Os dias se passam com o novo deus da destruição vivendo sua vida pacífica ainda que ciente de que o amuleto estava prestes a perder efeito.
— Queria poder continuar minha vida assim pacificamente, mas se o que Zehiro falou estiver certo o amuleto deve acabar — Repentinamente Yozu tem uma sensação estranha e se vira para conferir o amuleto que estava em sua pasta.
Ao olhar sua pasta e pegar o amuleto Yozu tem uma sensação diferente da última vez que o pegou, os alunos da sala então fazem som de surpresa e quando se vira o jovem vê em sua frente Mooru o deus do medo.
— E aí está você... — disse Mooru com sua voz fria e indiferente, encarando Yozu com olhos gélidos.
Yozu, surpreso com a súbita aparição do deus do medo, congela, sentindo um arrepio percorrer sua espinha.
— Quem é você? O que quer comigo? — Perguntou Yozu, com uma mistura de curiosidade e apreensão em sua voz.
Mooru permaneceu em silêncio por alguns segundos, seu rosto impassível revelando pouco de suas intenções. Sem dizer uma palavra, ele se aproximou de Yozu, emanando uma aura intimidante.
— Não importa quem eu sou, moleque. O que importa é que você carrega consigo algo que pertence ao conselho dos deuses. E queremos de volta — Ele explica.
Yozu engoliu em seco, sentindo-se cada vez mais intimidado pela presença imponente de Mooru. A frieza em seu olhar e a seriedade em suas ações deixavam claro que ele não estava ali para brincadeiras.
— Mas eu não tenho nada! Não sei nem do que está falando — respondeu Yozu, sua voz denotando um misto de medo e confusão.
Mooru ergue uma sobrancelha, sem se incomodar em responder. Ele avança rapidamente em direção a Yozu e, com um movimento preciso, desfere um golpe certeiro no pescoço do jovem, fazendo-o desmaiar instantaneamente.
Sem perder tempo, Ele levanta o corpo inconsciente do jovem em seus braços, pronto para levá-lo consigo. Sua expressão permanece inalterada, refletindo a frieza e a eficiência com as quais realizava suas tarefas.
Com Yozu em seus braços, Mooru partiu da sala da universidade, abandonando um ambiente tenso e repleto de perguntas sem respostas. Enquanto Mooru sai carregando Yozu nos ombros, Zorah, que coincidentemente estava por perto, sente uma perturbação no ambiente, uma sensação de divindades em conflito. Intrigada, ela segue o rastro até chegar ao local e se deparar com seu amigo sendo levado por Mooru. A divindade exalando de Yozu desperta a suspeita de Zorah, um misto de sentimentos de dúvida e incerteza tomam a mente da deusa que não sabe como deve agir, Zorah sem perceber materializa sua espada de esgrima, vendo isso ela confronta Mooru.
— O que está fazendo Mooru?! — Perguntou a deusa confusa e irritada.
Mooru olha para Zorah e a ignora continuando em frente. Nesse momento Zorah percebe que a divindade exalando pertence a Yozu, ao poucos ela começa a juntar as peças em sua mente com toda a situação que via a frente, mas após compreender não sabia se interferia ou deixava como estava, no fim sua recém amizade com Yozu falou mais alto.
— Solte-o, Mooru! Não permitirei que leve Yozu! Ele não tem culpa dessa guerra entre divindades! — exclama Zorah com voz firme, encarando o deus do medo.
Mooru, com seus olhos frios e uma expressão sombria, responde com rudeza.
— Mulher, saia do meu caminho. Essa é uma questão que você não tem o direito de interferir.
Ignorando as palavras de Zorah, Mooru age com rapidez e arremessa uma de suas kusarigamas em direção a ela. Zorah, com seus reflexos aguçados, consegue desviar por pouco do ataque, ciente da letalidade da arma do deus do medo.
A batalha se desenrola em um confronto intenso, com golpes rápidos e precisos. Zorah luta com coragem, empunhando sua espada de esgrima com destreza, mas Mooru demonstra sua habilidade inigualável. Ele se move com agilidade, evitando os ataques de Zorah e contra-atacando com golpes devastadores.
