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História Fallen Angel - Cellbit/Rafael Lange - Angels Fall


Escrita por: AnastasiaSeelie

Notas do Autor


Opa, desculpa a demora, deu bloqueio de pensamento q
Espero que gostem, thanks pelos 70 favs sz tmj

Capítulo 19 - Angels Fall


Cassandra Torres – Sp Capital

Quarta-feira

            – Pai, cheguei! – Falei meio esganiçada, abrindo a porta com certa dificuldade por conta das sacolas e guardando a chave de casa no bolso, ficando apenas com a do carro. Empurrei a grande madeira polida que me separava de meu apartamento e entrei, fechando-a atrás de mim. Eu segui o pequeno caminho até a sala de casa e encontrei meu pai sentado ao lado de alguém, no caso, uma mulher. – Pai? – Ele se virou em um súbito, arregalando os olhos pra mim e limpando a boca com o canto da mão, eu arqueei as sobrancelhas sem entender, a mulher do lado dele tinha os cabelos curtos como os de Gabs e um batom vermelho borrado até a bochecha. Meu Deus, que momento.

            – Oi, filhota. – Ele disse envergonhado, levantando-se rapidamente e vindo até mim me dar um beijo na bochecha. Eu recebi o beijo sem retribuí-lo, apenas encarando a mulher sentada no meu sofá. Ela olhava o chão meio pega de surpresa. – Chegou cedo, achei que ia demorar...

            – Já são 18:10 pai... – Sorri torto, colocando as sacolas na mesa de centro vazia, apenas com uma garrafa de cerveja e uma de coca em cima de alguns papeis. – É... Não quer fazer as honras? – O olhei, apontando a mulher com a cabeça, esperando que nos apresentasse.

            – Ah, essa é Ciara, meu amor. Ela é secretária do papai no escritório. – Sorriu, olhando a moça que parecia muda do lado dele. Ela usava um terninho cinza com sapatilhas e um bracelete no braço direito.

            – Olá, acho que já nos conhecemos... – Ela disse abrindo um sorriso torto e amarelo. Sua voz era baixinha.

            – É, acho que sim... – Apertei a mão da mulher e voltei a olhá-lo.

            – Eu... Onde fica o banheiro? – Olhou meu pai, que lhe explicou o caminho. – Com licença. – Ela se levantou, saindo da sala e rumando ao corredor com o banheiro.

            – Uau... – Soprei, sentando no sofá de frente ao deles e arqueando as sobrancelhas de novo. O clima parecia aqueles de filmes americanos onde o pai encontrava a filha dando amassos no namoradinho, só que aqui, era o contrário. – Vai me explicar ou eu deveria não saber disso e fingir que não acabei de te pegar quase transando com sua secretária na sala de estar?

            – Explicar o que? Estamos só... – Ele olhou pra mesa, alguns papeis estavam jogados nela sem ordem. – Vendo alguns protocolos pra levar pro juiz...

            – Pai, sua boca ta cheia de batom. – Respondi séria, vendo-o abrir bem os olhos e pegar o celular do bolso. Ele se olhou no reflexo do aparelho e limpou a boca. – Olha, você pode... Namorar; se é isso que estão fazendo, só queria que me avisasse, assim teria demorado bem mais. – Respirei fundo, vendo-o sorrir de lado.

            – Eu sei que me apoia nisso, filha, eu só fiquei com medo de se chatear por conta da sua mãe.

            – Pai, já fazem 6 meses, eu sei que quer seguir em frente, e tem todo direito disso... – Comecei, imaginando o quão estranha essa conversa soaria pra outra pessoa, ainda mais nessa altura do campeonato. – Eu só não imaginava que fosse tão cedo... Mas, tanto faz. Se isso te faz feliz, vai fundo. Você é novo ainda, não tem porque ficar preso a... A “isso”. – Fiz aspas com os dedos.

            – Filha, ei, relaxa... – Ele se levantou, vindo até mim e sentando do meu lado. – Eu amo a sua mãe como nunca amei e nem vou amar ninguém. – Ele parecia realmente sincero. – Mas, eu não aguentava mais ficar sozinho. Você logo vai embora com o Pk e eu vou ficar sozinho, como um velho caduco. – Eu não sabia que ele se sentia assim, e ouvir isso me deixou pra baixo de repente, como se tivesse acabado de apertar um botão que sumisse com meu alto astral. – Eu achava que merecia uma segunda chance de ser feliz...

            – Ah, pai... – Sussurrei, abraçando-o forte. Ele me apertou em seu peito, acariciando minhas costas. – Eu te amo e nunca ia abandonar você. Nem que se eu comprasse um apartamento aqui do lado pra morar com o Pk, mas eu jamais ia te deixar.

