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História Fallin' All in You. - Pedaço de coragem num papel.


Escrita por: monteirokah1

Notas do Autor


Olá pessoas, aqui vai mais um capítulo e eu espero que tenham uma boa leitura.

Capítulo 5 - Pedaço de coragem num papel.


Fanfic / Fanfiction Fallin' All in You. - Pedaço de coragem num papel.

“E eu quero te dizer tudo

As palavras que eu nunca disse da primeira vez

E eu me lembro de tudo

Desde quando éramos crianças brincando nesse parque de diversões

Queria estar com você lá agora...”

 

Shawn Mendes.

 

É incrível como o curso da vida muda de uma hora para outra, eu não esperava reencontrar Emily depois de cinco anos, bêbada em um bar. Eu não esperava reencontrar Emily sentada em frente à casa de sua avó prendendo o choro. E eu definitivamente não esperava voltar ao telhado da casa dos meus pais com ela apenas pelo prazer de reviver o momento. Emily Clarke é o tipo de pessoa que soa o mais improvável possível dentro de seus próprios clichês, estar com ela trás o sentimento de pisar em ovos ao mesmo tempo em que é como se nós nunca tivéssemos nos afastado, era fluido e natural, e foi por isso que eu não percebi quando contei sobre minhas crises terem voltado, eu simplesmente falei, e sua resposta soou tão simples que era como se o meu subconsciente já soubesse dela, porque nós funcionávamos assim. Mas essa ambiguidade também não me fez perceber quando as palavras sobre ela escorregaram por meus lábios, foi como libertá-las de uma prisão onde estiveram por cinco anos, eu podia sentir uma mínima porcentagem da minha mágoa indo junto. Eu realmente tinha abandonado Emily Clarck num baú lá no fundo de mim, mesmo havendo dias em que fosse impossível não pensar em como ela estaria, no geral, eu a tinha deixado para trás e me tocar disso trouxe um sentimento de culpa que eu não estava esperando. 

 

̶  Você não desceu depois que a Emily foi embora. – olhei em direção a porta vendo mamãe escorada no batente. – As pessoas perguntaram de você, eu dei a desculpa da dor de cabeça. – assenti olhando para o teto não percebendo que ela se aproximava, só quando senti o espaço ao meu lado afundar é que me dei conta que ela tinha se deitado bem ali – Vocês brigaram? 

̶  Não. – virei minha cabeça a olhando apenas para ver seus olhos encarar o ventilador de teto assim como os meus segundos atrás. Sorri voltando o meu olhar na mesma direção. – Nós não brigamos.

̶  Lembra a primeira vez que você me pediu para fazermos uma tatuagem juntos? – não contive abrir um sorriso com a lembrança – Eu sempre tive pavor de agulhas, nunca suportei a ideia de algo me furando ou picando, mas então você veio com esses olhos pidões e falou: "mamãe, será que um dia podemos fazer uma tatuagem juntos? Algo só nosso mamãe", eu entrei em pânico, era meu garotinho ali em frente a mim me pedindo pela última coisa que eu desejava fazer no mundo inteiro. – senti seus dedos entrelaçar os meus num aperto de mão confortável. – Mas eu não podia dizer não, não podia demonstrar medo ao meu filho de onze anos, eu precisava te passar confiança.

̶  Não é errado sentir medo, muito menos ter vergonha deles. – repeti o que ela sempre dizia para Aaliy e eu quando tínhamos medo de algo. 

̶  Eu sei querido, eu sei. – ela respirou fundo antes de continuar – Bem, eu te prometi que faríamos uma quando você tivesse idade suficiente para ter uma tatuagem, então você sorriu e disse: "você é a mãe mais descolada do mundo, meus amigos vão morrer de inveja", e saiu sem mais nem menos. Passei todos esses anos pedindo a Deus para que você esquecesse essa ideia. – sorri erguendo nossas mãos entrelaçadas até meus lábios e beijando seu dorso. Eu me lembrava de tudo aquilo, lembro que a ideia surgiu de ver imagens na internet. – Mas você não esqueceu.

̶  Eu não esqueci. – a olhei e vi meu sorriso espelhado no dela.

