1. Spirit Fanfics >
  2. Falling in love with you >
  3. Capítulo 6

História Falling in love with you - Capítulo 6


Escrita por: Viih_583

Notas do Autor


Olá.
Nessa tarde trago o capítulo seis, vulgo o capítulo mais longo até agora, ainda não acredito que escrevi mais de 6.000 palavras.

E vamos para o capítulo de hoje.

Boa leitura.
<3

Capítulo 7 - Capítulo 6


 

 

Sakusa não poderia estar mais perdido do que agora.

Não era perdido em algum lugar por aí, e sim perdido em seus próprios pensamentos e sentimentos.

Sakusa não queria aceitar, não queria aceitar que realmente estava gostando de Atsumu. Se apaixonar por alguém estava fora de cogitação em sua mente.

Era totalmente ridículo na visão de Sakusa.

Tudo começou a ferrar de vez na cabeça de Sakusa quando Komori pergunta a seguinte coisa:

 

“Você gosta de Atsumu?”

 

De início, Sakusa não entendeu o significado de “Gostar”, afinal, ele já tinha dito - várias vezes. - que apenas gostava da companhia de Atsumu.

Sakusa levou essa pergunta muito, mas muito a sério.

A pergunta de Komori ficava martelando em sua cabeça, e para ser ainda pior, Sakusa ficou mais paranóico ainda quando começou a reparar como se sentia quando estava perto de Atsumu.

“Não é possível.. a gente só se conhece há meses."  Era o que Sakusa pensava, toda vez que chegava, ou ficava, perto de Atsumu.

Já fazia alguns meses desde que Sakusa entrou em Inarizaki, cinco meses se passaram desde o mês de maio, onde adentrou em Inarizaki.

Fazia apenas cinco meses que ele e Atsumu se conheciam, não era tanto tempo assim, apenas cinco meses. Era isso que convencia Sakusa de que não estava “Gostando” de Atsumu de forma romântica.

No início, Sakusa pensava que o que ele sentia por Atsumu era algum tipo de carência, afinal, Atsumu foi sua primeira amizade em toda sua vida. Então era por isso que ele “Gostava” da companhia do outro.

Mas não, não era esse “Gostar” que Sakusa pensava que era, é algo muito, mais muito profundo.

Sakusa, sem ao menos perceber, estava começando a surgir pequenas migalhas de amor entre os dois.

Atsumu também não ajudava, Sakusa às vezes queria manter um pouco de distância de Atsumu por um tempo. Mas o mesmo parecia querer ficar grudado ao lado dele o tempo todo.

Principalmente durante as práticas de vôlei.

Sakusa, na maioria das vezes, não conseguia conter os surtos internos quando estava ao lado de Atsumu. Sakusa queria morrer quando Atsumu parecia perceber nas vezes que o moreno agia de forma um pouco estranha.

“Você está bem, Omi?” Era o que Atsumu perguntava, um olhar preocupado logo em seguida. 

Essa aproximação de Atsumu era o suficiente para queimar todos os neurônios de Sakusa, fazendo seu cérebro parar de funcionar na maioria das vezes.

Ele travava, apenas encarava Atsumu, sem conseguir falar nada. Foi nesses momentos que Sakusa começou a ter a certeza, que estava realmente se apaixonando por Atsumu.

Se Apaixonando.

Em algumas noites antes de dormir, Sakusa se pegava em seu celular pesquisando coisas relacionadas á; “Como saber se estou me apaixonando.” ou “Sintomas de quando uma pessoa se apaixona."

Suas pesquisas pela internet não ajudaram muito, só causaram mais reações do que Sakusa esperava que causaria, o desespero de ter se identificado com o que achou na internet tomava conta de sua mente naquela noite.

A primeira coisa que Sakusa achou foi essa:

 

Sintomas de que está apaixonado; Aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, corpo mais quente e excesso de suor; além de sentir o BEM- ESTAR e se sentir favoravelmente bem quando está ao lado da pessoa.

 

Sakusa entrou em parafuso, sua mente começou a falhar, seu coração acelerou os batimentos cardíacos, sentia algo se revirar em seu estômago.

Era tudo o que Sakusa estava sentindo quando estava ao lado de Atsumu, e só era possível sentir tudo isso quando estava realmente ao lado dele.

