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História Falling in Love (Charlie x Alastor) PAUSADA - The Hunter and the Prey: Uma Dança


Escrita por: ChaosPhoenix e DaddyAlastor

Notas do Autor


Hello my dears!

Como estão?
Agradeço a todos pelos cumprimentos no meu aniversário, vocês foram muito gentis.

E agora vamos ao que vocês gostam! Entretenimento!
Esperamos que gostem deste capítulo de The hunter and the prey.
Charlie está um pouco triste com o feedback do ultimo capítulo. Talvez por ter sido carnaval...

A quem comentou e deu seu feedback, agradeço imensamente.

Acho que já notaram que eu não estou nos meus melhores momentos para fazer as notas HA HA HA!
últimamente não sei bem o que dizer.

Mas é isso, espero que gostem desse capítulo e desejo a todos uma ótima leitura!

--DaddyAlastor

Capítulo 25 - The Hunter and the Prey: Uma Dança


Charlie dormia calmamente, faziam alguns bons dias desde que dormira confortavelmente pela última vez, o que fez com que estivesse com o sono um pouco mais pesado do que o normal. Sonhava com os acontecimentos do dia, refletindo no tiro que recebera e na ajuda que Alastor a deu. Até que ainda existiam pessoas boas no mundo. Sorriu se remexendo um pouco e virando-se para o lado de fora da cama, aconchegando a cabeça no travesseiro. 

Alastor continuou até sua vítima, ele se inclinara para ir direto ao seu pescoço enquanto tentava ignorar seus pensamentos. Foco, era isso que ele precisava. Aproximava suas mãos lentamente até que a menina sorriu... Ela estava sorrindo, ela já estava sorrindo... Por que? Seus olhos se mantiveram no sorriso dela enquanto lentamente recuava. Era lindo, um sorriso diferente... Um sorriso cativante. Ele sorriu junto enquanto a menina se remexeu. Ele... Ele não ia conseguir... Ele não ia conseguir mata-la. Definitivamente não... Seu coração estava acelerado, porque ele estava acelerado? Ele virou para ir para a porta e voltar ao seu quarto. 

E novamente a menina se mexeu, desta vez esticando o braço para o lado de fora, este que tocou algum tecido macio e involuntariamente segurou-o como se apertasse a mão de alguém. Era a calça de Alastor. Sorriu de novo. Deveria estar sonhando. 

Alastor parou e congelou. Encolheu o pescoço e ergueu os ombros. Ele estava completamente congelado. Lentamente virou a cabeça e olhou para a menina... Ela estava segurando sua calça. O que ele faria? Não podia fazer movimentos bruscos ou a acordaria... Lentamente começou a tentar sair dali para soltar a mão dela de sua calça. 

Os olhos da menina se contraíram um pouco, e um barulhinho como um pequeno grunhido pôde ser ouvido ao se mexer novamente e levar a mão livre até os olhos, esfregando-os um pouco e depois soltando a calça de Alastor para fazer o mesmo com a outra mão, abrindo os olhos devagar. "Alastor...?" Perguntou sonolenta. 

Alastor começou a andar até a porta o mais rápido que pode, mas ela o chamou. Ele parou, tirou as luvas e jogou rapidamente para o corredor. Ele virou apenas o rosto lentamente com um sorriso sem graça.  

"Hey...D-dear." Ele olhava sobre o ombro com a luz do luar da janela de Charlie refletindo em sua armação do óculos. 

Charlie não estava entendendo direito o porquê de Alastor estar ali, então se apoiou sobre os cotovelos levantando um pouco o corpo para olha-lo melhor. Ele parecia tenso.  

"Está tudo bem?" Perguntou bocejando e passando a mão no cabelo para ajeita-lo. 

"Está..." Ele sorriu e deu uma risada baixa, ajeitando seu colete e então respirando bem fundo para tentar ao máximo encenar que nada acontecera. "Você aparentemente fala dormindo." Ele riu mais simpático agora, virando para ela. "Pensei que havia me chamado e vim conferir se estava tudo bem." 

Charlie colou o corpo então contra a cabeceira, encolhendo os joelhos e os abraçando, virando um pouco o rosto. "E-eu chamei v-você?" Era transparente que estava ruborizada, ainda mais por sequer lembrar com o que estava sonhando. Será que tinha dito algo errado?! 

Alastor se aproximou lentamente dela colocando as mãos atrás de suas costas. "Algumas vezes, mas não se preocupe, tenho certeza que estava sonhando de como seria minha aparência se não fosse desse jeito." Brincou balançando a mão como se quisesse que ela esquecesse. "É melhor voltar a dormir, foi apenas um engano de qualquer forma, my dear." 

O coração da menina estava um pouco acelerado. Não sabia dizer se pela vergonha ou se por ter acordado rápido. Olhava para Alastor enquanto encostava a cabeça nos joelhos e escondia uma parte do rosto por entre os braços "Desculpe" disse.  

Alastor era gentil demais, até para se preocupar com barulhos noturnos, não queria incomoda-lo mais. "Vou tentar não falar nada dormindo, eu acho.” 

"Não se preocupe." Ele sorriu e novamente fez o mesmo gesto com a mão. "Vamos fazer assim... Se precisar de ajuda ou qualquer coisa, vá até meu quarto e me chame, sim?" Ele novamente tocou sobre seu nariz e piscou para ela. "Agora, descanse." Ele virou as costas, indo para a porta. "E me desculpe por acorda-.la." Sorriu gentil antes de começar a fechar sua porta. 

"Tudo bem..." Charlie ainda estava sonolenta mas um tanto quanto sem jeito. Assim que o rapaz fechou a porta ela se enrolou no cobertor, deitando novamente mas um pouco encolhida, não queria chama-lo sem querer de novo. Logo mais, algumas horas depois o dia começou a raiar, mas dentro de uma casa ela não sentia o tempo passar. 

Alastor passou a noite se remexendo na cama. Por que ele não conseguira matar? Por que ela estava sorrindo agora?  

... Por que... Havia tantas perguntas em sua cabeça que faziam a mesma rodar e rodar? 

Mas finalmente pegou no sono.  

Era um novo dia, Alastor realmente tinha que trabalhar, mas parara para fazer algumas panquecas para ambos. Elas estavam quentinhas e era possível ver o vapor que saía delas.  