̶  Porque esse é você, sempre perseverante com suas ideias. Desde pequenininho você sempre foi corajoso, não desistiu ou chorou até conseguir andar, não desistiu nem por um momento de aprender instrumentos, mesmo quando estar em aula não te trazia resultados. Você não desistiu do seu sonho mesmo quando parecia que nada daria certo, e eu juro que nesses momentos eu tive medo por você se decepcionar. Mas você nunca foi de desistir. 

̶  Aonde você quer chegar com essa conversa, dona Karen?

̶  Eu não sei o que aconteceu entre você e a Emily, também não sei o que vocês conversaram aqui, o que eu sei é que hoje eu vi o meu filho entrar em casa com a sua velha amiga e ele tinha o sorriso que eu não vejo há alguns meses. Se você acha que a amizade de vocês não tem mais conserto ou não funcionará mais, eu vou entender. Mas, Shawn é inegável que está na companhia dela te deixa mais leve e feliz, Emily faz bem a você e você a ela e eu sempre soube disso, então querido à decisão é toda sua, mas não deixe que o orgulho seja uma barreira na sua vida.

 ̶  Já se passou tanto tempo, mãe, tanta coisa mudou, como poderíamos retomar uma amizade assim do nada?

̶  Tudo bem, eu não quero me intrometer na sua vida, só... Shawn, nós não encontramos amigos leais em qualquer esquina e algo me diz que tanto você quanto ela ainda prezam por esse laço. Eu não te criei para ser orgulhoso, meu bem. – assenti ainda processando suas palavras – Se você sente que é importante ter a amizade dela novamente, não a deixe escapar outra vez. – a coisa mais incrível em dona Karen é que ela nunca precisou invadir o meu espaço para me dar um pouco de palavras sábias, ela sempre soube ser sutil e sorrateira, e o melhor; ela sempre soube respeitar e ser companheira do meu silencio. E foi isso que fizemos, continuamos ali apenas em silencio até que eu senti meus olhos começarem a pesar.

 

Quando acordei pela manhã, mamãe não estava mais deitada ali e eu me senti uma criança de novo. Ri com o pensamento dela me pondo para dormir e acabei me distraindo com a coberta, tropeçando quando pus os pés para fora da cama. Entrei no chuveiro ainda com as palavras de dona Karen na minha cabeça, conversar com Emily noite passada tinha realmente me feito bem, era como se nunca tivéssemos ficado longe... Fluía. 

A água quente do chuveiro parecia clarear minhas ideias, eu realmente queria sua amizade de volta, e me abrir com ela com facilidade só provou o quanto eu era inconsciente disso, eu precisava dizer que todas as vezes que a empurrei para o fundo da minha mente foi apenas meu instinto de autoproteção, o medo dela não sentir minha falta era o grande catalisador, mas agora eu via como minha mãe estava certa, a amizade dela me fazia bem, e eu a queria de volta em minha vida.

Saí do banho olhando as horas, não passava das nove e vinte cinco, ótimo, ela ainda estaria em casa. Corri para trocar de roupa sentindo meu estômago pedir por comida, eu não botava nada pra dentro desde a noite passada, mas isso podia esperar. Desci as escadas apressado saindo antes que alguém me notasse. A casa da avó de Emily ficava do outro lado da rua, a porta vermelha sempre tão familiar agora fazia eu me sentir estranho, tinha tanto tempo que eu não ia até lá que mesmo o gesto de tocar a campainha parecia incomum. Repassei mentalmente tudo o que diria a ela, pediria desculpas por nunca ter a procurado e tentaria entender o porquê de ela nunca ter me procurado também, sugeriria que nós retomássemos nossa amizade de onde paramos ou que, pelo menos, tentássemos reconstruí-la. Eu estava disposto a fazer dar certo. Não percebi quanto tempo durou até que alguém viesse abrir a porta, mas reconheci a pessoa assim que ela parou em minha frente com um sorriso amigável no rosto.

 

̶  Olá Shawn. – ele estendeu mais o sorriso. 

̶  Ah, oi, você deve ser o Mike. – deduzi pela descrição que a Emily deu, ele confirmou com a cabeça. – A Emily está? Eu gostaria de falar com ela.

̶  Ema saiu, ela foi junto com a Anna levar os parentes até a estação de trem. 

