História Falling in Love (Charlie x Alastor) PAUSADA - The Hunter and the Prey: Um passeio

Levantou e fora para a cozinha depois de tomar um banho e se trocar. Preparara ovos com bacon para o café da manhã. Com suco de laranja dessa vez. Ajeitou sua camisa social e seu cabelo e fora até o quarto onde a pequena dormia. 

"Charlie, querida? O café está a mesa." Disse antes de se retirar. 

Ouvira a voz de Alastor ecoar por seus sonhos logo a fazendo acordar devagar, noite tranquila para ela. "Já vou" A voz da menina era manhosa pois rolava para fora da cama com preguiça, ficando alguns segundos sentada no chão e olhando para porta, tomando coragem para levantar e seguir até a cozinha. Apoiou as mãos para levantar e então foi. Abriu a porta e deu de cara com Alastor, dando um pulinho para trás pois bateu o corpo ao dele sem querer "Bom dia!" Sorriu. 

Alastor se assustou assim que sentiu a menina bater o corpo ao dele e então ele segurou seus braços. "Tudo bem?" Ele aproximou seu rosto ao dela, estava preocupado se havia se machucado. "A culpa foi minha, me desculpe." Ele a soltou, corando um pouco ao notar que tinha feito de novo, tinha se aproximado dela mais do que devia. Virou para a mesa onde estavam servidos os pratos com o café da manhã. "Venha, fiz ovos e bacon, espero que goste." Disse indo sem jeito para à mesa, mas fingindo que nada acontecera. 

"T-ta! Desculpe eu que saí muito rápido" Com um risinho nervoso ela puxou o corpo um pouquinho para trás ao ver que Alastor estava muito próximo, mas logo o seguiu até a cozinha. "Tenho certeza que irei gostar" Sentou-se logo pegando um pouco com o garfo para saborear, era muito bom mesmo, Alastor cozinhava muito bem. "Aprendeu a cozinhar sozinho?" 

Alastor sentou-se e colocou o guardanapo sobre o colo. Dessa vez era um guardanapo um pouco mais longo, de pano. "Sim, moro sozinho já faz uns anos... E como disse ontem, cozinhar é um dos meus hobbies." Ele sorriu para ela. Estava feliz que ela havia aprovado sua comida. Começou a comer também. "Dormiu bem?" 

"Eu poderia comer sua comida todos os dias e nunca cansaria" Ela continuou pegando um pouco mais para comer, estava sendo sincera, era uma das melhores que já havia provado. "Dormi sim, e você?" Na hora ela olhou para ele esperando uma resposta positiva, afinal na noite anterior ele parecia cansado porém sem conseguir descansar. 

"Fico lisonjeado de ouvir isso, querida." Ele sorriu sem jeito. Ele amava cozinhar, mas nunca cozinhara para ninguém, além dele mesmo. Então o elogio da jovem o surpreendeu. "Também." Ele olhou pra ela e automaticamente seu sorriso aumentou. Olhar para os olhos dela faziam ele se perder um pouco, inclusive esquecera que demorou para dormir repensando em tudo o que havia acontecido..., mas no fundo agradecia por não ter seguido com seu plano e ter ela ali ainda. "Ansiosa para o bolo?" Ele riu sem tirar os olhos dela. 

"Muito!" Por mais que parecesse que não, Charlie adorava ver o sorriso de Alastor e olhar em seus olhos, então vê-lo animado a deixava ainda mais empolgada. "Será meu professor hoje" A menina riu baixinho, puxando o copo de suco para beber e olha-lo em seguida, dando uma piscadinha. 

Alastor sentiu o coração pular de novo, mais discreto do que antes. "Claro. Seu professor de jazz, e agora de culinária." Ele riu levando outra garfada para a boca e comendo lentamente. Não demorara muito até finalizar seu prato e começar a beber seu suco. "Só espero que goste de cozinhar." 

"Melhor professor que eu poderia pedir" Ela sorriu meiga voltando a comer para que terminasse logo também. "E gosto sim, só... Não sei se sou muito boa nisso." Charlie riu baixinho dando a última garfada antes de se levantar e levar o prato à pia "Hoje eu lavo" Pediu mais como uma afirmação, já tomando o lugar que ele estava na frente da pia. 

Alastor desviou o olhar dando um riso leve, estava sendo muito gentil com ele... O que o fez corar levemente. "Vamos descobrir, que tal?" Ele sorriu maior e levantou. "Claro... Só tome cuidado, os copos podem ser bem traiçoeiros." Brincou e fora para geladeira, pegando os ingredientes que utilizariam. Então fora para seus armários, pegando recipientes para misturar, xícara para medir, e colheres de dois tamanhos. Colocou tudo sobre a bancada. Pegou então um avental preto e vestiu, pegara outro e segurara esperando a menina que lavava a pia. 

Charlie lavou rapidamente os pratos e os deixou escorrendo ao lado da pia, virando-se num giro entre os tornozelos e se aproximando. "Este é pra mim?" Ela sorriu esticando a mão para pegar o avental, sabia que a resposta era positiva, então já o segurou e colocou, amarrando-o nas costas e logo prendendo o cabelo em um coque para que não caísse na comida. "E agora, chef?" Ironizou batendo as duas mãos e olhando para tudo o que ele havia pego. 

Ela era muito sagaz, e estava adquirindo mais atitude aos poucos. Talvez estivesse perdendo a vergonha ao redor dele. "Bom, nem precisei responder." Ele riu e virou as costas para a bancada. Pegou um velho pincel que utilizava para cozinhar. "Primeiro vamos deixar a forma pronta, e para isso vamos untar." Ele olhou para ela. "Sabe o que é isso?" Com um sorriso ele passou o pincel na manteiga.  

"Primeiro passamos na manteiga, não precisa pegar tanta manteiga... E então como se fosse uma tela, pincelaremos a forma inteira, inclusive suas laterais da parte onde o bolo irá." Disse enquanto pincelava uma pequena parte dali. "Agora você." Disse entregando o pincel para ela e ficando ao seu lado. 

"Isso é fácil" Charlie pegou o pincel e começou a untar a forma, já havia feito isso no inferno, mas lá não usavam manteiga, tão pouco outros ingredientes que haviam no mundo humano. Ela estava se divertindo, mesmo que estivessem apenas começando. Logo terminou "Voilà!" Charlie levantou o pincel quanto terminou e fez uma coxinha com a mão, beijando a ponta da mesma e a abrindo, como se fosse uma chefe renomada de cozinha "Sente esse talento" Ela riu e então entregou o pincel para ele "E agora?" 

Alastor riu, sim era fácil, mas ela parecia um tanto quanto empolgada. Ele apoiou as mãos sobre a bancada enquanto a observava, e não demorou muito até que ela terminasse. "Belo talento." Ele brincou dando uma piscada para ela. "Agora você vai selar, isso é para o bolo não grudar. Pegue um pouco de farinha e jogue aí. E então bata a forma..."  