Alastor colocou a mesa dois copos uma jarra de suco de uva, manteiga, e o xarope pra panquecas. Ajeitou suas mangás e tirou seu avental. Andou até o quarto onde Charlie estava e bateu delicadamente. “Charlie? O café da manhã está pronto.” Encostou a orelha contra a porta para verificar se tinha uma resposta.  

A menina dormia bem apesar do ocorrido noturno. Estava, no fundo, exausta e precisava descansar. Até que no meio de seus sonhos uma voz a chamou, despertando-a devagar juntamente de um cheirinho gostoso que não sabia identificar o que era.  

Acordou um pouco moribunda, levantando devagar. Não era seu pai a chamar, como seria no inferno. Até que percebeu que era Alastor, dando um pulo para fora da cama e abrindo a porta as pressas, preocupada "Eu já tinha que ter ido né?! Desculpa! Eu não sei porquê não acordei!" 

Alastor arregalou os olhos assim que a garota abriu a porta e ficara frente a frente com ele. “Não se preocupe com isso, my dear.” Ele sorriu gentil, acenando com a mão para que ela não desse importância a isso. “Fiz café da manhã para nós. Por que não me acompanha?” A convidou dando um espaço para que ela saísse do quarto e esticou o braço para ela. “Adoraria a companhia...” A olhava com os olhos semicerrados. 

A menina passou pelo rapaz já encostando a porta e o olhando um pouco mais calma, mas ainda ofegante por ter levantado rápido. "C-claro..." Não negaria um café da manhã. Levou o braço até o dele para que caminhassem juntos. Isso a deixava um pouco sem graça porém, afinal estavam dentro da casa dele. 

Alastor sorriu quando ela deu o braço a ele e começou a andar para a cozinha e mesa. Puxou a cadeira para ela e quando a mesma sentou foi para a dele. Havia um prato a frente de cada um, e um no centro com as panquecas. “Fique à vontade, Charlie. Pode se servir.” Ele sorriu e ajeitou os óculos no rosto pegando na lateral da armação. “Aqui está o xarope” apontou para um pequeno jarro. “Aqui tem manteiga...” Ele apontou também na mesa. “Ah, e este aqui é um suco de uva. Espero que goste... E que goste de panquecas pela manhã.” Ele riu. 

"O-obrigada" A menina olhava tudo aquilo na mesa, o suco já conhecia, mas panquecas nunca havia provado. "G-gosto, claro".  

Alastor estava sendo incrivelmente gentil com ela, talvez não fosse sempre que tivesse companhia de alguém para as refeições. Puxou uma panqueca com o garfo e despejou um pouco de xarope sobre a mesma, a enrolando e pegando um pedaço. Era muito bom, e doce. Amava doces.  

"Está maravilhoso" comentou sorrindo e colocando a mão na frente da boca para falar. "Você não costuma ter companhia para comer?" Sua voz era suave, não queria parecer rude. 

Observou a menina despejando o xarope e pegando a panqueca. Ele sorriu com a resposta positiva da menina. Alastor pegou sua panqueca, não era muito fã do xarope... Mas se lembrava de sua mãe... Colocou um pingo do xarope no canto do prato e começou a comer a panqueca, até então sem tocar naquele pingo.  

Ele levantou o olhar para ela e sorriu. “Não, moro sozinho já faz alguns anos.” Ele falou após engolir seu pedaço. “Você é bem observadora, não é?” 

Então estava certa, ele parecia gostar da companhia, ou era no mínimo muito educado. Ajeitou-se na cadeira e arrumando a postura, desceu o garfo que levava a boca e serviu um pouco de suco para si mesma. "Você também é" Constatou com um sorriso de lado "Muito." Bebericou o suco. 

“Um bom observador conhece outro.” Alastor disse dando uma piscada para a menina e um sorriso de lado. Voltou a comer sua panqueca e tomou um gole do suco. “Mas me conte, de onde você é, my dear?” Ele olhou para ela. “Acho que não te perguntei sobre isso ontem.” 

Mais uma vez engoliu em seco. Era do inferno, nunca poderia falar aquilo. Além de New Orleans, que cidade havia visitado mesmo? "Ca... Carolina do Norte" Comeu logo outro pedaço da panqueca, não queria aprofundar o assunto "Você é daqui mesmo?" 

Ela havia hesitado novamente. Ele ergueu a sobrancelha a observando. “Oh sim. E é muito diferente de New Orleans?” Ele sorriu agora estava interessado, se inclinando um pouco para observar a garota. “Sim, born and raised.” Ele riu baixo dando uma piscadela para ela. 

Faziam quase cem anos desde sua última visita a Carolina do Norte, e na época, bem antes da guerra civil, não havia muita gente ou muitas casas e comércios. "É tranquilo, menos movimentado que aqui." Não sabia se ainda era assim, mas com certeza gostava muito mais de New Orleans. "Eu acho interessante como você conhece muita gente daqui, como havia dito. Mas..." Agora levou o dedo anelar a borda do copo, fazendo o contorno dele enquanto pensava "Ninguém te conhece de verdade. É como se você tivesse um grande poder nas mãos, só esperando o momento certo de usar" riu baixinho, o que estava falando?! 

“Sério? Bom, New Orleans pode ser uma cidade bem agitada graças a sua música, o que me faz amar este lugar.” Ele sorriu grande levando outro pedaço da panqueca a boca. E quando chegou no último, finalmente passou o mesmo sobre o xarope em seu prato. Sempre lembrava de sua mãe, das panquecas que ela fazia para ele e aquela sensação lhe trazia certo conforto.  

Alastor riu baixo com a observação da garota. “Você me conhece a apenas um dia, querida.” Ele sorriu limpando os lábios com o guardanapo. “Como sabe que ninguém me conhece de verdade?” Ele agora analisava ela com um sorriso presunçoso. Ela não estava errada, mas eles acabaram de se conhecer... Ele tinha refeições sozinho em casa, mas poderia significar outras tantas coisas. 

A menina deu de ombros também terminando sua panqueca e logo mais o suco, deixando-o dançar de um lado para o outro na boca por alguns instantes. "Disse que era muito conhecido, mas... Ninguém sequer olhou ou falou com você." Charlie então pegou o guardanapo e o dobrou enquanto pensava "Nem pareciam saber quem você era. Então deduzi." Olhando para cima e notando um pouco da decoração da cozinha, a loira suspirou "Gosta de não ser reconhecido pela aparência? Ou talvez goste do anonimato parcial?" Sorriu de lado, agora olhando para ele. 