̶  Tudo bem, então eu vou indo. – a frustração devia estar estampada na minha testa, de todas as possibilidades que se passaram em minha mente, Lily não estar em casa foi a única em que eu não pensei. Estava me virando para ir embora, mas uma ideia louca acendeu na minha cabeça – Mike? – ele me olhou curioso. – Eu vou dar uma festa de ano novo no meu apartamento, o que você acha de ir e levar a Emily? Você pode levar outras pessoas se quiser. – sugeri torcendo para ele aceitar, mas Mike apenas tombou a cabeça para o lado, me analisando. Ele ficou nessa posição por alguns segundos antes de me responder.

̶  Não.

̶  Não? - eu estava surpreso, confesso, já ele parecia bastante tranquilo com sua resposta.

̶  Eu tenho uma ideia melhor. – ele se aproximou de mim – Por que você não liga para ela e a convida?

̶  An... Eu não tenho o número dela.

̶  Eu tenho. – ele sorriu complacente. 

̶  Eu não acho que ela vá aceitar, mas se você a convidar... – passei a mão nos cabelos me sentindo nervoso. – Olha, eu quero conversar com ela sobre algumas coisas, quero tentar uma reaproximação, mas se ainda conheço Emily, ela não vai aceitar um convite meu para uma festa no meu apartamento. – principalmente depois de eu ter dito que a esqueci de propósito.

̶  Pois algo me diz que se você for sincero, ela aceita. – suspirei sabendo que ele não mudaria de ideia. – Faça assim, pegue o telefone dela, ligue e marque um café, apenas um café para por o papo em dia, então lá você faz o convite. 

̶  Não me parece uma má ideia. – de verdade, talvez isso pudesse dar mais certo que convidá-la diretamente para uma festa. Mike pediu licença, mas logo voltou com um pedaço de papel contendo dois telefones anotados.

̶  Aqui, pegue, são os telefones residencial e celular dela. – peguei a pequena folha a guardando no bolso com cuidado para não perder. – Saiba que eu só estou fazendo isso porque acho que vocês merecem isso, mas não ligue para ela se for sumir alguns dias depois, você sabe, ela se apega fácil as pessoas. 

̶  Obrigada, Mike. – sorri antes de dar meia volta em direção a minha casa.

 

 

(...)

 

Dedilhei o violão tentando algumas notas diferentes enquanto pensava no pedaço de papel guardado no bolso da calça, mal vi o tempo passar e quando percebi Brian estava parado na minha frente com uma sobrancelha erguida parecendo me analisar.

 

̶  Cara, você tá esquisito. – ele se jogou na minha cama com aquele jeito folgado de sempre. – Ontem desistiu da festa e voltou pra casa, e ainda ficou sem se comunicar, eu tive que aparecer aqui pra saber se você tava vivo. Agora tá aí com essa cara de quem encontrou o fantasma do natal passado.

̶  Eu vi a Emily. – soltei meu violão ao lado da cadeira desistindo de criar qualquer melodia.

̶  A Emily? Aquela Emily? A sua Emily? A Emily da casa da frente que você tinha uma queda? 

̶  É, você lembra dela. – revirei os olhos, impaciente. – Sim, essa Emily.

̶  Você realmente encontrou o fantasma do natal passado. – não resisti tacar uma almofada nele que desviou com facilidade. – E aí?

̶  E aí que foi bem louco, quer dizer, a gente se reencontrou por acaso num bar em Toronto e eu meio que lambi a barriga dela.

̶  Espera, vocês... – ele gesticulou com as mãos deixando o resto da frase no ar. Demorei três segundos para entender o que Brian quis dizer.

̶  Não! Deus, não. – senti meus ombros tencionarem. – Ela estava sorteando um tiro no shot quando eu cheguei ao lugar e eu fui o sorteado. – ele sentou-se direito prestando mais atenção no assunto. – Ela estava bêbada e eu não estava no melhor da minha sobriedade, mas nós mal nos falamos até ontem. – contei resumidamente para o meu amigo os acontecidos desde o começo, de como a encontrei na frente de sua casa e ficamos conversando e depois esticamos um pouco a noite para o telhado e de como eu não consegui me frear e acabei deixando a impressão de que tinha a esquecido.

̶  Inacreditável. – ele parecia se divertir soltando uma risada. 

̶  O que é tão engraçado, Brian?