Naquela noite Sakusa não conseguiu dormir direito, seus surtos internos não o deixavam em paz. Isso comprova ainda mais que Sakusa gostava de Atsumu.

E o pior, estava gostando de forma romântica.

Sakusa não tinha dúvidas sobre sua sexualidade, afinal, descobriu sobre isso ainda bem jovem, então não havia problema nenhum nessa questão. 

Começou a cair a fixa quando Sakusa notou que não sentia nenhuma atração por garotas, foi aí que o moreno já tinha uma pequena  ideia de sua sexualidade.

Ainda guardava isso para si mesmo, Sakusa nunca pensou em falar para ninguém, não tinha via necessidade, afinal, o moreno pensava que nunca ia se apaixonar.

Mas tudo na sua mente começou a falhar quando conheceu Atsumu, foi o suficiente para bugar totalmente seu cérebro, e seu antigo raciocínio.

E ele realmente estava se apaixonando por Atsumu, mesmo que se fizessem apenas meses que se conheceram. Sakusa estava realmente se apaixonando por uma pessoa, o que ele viu na internet realmente fazia sentido.

Rolava e rolava pela sua cama, ainda não processando o que estava acontecendo em seu interior, abraçando seu travesseiro forte, enquanto afundava a cabeça nele para soltar um grito abafado.

O que Sakusa mais temia aconteceu, se apaixonou por alguém.

E não era qualquer alguém, esse alguém se tratava de Miya Atsumu.

Demorou para Sakusa dormir naquela noite, depois de muito esforço e desilusões.

 

{...}
 

No dia seguinte, Sakusa bota em sua cabeça que não iria acreditar em coisas que via na internet.

Era real ele sentir coisas por Atsumu, afinal, Atsumu foi sua primeira amizade em sua escola além de seu primo.

Sakusa pensa que isso na sua cabeça era apenas platônico, era apenas coisa de sua imaginação. Ignora o episódio da noite anterior, que surtou em sua cama por duas horas seguidas até pegar no sono.

 

“Não é real, é platônico.”

 

É o que Sakusa falou para si mesmo quando acordou naquela manhã, botando totalmente em sua mente, tentando jogar fora o que sentia, e esquecer os fatos que viu ontem na internet depois de pesquisar.

E Sakusa ficou ali, minutos sentado em sua cama, tentando organizar seus pensamentos antes de ir para a escola.

Se ele pensou que a solução certa seria esconder seus sentimentos, ele estava muito enganado.

E como estava.
 

{...}
 

Sakusa não sabia como, e não sabia porque, tinha aceitado fazer isso.

Em um sábado no final de semana, sua casa era para estar normalmente vazia, mas nesse sábado estava sendo ocupada por mais três pessoas.

Onde Sakusa estava com a cabeça para aceitar fazer isso? Ele realmente só poderia estar fora de si.

Agora tinha que lidar com mais três seres humanos em sua casa, tentando não surtar de uma vez.
 

Alguns dias atrás…
 

Era a hora habitual do almoço na escola.

Nesse dia, os cinco estavam na parte de fora da sala, especificando, no telhado da escola.

Sakusa relutou bastante antes de ir, sentar em um chão sujo estava fora de cogitação.

Por insistência de Atsumu, seu argumento caiu por terra. Sakusa não conseguiu dizer Não para Atsumu.

 

“Vamos, Omi-kun, não é tão sujo assim, por favor..”

 

Como Sakusa iria dizer não? Ele realmente não conseguiu, suspira derrotado enquanto seguia Atsumu até a sala do irmão e de Suna para todos irem para o lugar que Atsumu sugeriu.

E lá estava ele, no telhado da escola, sentado no chão - Totalmente desconfortável. - Na companhia de Atsumu, Osamu, e Suna.

Komori havia saído antes para comprar seu lanche, dizendo que logo logo iria se juntar a eles.

Sakusa tentava esconder o desconforto que estava sentindo, não era fácil para uma pessoa com misofobia passar por uma dessas. Tocar ou sentar em algo que não esteja totalmente limpo, era um desafio e tanto para Sakusa.

O céu estava aberto, sem muitas nuvens em seu campo de visão. Era um dia bonito e de clima agradável.

Relutou um pouco em tirar sua máscara para poder comer, mas ficar sem comer algo foi uma experiência péssima para Sakusa, lembra de como quase passou mal por ter deixado de almoçar por alguns dias na escola, Komori só faltou surtar de vez quando viu o primo quase desmaiar durante a prática.