Durante a batalha, Zorah tenta argumentar com Mooru, buscando uma solução pacífica.
— Mooru, não precisamos lutar. Ele não fez nada para merecer isso. Há outra forma de resolver essa questão — Sugere ela.
Mooru, indiferente às palavras de Zorah, responde de forma cortante.
— Mulher, suas palavras são inúteis. Não há outra opção além do confronto. Sabe o caos que essa divindade em específica pode trazer ao mundo se usada por um humano. — Explica o deus.
Zorah então toma uma postura de esgrima respirando fundo, Mooru fica alerta, mas quando vai desviar ele leva uma estocada no lado esquerdo do abdômen.
— Eu não estou na mesma posição que você à toa... — Afirma ela provocando Mooru.
A área então e tomada por uma aura azul escura e as kusarigamas de Mooru desaparecem virando uma foice de tamanho normal.
— Que seja Zorah... falei pacificamente para sair do caminho... — Afirma o deus furioso.
Como se nunca tivesse estado ali Mooru aparece ao lado de Zorah que por puro reflexo consegue se defender, mas é arremessada contra as árvores ao redor.
— Merda... se eu não tivesse defendido ele teria me partido ao meio... esse desgraçado não ta brincando mesmo, e como ele consegue ter essa agilidade?! Eu abri um buraco no estomago dele. — Pensa ela saindo das árvores.
Zorah se limpa e quando ergue seu rosto e novamente por reflexo desvia da foice de Mooru que vem voando e fica na árvore atrás desaparecendo em seguida.
— Parece esquecer de com que está lidando Zorah, não faço ideia do porquê defende esse humano, mas eu não vou ter misericórdia. — Afirma Mooru.
Zorah então avança com sua rapieira e Mooru se defende com sua foice, em seguida ela desmaterializa a arma e a materializa novamente tentando o estocá-lo, o deus então chuta a arma para o ar materializando uma de suas kusarigamas envolvendo a corrente no pescoço da deusa e a arremessando contra o chão.
— Ah! — Geme a deusa de dor.
— Seja sensata mulher... — Ele sugere.
Zorah se levanta tirando a corrente de seu pescoço e então sorri levemente para Mooru que mantem a guarda alta. A deusa então respira fundo com sua rapieira na mão e toma postura com uma mão para trás e a outra apontando a arma para o deus do medo. Nesse momento Mooru percebe o que estava prestes a acontecer e antes que pudesse saltar para trás ele leva outras três estocadas em seu corpo uma no braço direito, uma do outro lado do abdômen e outra na perna esquerda, ao mesmo tempo que ele levava as estocadas realizadas quase que instantaneamente com diferença de milésimos entre uma e outra, ele escuta a deusa falar nesse curto tempo.
— Cognição... — Sussurra a deus do conhecimento.
Mooru então vomita sangue e sua kusarigama se desmaterializa, porém se mantendo em pé.
— Eu já falei para parar de me subestimar... Mooru. — Afirma ela avançando repentinamente contra seu irmão ferido.
Zorah desfere uma onda de ataques com Mooru defendendo, mas toda vez que ele defende ele leva outro golpe em seguida como se ela sempre soubesse onde acertar, quando Mooru revida ela devolve seus golpes o acertando com sua rapieira e punhos, deixando o deus cansado aos poucos até que ela cessa os golpes e salta para trás tomando sua postura de combate inicial.
— Como você mesmo disse... seja sensato Mooru... — Provoca ela.
Mooru descruza os braços tirando sua pose de defesa e a visão do deus todo desgastado surpreende pela quantidade de ferimentos com inúmeros furos e marcas.
— Nada mal Zorah, sua perícia sempre é de assustar, amplia todos os seus sentidos te fazendo criar estratégias, ataques e defesa em um velocidade sem igual, bravo..., mas assustar e dar medo são coisas bem diferentes então sane minha dúvida, a deusa do conhecimento... conhece o medo? — Afirma o deus sombrio enquanto vagarosamente fecha seus dois olhos.
— Pesadelo etéreo. — Ele ativa sua perícia.
Zorah subitamente perde a visão por alguns segundos e quando recobra está em uma dimensão preta, sem chão ou céu a perder de vista.