̶  Você. – ele deu de ombros. – Todo esse clichê é tão típico de você, Shawn. – ele sorriu mais uma vez brincando com o flash da almofada. – Olha toda a sua história com a Lauren e como acabou, não soa um tanto clichê? A Hailey, e agora a Emily. – suspirei deixando meus ombros caírem em desanimo, ele tinha um ponto.

̶  Eu fui procurar por ela hoje, queria retomar nosso contato, mas agora já não tenho mais certeza.

̶  É claro que tem. Você cultivou um sentimento por essa garota desde que a viu, eu aposto que ele ainda está aí em algum lugar só esperando por uma oportunidade. 

̶  Não é verdade, eu segui com a minha vida, me relacionei com outras pessoas, gostei de outras garotas. Eu segui em frente, além do mais ela nunca sequer olhou para mim sem ser como amigo.

̶  Eu nunca neguei isso, nunca disse que você não gostou de outras pessoas, mas como seu amigo e vendo o jeito como você acabou de falar dela agora pouco, é inegável que você sentiu tudo de novo.

̶  Cara, é estranho, porque eu sinto esse afeto por ela, entende? Tenho uma grande amizade por ela e nem sei explicar isso, mas sim, tem esse sentimento doido. Eu realmente gostei da Lauren, foram dois anos incríveis mesmo com as brigas e distancia. As outras garotas com quem me envolvi foram especiais, cada uma a seu modo, mas é como se ela sempre estivesse ali, nas sombras. Um fantasma que eu ignorei por cinco anos.

̶  Você guardou qualquer remota ideia de um sentimento além de amizade por ela, porque ela não sentia o mesmo.

̶  É mais que isso. Eu nunca quis estragar o que tínhamos, porque era sincero. – sorri lembrando da nossa amizade. – E também, nós nunca daríamos certo como um casal, somos opostos demais.

̶  Isso é verdade, nem sei como conseguiram se tornar tão amigos, pois bastava um dizer a que o outro gritava b. – era bem verdade, poucas eram as coisas em que Lily e eu concordávamos. – Lembra-se da vez que a gente queria fazer uma barraca do beijo para arrecadar fundos na festa do bairro e ela bateu o pé dizendo que um bazar renderia mais? A garota infernizou uma semana inteira até que desistíssemos. 

̶  Matt a odiou por todo o resto do mês. – gargalhei lembrando que aquela era a chance do meu amigo de dar seu primeiro beijo. 

̶  Ela argumentou que tínhamos grandes chances de pegar germes e doenças que poderia acabar em um câncer de boca, lembra? Até imagens ela trouxe.  – essa era Emily, sempre persuasiva. – E então, você pretende manter o contato? 

̶  Não sei, eu consegui o número dela e pensei em ligar e convidá-la para um café, mas sinceramente? Não acho que ela vá aceitar. 

̶  Pare de ser covarde, o que está esperando para ligar? – ele tacou a almofada em mim, acertando bem na minha testa. – Não é como se você fosse a pedir em casamento, é? Apenas um café entre velhos amigos.

̶  Foi o que Mike disse.

̶  Espera, os caras  da banda sabem? – não contive o riso só agora percebendo a coincidência dos nomes.

̶  Não, Mike é o amigo dela que me passou o número. – expliquei. – Ele disse que eu deveria chamá-la para um café. 

̶  Cara sensato, gostei. Mas chega desse assunto, vim te chamar para uma partida de hóquei, vamos? 

̶  Não sei, eu tenho que voltar para Toronto ainda hoje cara, preciso organizar essa festa. 

̶  Só uma partidinha para relembrar os velhos tempos, não custa nada.

̶  Tudo bem, mas se prepare para perder. 

̶  Sua sorte é que o Matt está viajando, do contrário eu queria ver toda essa pompa sua. - neguei sorrindo.

Gastar minha tarde jogando hóquei com Brian foi divertido e acabou me distraindo mais do que eu esperava, não vi as horas se passarem e quando dei por mim já estava tarde, pegar estrada a noite não era uma opção, então resolvi ficar mais uma noite na casa dos meus pais. Peguei a estrada logo após o café da manhã, ainda precisava estar em casa para esperar Andrew e os caras para uma reunião de planejamento do novo álbum. Passei em frente ao parque em que Emily e eu costumávamos ir quando éramos mais novos, não tinha mudado muita coisa ali, foi impossível não rir com algumas lembranças e isso me fez pensar como seria se ela tivesse estado comigo desde o começo da minha curta carreira, ela provavelmente seria minha maior incentivadora, ela sempre foi. Aproveitei a estrada de volta para checar minha caixa de mensagens. Apoiei o celular no porta copos deixando que as mensagens passassem uma por uma, familiares, amigos, pessoas da produtora, mas uma em especial me fez rir.