Pegou a forma na mão, fingindo que tivesse farinha ali, virando a mesma na vertical, e batendo com uma mão enquanto a outra segurava. "Para que a farinha se espalhe inteira." Entregou a forma para a menina, e pegou um saco de farinha. Segurando em suas mãos e despejando um pouco sobre a forma. 

"Of course!" Então procurou a farinha sobre a mesa, mas Alastor já havia pegado, então apenas segurou a forma e esperou que ele despejasse. Assim que o fez, ela começou a dar batidinhas para selar assim como ele havia mostrado, não demorando muito para fazê-lo. Então logo colocou a forma de lado para reserva-la um pouco e poderem preparar a massa. "Agora..." Falou como se esperasse que ele continuasse, inclinando o corpo um pouco para perto dele. 

Alastor então prosseguiu. "Agora, vamos à massa. Primeiro, vamos cortar as cenouras." Pegou duas cenouras grandes. Fora até à pia e lavou as mesmas. "Primeiro lavamos." Voltara à bancada com as duas e começou a descascar uma com a faca, ele era preciso em seus movimentos. "Depois descascamos." Disse e pegou uma tigela e um ralador. "E agora temos que ralar." Posicionou o ralador sobre a tigela e ralou a cenoura em pequenas. Ele poderia ter um daqueles liquidificadores que saíram recentemente em 1922, mas... Ainda não tivera a oportunidade de comprar um. Na realidade, talvez não usaria tanto, afinal era só ele. "Agora você." Entregou a outra cenoura lavada para a menina e deu-lhe espaço. 

Charlie observava atentamente os movimentos da faca, deixando as mãos sobre a mesa enquanto via como ele fazia "Você é muito bom com faca" Observou os cortes precisos sorrindo, e em seguida assistia ele rala-las. "O.k." Pegou a faca e começou a descascar com cuidado, não conseguiria ir tão rápido quanto ele pois estava com medo de se machucar. Cortar coisas não era muito seu forte, mas acabou dando tudo certo. Em seguida ralou, o que não demorou muito, e logo mais tinha terminado. 

"Prática." Disse com um sorriso. Não precisava falar em que ou com o que ele praticava além da culinária. Assim que ela pegou a faca ele a observava. Sorria levemente vendo os movimentos cuidadosos da moça. Era adorável ver o quão ela tentava caprichar ainda com cuidado. Era magnífico. Não demorara até finalizar. "Certo." Afastou a tigela. "Agora pegamos outras duas tigelas... Vamos quebrar os ovos.  

Eu gosto de primeiro quebrar o ovo separadamente em uma, e depois passar para outra. Pois se pegarmos um ovo estragado, perdemos todos os outros." Ele disse quebrando com certa facilidade um dos ovos. Ele estava bom. Entregou a tigela limpa para a pequena. Agora quebre os outros dois ovos. Mas lembre-se, quebra um, se estiver bom, junta com essa tigela." Ele apontou para a dele que havia um ovo. "Sujamos mais louça assim, mas, melhor do que perder ingredientes." Ele piscou para ela e se apoiou novamente sobre a bancada para observa-la com um sorriso no rosto. 

"Entendi, é melhor mesmo então" Ela concordou, já pegando o ovo e começando a fazer o mesmo esquema que ele havia ensinado. Primeiro quebrou, o que deu um pouco de trabalho para ela pois caíra um pedaço de casca junto, este do qual teve que retirar fazendo uma pequena pinça com a ponta dos dedos "Droga...". Reclamou, mas logo conseguiu. Jogando para a outra tigela e seguindo o processo. "Prontinho" Assim que terminou ela levou a tigela vazia para a pia, deixando a que estava com os ovos em cima da mesa e logo voltou. 

Alastor riu baixo ao ver a menina reclamando, aquilo era comum, mas achou adorável. "Certo." Ele então pegou um recipiente maior para misturar os próximos ingredientes. "Agora pegue essa xícara. E aqui está o açúcar." Passou um saco de açúcar para ela. "Você vai encher duas vezes, mas não bata a xícara contra a bancada para 'assentar' o açúcar. Você tem que encher como está, caso contrário será açúcar demasiado." Disse. "E despeje sobre esse recipiente." Ele apontou. 

"Ta bom" Ela concordou já colocando o açúcar na xícara como ele havia mandado e logo despejando no recipiente, fez isso com a primeira e em seguida com a segunda, deixando a xícara ali do lado para caso precisassem usar novamente. "Agora é a farinha?" Charlie olhou novamente para o saco de farinha, sabia que se ele tinha deixado aberto, era porque talvez usaria novamente. 

Alastor sorriu e concordou. "Sim, mas com a farinha... Vamos peneirar, depois de encher uma xícara, pegamos isso aqui..." Ele disse pegando uma peneira de cozinha e segurando com uma mão sobre o recipiente que continha o açúcar. "Colocamos a farinha sobre a peneira, e você dá leves batidas com a mão." Exemplificou com a sua mão batendo na lateral da mesma. "E você faz isso com cada uma das xícaras de farinha." Ele sorriu. "Precisaremos de duas xícaras e meia." Colocou a peneira de lado, e entregou o saco de farinha. Ele era até que grande, mas não estava tão pesado por conter menos do que a metade. 

Charlie encheu as xícaras e logo as peneirava com cuidado, polvilhando o recipiente de forma mais homogênea para que a farinha não empedrasse. Quando terminou de colocar, 'molhou' o dedo na farinha, "Alastor?" Assim que chamou, já levou o dedo a ponta do nariz dele, rindo baixinho com a própria travessura e voltando-se para o recipiente, colocando-o entre as mãos "Pronto, e agora?" Falou como se não tivesse feito nada. 

"Si-" Antes que respondesse o rapaz ficou vesgo ao sentir a menina tocando seu nariz e o sujando com farinha. Ela parecia uma criança, o que o fez rir e limpar o nariz com a palma da mão. Mas teve que virar rapidamente e espirrar tampando com a mão. Seus óculos quase voaram novamente com o espirro, mas sua outra mão conseguiu segura-lo no ar... Meio atrapalhado, pois, ele bateu sobre sua mão duas vezes no ar antes que ele conseguisse pegar. "Muito engraçado." Disse rindo e pegando um lenço de dentro de seu bolso. Limpou o nariz e guardou o lenço novamente. Colocando seus óculos e indo para a pia para lavar a própria mão. "Agora pegue uma colher de sopa de fermento e junte. Assim que o fizer misture um pouco com a colher mesmo." Ele voltou para a bancada sorrindo para ela. 