Atsumu começou a pegar em seu pé por causa desse episódio de Sakusa nesse dia, obrigando ele a comer toda vez na hora do almoço. Como Sakusa não trazia nada de sua casa, ele optava por lanches da cantina de sua escola.

“Ei, Omi-kun,” - Atsumu chama a atenção de Sakusa, que estava se concentrando em comer seu sanduíche que estava em suas mãos.

Sakusa olha para Atsumu, esperando pacientemente o mesmo continuar. Morde seu sanduíche ao perceber o outro começar a falar.

“Eu já falei com ‘Samu sobre tingirmos nossos cabelos.” - Atsumu começa. - “Ele pareceu concordar com essa idéia.”

Sakusa nada fala, apenas continuava a comer enquanto olhava Atsumu com um olhar inexpressivo.

Osamu, que estava ao lado de Suna, se pronunciou, chamando a atenção de todos.

“Eu só concordei porque não aguento mais me confundirem com esse imbecil.” - Osamu fala, enquanto mordia um pedaço comia um pedaço de seu onigiri. Suna estava ao seu lado, também comendo um onigiri - provavelmente feito por Osamu. -  Ignorando totalmente a conversa que rondava ao seu redor, mexendo eu seu aparelho celular, como todas as horas do almoço.

Atsumu retruca algo para o irmão, mas Sakusa não se importava em prestar atenção na conversa dos dois, perdido em seus próprios pensamentos.

Sakusa ainda não tinha esquecido de seus surtos naquela noite, conforme os dias iam se passando, a certeza de o que viu na internet só aumentou. Sakusa estava realmente apaixonado por Atsumu. tentar esconder isso estava sendo uma tarefa difícil até demais.

Às vezes Sakusa ficava totalmente aéreo, como se estivesse pensando em algo distante, totalmente desfocado da realidade. Sakusa ali estava se perdendo em seus pensamentos, imaginando namorar com Atsumu em um futuro próximo, totalmente iludido, ele repreendeu a si mesmo por imaginar uma coisas dessas. 

Isso não passava despercebido por Atsumu, era ele que fazia Sakusa voltar a realidade quando estava em seus momentos reflexivos.

Como exatamente agora.

Sakusa só percebeu que estava assim outra vez quando escutou Atsumu chamar pelo seu nome, fazendo o moreno voltar à realidade.

“Terra chamando Omi-kun! alô? Tem alguém ai?” - Atsumu zomba da cara de Sakusa, fazendo sinais com os braços para o moreno poder enxergar, um ato de graça vindo de Atsumu.

Sakusa arregala os olhos quando percebe que mais uma vez se desconectou de si próprio por um instante, foi necessário Atsumu o chamar para poder voltar a realidade.

Sakusa não consegue evitar o rubor em suas bochechas quando lembra que o fato de ter “viajado nas nuvens” era por causa de Atsumu.

“Você tá meio estranho ultimamente, Omi-kun, está se sentindo bem?”

Atsumu franziu levemente as sobrancelhas, lançando um olhar preocupado para Sakusa. O moreno não sabia o que falar, sua boca abria e fechava tentando formular alguma coisa para falar

Por mais tempo que encasse Atsumu, mais Sakusa sentia seu rosto esquentar. O moreno abaixou o olhar, com receio de que Atsumu percebesse o nervosismo crescer dentro de si.

“Sim, Miya. Estou bem.” - Sakusa responde, com muito medo de sua voz ter saído um pouco falha, e de Atsumu ter percebido no final.

"Tá bom então, me preocupo com você, Omi. Se estiiver sentindo alguma coisa é só me falar.” - Atsumu fala, um leve sorriso em seu rosto, um olhar suave direcionando para Sakusa.

Se Atsumu soubesse o que Sakusa estava sentindo por causa dele, com certeza não iria falar algo assim novamente.

Sakusa realmente não estava pronto para enfrentar as turbulências de estar apaixonado, seu corpo ainda não estava apto para isso, Ele morde seu sanduíche mais uma vez, tentando afastar pensamentos desnecessários de estar apaixonado.

Mas afinal, foi uma tentativa falha.