Alastor prestava atenção na moça e dava um riso baixo olhando para seu copo e o trazendo para seus lábios. “Sou muito conhecido, pela minha voz.” Ele se apoiou de volta na cadeira, encostando suas costas. “É muito bom ser reconhecido pela voz, mas em quesito aparência, se não abro minha boca para falar, raramente sou reconhecido.” Ele disse com o olhar firme nela. Onde ela queria chegar com isso? “Vamos dizer que, gosto do anonimato. Poder ir ao mercado, poder ir à caça sem ser julgado” começou ainda sem tirar os olhos dela. “Sem dever satisfação a ninguém.” Ele sorria grande. “Além do que... Devemos ter cuidado em quem confiamos nossos hábitos ou informações pessoais.” Ele então semicerrou os olhos ajeitando os óculos. “Nunca sabemos quando estão dizendo a verdade...” seu sorriso agora era um pouco mais desafiador. “Cada pessoa tem seus motivos, querida Charlie.” 

"Sua voz é realmente bem marcante" Comentou Charlie agora ouvindo o que Alastor tinha a dizer. Não estava mais com fome. Pelo modo que ele ficara, não parecia feliz com o assunto. Charlie perdeu o sorriso novamente o escutando. Ele sabia que ela estava mentindo. "Tem razão. Cada um tem seus motivos" novamente seu olhar se perdeu, dessa vez em suas próprias mãos que estavam apoiadas sobre a mesa, um pouco tensas "Não podemos falar sobre tudo." Completou. 

Ao ver o sorriso dela sumir, o de Alastor se engrandeceu mesmo sentindo uma certa pontada no peito. “Não, e nem devemos. Vivemos em sociedade, my dear... Uma sociedade um tanto quanto traiçoeira. Nem tudo pode ser falado.” Ele sorriu mais e olhou o prato dela sem terminar.  

Ele se levantou e pegou o próprio prato e o copo, indo até a pia e colocando sobre a mesma para lavar. Antes, virou seu suco de uva ali mesmo.  

‘Devia ter matado ela’ disse uma voz dentro de sua cabeça. Alastor fechara os olhos se inclinando sobre a mesma.  

‘Não devia ter se acovardado. Você é um covarde...’ Ele se inclinou mais ‘Ela não está mais sorrindo, e a culpa é sua...’ Alastor olhou para trás com um sorriso que se tornava estranhamente grande. Olhava apenas sobre o ombro.  

‘Assim como você fez com sua amada mãe.’ Ele virou para a pia novamente. Seus ombros subiam e seu pescoço se encolhia. ‘Fica quieto.’ Pensou, pegou o copo e apertou levemente com a mão.  

‘Você pode matar ela com esse copo...’ Seus olhos brilharam enquanto ele segurava e tremia levemente com a mão. ‘Quebre ele e mate ela, vamos.’ A voz insistia. E Alastor fechou os olhos. ‘Não.’ Um flash dela sorrindo apareceu na sua cabeça.  

‘ANDA, você tirou isso dela.’ Ele se exaltou, e quebrou o copo na mão, cortando levemente sua palma. “Tsc.” Ele reclamou baixo enquanto o vidro caiu sobre a pia. 

"Acho que você está certo..." Charlie estava um pouco inquieta, seus pés balançavam por debaixo da mesa enquanto os olhos seguiam o rapaz que pegou sua louça e levou a pia. "Está tudo bem?" Ele estava a um tempo parado a frente da mesma, até que a menina saltou para trás se levantando, ele havia quebrado o copo. "VOCÊ ESTÁ BEM?!" Agora a frase não era mais abstrata, ele não estava bem.  

Charlie correu até ele e segurou-o pelo pulso, para não apertar o corte "Fique parado" advertiu e com a outra mão começou a retirar os caquinhos que estavam encravados na dele. Seus dedos se cortavam um pouco conforme tirava e jogava no balcão da pia, mas logo se curavam, era imperceptível. Estava concentrada em tirar o vidro. 

Os pensamentos conturbados de Alastor pioraram ao ver ela correndo em sua direção, como se fosse câmera lenta. ‘Vamos, mate ! Ela está vindo.’ Ele ia pegar o resto do copo com a mão ferida, mas parou. O olhar dela... Ela estava preocupada?! Tivera um flash de sua mãe... E congelou.  

Ela estava tocando nele sem sua permissão. Seu peito entrou em pânico. Geralmente ele iria dizer a ela que não poderia toca-lo ou gritar com ela pela situação, mas não o fez. Seu toque era... Bom? Seu olhar ficara perdido sobre a menina. Ele não sentia dor... Ele estava perplexo. 

"Calma, vamos arrumar isso, ok?" A menina olhava para o ferimento e tentava ajudar da melhor forma que conseguia. Não sabia muito sobre humanos, mas sabia que eram frágeis e que o sangue não podia ficar saindo. Então... Deveria estanca-lo.  

Assim que terminou de tirar o vidro, continuou segurando seu pulso com uma das mãos enquanto a outra fora direto para a torneira, abrindo-a e logo puxando ele para que lavasse. Então com as duas mãos lavou a dele com cuidado, tentando ser o mais delicada possível. "Está doendo?" Perguntou em tom de preocupação, agora olhando em volta e procurando um pano. Porém achou apenas guardanapos de tecido em cima de um dos armários.  

Fechou a torneira e puxou ele até próximo do armário, pegando o guardanapo e o enrolando na mão dele, apertando um pouco. Nem tinha percebido que estava com o corpo próximo demais do dele. 

Alastor nada falava, apenas ficava olhando à garota. Seu sorriso continuava ali, mas menor. Ele conseguia ouvir seus próprios batimentos. Por que ela estava fazendo aquilo? E por que seu toque era bom? “Sim.” Ele olhava para a menina que agora enrolava o guardanapo ao redor da mão. 

Alastor não fazia ideia do que ela havia perguntado, apenas sentia o toque dela, nem notara que sua mão estava molhada. O que estava acontecendo? 

Assim que terminou de arrumar o ferimento do rapaz, segurou a mão dele por entre as suas, apertando um pouquinho para que parasse de sangrar "Vai passar" seu olhar era ainda preocupado, era o mínimo que podia fazer por ele depois de tê-la ajudado. Soltou-se da mão dele e olhou para frente, seu rosto estava próximo ao dele. Sentiu o coração bater forte e deu um passo para trás, voltando-se a pia e pegando um pano próximo, limpando-a. 