"Desculpa" Charlie ainda ria baixinho, encolhendo-se um pouco ao ver que ele estava espirrando, não achava que iria dar algo nele. Porém logo mais ele explicou o que deveria fazer e ela tornou a sorrir gentilmente e fazer o que havia mandado. Pegou a colher e juntou, começando a mexer enquanto segurava o recipiente com a outra mão. Girava em sentido horário sempre passando a colher no fundo para que não ficasse alguma parte de farinha não mexida. 

Alastor sorriu para ela. Estava fazendo tudo perfeitamente, o que o deixava satisfeito e vê-la feliz também era algo que o deixava bem... Por algum motivo. Ele então pegou a xícara. E pegou o óleo, encheu até meia xícara só. Alastor pegou um fuê e trouxe para ela. "Certo, deixe um pouco aí e venha aqui." Ele puxou a mão dela delicadamente para que ficasse a frente dele. Ele pegou uma tábua colocando sobre a bancada e despejou as cenouras raladas ali. Pegou novamente a faca e colocou sobre a mão dela.  

"Isso não é necessário, mas eu prefiro para não ter muito pedaço de cenoura no meio do bolo e ele misturar melhor com a massa." Disse pegando na mão dela que segurava a faca e com a outra ele a fez juntar as cenouras raladas e começar a pica-las. "Você vai picando-as até ficarem bem pequeninas." Disse com o rosto próximo a orelha dela.  

Não havia reparado em sua proximidade e que seu corpo encostara ao dela. Ele realmente queria ajudá-la a cortar, estava concentrado demais para perceber. "Sempre deixe os dedos assim," Posicionou sua mão esquerda com a própria, enquanto a direita segurava a faca. "para não se cortar, e não precisa subir a faca toda, levante apenas o suficiente para empurrar mais cenouras." Fez o gesto com a mão esquerda fazendo a da menina empurrar os pedaços para a faca e pica-los. 

Charlie se surpreendeu com ele a puxando, e arrepiou-se quando seus corpos se colaram, ainda mais com ele falando em seu ouvido. Mal conseguia se concentrar em cortar, mas estava dando seu melhor. Estavam realmente muito próximos daquela maneira. A mão dele estava segurando a dela com firmeza, e mesmo que não tivesse algo de errado naquilo, estava um pouco tensa. "Certo..." Ela concordava com a voz um pouco baixa, mas então conforme conseguia, foi ficando mais relaxada e sorrindo mais, até que esfregou o rosto ao dele "Obrigada, eu consegui!" 

Alastor continuava a guia-la, vez ou outra ajeitando sua postura, até que ela começou a picar mais sozinha e ele sorriu. Ela realmente aprendia bem rápido. Seu coração parou assim que ela esfregou o rosto ao dele. Só assim notara que estava perto dela. Ele soltara as mãos dela aos poucos, corando. Queria ficar ali, por algum motivo, mas ele se afastou. Aquilo fora bom, mas o deixou tenso. "N-Não precisa agradecer." Ele riu sem jeito.  

Agora junte as cenouras no recipiente e os ovos. Ele pegou o fuê na gaveta e se posicionou à frente do recipiente. Estava um pouco tenso, mas precisaria guiar a mão dela de novo. Esperou que ela colocasse os ingredientes e viesse para frente dele. Seu rosto começava a queimar. 

"Certo, chef!" Ela pegou então os outros ingredientes e os acrescentou com cuidado, não queria derramar nada nem fazer sujeira "Prontinho", então olhando para Alastor, percebeu que ele iria ajudá-la a mexer. Então mesmo um pouco tímida, engoliu a saliva e se posicionou, abaixando um pouco a cabeça. 

Alastor a fez segurar o fuê com a mão direita, e a esquerda segurar o recipiente. Ele estava corado e tentava manter uma distância entre seus corpos.... Mas fora bom sentir o rosto dela esfregando ao dele. Só de pensar nisso seu coração já pulava dentro do peito e seu rosto queimava ainda mais. Começara a guiar ela mexendo a mistura. Pegando o óleo com a mão esquerda enquanto ela segurava o recipiente e despejando. "Misture assim."  

Ele raspava o fuê nas laterais metálicas para tirar o excesso de farinha e misturar com os ovos e o resto. "E não esqueça do fundo." Ele pressionou mais a mão para raspar o fundo e ela ir mexendo. No fundo ele queria sentir o rosto dela contra o dele de novo, mas... Ele soltou sua mão. "Entendeu, certo?" Ele se afastou, colocando as mãos para trás de suas costas e indo para o lado dela. "Faça isso até a mistura ficar homogênea." 

Desta vez Alastor estava um pouco mais afastado então Charlie não ficara tão envergonhada. Mas talvez aquele tipo de contato fosse normal para humanos, coisa que para os demônios era diferente, era intimo demais. Ela estava um pouco perdida nesses pensamentos enquanto ele a ajudava a mexer, tanto que acordou do transe piscando mais forte e se virando para ele só quando ele já estava do seu lado "Entendi!" Falou rápido como num impulso e voltou a mexer "Assim?" Perguntou depois de alguns segundos, quando a massa já começava a ficar homogênea, então levantou o fuê para checar a consistência da massa. 

"Isso mesmo." Ele olhava para a massa que se formava. E então para ela. Seu olhar se perdeu um pouco ainda estava processando o que tinha acontecido. "A-Agora... Tem um detalhe que gosto de fazer." Disse se levantando e pegando o ralador. Fora para uma pequena fruteira que tinha ao canto da cozinha e pegou um limão, indo lava-lo na pia e voltando para onde ela misturava. Raspou a casca dele o suficiente para encher uma colher de chá. "Misture." Pediu a olhando. 

A loira acompanhou ele com o olhar um tanto curiosa para saber o tal do detalhe que ele iria fazer, e então olhou um pouco confusa, nunca tinha visto ninguém raspar a casca de algo para fazer comida. Concordou apenas fazendo o que ele mandava e mexendo cuidadosamente "O que isso faz?" Se referiu as cascas. 

"Sabor." Ele respondeu com um sorriso. "Dá um leve toque diferente." Ele pegou uma pequena colher pegando um pouco da massa e despejou sobre seu indicador. Levando até o nariz dela. Fora a vez dele de suja-la. Ele riu e ajeitou os óculos. "Se quiser experimentar..." Entregou a pequena colher. "Enquanto isso, vou colocar na forma e no fogão." Ele disse pegando o recipiente. Com cuidado despejou a massa na forma. 

"Enten-" Charlie deu um pulinho junto da colher que segurava e riu baixinho, tinha recebido o troco do que fizera "-di." Olhou para a colher pensando se experimentaria ou não, e decidiu por apenas passar o dedo e experimentar, e estava uma delícia, era bem docinho, amava doces. "É maravilhosoooo" Girou pela cozinha para perto dele, passando o dedo na colher novamente e chegando perto para que ele provasse. 