 

"Hey Shawn, é a Camila vulgo a sua pessoa favorita no mundo, só estou ligando para desejar feliz natal, mas como você não atende a droga do telefone, fica aqui a minha mensagem. Cara, o que você tanto faz que não atende o telefone? Eu queria te..."

 

Sorri aguardando a próxima.

 

"Oi, sou eu de novo, essas mensagens são uma droga, muito curtas para o meu gosto, mas eu não precisaria mandar várias se você atendesse a droga do seu telefone. Shawn, eu tenho tanta coisa pra te contar, a gente realmente precisa se ver, porque..."

 

"Okay, eu odeio deixar recados, então é isto, espero que você tenha um bom natal e me ligue assim que puder, mande beijos para todos da sua família. Te amo, Shawn."

 

Aproveitei o sinal fechado buscando o número da morena nos meus contatos discando a chamada no autofalante e voltando a prestar atenção na estrada. Alguns segundos foram suficientes para ela atender.

"Olha só, quem é vivo sempre aparece." – gargalhei com seu exagero. – "Não deboche de mim, seu idiota."

̶  Você é sempre tão dramática, Mila. – sorri sem tirar os olhos da estrada. – Como você está? Espero que tenha tido um bom natal.

"Na verdade eu tive um ótimo natal..." – ouvi sua risadinha sapeca de quando estava louca para contar algo.

̶  Desembucha Camila, o que você aprontou?

"Ai Canadá, me deixa fazer um suspense." – eu não podia ver, mas tenho certeza que ela fez uma careta. – "Eu finalmente apresentei o Mathew para os meus pais, ele passou o natal aqui e todos gostaram dele. Shawn, eu to tão feliz."

̶  Camila, isso é ótimo, eu fico realmente feliz por você. – ela estava tão feliz que era impossível eu não me sentir feliz por ela. – Sério, Mila, eu espero que vocês sejam muito felizes.

"Obrigada, querido, mas e você, como passou o natal?" 

̶  Digamos que o meu natal foi bastante... Surpreendente. – sorri me lembrando da Emily.

"Hailey?" – ela arriscou esperando por uma resposta mais concreta.

̶  Não, digo, ela passou uns dias comigo em Toronto e foi divertido, mas não passamos o natal juntos. 

"Shawn Mendes, você pode fazer melhor que isso, vamos."

̶  Eu prometo que vou te contar tudo, mas é uma história muito longa para ser contada por telefone, tem que ser pessoalmente.

"O problema é que eu não sei quando a gente vai se ver, Shawn."

̶  Mila, eu estarei em L.A no próximo mês, prometo te ligar e a gente marca algo.

"Tudo bem, mas eu quero todos os detalhes, hein." 

Nós continuamos conversando por quase todo o caminho, ela me contando sobre os preparativos para o lançamento do seu álbum de estreia, ela estava tão empolgada com tudo que era impossível eu também não estar. Camila falou sobre a finalização de todas as músicas, depois voltou a falar sobre seu namoro e em como ainda gostaria de manter isso longe da mídia, eu claro, dei-lhe todo o suporte. Contei para ela sobre a nova música que eu estava compondo, mas não dei muitos detalhes, prometendo mandar para ela assim que ficasse pronta. Falei sobre a festa de fim de ano que eu estava planejando, mas ela não poderia participar porque iria se apresentar na decida da bola de NY, o que era incrível. Contei como foi meu natal, escondendo a parte em que eu reencontrei a Emily, não que eu não confie nela, longe disso, mas era realmente algo que eu preferia contar cara a cara, Camila era a minha amiga mais próxima, nós tínhamos liberdade para falar sobre tudo um com o outro, então eu não via o porquê em esconder isso dela. 

Manobrei para dentro da garagem do meu prédio enquanto ouvia Camila falar sobre um episódio de Greys Anatomy, ela tagarelava sobre como chorou com a morte de um residente enquanto eu me controlava para não rir de toda sua dramaticidade, nesse meio tempo acabei vendo um carro bastante conhecido na minha vaga de visitante.