Alastor continuava imóvel agora ele podia sentir até o cheiro da moça. Era um aroma agradável... Não era enjoado que nem a maioria das mulheres de New Orleans usavam. Era natural... 

Assim que ela o olhou seu coração parou e ele arregalou os olhos sentindo finalmente a mão que ardia. “Shhh.” Ele puxou o ar entre os lábios ao finalmente sentir a dor. E virou de costas para a garota. Ele estava confuso, nunca sentira isso antes ou sequer ficada nesse estado. “Obrigado,” agradeceu segurando o próprio pulso. “...Charlie.” 

Terminava de limpar a pia agora enxaguando o pano quando um calafrio percorreu seu corpo sem saber o motivo, a fazendo soltar um sorriso gentil "Gentileza gera gentileza" disse com uma voz suave, deixando implícito que estava grata por ele. "Você vai para a rádio hoje, né?" Na verdade só estava tentando puxar um assunto e deixar o clima mais leve enquanto secava as mãos em outro pano. 

Alastor ouviu o que a menina disse e riu baixo. Nunca ninguém havia se preocupado tanto com ele por uma coisa simples como ela havia mostrado pelo jeito que cuidara dele. “Vou. E... Devo daqui a pouco antes que me atrase.” Ele então andara até ela. “Mas o seu vestido... ainda está sujo, não?” Ela não poderia sair na rua de pijamas certo? 

"Irei sair também, vou explorar a cidade e talvez ir embora" A loira sorriu, talvez um pouco chateada, mas aliviada pois mão iria mais incomoda-lo.  

Charlie se surpreendeu com ele andando até ela novamente, virando-se para ele e encostando na pia enquanto apoiava as mãos na mesma "É-é... Não se preocupe. Não é um problema." Poderia conseguir outro depois, ou voltar mesmo para o inferno. Sua visita já tinha valido a pena. 

“Ir embora, tão cedo? Mas chegou ontem.” Apontou, afinal fora o que ela tinha dito a ele. Ainda evitava olha-la por completo. Ao mesmo tempo que um nervosismo. Não queria que ela fosse? Mesmo evitando o olhar ele andara até ela olhando seu pijama nela e levantara o olhar ao encontro do dela. Colocou o dedo sobre o queixo.  

“Posso lhe dar algumas roupas velhas de quando era mais novo. Acho que serviriam.” Ele se virou então com um sorriso grande. “Já volto.” Ele olhou pelo ombro, parecia animado. E fora até seu quarto procurar tais roupas. 

Não tinha chegado ontem... Na verdade ontem fora o único dia que valera a pena realmente ter vindo. Porém seu pai já devia estar preocupado. "Sim, eu acho que-" Fora cortada pelo rapaz a olhando agora nos olhos. "Suas roupas?" As bochechas da menina coraram, ele queria que ela ficasse? Tinha entendido direito? Andou em direção a ele, seguindo-o "Não precisa, vou tentar achar um lugar para ficar..., mas é provável que eu vá embora mesmo. Não se preocupe com roupas." Charlie parou no batente da porta do quarto dele, não entrou para não ser desrespeitosa. "Muito obrigada por me ajudar, mas eu tenho que ir" Ela sorriu chateada, não podia mais abusar da boa vontade dele. 

Alastor continuava a andar pelo corredor de forma animada. Ela ia embora então... Por alguma razão aquilo o fez diminuir o ritmo de seus passos. Ele ainda andava para o quarto e então virou um pouco o rosto. “Tudo bem, mas insisto em lhe dar pelo menos roupas novas para sua volta.” Ele disse continuando e entrando em seu quarto.  

Era um quarto simples, com uma cama grande de casal. Havia um armário ao canto, e uma cômoda com gavetas na parede oposta de onde a cama estava. Abriu a última gaveta e retirou uma calça escura e uma camisa social branca. “Não são muito femininas, porém...” Ele entregou para ela. “Não me servem mais de qualquer modo.” Ele riu tomava cuidado com a mão machucada, afinal começara a doer. 

A menina segurou as roupas que ele a entregou e trouxe-as para perto do rosto, tinham um perfume gostoso apesar de estarem guardadas "Obrigada, Alastor" desta vez ela conseguiu sorrir de verdade, olhando nos olhos dele com carinho. "Vou vesti-las agora, então" deu um passo para trás para andarem direção ao banheiro e assim o fez.  

Por algum motivo, Alastor não parecia muito feliz com sua partida. Ou era impressão dela? Talvez estivesse imaginando coisas. Teve de balançar a cabeça para afastar o pensamento e não perder o foco. Não podia ficar, não devia e ele não podia descobrir da verdade sobre ela. 

Alastor sorriu quando ela as pegou e seu sorriso diminuiu aos poucos quando viu ela sorrindo. De novo aquele sorriso. Aquele sorriso que o deixava com o coração acelerado. “Tudo bem.” Ele acenou com a cabeça e desviou o olhar olhando para a janela. ‘Devia ter matado ela quando teve a chance.’ A voz voltou baixa e ele se apoiou sobre a cômoda, com seus olhos perdidos na paisagem de fora. O sol estava alto, e pássaros cantavam baixo. Ele respirava lentamente. ‘Fraco.’ 

Vestiu-se rapidamente, parado em frente a pia depois ara se olhar no espelho. A roupa tinha ficado boa no corpo, um pouco larga, porém boa. Conferiu o próprio cabelo, escovando-o com o dedo e prendendo-o em um coque alto, deixando a franja um pouco solta par dar um ar mais leve e lavou o rosto. Em seguida se virou para aonde havia deixado o vestido e o pegou, estava sujo mas poderia resolver isso depois. Colocou seus sapatos e saiu do banheiro, estava pronta, agora só deveria esperar por Alastor. Parou na porta dele e ele estava olhando pela janela "Alastor?" Chamou e deu uma volta no próprio eixo, mostrando a roupa. 

Ele suspirava, as vozes pelo menos pararam e ele podia ouvir os pássaros lá fora. Passou a mão sobre o rosto, esfregando levemente, enquanto a outra se mantinha na cômoda com o guardanapo ao redor.  