Alastor riu chacoalhando a cabeça e batendo levemente a forma contra a bancada para assentar a massa na mesma. "Fico feliz que tenha gostado." Sorriu gentil, e então ela veio com o dedo para ele experimentar. Ele riu sem graça dando um passo para trás. Passou o dedo contra o dedo dela, 'limpando' a massa que ali estava e levou o próprio dedo à boca. "Está bom." Ele sorriu e fora até o fogão, onde ligou o forno para pré aquece-lo a 180 graus. "Esperamos um pouco, e colocamos no forno." Ele virou para ela batendo uma mão na outra. " 

Não era exatamente aquilo que Charlie esperava que ele fizesse para provar da massa do bolo, mas serviu. Alastor parecia ser do tipo reservado, então algumas coisas ele talvez não gostaria tanto. "Esperaremos, então" Ela sorriu para ele e então se espreguiçou com os braços para cima "Que acha de você dançar comigo?" Perguntou dando um sorriso de lado, estava louca para dançar de novo. Apontou para ele depois para ela "Você, eu" e em seguida fez um passinho do jazz que ele havia ensinado "dançando jazz" Apontou então para o chão "agora. O que acha?" 

"Certo." Ele sorriu, indo até um pequeno cronometro de cozinha, cronometrando 10 minutos. Alastor olhou para a menina e então para o que ela estava sugerindo. Ele riu baixo. Ela realmente tinha gostado de dançar. Ele tirou o avental. "Deixe-me pensar." Ele colocou o dedo sobre o queixo, e então virou para ela jogando o avental na bancada que estava bagunçada. "Eu, você." Ele repetiu o gesto dela apontando para ele, e depois pra ela. "Dançando Jazz..." Seus passos eram calmos até ela, até que ele começou a estalar os dedos em um ritmo da primeira música que viera na sua cabeça.  

Ele começou a dar passos ritmados até que pegou ela pelo braço e puxou, fazendo ela girar e se enrolar no braço dele. "Acho fantástico." Ele sussurrou para ela próximo ao ouvido dela, e então a empurrou para desenrolar e assim que ela parou, ele a soltou. "Vou colocar a música." Ele disse já andando para seu gramofone que ficara ao canto da sala. Ele ficava sobre uma cômoda que tinha um espaço para vários discos planos. Pegou um deles e colocou para tocar. Ele levantou com um sorriso. "Vamos, venha, me mostre o que aprendeu." Ele esticou a mão para que ela viesse até ele. 

Charlie fez uma expressão de apreensiva quando ele brincava de pensar, então levantou uma sobrancelha quando ele começou a repetir seus movimentos e se aproximar. Logo que estava nos braços dele quando ele a rodou, sentiu-se feliz de novo, e animada como no dia anterior. Mas por alguma razão, a voz dele quando sussurrada em seu ouvido a fazia estremecer, tanto que contraiu um pouco os ombros e riu um pouco nervosa, logo se recompondo quando ele fora colocar a música. Charlie então quando ele chamou, saiu andando a passos lentos, porém coreografados, virando de lado para rebolar o corpo no ritmo da música e então virando para o outro lado, assim se aproximando até chegar em Alastor, dando a mão para ele. 

Alastor a olhava com um certo brilho nos olhos... Ela estava tão animada e estava dando passos incrivelmente adoráveis. Ela realmente tinha aprendido só com ontem. Assim que ela deu a mão a ele, ele grudou o corpo ao dela, sorrindo e começando a dar passos de jazz animados, de um lado para o outro seguindo o ritmo da música. Ele estava verdadeiramente se divertindo com ela, coisa que não fazia há muito tempo. 

Era bom estar ali. Sentia que poderia viver na terra para sempre se fosse assim e pudesse dançar mais vezes com ele. Ria enquanto dançava, ainda mais quando errava algum passo, mas tudo só deixava ainda mais divertido. Não se lembrava da última vez em que fora ela mesma, ou que rira de verdade assim. 

Alastor se sentia leve com ela, vez ou outra desgrudava o corpo do dela para fazer alguns passos mais divertidos, mas sempre voltava a colar o corpo ao dela. Ele ria junto com ela toda vez que ela errava, e logo ajudava ela a consertar o passo. Seu coração estava batendo forte, graças aos passos mais animados que dava e até seu cabelo começara a ficar levemente bagunçado. 

Conforme a música passava, Charlie estava ficando cansada, tanto que no fim da primeira já estava ofegante. Aproveitou que seus corpos estavam colados e deitou a cabeça sobre o ombro de Alastor, respirando fundo para descansar um pouco. 

Alastor sentiu a cabeça da menina encostar sobre o seu ombro e a segunda música era mais lenta. Ele sorriu e encostou a cabeça contra a dela gentilmente. Segurava sua cintura com a mão esquerda e sua mão com a direita. Ia de um lado para o outro apenas ouvindo sua respiração e sentindo seus batimentos voltarem ao normal aos poucos. Fechou os olhos por um momento. Nunca dançara assim com ninguém, mas com ela era confortável, era bom. 

Charlie não estava esperando que ele encostasse a cabeça na dela, mas mesmo surpresa sorriu e fechou os olhos, acompanhando os movimentos que ele guiava. Cantarolava baixinho a mesma melodia da música, sentia o corpo relaxando aos poucos. 

Alastor arrepiou ao ouvir a garota cantarolar baixinho e suspirou, aquilo era bom. Ele sem pensar esfregou levemente o rosto sobre os cabelos da loira que ainda estavam presos. Dançava para lá e para cá lentamente. Até que arregalou os olhos com o cronometro da cozinha disparando. "Tenho que colocar o bolo no forno." Disse se afastando dela. "Já volto." Ele sorriu, pegando sobre o queixo dela e piscando para a jovem. E assim o fez, colocou a forma dentro do forno pré aquecido e fechou. Pegando o cronômetro pra marcar 40 minutos dessa vez. 

Ele tinha esfregado o rosto nela igual ela tinha feito na cozinha, o que fez Charlie sorrir de novo. Talvez ele estivesse mais à vontade com ela. Separar da dança a incomodou mais do que achava que incomodaria, e quando ele tocou seu queixo, olhou-o nos olhos com certo brilho neles, e ficou o esperando para continuarem "Então... Ainda temos tempo para dançar enquanto assa" ela sorriu se aproximando de Alastor e subindo as mãos até o pescoço dele, afinal a música era lenta. 

Alastor voltara para a moça e para sua surpresa ela se aproximou e subiu as mãos pelo seu pescoço. Seu coração acelerou. 'É só uma música.' Pensou consigo. "Sim, temos bastante tempo." Ele riu colocando as mãos sobre a cintura dela e começando a dançar de um lado para o outro. O toque quente dela em seu pescoço fizera o rapaz se arrepiar levemente e logo grudara o corpo ao dela. 