— Que... Que lugar é esse. — Ela se pergunta.
Ao longe um orbe negro vem voando em direção a Zorah e quando ela vai defender ele atravessa a deusa sem causar nenhum dano.
— Que merda é — A deusa repentinamente cai no chão.
De joelhos e com o rosto apavorado ela treme, começando a suar incessantemente enquanto é tomada por sensações terríveis de medo, tristeza, angústia, ansiedade, ela olha para os lados como se estivesse sendo perseguida e no meio de tudo isso ela começa a escutar passos olhando em direção a eles ela vê Mooru caminhando até parar na frente de Zorah.
— Eu avisei para não ficar no meu caminho, se me seguir não vai terminar tão pacificamente de novo — Ele afirma enquanto pega Yozu novamente.
Zorah tenta se levantar, mas cai novamente com as sensações terríveis que sentia, Com Yozu ainda inconsciente, Mooru se afasta do local, indiferente ao estado de Zorah. A cena termina com Zorah no chão, olhando impotente enquanto Mooru se afasta com seu objetivo cumprido.
Após a intensa batalha, Mooru segue carregando Yozu consigo. No entanto, repentinamente, ele sente um alerta e, instintivamente, solta o jovem, saltando para o alto. Um corte rasga o ar vindo em sua direção, atingindo algumas árvores próximas. Mooru pousa no chão e sente a tensão no ar, percebendo a presença imponente de Zehiro.
— Você? O que faz aqui, Zehiro? — questiona Mooru, com sua voz séria e sombria.
Zehiro aparece como se estivesse estado ali o tempo todo, calmo e sereno como de costume, com um tufo de capim entre os lábios e sua katana na cintura. Seus olhos se voltam para o jovem caído no chão e Zorah, que está logo atrás. Ele suspira, demonstrando cansaço e preguiça por ter que lidar com mais uma confusão causada pelo rapaz.
— Esse moleque... sempre se metendo em problemas... — murmura Zehiro, com um tom de desdém em sua voz.
Mooru, que geralmente não é muito falante, quebra o silêncio e se dirige ao seu irmão.
— Faz mais de 4000 anos desde a última vez que nos encontramos. Por que você está aqui agora? — indaga ele, com uma ponta de curiosidade em suas palavras.
O espadachim responde de forma vaga às perguntas de Mooru, deixando ainda mais intrigado.
— Minhas intenções... são complexas demais para serem explicadas em poucas palavras. Você deveria se preocupar mais com seus próprios assuntos, Mooru. — Responde Zehiro, com um ar enigmático.
Mostrando consideração pelas habilidades de combate formidáveis de Zehiro e o respeito que tem por ele, Mooru decide não interferir na situação.
— Muito bem, irmão. Por enquanto, deixarei assim. — afirma Mooru, com uma voz firme e autoritária.
Zehiro anuncia que levará Yozu consigo e pede a Mooru para não interferir, evitando um confronto entre eles.
— Não se preocupe, Mooru. Não estamos aqui para lutar novamente. Apenas irei cuidar dessa bagunça causada pelo moleque. — Afirma Zehiro.
Mooru pondera por um momento e acaba concordando, compreendendo que é melhor não desafiar seu irmão. Contudo, ele não deixa de perguntar mais uma vez quais são as verdadeiras intenções de Zehiro.
— Antes de partirmos, diga-me, Zehiro. O que realmente pretende com esse garoto? — Questiona ele com uma ponta de desconfiança em suas palavras.
Zehiro responde de forma ambígua, deixando mais dúvidas do que respostas.
— Não se preocupe. Tudo será revelado no momento certo. — Afirma o homem, com um sorriso misterioso.
Após a breve troca de palavras, Zehiro pega Zorah e Yozu e parte rapidamente, expressando seu agradecimento a Mooru.
— Agradeço sua compreensão, irmão, espero que eu não tenha que lutar contra você... sempre tive uma sensação diferente de você em relação aos outros. — Declara Zehiro, com uma voz calma e amigável.
Mooru parte dali, desaparecendo e surgindo diante de Zenoh na sala do conselho divino, levando consigo suas próprias reflexões sobre o encontro com seu irmão.
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