Assim que ouviu ela o chamando, ele virou o rosto passando a mão sobre seus cabelos e tirando da testa apenas para ajeitar. “Você está bela, Charlie.” Ele sorriu gentil soltando os cabelos lentamente sobre sua testa. Ela estava muito bonita mesmo, o cabelo... E as roupas ficaram bem nela. Ele ajeitou seu colete e começou a andar para fora de seu quarto. “Vamos, te deixarei na rua principal caso queira procurar algum hotel ou almoçar, mais tarde.” Ele sorriu. 

"Obrigada" Sentia-se bem na roupa, apesar de não ser sua. Não era muito de usar roupa social assim, mas deveria começar. Era confortável e bonita. Quando Alastor se aproximou ela concordou com a cabeça e deu passagem, logo iria segui-lo.  

Talvez aproveitaria o dia mesmo para conhecer mais da música local. Ficara bem curiosa desde que Alastor falou sobre. Na verdade, estava curiosa até mesmo em ouvir a rádio que ele trabalhava. "Pode me deixar onde for mais fácil para você" Sorriu. 

Alastor sorriu gentil e começou a andar para a entrada onde pegou uma boina e um sobretudo preto para ele. Colocou o sobretudo sobre o ombro a princípio e fechou a porta atrás dele.  

Enquanto eles andavam Alastor falava e recomendava alguns restaurantes para ela, estava animado. Recomendou inclusive mais hotéis caso ela ficasse. Ao chegarem na rua principal ele sorriu. “Bom, aqui lhe deixo, bela Charlie.” Ele puxando a mão dela e dando um beijo sobre as costas da mesma. “Foi um prazer. Espero que goste dessa cidade; caso... Deseje ficar mais.” Ele piscou para ela e se despediu dela para ir para Rádio. 

Por mais animado que Alastor estivesse, no fundo Charlie estava um pouco chateada. A companhia dele tinha sido boa, porém não muito longa. Se pudesse ficaria mais tempo com ele. Queria poder conhecer os restaurantes que ele indicara, também os hotéis. Mas não tinha dinheiro para nada, nem sabia como conseguir dinheiro humano.  

Quando o rapaz parou para despedir-se dela, o coração da pequena apertou-se um pouco. E suspirou com o beijo na mão. Ele era um cavalheiro. "Obrigada, Alastor. O prazer foi todo meu. Espero..." Agora o olhar dela desviou, se perdendo sobre a rua e as construções "...Te ver de novo." 

Alastor sorriu, dando um aceno com a mão enquanto caminhava para longe. Queria dizer o mesmo para ela, mas fingira que não ouvia. Começou q assoviar seguindo seu caminho. — O dia passara normal, mas vez ou outra ele lembrara de Charlie... Ela foi a primeira vítima que ele não conseguira matar e ele ficara pensando e repensando porquê.  

Talvez por ser mais nova, como suspeitava? Por ter sofrido um quase abuso? Ou... Por ela não ser tão triste quanto aparentava, com um sorriso e risada contagiantes... Não, aquilo não estava certo.  

Nas horas que Alastor colocava a música ele parava e olhava para sua mão ferida. Passara rapidamente em uma Pharmacia para fazer um curativo melhor do que guardanapo. Mas ainda assim, ele olhava para o ferimento e lembrava de Charlie, de seu toque, de seu olhar de preocupação que parecia genuíno.  

Alastor não conseguia parar de pensar nela nos intervalos. E isso estava deixando-o apreensivo. Precisava dar um fim a isso. Assim que saiu da rádio era hora de acha-la e persuadi-la novamente a passar a noite em sua casa. Dessa vez ele iria conseguir, iria dar um fim nisso. Não queria pensar nela nem se sentir estranho como estava se sentindo. 

Charlie caminhou pela cidade um pouco durante o dia, passando por lojas e lugares, novamente sem comprar nada. Estava sentindo-se mais leve por ter tido uma companhia esta manhã e no dia anterior. Apesar do incidente do tiro, estava tudo bem. Vez ou outra passava pela vitrine de algum estabelecimento e se olhava, virando de lado e de costas para checar a roupa. Realmente tinha ficado bem nela. Sorriu involuntariamente.  

Mal estava vendo o tempo passar ao tentar conhecer melhor os locais de música e jazz da cidade, também sem conseguir entrar. O sol estava quase se ponto quando encontrou uma danceteria que dava para ver dentro e ouvir um pouco da música ainda que do lado de fora. Leu a placa escrito "Jazz". Então... Aquilo era jazz. Um largo sorriso se abriu no rosto da loira, que começou a balançar o corpo timidamente na calçada, tentando imitar os movimentos das pessoas que estavam lá dentro, sem mesmo se importar com quem passava na rua. 

Alastor caminhou pela cidade, olhando ao redor sempre para procura-la. Sabia que não tinha dinheiro, então não estaria em um hotel... Mas talvez ela tivesse voltado. Não, não poderia... poderia? Ele iria ser amaldiçoado a tê-la em sua mente enquanto soubesse que estava viva? Não, não poderia.  

‘Você tem que encontra-la, terminar o serviço. Imprestável.’ Ele fechou os olhos por um instante chacoalhando a cabeça. O tempo passou e já anoitecia, não conseguia achar ela. Ele estava ficando apreensivo. Talvez devesse desistir e viver com essa maldição.  

Ele olhou para a lua que começava a se destacar no seu alaranjado de New Orleans. Precisava voltar para casa... Deixou os ombros caírem com um suspiro e começou a andar, colocando as mãos dentro dos bolsos e caminhando. Ao longe ouvira uma música a distância. Era Jazz e sabia exatamente de onde vinha. Uma danceteria que se encontrava na avenida Paris a caminho de sua casa.  

Ele sorriu, e ao se aproximar viu uma figura dançando timidamente. Ele sabia como Jazz podia ser algo contagiante, ele mesmo começara a cantarolar a música assim que reconhecera. Ao se aproximar, seus olhos se arregalaram e um sorriso começou a aparecer no rosto.  

Era Charlie... Ele calmamente se encostou em um poste ao se aproximar dela. Ela estava sorrindo... E estava tentando acompanhar os passos, timidamente, mas estava, com alegria... Ela era a garota mais excêntrica que conhecera em New Orleans... Poucas pessoas dançavam na rua, a não ser que houvesse alguma festa, ou comemoração, ou algum feriado propício.  