“Bom, como eu ia dizendo..” - Atsumu continua. - "Preciso de ajuda para poder fazer isso, conhece alguém que tenha conhecimento em tingir cabelos, Omi-kun?” - Atsumu pergunta, chamando mais uma vez a atenção de Sakusa, que apenas olha para ele em confusão.

“Eu sei!” - Uma voz, bastante conhecida que estava ao lado de Sakusa, se pronunciou.

Era Komori, que estava esse tempo todo ao lado de Sakusa, o moreno estava tão desnorteado e com o pensamento nas nuvens que nem notou que Komori havia voltado e estava ao seu lado.

“Eu sei tingir cabelos.” - Komori continua, Sakusa e Atsumu estavam surpresos com o pronunciamento do outro.

Sakusa não sabia dessa curiosidade sobre seu primo, mas sempre desconfiou que Komori tinha um certo interesse por isso, afinal, sempre que ia na casa de Motoya tinha diversos tipos de produtos para cabelo no banheiro.

Atsumu cantarola. - "Você, Motoya?" - Pergunta animado, aumentando o tom de voz. Komori acena que sim com a cabeça, sorrindo em resposta. - “Você pode nos ajudar com isso?” - Atsumu pergunta mais uma vez, esperando que Komori confirme que sim, seus olhos castanhos claros brilhando.”

“Eu posso..” - Komori fala, seu sorriso estava um pouco mais fraco, o castanho pareceu hesitar um pouco antes de voltar a falar, como se tivesse pensando em algo importante.” - Mas minha casa nunca está vazia."

Komori estava certo, seus pais não trabalhavam no final de semana, fazer isso em sua casa não seria possível.

Atsumu também pareceu pensar por um minuto, botando uma de suas mãos em seu queixo. - “A minha também nunca tá vazia…” 

Atsumu e Komori ficam em silêncio, Sakusa estava apenas se concentrando em acabar logo seu sanduíche e beber seu suco de laranja que estava ao seu lado. O moreno tinha pegado um lenço para botar por baixo do suco, para não ter contato total com o chão.

Komori pareceu ter uma ideia do que fazer nessa situação, sua postura ficou ereta e tinha um sorriso em seu rosto novamente.

“Kiyoomi.” - Komori chama Sakusa, o moreno o olha com o mesmo olhar inexpressivo de sempre. “Sua casa está livre nos finais de semana, certo?”

Sakusa, que tinha terminado finalmente terminado de comer seu sanduíche, olha confuso para seu primo, não sabia onde Motoya queria chegar com isso.

“Sim.” - Sakusa disse calmamente, sem mais nem menos, nota o sorriso de Komori aumentar, com um pouco de malícia nele.

Sakusa começou a entender o porquê de Komori ter perguntado isso, o desespero de ter falado que sim começou a crescer em seu interior, arregalando levemente os olhos ao ver seu primo o olhar maliciosamente.

A casa de Sakusa costumava ser vazia em alguns finais de semana. Sua mãe normalmente era ocupada com o trabalho, resultando, na maioria das vezes, Sakusa ficando sozinho em sua casa.

Nos dias em que Sakusa se sentia muito só, ele chamava Komori para lhe fazer companhia. Assim, os dois faziam algo para não ficarem muito no tédio.

Komori, às vezes, era a salvação de Sakusa. O moreno nunca admitirá isso ao castanho.

“Omi-kun, nos ajude” - Atsumu súplica, se aproximando de Sakusa, juntando as mãos em sinal de “por favor.”

Sakusa trava, quase se engasga com o suco que estava bebendo ao ver o olhar de Atsumu próximo de si. Suas bochechas começaram a ficar vermelhas, Atsumu estava perto dele, bem perto do seu rosto.

Sakusa olha para Komori, o mesmo estava com um sorriso travesso no rosto, uma pequena raiva estava crescendo em seu peito logo em seguida.

“Seu desgraçado.” Sakusa pensava, enquanto desviava seus olhos de Komori voltando a olhar Atsumu. Ter ele tão perto assim de seu rosto fazia seu corpo tremer, um certo arrepio percorrendo cada parte de seu corpo.

“T-Tudo bem..” - Sakusa não conseguiu evitar gaguejar no final, seu nervosismo indo até o ápice, Sakusa sentia a ponta de suas orelhas ficar quente.