"Perfeito" ela sorriu ajuntando o corpo ao dele para dançarem. Os passos lentos relaxavam a menina e a faziam suspirar, sentia-se viva de novo depois de tantos anos. "Antes de te conhecer eu estava chateada" Charlie falava baixo, olhando para as próprias mãos no pescoço de Alastor "Ninguém falava comigo, nem deixava eu me aproximar, haha... Eu nem sei o porquê" Ela sussurrava um pouco chateada, mas então seu olhar se levantou um pouco, cruzando os olhos com o dele e então sorrindo "Eu estava pensando em ir embora, mas aí te conheci. E agora eu quero ficar." Ela riu baixinho e desviou os olhos de novo. Talvez soasse errado, talvez ele confundisse o que ela quis dizer, mas a verdade é que não tinha um amigo assim. E talvez fosse o seu primeiro. 

Alastor passou os braços ao redor de sua cintura, dando passos lentos de acordo com a música. Agora que ela estava falando sobre ela estar chateada antes seus olhos fixaram totalmente nela. Ele lembrara dela chateada, mas não sabia o porquê. Assim que ela confessou e virou o olhar ele sorriu, corando um pouco. Então grudou mais o corpo ao dela. “Então fique mais! Fique mais por New Orleans e eu lhe mostrarei tudo.” Ele sussurrou. Não falava com más intenções, mas queria a ver sorrindo novamente e sempre. 

"Ficarei o máximo que eu puder, mas... Meu pai já deve estar preocupado" Estaria mais para desesperado e irritado, provavelmente. Mas não iria dizer isso. Queria conhecer mais de New Orleans e passar mais um tempo com seu novo amigo, mas tinha certeza que não demoraria muito até Lúcifer dar um jeito de encontrá-la. "O que mais pode me mostrar?" Ela sorriu para ele, voltando a olha-lo e então soltando-se para dar um giro leve e voltar aos braços dele. 

O sorriso de Alastor diminuiu um pouco. Então o pai realmente estaria preocupado. Fazia sentido, afinal ela fugiu de casa para uma cidade desconhecida. “Posso te mostrar restaurantes, lugares onde a música acontece...” Ele sorria ao vê-la girando e voltando para seus braços. “Posso lhe mostrar tanta coisa! Mas primeiro.” Agora fora a vez dele a girar e a abraçou por trás. “E se arranjarmos algumas roupas para você?” Ele disse voltando a girar ela e voltando aos seus braços para dançar. 

Só de pensar nos lugares a imaginação da menina ia longe e seus olhos brilhavam. Sorria sem nem perceber olhando para ele. Girou e quando voltou aos braços dele ficou um pouco confusa. Não poderia pedir isto a ele. E logo iria embora. "N-não é necessário... Meu vestido já deve ter secado, e é o suficiente" Ela sorriu e então esticou um dos braços junto do dele e se enrolou no mesmo para que ele pudesse deita-la e subir novamente. 

Alastor assim o fez, deitando-a levemente no ar em seus braços e se inclinando para ela. “Oh, por favor, eu insisto! Pense em meu presente para você lembrar de mim.” Ele disse com um sorriso grande subindo-a novamente para continuar a dançar. 

Ela sorriu com aquilo, fora algo realmente muito doce, até para ela. Então quando voltou a subir, encostou a testa na dele como um impulso e deixou os olhos fechados enquanto dançava "Acho impossível esquecer" ela sussurrou. Depois de momentos tão bons, seria difícil se acostumar com o inferno de novo. 

Alastor congelou assim que sua testa encostou a dela. Ele fora fechando os olhos devagar e dançando lentamente para um lado e para o outro. Aquilo era bom. Ouvir aquilo também era bom. Seu coração batia forte e seu nariz lentamente encostava contra o dela. “Mesmo assim, deixe-me o fazer.” Pediu baixo num sussurro. Não queria que ela fosse embora, mas se fosse, queria que os dias que passasse com ele fossem inesquecíveis. Este desejo vinha do fundo de seu peito, e ele não entendia direito. 

Ela deixava escapar sorrisos quase sempre que ele falava, como se fosse algum talento de Alastor ou coisa assim. "Tudo bem..." Ela concordou falando baixinho e então apertou mais o corpo contra ele, estava praticamente o abraçando "Obrigada por tudo". Ele estava sendo muito bom e gentil com ela, além de estar cuidando dela como ninguém. 

Alastor a apertou levemente contra ele. Estavam se abraçando quase. “Não precisa agradecer.” Ele disse involuntariamente roçando o nariz ao dela. Ele sentiu uma urgência em colar o rosto contra o dela sem ao menos saber. Mantinha os olhos fechados e seus lábios iam de encontro ao dela involuntariamente. Até que o cronômetro tocou. Devia verificar o bolo. Ao abrir os olhos ele estava tão perto dela... Ele corou e saiu para a cozinha. Pegou um palito de dente e ajoelhou a frente do forno. Furando o mesmo para ver se a massa estava crua por dentro ainda. 

Ao sentir os narizes se roçando ela abriu os olhos devagar. Estavam próximos demais, aquilo poderia ser errado... Afinal... Ela namorava. Quando viu Alastor se aproximando ela congelou, abrindo mais os olhos, mas sem saber o que fazer. Ele ia beija-la?! Porém ele se afastou ao ouvir o alarme e Charlie então suspirou um pouco assustada, deixando os ombros relaxarem pois antes estavam tensos. Estava corada. Ele ia realmente fazer aquilo? Balançou a cabeça negativamente, não achava que era aquilo, não podia ser. 

O bolo estava pronto. Alastor deixou o palito sobre a pia ao lado do fogão e pegou um pano para pegar a forma e deixar sobre a bancada. “Agora só deixar esfriar.” Ele sorriu ainda sem graça. “Por que não toma um banho e se apronta para sairmos enquanto eu faço a calda para esse bolo?” Ele olhou para ela sobre o ombro. 

"T-ta!" Mais que rapidamente ela saiu, ainda um pouco corada e fora até o banheiro. Seu vestido já estava seco, poderia colocá-lo apesar das manchas. Retirou as vestes e entrou no chuveiro. Ele não tinha tentado... Ou tinha? Será que ela estava imaginando coisas? 

Alastor suspirou e assim que ela sumiu pelo corredor, ele bateu em sua própria cabeça. O que estava dando nele?! Ele nem notara o quão próximo ele estava dela antes de abrir os olhos a segundos atrás. Iria fingir que nada aconteceu, afinal não fez intencionalmente. Começou a fazer a calda de chocolate e logo já estava distribuindo sobre o bolo. Colocou o mesmo na geladeira e arrumou a bancada inteira. 

