História Fallacy - Prológo

22 de outubro de 2000.

      Depois de meses de espera, o dia do julgamento finalmente chegou. Sinceramente, eu não tinha muita esperança de ficar livre, as provas contra mim eram bem fortes. Encontrar um advogado foi a parte mais difícil, nenhum deles acreditava em mim. Mas eu compreendo, não é nada fácil acreditar em alguém que diz ver o interior das pessoas.
Algumas horas se passaram e finalmente a decisão final: Condeno Sean Waltman a 13 meses de prisão e o barulho de um martelo foram os últimos sons feitos naquela sala.

Janeiro de 2001.

       Abri meus olhos e estava paralisado, deitado naquela cama que depois de 4 meses ainda não tinha me acostumado, minha visão estava turva, com falhas, como a TV da minha antiga casa em New Orleans. Mas não era isso que me incomodava, estava escutando vozes, vendo imagens que não conseguia identificar; outras pessoas em meu lugar estariam assustadas, mas eu não, desde que descobri meu dom coisas fora da realidade não me assustam mais, mas aquilo não parecia uma visão.
Inspirei fundo por alguns segundos, por aqueles segundos não escutei vozes, nem vi imagens, mas quando expirei senti uma dor imensa em meus punhos, uma agonia como se eu tivesse que escapar daquilo, então ouvi um grito agudo que fez todas as vozes, dores e visões se esvaírem de repente, então estava eu de novo abrindo meus olhos e percebi que o intenso grito era do meu colega de cela, que de vez em quando tinha surtos, talvez tudo aquilo fosse um pesadelo, ou eu estava ficando louco como ele.