Atsumu cantarola alegre, se virando para falar algo com seu irmão - Que estava esse tempo todo ao lado dos três, apenas ignorando toda a conversa e foi escutar música com Suna. - Sakusa, enquanto estava em seu modo de paralisia, notou que Osamu e Suna compartilhavam de um fone de ouvido.

Sakusa suspira derrotado, lançando um olhar ameaçador para Komori, que apenas mantinha um sorriso despreocupado em seu rosto.

Antes de se levantar do chão, para poder jogar fora a embalagem de seu lanche, lança um olhar mortal para Komori, e vai em direção a porta.

Sakusa com certeza iria se arrepender disso depois, mas era um pouco tarde para desmentir, afinal, ele iria ter que aturar Atsumu em sua casa, iria ter que controlar seus surtos internos ao ter Atsumu no mesmo ambiente que ele em um final de semana.

Jogando a embalagem do suco na lixeira, Sakusa encaminha até as escadas para voltar em sua sala de aula, buscando uma máscara nova e ir ao banheiro logo em seguida para lavar suas mãos adequadamente. Deixando seus colegas para trás.

Seu cérebro, ainda, processando o que havia acontecido no telhado.

 

“Puta que pariu..” 

 

Sakusa fala para sí mesmo, apoiando suas mãos na pia, olhando fixamente para seu reflexo pelo espelho, o arrependimento consumindo cada gota de seu ser, Sakusa sente suas pernas fraquejarem.

Komori iria pagar caro por isso..
 

{...}

 

Sakusa estava surtando em sua casa, andando para lá e pra cá em sua sala, totalmente surtado.

O final de semana finalmente tinha chegado, Atsumu poderia aparecer a qualquer momento em sua casa, junto a seu irmão gêmeo, Osamu.

Komori foi o primeiro a chegar, adiantado uma hora antes do combinado, havia trazido todo o material que ia usar para tingimento de cabelos. Estava sentado preguiçosamente no sofá da sala, mexendo em seu celular sem interesse algum no aparelho, o fato de Sakusa estar totalmente surtando na sala andando para um lado e para o outro estava começando a incomodar.

“Você que parar de andar para um lado e para o outro, Kiyoomi?” - Komori fala, levemente irritado, suas sobrancelhas franzidas.

Sakusa para de andar, olhando de relance para komori, lançando um olhar afiado para o moreno.

“É culpa sua eu estar surtando assim.” - Sakusa comenta, olhando para Komori, suas sobrancelhas se franzindo.

Era totalmente culpa de Komori, isso era o que o moreno pensava, se Komori nunca tivesse falado que sua casa estivesse vazia nos finais de semana isso não teria acontecido.

O motivo de Sakusa estar surtando agora era totalmente culpa de Komori.

Sakusa escuta komori dá um bufo irritado, depois dos dois terem começado uma encarada silenciosa por alguns segundos.”

“Não fale assim.” - Komori começa. - “Até parece que você está apaixonado por ele.” - Antes de se virar para frente, Sakusa vê que Komori revira os olhos antes de voltar a atenção em seu celular.

Sakusa não fala nada, raciocinando o que Komori tinha acabado de falar.

 

“Até parece que você está apaixonado por ele” 

 

Mal sabia Komori que era exatamente isso, era exatamente o que Sakusa menos queria que estivesse acontecendo.

Ele estava apaixonado por Atsumu, tão apaixonado que as noites ele surtava na cama antes de dormir pensando nesse assunto.

Sakusa sentia que queria morrer toda vez que Atsumu percebia o moreno agir estranho perto dele.

O moreno sentiu seu coração parar quando escuta a companhia de sua casa tocar, revelando que alguém estava o esperando do lado de fora.

Ele sabia exatamente quem era.

Sakusa respira fundo antes de ir até a porta, checa suas vestes antes de ir até lá. Uma camisa amarela de mangas curtas e um short preto, Sakusa pensa em trocar de roupa, mas já era bem tarde para isso.

Dando um último suspiro, Sakusa vai até a porta, sem ao menos pensar ele abre rapidamente, se deparando com Atsumu - prestes a tocar novamente a campainha. - E Osamu, que mexia em algo em seu celular, vira o rosto para Sakusa assim que percebe que a porta havia sido aberta.

“Olá, Omi-kun” - Atsumu cumprimenta, levantando a mão e acenando.