̶  Mila, preciso desligar, vou ter uma reunião com os caras agora. 

"Tudo bem, depois a gente se fala, um beijo Shawn." – desliguei o telefone caçando minhas chaves no porta luvas.

 

Assim que cheguei ao meu andar encontrei Andrew, Geoff, Teddy e os caras da banda me esperando, cumprimentei cada um com um toque de mão antes de abrir a porta cedendo passagem para eles entrarem. Os folgados logo se jogaram no sofá, eles estavam falando sobre algum jogo de basquete. 

 

̶  E aí cara, como passou o natal? – Mike perguntou puxando um cinzeiro que eu mantinha ali exclusivamente pra ele. 

̶  Bom. – respondi desbloqueando a tela do celular só para bloquear em seguida. 

̶  Certeza? – ele me olhou desconfiado, mas eu confirmei tentando esquecer o pedaço de papel na minha mochila. – Tudo bem, to indo lá em cima dar um trago. – ele saiu em direção as escadas para fumar.

̶  Você ainda vai morrer, seu idiota. – Dave o provocou recebendo um dedo em resposta. – E aí, qual a boa?

̶  A festa de ano novo ta de pé? – Eddy perguntou atraindo a atenção de todos.

̶  Sim, mas é algo apenas para os amigos, nada grandioso. – expliquei. – Convidei só pessoas próximas. 

̶  E isso inclui a garota do karaokê? – Geoff perguntou com uma clara malicia na voz.

̶  Espera, que garota? – Dave se ajeitou na cadeira parecendo mais interessado. 

̶  Nosso garoto prodígio aqui encontrou uma antiga amiga na sexta feira e ela meio que ofereceu um tiro no shot a ele. 

̶  Geoff, você é um linguarudo. – taquei uma almofada nele que riu achando muito divertido meu constrangimento. 

̶  Que história é essa, Shawn? Você não estava com a Hailey? O que eu perdi? – Teddy era a mais curiosa de todos ali.

̶  Primeiro; Hailey e eu não estamos juntos tipo um namoro, a gente só fica de vez em quando. Segundo; foi apenas uma coincidência de eu encontrar a Emily, estávamos um pouco bêbados e aconteceu essa brincadeira. 

̶  Ah, deixa que eu conto, o Shawn é muito sem graça. – revirei os olhos vendo Mike voltar da varanda bem a tempo de ouvir o Geoff narrar a noite do karaokê. Claro que ele contou de um jeito muito mais exagerado e nada sutil me fazendo revirar os olhos e interromper a cada frase para corrigir algo. No fim todos estavam me zoando.

̶  Eu não acredito que a garota vomitou em você depois de te dar um tiro no shot. – Mike gargalhou tombando a cabeça para trás. – Você realmente tem sérios problemas com garotas, brow. 

̶  Muito engraçado, mas pelo o que eu lembro isso aqui deveria ser uma reunião de trabalho e não para tricotar. – encarei Andrew que estava calado até o momento e bastante concentrado em seu telefone. – E então, Andrew?

̶  A Island liberou, vocês vão fazer tudo por conta própria, mas com a condição de que estejamos passando informações para eles sempre, o diretor quer se manter informado das produções. – assenti sem poder conter o sorriso, esse seria meu primeiro álbum mais adulto e eu me sentia livre para criar. – Ah, eu consegui a casa, você viajam para L.A na segunda semana de janeiro.

̶  Certo, quero mostrar uma letra a vocês, espera aí, vou pegar lá no quarto. – corri até a mochila vasculhando até encontrar o meu caderno de anotações, mas acabei encontrando o pedaço de papel dobrado dentro. Abri a folha encarando os números perfeitamente escritos ali sentindo-me ansioso de repente. A duvida se eu deveria ligar voltando, mas tratei de me concentrar no trabalho, depois eu veria isso. Guardei o papel na gaveta da cabeceira decidindo deixar para tomar qualquer iniciativa apenas quando estivesse sozinho.

 


Notas Finais


Então, eu esspero que gostem, finalmente tivemos um capítulo inteiro narrado pelo Shawn, quero muito saber a opinião de vocês, por favor, não me abandonem kakakakak

Beijo <3


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