Ele estava com a lateral do ombro e braço encostados no poste de luz encostando levemente a cabeça no mesmo enquanto a olhava. Adorável. Ela tinha tanta energia... Nem parecia a menina triste que seguia pela cidade. A noite finalmente chegou, e a luz do poste acendeu, mas seus olhos nunca saíram dela. 

Charlie queria entrar e dançar lá dentro, com a música alta que parecia entrar pela pele das pessoas por vibrações graves do baixo. Aquela sensação parecia ser única, mas não podia sentir. Apenas acompanhava os passos olhando para dentro do local, até que girou para imitar o de uma mulher.  

Já estava anoitecendo, e assim que se virou percebeu uma figura masculina a observando debaixo do poste de luz. Charlie o reconheceu. Sabia que o reencontrar poderia ser incômodo para ele, mas... Não estava triste em vê-lo. Pelo contrário, assim que o viu um sorriso surgiu em seu rosto e ela o chamou com a mão num sinal para que ele viesse até ela.  

"Jazz é tão legal" Comentou "Eu queria ter conhecido esse lugar antes. Talvez eu aprendesse a dançar." Charlie riu baixinho, ela nunca tinha aprendido a dançar, mas aquilo parecia divertido. 

Alastor se surpreendeu ao ver a garota o chamando, mas mesmo assim fora de encontro com ela. Olhou para dentro do local, todos dançavam felizes... Jazz realmente era cativante.  

"Sim, eu lhe disse..." Ele sorriu com as mãos no bolso e olhando para a loira agora. "Se você ficar mais um tempo, quem sabe eu não lhe ensine a -" Ele fez um pequeno passo de Jazz ao redor da menina. "Dançar." Ele sorriu largo parando e estendendo a mão para ela. Não esperou ela corresponder, apenas trouxe a mão para si. "Falando sobre... Já achou hotel para se hospedar?" Ele olhou para ela colocando a mão para trás de suas costas com os olhos semicerrados. 

Ela quase estendeu a mão para pegar a dele, dançar parecia realmente divertido, mas ele retirou a mão rápido demais, então a dela ficou parada no ar até que a recolhesse também. "Eu não-" Na verdade ela queria aprender a dançar. "Não encontrei... Ainda." Agora ela levou as mãos para trás das costas, sequer tinha procurado. 

Alastor sorria para ela olhando-a. "Oras, então, por que não passa a noite em minha casa novamente?" Ele se inclinou para a garota. Estava a olhando nos olhos agora. "Adoraria a companhia para a janta." 

Novamente ele estava próximo demais e ela teve de se inclinar um pouco para trás. Era impressão dela ou ele estava estranhamente tentando a fazer ir para sua casa de novo? 

"Eu não acho que seja uma boa ide-" Ela pensou no jantar. Talvez não comeria comida humana por centenas de anos caso fosse embora "ia..." Engoliu em seco, hesitando. 

Alastor analisava todas as feições da garota inclusive estava atento a sua voz. Então... Ela queria? Ótimo, agora só precisava persuadi-la a passar novamente a noite em sua casa. Afinal, queria acabar com essas sensações, pensamentos, de uma vez por todas.  

"Caso queira, posso acompanha-la até a rodoviária, mas não acho seguro também uma dama esperar ou viajar de trem sozinha a noite." Disse baixo com um tom preocupado. Estava tentando jogar com ela. Ela precisaria de dinheiro para tal, coisa que admitira ontem que não tinha. "Mas seria uma pena, quer dizer, poderia lhe ensinar a dançar Jazz. Seria divertido, e uma lembrança para levar para a Carolina do Norte." Agora seu sorriso aumentara assim como sua expressão parecia empolgada. Se inclinara mais para ela, mesmo que a garota tenha se inclinado para trás. 

"Rodoviária? Não, não... Não precisa." A menina riu baixinho de nervoso, sentindo um calor subir pela nuca por não saber sair da situação. Algo a dizia que tinha alguma coisa errada com Alastor, ele estava querendo muito que ela estivesse com ele desde ontem.  

Ou talvez só queria companhia. Ele fora tão gentil... Por que estava desconfiando dele agora? Queria aprender Jazz... "Jazz parece legal..." Desta vez ela não se inclinou mais para trás, ficou parada "Mas não acho certo eu me hospedar na sua casa sem poder lhe pagar ou sequer fazer alguma tarefa.” 

Alastor sorriu quando ela se justificou e então ele deu uma leve risada. “Oras, na verdade, você já me pagou.” Ele mostrou a mão machucada e apontou para ela. “Você me ajudou hoje, e agradeço por isso.” Sorriu gentil. “Gentileza gera gentileza.” Repetiu a frase que a menina o dissera mais cedo. 

A menina revirou os olhos, as coisas tinham pesos bem diferentes. "Isso não foi nada" Estava sem graça, não achava que estaria tudo bem ir com ele, mas queria. Era irresponsabilidade, porém estava curiosa quanto ao Jazz e também queria comer mais da comida humana. Afinal, quando voltasse para o inferno provavelmente seria impedida de voltar por um bom tempo. "Não sei". 

Ela queria mas estava incerta... Talvez devesse agir como quem não quisesse nada e só quisesse realmente ajudar. “Bom, se não quer aceitar minha oferta, posso lhe pagar uma estadia num hotel.” Ele sorriu colocando as mãos atrás das costas. “Insisto em dizer que uma dama realmente não deve ficar perambulando na rua de noite. É bem perigoso.” Disse com firmeza e novamente com cara de preocupação. 

"Não!" Desta vez ela pareceu mais exasperada, colocando as duas mãos a frente do corpo, como se pedisse para ele parar e seus joelhos se flexionaram um pouco "Não precisa disso!" Ele queria tanto ajudar ela assim? O que tinha visto nela? "Eu me viro bem, sou forte" Charlie riu baixinho e fez uma cara de força logo em seguida, com um biquinho. 

Ela estava quase suplicando para que ele não fizesse nada. Talvez... Ele estivesse forçando. O biquinho que ela havia feito, fez Alastor rir leve. Era adorável e um tanto quanto bobo. “Tem certeza?” Alastor perguntou erguendo a sobrancelha. “Bom, não posso insistir.” Ele então levantou os braços e sorriu. “Já é uma mulher adulta, e eu não deveria lhe azucrinar tanto.” Fez uma pequena reverência. “Me perdoe por isso, só queria ajudar.” Ele então ajeitou o óculos. “Bem, está tarde, e preciso descansar...” Ele disse pegando na mão dela. “Não irei mais lhe tomar o tempo, bela Charlie. “ beijou-lhe a mão gentilmente. “Se cuide.” 