“E ai.” - Osamu acena logo em seguida, com o mesmo olhar inexpressivo de sempre, carregando duas sacolas em suas mãos.

Sakusa acena para os dois, dando espaço para entrarem em sua casa, fecha a porta em seguida. Engoliu em seco ao ver a presença de Atsumu em seu espaço pessoal.

Ele observa com cautela como os dois estavam se vestindo, se preocupando se estavam muitos sujos para adrentarem em sua residência. Suas roupas pareciam limpas, e sem nenhum sinal de algo sujo, isso aliviou Sakusa pelo menos um pouco, e por fim, pediu para ambos tirarem os sapatos e deixarem ao lado da porta antes de entrarem.

A casa de Sakusa nem era tão grande, e nem tão pequena, mas era espaçosa para quatro pessoas morarem numa boa.

Atsumu fica um pouco encantado com a casa de Sakusa, mesmo não sendo nada demais na visão do moreno.

“Uau Omi, sua casa é bem espaçosa.” - Atsumu fala, enquanto observava cada canto da sala.

Sakusa não se surpreendeu, até tinha reclamado com a mãe do porquê comprar uma casa relativamente grande para apenas duas pessoas viverem.

Mas Atsumu não estava aqui para ver sua casa, e sim para Komori pintar o cabelo dele e do seu irmão de cores diferentes.

 

Na sua casa.

 

Sakusa escuta Osamu reclamar algo para Atsumu, mas não era de interesse do moreno

Komori, a essa altura, já tinha percebido a chegada dos gêmeos. Se levanta do sofá que estava para poder cumprimentar eles.

“E aí, Miyas.” - Komori cumprimenta, fazendo Osamu e Atsumu pararem de discutir o que estavam discutindo. - “Vocês trouxeram a tinta, certo?”

Assim que Komori pergunta, Osamu, que estava com duas sacolas em mãos, levantou uma delas dizendo que estava com a tinta.

“Sim, trouxemos." - O gêmeo de olhos escuros confirma, se aproximando de Komori e entregando a sacola a ele.

“Eu demorei um pouco para decidir a cor que ia botar.” - Atsumu sussurra para Sakusa, que apenas pisca em resposta, sentindo seu coração errar uma batida ao escutar a voz de Atsumu em seu ouvido.

O castanho pega a sacola sorrindo, abre a sacola e pega uma das tintas que tem dentro, suas sobrancelhas franziu levemente. - “Cinza?” - Komori pergunta, olhando para Osamu, que estava na frente dele.

“Eu que escolhi essa, é uma boa cor, não?” - Osamu afirma, Komori pisca em resposta, sorrindo logo depois.

“Sim, é uma boa cor para você. Vai combinar com seus olhos.” - Komori fala, botando a tinta novamente na sacola para poder pegar a outra.

Sakusa lembra de uma coisa, os gêmeos Miya podiam ser idênticos, mas se você estivesse bem perto deles conseguiria notar algumas diferenças neles, além das personalidades.

Atsumu tem o tom do cabelo e os olhos mais claros que o do irmão, e Osamu era um pouco diferente, o tom do cabelo dele era mais escuro do que o de Atsumu, seus olhos da mesma maneira, possuindo um cinza escuro, totalmente diferente dos olhos castanhos claros de Atsumu.

Eram pequenas diferenças, diferenças que só podiam ser percebidas se estivesse bem perto de um dos gêmeos. Conviver perto de Atsumu fez Sakusa perceber isso.

“E o outro é…” - Komori pega a outra tinta. - “Loiro?” - pergunta, fazendo Atsumu assentir que sim, um sorriso tomando conta de seu rosto.

Sakusa começa a imaginar Atsumu loiro, pelo ponto de vista do moreno não parecia tão ruim assim.

“Ok então, vamos começar logo com isso.” - Komori confirma, botando a tinta loira na sacola, olha para os gêmeos. - “Quem vai primeiro?” - Komori pergunta, os gêmeos olham um para o outro.

Depois de ficarem alguns segundos se encarando, decidem, por fim, atirar no “Pedra, papel, ou tesoura.

“Vamos decidir agora.” - Atsumu fala para o irmão, seus olhos beirando em desafio.

“Vamos.” - Osamu compartilhava do mesmo olhar que Atsumu, levanta sua mão fechando o punho como Atsumu fez, seus olhos nunca deixando os do irmão.

