que você a beije sem consideração é uma moça de família.

– Eu sei.

– E você – ele balançou a cabeça negativamente – o que eu vou fazer com mais uma criança precoce?

– Eu estou pronto para meu castigo.

 

 

 

             Mais tarde quando conseguimos acalmar Lizzie dizendo que ninguém a achava culpada e que ela não tinha nada que se envergonhar eu fui atrás de Cristian. Ele estava vermelho conversando com meu pai e ficou roxo quando viu que eu me aproximava.

– Por que fez isso Cristian? – perguntei seriamente.

– Não foi de proposito, mas também não foi sem querer quando dei por mim eu já estava...

Non venha com essa de “quando dei por mim”. A primeira coisa que define um homem de caráter é nunca se aproveitar de uma dama, non importa que situação seja.

Ele abaixou a cabeça, como se quisesse enfia-la em um buraco.

– Você tem razão – ele murmurou.

– Eu sei que você gosta dela Cristian, mas isso non te dá o direito de beija-la sem sua permissão.

– Sim maman.

– Você sabe que será castigado por isso non sabe?

Ele assentiu.

Olhei para meu pai, que me lançou um olhar de solidariedade.

              Eu havia dado uma surra em Cristian uma vez apenas e desejava ardentemente que fosse a última, ele era muito inteligente e comportado para idade dele e eu achei que seguiria sem problemas quanto a isso, mas eu estava enganada.

– Aqui está – papai me entregou a cinta.

Olhei para ela infeliz.

– Você não precisa bater nele, acho que ele já entendeu que não agiu certo – Brianna falou com os olhos arregalados.

– Eu daria tudo para non ter que fazer isso, mas é o que ele merece e também non estará em paz consigo mesmo se non receber seu castigo.

Olhei para Lizzie encolhida ao lado de Brianna e suspirei. Não havia porque prolongar isso.

– Mãe, pode preparar compressas para ele?

– É apenas o que eu posso fazer – ela disse resignada.

Eu fui para o seleiro onde Cristian esperava. Senti um aperto no coração ao encarar seu olhos verdes.

– Tudo bem – ele se virou abaixando as calças.

– Vai doer de qualquer jeito e eu prefiro que mantenha suas calças no lugar para apanhar com dignidade.

– Mas quando eu era menor...

– Você não é mais um menino – suspirei – demorei um pouco para aceitar isso, mas é a verdade e eu espero que você também se dê conta que suas ações não serão mais levadas como atos de uma criança boba.

– Sim senhora – ele assentiu colocado as calças no lugar.

– Agora vire-se non quero que isso dure mais tempo que o necessário. –

Minhas mãos tremiam e eu sabia que no final daquilo eu choraria como na primeira vez, o abraçaria e o sacodiria gritando para que nunca mais me desse motivos para disciplina-lo de novo.

Ele se virou, tomei coragem, era necessário. Ergui o cinto...

– Senhora não faça isso – Lizzie entrou no celeiro surpreendendo nos dois.

– É Melhor sair Lizzie, você non vai querer ver isso.

– Estou pedindo senhora não o castigue – ela pediu com os olhos transbordando de lágrimas.

Cristian a olhava com olhos emocionados.

– Me perdoe senhorita Lizzie. Não precisa se apiedar de mim eu sei que mereço isso, mas não posso me arrepender porque eu realmente amo a senhorita.

A menina corou fortemente. E eu não pude deixar de lembrar de Callen. A diferença era que ele não havia dito que me amava o inútil.

– Lizzie saia por favor – pedi.

– Não – ela disse corajosamente – e se a senhora for castiga-lo terá que me castigar também.

Isso me surpreendeu, era a primeira vez que eu ouvia Lizzie falar sem estar sussurrando ou tremendo. Sua voz saiu firme e forte.

Eu sorri.

– Tudo bem. Vou deixar os dois sozinhos para que conversem e você – disse olhando para Cristian severamente – Non me apronte mais uma dessas menino nunca mais ouviu?

– Sim senhora – ele assentiu.

Eu sai.

Estava aliviada por não ter que bater nele me deparei com três pares curiosos perto de casa e fui até eles.

– Acreditam que Elizabeth defendeu meu Cristian? Que disse com todas as letras que se eu fosse castiga-lo que a castigasse também? Me pergunto se meu menino tem chance.

– Quem diria, não acreditei quando ela saiu daqui correndo para detê-la – mamãe disse.

– Ainda bem que ela fez isso.

– Eu me pergunto se... – Brianna murmurou pousando a mão na barriga.

– Você vai ser uma boa mãe – eu adivinhei seus pensamentos – se eu que non sei absolutamente nada consegui porque você que é tão inteligente non conseguiria.

– Não é uma questão de ser inteligente – ela suspirou.

– Tudo se resolve com amor se você tiver.


Notas Finais


Cristian atacando de Dom Juan kkkkkk isso é que dá escutar os conselhos do Callen, porque ele definitivamente tá péssimo nos assuntos do coração :p
Até a próxima o/


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