            – Eu não quero que fique presa a mim, Cassandra. – Ele se afastou, olhando-me nos olhos. Eu tinha nascentes de água neles. – Cresça, viva a vida, rode o mundo... Seja feliz. Eu vou me sentir bem sabendo que aproveitou a vida, que teve filhos e que se casou com quem você ama. Eu e sua mãe vivemos como doidos, e mesmo tendo você tão cedo, nunca vou me arrepender.

            – Papai, quer mesmo falar disso agora... – Algumas lágrimas caíram pela minha bochecha, tocando o chão.

            – Eu vejo nos seus olhos o quão feliz você é com o seu namorado. – Ele respirou fundo, me ignorando e limpando minhas lágrimas com os polegares. – Seus olhos brilham... É exatamente como os meus brilhavam quando eu via a sua mãe. E Pk também... Ele fica extremamente cuidadoso e carinhoso quando se trata de você, você sabe. – Eu sorri de lado, pensando com ele. – Ontem mesmo falei com ele, ele tem uma surpresa pra você quando vier, mas eu não posso dizer. Só digo que é algo que você quis muito já.

            – Mas, o que é? – Peguei a minha curiosidade, sorrindo pra ele.

            – Só vai ser memorável se ele te contar. – E é por isso que meu pai é advogado, por saber me manipular certinho. – Filha, eu te amo acima de qualquer coisa, é isso que quero que saiba.

            – Eu também te amo, papai. – O abracei novamente, bem forte.

            Quando a moça voltou, eu limpei as lágrimas. Ela se despediu de nós e foi embora, parando apenas para falar com meu pai sobre alguns papeis e a agenda dele no dia seguinte. Quando ele voltou ao sofá, estava sorrindo.

            – E então? Vai me contar o que é tudo isso aí? – Ele parecia sentimental demais, ou envergonhado quando eu o via chorando.

            – São vestidos, e um terno pro Pk... – Comentei dando um sorriso, ele arqueou as sobrancelhas.

            – Vão a algum lugar? – Perguntou deitando a cabeça pro lado.

            – Digamos que... Sim. Vamos pro Rio de Janeiro amanhã. – Eu abri bem a boca, naquele sorriso largo. – Calma que eu te explico, não fica bravo. – Ele não parecia bravo na real, só confuso. – Um evento chamou o Alan e a gente pra ir pra um baile de máscaras na sexta e eu e as meninas ficamos fora hoje pra comprar as coisas.

            – De graça?

            – De graça. – Concordei, rindo. – Digamos que vamos expor a marca nos vídeos e de certa forma, isso paga pela estadia.

            – E vão sair daqui quando na sexta?

            – Não sei direito, acho que cedo... O evento é de noite, mas precisamos fazer check-in e tudo mais...

            – O quão falido eu estou com esses vestidos? – Apontou pras sacolas e eu ri alto, seguindo sua risada rouca.

            – Bem pouco, na verdade. Eu gastei minha mesada guardada para ocasiões especiais. E um pouquinho da mesada do mês que vem... – Mordi o lábio e ele rolou os olhos, sorrindo.

            – Imaginei... Eu ao menos vou ver o vestido?

            – Só no evento. Eu tiro fotos pra você. – Disse zombeteira, me levantando e pegando as sacolas.

            – Injusto, não acha?

            – Nem vem com essa psicologia reversa que eu uso ela contra você. – Alfinetei, saindo da sala e indo pro quarto.

            – O que quer jantar hoje? – Falou alto antes que eu entrasse.

            – PIZZA! – Gritei feliz, fechando a porta.

            Dentro do quarto, peguei o vestido de dentro da sacola e coloquei em um cabide, cobrindo-o para não pegar pó e levei ao closett. Lá dentro, fiz o mesmo com o terno de Pk.

 

 

Rafael Lange – Praia, visão de Gabriel

Narrador

I try to face the fight within

But it's over

I'm ready for the riot to begin

And surrender

I walked the path and that led me to the end

Remember

I'm caught beneath, with nothing left to give

Forever

(***)

Eu tento encarar a luta no interior

Mas acabou

Estou pronto para o motim para começar

E a rendição

Eu andei o caminho que me levou ao fim

Lembre

Estou preso embaixo, com nada para dar

Para sempre

O quanto as coisas podem ser confusas quando você está de frente ao mar, vendo a garota que você julgava um dia amar, grávida, com o provável marido, rindo animada sobre caranguejos vermelhos que correm perto dos mesmos? A resposta pra isso é: Muito.