Poucos minutos depois Charlie vestiu-se e fora até o espelho, arrumando o cabelo atrás das orelhas e fazendo uma trança com as mechas da frente, as prendendo juntas atrás da cabeça. Saiu dali respirando fundo e fora de encontro a Alastor, fingindo que não tinha visto o que quase acontecera entre eles. Se é que iria acontecer. Aproximou-se da bancada "Precisa de ajuda com algo?" Sorriu. 

Alastor limpava a bancada e ao ouvir a voz dela sorriu. “Não precisa, já estou acabando.” Ele sorriu mais e a olhou. Ele parou por um minuto. Ela estava linda com o vestido e com o penteado que fez. Passou um pano sobre a bancada e desviou o olhar. Jogando o pano dentro da pia. “Pronto, só vou acabar de me trocar e já saímos.” Ele disse e fora para seu quarto. Colocou um colete preto dessa vez e uma gravata vermelha. Então saiu já calçando seus sapatos. “Vamos?” Ele esticou o braço para ela depois de pegar sua boina e seu sobretudo vermelho. 

Charlie o esperou e novamente se perdeu no menino quando ele apareceu. Ele era lindo de qualquer maneira. "Vamos!" Disse mais empolgada, segurando o braço dele e o acompanhando para fora, já tomando rumo para o destino que Alastor iria leva-la. "Onde vamos primeiro?" 

Ele segurou seu braço e sorriu fechando a porta atrás deles. Palpou seu próprio bolso, havia pego sua carteira. “Vamos para seu presente primeiro, claro!” Ele sorriu para ela enquanto começava a andar para a avenida principal perto de sua casa. Fora primeiramente para uma loja de roupas femininas. “Veja algo que lhe agrada.” Ele sorriu gentilmente para ela esticando a outra mão para que ela visse as roupas. 

"Eu... Não sei..." Era visível como a menina estava envergonhada. Não achava justo ele dar um presente para ela se já tinha permitido ficar em sua casa sem pagar. "Se é um presente, você deveria escolher" Ela sorriu dando uma piscadinha e se soltando do braço dele, colocando as mãos para trás e balançando o corpo delicadamente 

Alastor riu virando os olhos. “Que tal eu escolho alguns, você experimenta e decide qual você mais gosta?” Ele se inclinou para ela com as mãos nas costas a olhando nos olhos com os olhos semicerrados e um sorriso grande. 

"Hm... É um pouco mais justo." Charlie levantou um pouco o nariz dando uma risadinha para ele e então estendendo a mão para que ele segurasse como a de uma dama, porém estava fazendo na ironia, era clara a brincadeira dela com ele. Estava aos poucos se sentindo mais à vontade com Alastor. 

Alastor riu e pegou a mão dela beijando-a como uma dama e já a puxando para entrelaçar seu braço com o dele. “Vamos, dama do nariz empinado.” Brincou dando uma piscadela para ela e começando a andar pela loja. Sem ao menos consulta-la, pegou um vestido vermelho com uma gola dobrada como de camisa, mas era arredondada suas pontas. Havia um tecido transparente que caia sobre os ombros e cobria até um pouco a cima da cintura e por baixo era um vestido acinturado com o decote em forma de coração.  

Pegou outro vestido, dessa vez bordô, era acinturado como o outro, mas exibia os ombros e tinha um corte mais sofisticado. Andou mais pela loja e pegou uma blusa, o corte do decote era quadrado e a manga ia até metade do pulso. As mangas eram mais cheias. A blusa era preta com detalhes em rosa. E a saia era uma saia godê rosa claro que ia até a cintura. Todos os vestidos que ele havia pego e inclusive a saia, eram um pouco abaixo os joelhos. “Aqui estão.” 

Todos os vestidos que Alastor escolhera, para Charlie, eram muito lindos. Seus olhos brilhavam apenas de olhar as cores e o tecido. No fundo estava com medo daquilo ser muito caro, mas sequer entendia como funcionava o tal de 'dólar' que eles usavam. Não sabia o valor das coisas. Pegou eles com cuidado e decidiu ir provar "Me espera aqui" Pediu a menina, afinal era para ele que iria mostrar. Saiu com o primeiro modelo, ajustando a saia e então dando uma voltinha no próprio eixo "Como estou?" 

Alastor sorriu ao ver os olhos da menina brilharem. Aquilo era tão satisfatório para ele... Ele a seguiu e ficou do lado de fora do provador. Assim que ela saiu ele se inclinou para frente ajustando os óculos. “Está... Deslumbrante.” Ele disse com o coração pulando sobre o peito e tentando agir normalmente. Ele segurou para seu maxilar não cair. Ele só estava sorrindo. 

O comentário a fez sorrir maior e dar uma giradinha, voltando para o provador para experimentar o próximo. O que caia um pouco sobre os ombros. Sentiu-se atraente nele, este valorizava as curvas de seu corpo. Ajustou o cabelo no espelho e saiu de novo, desta vez indo mais perto dele e puxando sua mão, logo girando, praticamente o obrigando a gira-la, de modo que a saia rodasse um pouco e ela risse "E agora, como estou?" 

Alastor esperava o próximo com as mãos atrás das costas e quando ela saiu dessa vez seu maxilar abriu um pouco, ele segurou na primeira, mas agora não conseguira se segurar. Até suas mãos caíram para o lado do corpo. Assim que ela o fez gira-la ele sorriu e corando um pouco ele admitiu. “Você está estonteante...” Ele poderia acrescentar que não conseguia tirar os olhos dela, mas soaria estranho. “Em ambos você ficou maravilhosa.” 

Ela riu baixinho, colocando uma mecha do cabelo para trás da orelha e balançando um pouco a mão com a dele "Você que escolheu" Com um sorriso de lado ela balançou a saia. Realmente tinha gostado daquele. "Vou experimentar o próximo." Soltando-se dele, seguiu para o provador colocando o conjunto que ele havia escolhido, este também ficara um clássico e muito adorável. Voltou para mostra-lo. 

Alastor riu baixo. “Então talvez eu seja suspeito para falar...” Ele disse enquanto balançava a mão com a dela. “Tudo bem.” Ele a viu voltando para o provador e segurou na garganta um elogio novo. “Você fica linda com qualquer roupa. Não são elas que te deixam linda...” Ele disse entre o suspiro, de forma que só ele conseguiria ouvir. Mas porque estava falando aquilo? Ao perceber ele corou virando de costas por um momento e colocando a mão sobre as pálpebras embaixo dos óculos. Suspirou leve e então virou. Ela... “Está magnífica...” Ele olhou para ela, sentindo o coração bater forte no peito. Ela ficará deslumbrante com todos eles. 