Ao ouvir suas palavras, sentiu um aperto no peito, não sabia bem dizer o que era. E logo que ele beijou sua mão, este se intensificou, sentia-se um pouco triste. Talvez nunca mais fosse ver aquele humano.  

Segurou a mão dele, não o deixando se soltar. O toque era quente. "Espera..." A menina então desviou o olhar, ainda segurando a mão dele e não querendo soltar "Por que quer tanto que eu vá?" O tom era doce, porém confuso. Ninguém na terra parecia se importar com ela como ele estava fazendo. 

Alastor parou, ela havia o segurado... Ele queria que seu plano desse certo, mas não queria pressiona-la para fazê-la suspeitar dele. Deveria ser... Mais cauteloso. Ele riu então. “Já lhe expliquei. Você é nova aqui, não tem como pagar um hotel... Essas ruas são perigosas para doces damas como vocês.” A mão dela era quente... “Não gostaria que ficasse vagando por aí sem rumo ou onde ficar ou sequer sem ter o que comer...” Ele sorriu gentilmente e sua mão involuntariamente segurou a dela. “Mas eu entendo, que posso ter me equivocado, e talvez você não precise, e peço perdão por tal julgamento.” Quando notou que segurava a mão dela, ele soltou, seu coração pulou em seu peito. Novamente aquela sensação que ele não gostava. 

Assim que ele soltou sua mão ela levou as duas até as costas. Não é que ela não precisasse... Era diferente. "Você não entenderia os... Meus motivos." Virou a cabeça para a danceteria, as pessoas ainda pareciam se divertir ao som de jazz. Como queria aprender. "Eu vou, mas... Não quero falar sobre eles." O olhar de Charlie parecia perdido na pista colorida. Não queria ir embora também. Talvez Alastor realmente só quisesse ajudar. 

Alastor olhava a menina e quando ela olhou para dentro da danceteria ele sorriu. Ela queria mesmo aprender. “Justo, temos um acordo então?” Ele esticou a mão para ela. “Você fica em casa o tempo que precisar e quiser, claro, mas eu não toco no assunto sobre seus motivos e te ensino jazz.” Ele sorriu semicerrando os olhos. Ela não passaria dessa noite de qualquer forma. 

"Hm... Não me parece justo. Deixe-me fazer algo por você pelo menos, ok?" Mal sabia ela dos planos de Alastor, porém acreditava que ele estava querendo ajuda-la realmente. "Se estiver de acordo, irei ajuda-lo na sua casa também. Pra ser justo." Ela levantou a sobrancelha e estendeu a mão também, apertando a dele com firmeza –como seu pai havia lhe ensinado.– olhando-o nos olhos, foi aí que sorriu. 

Alastor revirou os olhos com um sorriso grande e rindo leve. “Tudo bem, temos um acordo.” Ele pegou na mão dela assim que a mesma o fez e ‘firmaram’ o acordo. “Para minha casa então?” Ele virou e estendeu o braço para ela. 

"Sim" Charlie sorriu para ele, colocando novamente o cabelo atrás da orelha antes de pegar o braço dele e seguirem para a casa do rapaz. 'Que irresponsável' podia ouvir a voz de Lúcifer em sua cabeça. 

Alastor segurou o braço da garota e partiu para sua casa.  

Ao chegar lá ele tirou seu casaco e colocou sobre um pequeno conjunto de ganchos que ficava ao lado da entrada na parede. Andou até a cozinha e tirou um pote com a massa deixando-a na pia. “Para hoje teremos gnocchi, irei tomar um banho primeiro.” Ele passou na sala e ligou seu rádio colocando na estação que trabalhava. Estava tocando jazz. Ele então virou, girando levemente no próprio eixo e abrindo os braços e se curvando um pouco com um sorriso. “Volto logo.” Ele sorriu e rodou novamente. “Enquanto isso aprecie.” Ele ergueu a mão mostrando o indicador no ritmo da música enquanto andava meio que dançando em direção ao seu quarto para pegar suas roupas e então fora para o banheiro. 

Quando entraram, Charlie logo abriu um dos botões da camisa. Como não estava mais na rua não precisava ficar totalmente fechada até o pescoço. Seguiu sentando-se no sofá, ouvira o prato que teriam, mas nunca havia ouvido falar sobre. Apenas concordou e logo se virou para ver Alastor ligando o rádio.  

Jazz era realmente contagiante, quando Alastor saiu, mal deu tempo de pensar e já estava batendo o pé no mesmo ritmo e balançando um pouco o corpo. Iria espera-lo ali, sentada. Retirou então os sapatos os deixando do lado e alguns minutos depois não aguentou e teve de se levantar, tentando repetir os passos que tinha visto antes. 

Durante seu banho, Alastor pensava e repensava em como seria como faria e quando. De noite, tentaria mais uma vez, mas não seria com as próprias mãos. Ele relaxou a banheira encostando a cabeça na borda dela.  

Ele fechou os olhos e sorriu. Iria de uma vez por todas calar seus pensamentos sobre a menina. Após alguns minutos ele saiu, todo trocado, com uma camisa social branca com as mangas dobradas até o cotovelo e calças sociais. Não iria ficar perambulando de pijamas pela casa.  

Ele parou na entrada da sala de estar e sorriu. Ela estava dançando, ela parecia animada e aquilo era adorável. “Vejo que está se divertindo, my dear.” Ele sorriu largo com os braços cruzados. 

Enquanto dançava, os pensamentos da menina vagavam para longe. Na terra se sentia mais viva do que em seu lar, aquele da qual era obrigada a estar relacionada com seu atual namorado. Não gostava. Tinha de se portar como uma 'lady' e seguir normas de etiqueta quando na verdade queria apenas seguir os passos do pai sem se importar muito com aparências.  

Virou-se para olhar para Alastor quando ouviu a sua voz e ele parecia feliz ou intrigado "Sim, não quero decepcionar..." A menina riu baixinho, mesmo que ele a fosse ensinar, queria já saber um pouco antes de qualquer coisa. 