            Rafael tinha a boca aberta em um perfeito “o”, com os olhos arregalados e as mãos soltas ao lado do corpo estático; Ele estava em choque, tentando entender as imagens que passavam aceleradas ao seus olhos. Ele sentiu as pernas fraquejarem, tremerem assim como suas mãos. Era informação demais pra ele em muito pouco tempo.

            – Rafael? – Chamou o ancião, vendo que o garoto desabava no chão, ajoelhado na areia escaldante que agora esfriava por conta do sol que já se escondia atrás das nuvens. Alguns pássaros passavam no horizonte, cantando melodias que só eles deviam entender, tornando aquilo tudo mais melancólico ainda. Gabriel não sabia ao certo o porque de menor estar assim, ele não a amava, não é mesmo? – Rafael, diga alguma coisa. – Clamou, ainda observando o loiro.

            Rafael não conseguia falar, ele não conseguia ao menos pensar com coerência, e apenas se esforçava para respirar em meio àquilo tudo. Sua humanidade, mesmo sem a tal pílula que tomava para forçar-se a aparecer aos humanos, estava no ápice, fazendo-o transpirar, seu coração bater rapidamente no corpo e o sangue pulsar entre as veias finas. Ele sentia-se próximo a uma explosão mental.

            – O que você quer que eu diga? – Soprou contra o ar, a ironia era palpável.

            – Realmente, eu sinto muito por isso. Eu só achei que era melhor pra você saber de uma vez. – O pedido de desculpas só fez com que Rafael sentisse seu corpo esquentar mais. Ele fitou o chão mais um tempo, implorando a Deus que não o deixasse fazer nada que se arrependesse depois. – Podemos conversar sobre isso?

            – Você é frio, Gabriel. – Cortou o anjo, soltando a frase de repente.

            – O que disse? – Realmente confuso, ele não se moveu, encarando o jovem pupilo.

            – Você é frio. – Continuou. A voz tornava-se ligeiramente sádica, como um Coringa depravado. – Você é insensível, não liga para as dores das pessoas, você só as comanda como uma marionete maldita de um mímico. – Olhando o chão, Rafael se levantou, ficando de frente ao ser angelical. – Nada que nós sentimos importa pra você. Você sabia o que Cassandra significava pra mim e a tirou de mim, jogando na minha cara o quão feliz ela vai ser com esse cara, que nem hétero é! Você é cruel e maldoso, pisou na minha ferida mais profunda sem ao menos tentar se por no meu lugar! – As lágrimas comaçaram a sair de novo, ele tinha um sorriso estranho no rosto, como um psicopata recém descoberto.

            – Rafael...

            – Não tem essa de “Rafael”. – Riu em deboche, balançando a cabeça negativamente e lambendo os lábios várias vezes enquanto falava. – Você sabe da minha vida, você sabe da vida de todo mundo e mantém isso escondido delas pra poder ter controle sobre elas quando quiser. Cassandra ia me tirar dessa sua hipnose e você simplesmente a arrancou de mim, rasgando e queimando com o maldito fogo do inferno todas as minhas esperanças! – Ele parecia uma cobra, sibilando as palavras sem pausa. – Você é um anjo, mas não tem coração, você é o mais próximo possível de um demônio, você e Amenadiel.

            O garoto chorava sem parar, apenas vendo as lágrimas rolarem velozes pelo rosto e encontrarem a areia, ele pouco ligava com essa merda de garotos não chorarem, ou qualquer merda semelhante.

            Não havia o que ser dito por parte de Gabriel. Ele não tirava a razão do garoto. Ele, por mais que tentasse, não podia ser como esperavam que ele deveria ser. Ele não podia ser tão justo como julgava ser, nem tão cheio de compaixão. Ele falhava, como qualquer um, e mesmo sendo um anjo, sentia culpa, e agora, ele sentia uma culpa enorme. Ele não era Deus, afinal.

            Ele se aproximou de Rafael, e antes que o menino dissesse algo, ele o tomou nos braços, o abraçando.

            Rafael, ao contrário do que ele pensou, o segurou, ajoelhando-se com ele até encontrarem a areia abaixo dos mesmos e permanecerem nesse abraço, com o mais novo chorando compulsivamente e o mais velho dando liberdade às próprias lágrimas.

            Era a primeira vez que o Anjo Gabriel chorava em eras.

 

When angels fall with broken wings

I can't give up, I can't give in

When all is lost and daylight ends

I'll carry you and we will live forever

Forever

(***)

Quando os anjos caem com as asas quebradas

Eu não posso desistir, eu não posso ceder

Quando tudo está perdido e a luz do dia acaba

Eu vou levar você e nós vamos viver para sempre

Para sempre

 


Notas Finais


:)


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