Ela balançava a saia e remexia os pés, num passo de valsa curtinho, de um lado para o outro enquanto sorria. "Qual você gostou mais?" Ela então olhou nos olhos do rapaz. Realmente queria que ele escolhesse. 

Alastor riu enquanto ela dava um passo de valsa. “Todos.” Fora sincero, gostou de todos por igual. “Mas e você? Qual ou quais gostou mais?” Ele sorriu pra ela. 

"Hm..." Cruzando os braços e levantando a mão até o queixo, olhou para cima pensativa. Realmente tinha gostado de todos "Eu acho... Que gostei muito do segundo... Mas esse é lindo também... E o primeiro também." Era muito difícil escolher, então virou de costas para olhar para um grande espelho que tinha ali. Estava muito bonita naquele, mas tinha se sentido muito atraente no segundo, e muito fofa no primeiro. "Não sei" Ela riu. 

Alastor sorriu vendo a pequena falando dos vestidos e então ele riu. “Já sei. Va até o provador e vista o que você se sente melhor.” Sorriu para ela. “Lhe espero.” 

"Vai ser uma tarefa difícil" Ela riu baixinha mas então voltou para o provador. Passou alguns minutos olhando para eles tentando escolher qual se sentia melhor, até que por fim escolheu o segundo depois de alguns minutos pensando. Saiu dali com ele "Este." 

Assim que ela entrou do provador Alastor saiu dali e foi para o caixa. A loja estava vazia basicamente. “Olá, tem uma amiga que está ali no provador e —”. “Você é o cara da rádio, não é?” A mulher sorriu se inclinando pra frente. “E — Ela está com três trajes... Que eu vou deixar pago. Um deles ela vai estar vestindo. Se puder colocar os outros numa sacola para ela, e a acompanhar para a saída. Eu agradeceria.” Ele ajeitou os óculos deixando o dinheiro na bancada já.  

“Tudo bem, senhor, mas você—”.  “Não, tenho uma voz parecida com a dele. Me confundem o tempo todo.” Ele riu e então começou a sair. “Eu adoro o programa do Alastor, seria magnífico se fosse ele.” A moça disse com um suspiro e guardando já o dinheiro. Alastor viu um vendedor de flores passando na rua e o parou, comprando uma rosa para ela e voltando à frente da loja. Estava a aguardando com um sorriso.  

A moça do caixa já pegou uma sacola e esperou à frente do provador, assim que a loira saiu ela sorriu. “Olá querida, seu ‘amigo’ já tomou conta de tudo.” Disse já indo no provador e pegando o restante das roupas e as dobrando numa pequena mesa que tinha ali no meio. Colocou dentro da sacola incluindo o vestido branco dela. “Aqui está.” Ela sorriu, Alastor tinha dado um pouco mais do valor dos três vestidos.  

Estendeu a sacola pra ela e então olhou para o vestido que ela estava usando. “Ah só um momento.” Havia etiqueta nele ainda. A moça se curvou e tirando uma pequena tesoura do avental, cortou a etiqueta, arrumando o vestido no corpo da jovem. “Você arranjou um bom pretendente querida. Ele é bem atencioso ao que parece.” Disse a moça sorrindo para a mesma assim que ajeitou o vestido de frente. 

Charlie olhou para os lados algumas vezes, procurando Alastor mas não o encontrava. Seu sorriso diminuiu, será que ele tinha ido embora? Porém seus pensamentos foram interrompidos pela moça que ali trabalhava "Ele foi embora?" Charlie perguntou cabisbaixa pegando a sacola que ela a entregou, percebendo que tinha mais vestidos ali, ela indagou, porém, a vendedora disse que estava tudo pago. O que fez Charlie ajustar a postura com uma expressão confusa "Eu--" Depois que a mulher cortou a etiqueta, Charlie continuou procurando Alastor pela loja, mas então a mulher informou que ele estava do lado de fora. Começou a andar até lá e então saiu. "Alastor?" 

Alastor estava ao lado de fora da loja e sorriu virando para ela com uma rosa na mão. “Vejo que escolheu.” Ele sorriu grande para ela com um olhar que estava admirando-a. Pegou ela gentilmente pela mão e a beijou. “Espero que tenha gostado do presente.” Ele disse baixo e entregou a rosa para ela. Estava delicadamente envolvida por um papel para proteger dos espinhos. “Espero que goste.” Ele sorriu, pegando a sacola dela da mão para que ele a carregasse e ela ficasse livre. 

"Eu... Eu não..." Os olhos de Charlie brilhavam quase marejados, pegando a rosa e trazendo para o nariz, cheirando-a "Nunca recebi flores" Ela sorriu e corou com o beijo em sua mão. Estava se sentindo tão especial que não queria partir nunca dali "Eu amei..." Charlie não deixou que ele soltasse sua mão, então entrelaçou os dedos aos dele por um instante "Obrigada, Al." Era a primeira vez que chamara ele por aquele apelido, realmente esperava que ele não se incomodasse com aquilo. 

Alastor ergueu as sobrancelhas. “Nunca?” Ele piscou algumas vezes, Charlie nunca tinha sido cortejada? Nenhuma mulher deveria sentir a ausência de ser cortejada, era o básico. “Fico feliz que tenha gostado.” Ele sorriu e estava prestes a soltar da mão dela quando ela entrelaçou os dedos aos dele. Ele corou. Ele não gostava de apelidos, mas... O jeito que ela o chamou parecia certo. “Não há o que agradecer, my dear.” Ele sorriu para ela. Ela estava linda. “Vamos, temos muitas coisas para ver.” Ele sorriu e começou a andar. Estava tenso, não sabia se devia continuar segurando a mão dela ou segura-la pelo braço. 

"Nunca" Charlie riu um pouco nervosa, mas agradeceu internamente por ele mudar de assunto "Vamos." Quando começaram a andar, Charlie soltou a mão dele, subindo-a para o braço. Afinal não era correto ela ficar de mãos dadas, também não queria passar a impressão errada ou coisa do tipo. "E onde vamos agora?" Estava curiosa. 

Alastor respirou fundo e apenas sorriu. Era melhor assim. “Bom, pensei em lhe levar para almoçar afinal;” ele parou e tirou um relógio de bolso. “São 10 para meio dia.” Ele rapidamente guardou-o novamente em seu bolso. “Mas pensei em irmos para um restaurante que eu particularmente gosto muito.” Ele sorriu já caminhando com ela para o mesmo. O restaurante era convidativo, de classe média alta. Construído com tijolos pintados de branco e seus detalhes como telhado, portas e janelas azul e vermelho.  

Ele entrou com ela. “Mesa para o belo casal?” Um senhor alto apareceu com cardápios embaixo de seu braço. Alastor riu corando um pouco. “Não somos um casal, somos apenas amigos.” Ele levantou a mão e o homem olhou para os dois, erguendo a sobrancelha. “Claro, me acompanhem por favor.” Guiou os dois até uma mesa no canto do restaurante deixando os cardápios para ambos em pé sobre a mesa. “Fiquem à vontade, logo um garçom irá atendê-los.” Disse o homem antes de se retirar.  