Alastor então riu, ajeitando seus óculos. “Oras, my dear... A dança não é sobre decepcionar.” Ele disse se aproximando dela, e pegando em sua mão com a mão que ainda estava com curativos. “É sobre sentir o que a música tem a dizer, e como seu corpo reage a ela.” Ele disse esticando o braço dela para cima e girando a menina em seu eixo para segura-la novamente. “Sinta a música, e deixa seu corpo te conduzir.” Ele disse então se distanciou dela ainda segurando sua mão e começando a dançar animadamente com passos rápidos e divertidos de acordo com a música. Seus cabelos molhados balançavam e chacoalhavam junto com seu corpo enquanto ele sorria e mantinha os olhos nela. 

Assim que Charlie girou, deu um riso baixo, não estava esperando por aquilo, porém assim como quando Alastor se empolgou falando sobre música na mesa, estava se empolgando ali e ficava incrivelmente adorável assim. Quase caiu durante o giro então firmou os dois pés com força e riu mais alto, okay, então ela tinha de sentir a música.  

Fechou os olhos por um segundo sentindo o ritmo e assim que abriu, Alastor estava dançando. Ela começou a tentar acompanhar, ainda um pouco tímida e descoordenada. "É um pouco difícil" reclamou olhando para os próprios pés, estes que sem querer se batiam vez ou outra e se perdiam. 

Mais uma vez Alastor admirou em silêncio a risada alta de Charlie. Era tão contagiante que fazia ele mesmo querer rir. Quando ela abriu os olhos ele viu que ela estava tentando acompanhar a música, tímida e então ele riu. Ela estava um pouco descoordenada. "Calma, está muito apressada." Ele disse segurando a mão dela. "Sinta a batida, assim..." Ele então parou de dançar e levantou o indicador da mão livre. "Um dois três, bam, um dois três bam" Acentuava a batida mais forte com o bam e seu indicador contava junto com ele. "Você tem que sentir, junto com o peito. Conectar os ouvidos e o coração." Ele então soltou dela e deu alguns passos para trás. "Um, dois, três, bam."  

Começava a dançar jazz enquanto contava em alto e bom som da mesma forma que antes. "Primeiro se concentre em seus pés." Ele dançava e fazia pequenos passos apenas com os pés. "Agora você." Ele parou e sorriu para ela. 

Charlie engoliu em seco, parando de dançar um pouco envergonhada e olhando atentamente para o movimento que Alastor fazia com o dedo. Enquanto isso contava a mesma coisa em sua cabeça, movendo-a como um 'sim' a cada 'bam' para marcar o tempo. Respirou fundo por entre eles, tentando se conectar mais com a música "...coração" repetiu a palavra de Alastor e começou, voltando a olhar para os próprios pés e fazer o movimento que ele havia feito. "Assim?" 

Alastor sorriu. Ela até que aprendia rápido, não?  

"Isso! Você está sentindo!" Ele começou a acompanhar ela dançando de frente para ela, e olhando os movimentos que ela fazia com os pés. "E agora." Ele fora subindo o olhar até o dela. "Braços." Ele agora estalava os dedos no ritmo da música como se contasse e jogava os braços suavemente de um lado para o outro acompanhando os seus pés junto com a música. Vez ou outra ele esticava os braços ainda seguindo a música e tornando a dança mais divertida. 

Vendo que Alastor a havia elogiado, sorriu mais largo, pois era realmente divertido dançar dessa maneira, apesar de um pouco difícil. Olhou para cima para ver o movimento dos braços e começou também timidamente, errando alguns movimentos e logo tentando se corrigir. "Você é muito bom nisso, eu não consigo desse jeito" Ela riu baixinho um pouco envergonhada, ainda tentando mover os braços juntamente dos pés, mas era difícil coordenar os movimentos. 

Alastor riu do comentário da menina. "Não precisa ter passos certos, my dear." Ele sorriu, e continuava dançando sem tirar os olhos dela. "Venha, lhe ajudarei." Ele pegou na mão dela puxando novamente para ele. "Vamos nos concentrar mais nos pés, deixe que eu guio." Ele sorriu colocando a mão sobre a cintura dela. "Com licença." Pediu até firmar o toque e então olhou para o ombro. "Coloque sua mão sobre meu ombro." E assim que ela o fez, começou a dar alguns passos como estava fazendo antes. "Tan, tan, TAN." A música havia mudado e assim como o tempo do ritmo da mesma. "Esses passos são de uma dança chamada Charleston" Comentou até que se desgrudou dela jogando-a para o lado e ficando lado a lado com ela, com o braço esticado, mas com a mão que usava para guia-la ainda conectada com a dela. Com o braço livre ele mexia de acordo com a música e com os passos. Então virou o rosto para ela como se fosse a vez dela. 

"Ta" Concordou quando ele disse que a ajudaria e deu permissão para que tocasse sua cintura. Era bem educado de sua parte, não fariam isso no inferno.  

Colocou a mão sobre o ombro dele e se concentrou nos passos logo o olhando nos olhos por um segundo e soltando um sorriso tímido, voltando a se concentrar nos passos. "Esse nome é engraçado" Riu um pouco a menina, abaixando um pouco a cabeça e quase a encostando no ombro de Alastor "Parece a junção de nossos nomes, haha" Quando se desgrudaram, Charlie permaneceu segurando com cuidado a mão dele para não machuca-lo e então começou a mexer os braços livremente daquela maneira, sem se importar muito em coordena-los, e aquilo deu mais certo, deixando os braços soltos pelos passos, eles acabavam que acompanhando os pés que jogava para frente e para o lado no ritmo da música.  

Aproveitou que estava pegando o jeito para ousar um pouco e passar pela frente dele dando uma pirueta e indo para a esquerda do rapaz, segurando sua outra mão, agora com mais firmeza pois não era a que estava machucada. 


Notas Finais


Hellololololowowowo

Como vocês estão?

Como Alastor falou ali em cima, estou um pouco decepcionada com o feedback, eu tiro horas da minha vida apenas para editar, e nós dois escrevemos todos os dias para manter essa fanfic ativa ahha então sem o mínimo de feedback me sinto mais cansada e sem ânimo para continuar. cogitei até mesmo o hiatus xDDD

Não sei se a história ficou desinteressante ou só não estão tendo mais tempo/vontade de escrever, mas... Espero que tenham gostado do capítulo, e se chegaram até aqui, falem conosco, gostamos de conversar.

--DearCharlie_


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