“Olha, eu espero que goste daqui...” Ele sorriu e não precisou folhear o cardápio, já sabia o que queria. “Eu vou pedir potatoes dauphinoise.” Ele sorriu, era um prato de batatas, creme, queijo e um toque de alho. “Recomendo.” Ele abriu o cardápio apenas pra ver o que iria beber. 

"Podemos ir então" Charlie sorriu largamente continuando andando ao lado dele até que viu o local. Parecia requintado e diferente de tudo que já havia visto. Porém parecia também, caro. "Nós não..." Ia responder mas Alastor respondeu primeiro, o que a fez apenas concordar e seguir de braço dado com ele até que se separou para sentar. Mesmo lendo o cardápio, não entendia metade das coisas pois não conhecia boa parte dos ingredientes e nomes franceses dali. "Acho que pedirei o mesmo" Era melhor, afinal se ele recomendou... "Você tem bom gosto." 

“Certo,” Ele riu leve, estava lisonjeado com tal elogio. “Bom, e para beber? Vou beber uma taça de vinho, mas, você não gosta de álcool, não é?” Ele então folheou o cardápio. “Na página oito, no final, tem as bebidas não alcoólicas, se desejar.” Ele sorriu pra ela abaixando seu cardápio. 

"É que eu nunca experimentei." Desviou o olhar batendo a ponta dos dedos na mesa um pouco envergonhada. Afinal beber fazia parte da cultura humana, seria estranho se ela não houvesse bebido. 

Alastor ergueu a sobrancelha e então sorriu. “Isso é adorável, querida. Não se envergonhe.” Ele disse. Mulheres jovens geralmente não bebiam mesmo. A ideia de que Charlie era menor de idade já fugia de sua mente aos poucos. “Quer experimentar? Eu peço o meu primeiro, você experimenta, se não gostar pedimos algo diferente para você. Soa bem?” Sorria para ela gentilmente. 

"Sim, perfeito" Charlie agradeceu juntando os dedos das mãos à sua frente na mesa, esperando que o garçom viesse atendê-los e deixou que Alastor pedisse. Afinal não conseguiria pronunciar o nome daquele prato. 

Alastor pediu dois pratos de Potatoes Dauphinoise e uma taça de vinho. Como era a primeira vez que ela ia tomar, pediu um vinho mais suave para ele talvez fosse de seu agrado. Então o garçom levou seus cardápios e se retirou. Ele veio com uma entrada com pães e patês para que o casal petiscasse. 

Charlie agradeceu o garçom e logo pegou um pãozinho para molhar no patê, levando-o a boca e comendo um pouco dele. Era estranho como até o patê era maravilhoso. E como todas as comidas humanas eram mais saborosas que os pratos mais caros do inferno. "E... Quando começou sua paixão pelo rádio?" Começou Charlie para que houvesse assunto. 

“Minha paixão pelo rádio?” Alastor sorriu enquanto colocava o patê sobre o pão. “É uma ótima pergunta.” Ele disse se perdendo um pouco no olhar. “Acho que desde pequeno... Eu brincava pela casa acompanhado de minha adorável mãe.” Ele dizia baixo segurando o pãozinho e dando um sorriso sem graça. Tinha saudades dela. “E ela ficava ali, tricotando ou trabalhando na limpeza da casa com o rádio ligado.”  

Falava baixo, estava se perdendo em suas memórias por um segundo. Lembrava de sua mãe chorando quando perderam seu pai. Por semanas ela ficou mal... “Uma das únicas coisas que a faziam rir, era o rádio.” Seu sorriso voltou ao rosto, agora era um sorriso carinhoso. “Ela amava dançar e se emocionar com as rádios novelas da época.” Foi assim que ele escolheu seguir a profissão, entreter... 

Então Alastor era apegado à sua mãe... Charlie olhava para ele atentamente, e não conseguia deixar de lembrar de Lilith enquanto isso. Ela sempre a acompanhava quando pequena nas mais diversas atividades. O que mudou um pouco quando ela cresceu, pois Lilith não era mais tão presente assim. Sentia falta. "Então você gostava de vê-la sorrir e queria trazer isso à outras pessoas..." Completou Charlie em uma hipótese, agora apoiando a cabeça em uma das mãos e sorrindo "É muito nobre de sua parte" 

Alastor riu e então acordou de seus pensamentos e lembranças. "Sim... Não diria nobre.... Mas fico feliz que pense assim." Alastor estava longe de ter intenções nobres, afinal ele tinha um segredo obscuro. "Mas, e você... Qual seu sonho, bela Charlie?" Ele começou. "Você realmente quer tomar a frente da empresa de seu pai?" Comeu o pãozinho lentamente. 

"Eu queria abrir um hotel." Aí estava algo que ela conseguia falar sem hesitar. Apenas precisava tomar cuidado em explicar o tipo de hotel. Por hora fingiria que era um normal. "Conhecer pessoas novas e criar lazer para elas" A loira sorriu pegando outro pãozinho e levando a boca depois de passar patê. 

"Um hotel?" Alastor colocou o queixo apoiado em uma das mãos a olhando. Estava interessado, logo a menina que não ficara em hotel algum, queria abrir um hotel. "E por que esse desejo tão peculiar? Tem alguma história por trás, ou só quer receber pessoas para que possam aproveitar a cidade?" Ele sorria, o garçom voltara com o vinho e servira a taça de Alastor. O mesmo agradeceu e pegou o copo de Charlie após pedir licença, e despejou um pouco do vinho nele. "Experimente." Ele sorriu bebericando sua taça e a olhando. 

A menina sorriu de lado, ele acabava sempre que conseguindo pegar ela nas perguntas. "Tenho alguns motivos. Mas..." Os olhos de Charlie passaram de um lado para o outro até que ela reclinou o corpo um pouco para trás "...Deixo para te contar outro dia." Ela riu baixinho, esperava que ele entendesse. Não podia falar aqueles planos.  

Quando ele despejou o vinho ela segurou a taça, trazendo para perto do rosto e cheirando. Era até que agradável. Trouxe até os lábios com cuidado, a princípio não gostou do sabor inicial, mas na verdade era doce e suave. Acabou que gostando depois do segundo gole. "É diferente, mas é bom" elogiou com um sorriso largo no rosto. 

"Aguardarei para me contar outro dia então." Ele sorriu agora esperando que a menina experimentasse. E assim que o fez, ele riu baixo, talvez não gostasse mesmo de álcool. "Quer que eu peça uma para você, ou prefere outra coisa, my dear?"