Sakusa olhava os dois com um olhar ridículo, era totalmente desnecessário os dois fazerem uma coisa dessas. Só precisava decidir quem dos dois iriam agora, não era necessário fazerem um jokenpô, Sakusa não compreendia o motivo disso.

Mas Sakusa desiste de tentar compreender, afinal, não sabia como era ter uma relação de irmãos da mesma idade, o moreno não possui um, apenas tinha dois irmãos mais velhos que ele, em uma diferença de oito anos de idade que ele tinha comparado com a dos seus outros irmãos. Sakusa vai até o sofá apoiar suas costas e cotovelos, apenas assistido o que os gêmeos estavam fazendo.”

“Jo-ken-pô!” - os dois falam em unisolo, levantando ambas as mãos.

Alguns segundos depois, Osamu e Atsumu jogam suas mãos para frente depois de balançarem três vezes seguidas. no ‘“Pô”, Atsumu faz um sinal de tesoura na mão, e Osamu faz o sinal de pedra, revelando assim, que Osamu venceu Atsumu no jogo.

“Venci.” - Disse Osamu, enquanto encarava seu irmão, que estava fazendo uma expressão derrotada em suas linhas faciais.

Osamu tinha um sorriso arrogante direcionado para o irmão.

“Maldito seja, ‘Samu.” - Atsumu retruca, cerrando os dentes e punhos, enquanto encara o irmão de volta.

“Vamos então, Osamu.” - Komori comenta, chamando a atenção de todos ali.” - “Vamos acabar logo com isso, se não Kiyoomi vai ficar surtando mais do que já estava.”

Komori provoca antes de adentrar no banheiro de Sakusa junto a Osamu, nem deu tempo de Sakusa retrucar o que Komori falou, o castanho já havia saído de seu campo de visão com o outro gêmeo.

Sakusa olha para Atsumu, que estava com uma expressão de raiva no rosto.

Atsumu não gostava de perder para o irmão, seja por qualquer coisa, se irritava facilmente com isso. Osamu não era muito diferente do irmão, os dois podiam ter personalidades diferentes, mas compartilhavam da mesma rivalidade que tinham um pelo outro.

Sakusa suspirou, teria que ficar ao lado de Atsumu por um bom tempo, o moreno sabia muito bem que essas coisas demoravam na maioria das vezes.

“Não fique assim, Miya.” - Sakusa comentou, sentando em seu sofá, pegando o controle da televisão logo em seguida.

Aos poucos a expressão de Atsumu foi voltando ao normal, seus olhos castanhos acompanhavam os movimentos de Sakusa. 

Sakusa sente que seria muita falta de educação não convidar Atsumu para sentar com ele. Depois de refletir um pouco, Sakusa convida Atsumu para sentar-se ao seu lado.

“Sente-se aqui, Miya.” - Sakusa fala, com os olhos fechados, apenas esperando Atsumu se aproximar de si.

Não demorou muito para Atsumu se juntar a Sakusa, o moreno sentiu afundar uma parte do sofá ao seu lado.

Sakusa suspira novamente, tentando acalmar o ritmo que seu coração batia, sua respiração começando a ficar rápida.

Abrindo um de seus olhos, lá estava Atsumu, ao seu lado, com um leve carranco em seus olhos, ainda estava estressado pelo incidente com seu irmão alguns minutos atrás.

Sakusa não sabia o que falar, apenas achava essa atitude de Atsumu um tanto quanto infantil.

Segundos depois Sakusa liga a televisão, passava algum programa de TV aleatório. Sakusa fica em silêncio, apenas se concentrando no que estava na televisão.

Esse silêncio não durou muito, pois uma voz cortante invadiu o ambiente. Era a voz de Osamu, irmão gêmeo de Atsumu, no qual havia ganhado na aposta que ambos fizeram minutos atrás.

“Com licença, Sakusa-kun.” - Osamu fala, chamando a atenção dos dois ali.

Sakusa se vira para trás, e olha para Osamu, o gêmeo estava com uma sacola nas mãos. Sakusa lembra de ter visto Osamu com duas sacolas nas mãos antes de entrar em sua casa.

“Isso aqui eu trouxe para você e Motoya como forma de agradecimento.” - Osamu entrega a sacola a Sakusa, que levanta do sofá para pegar a mesma.

Sakusa olha o conteúdo da sacola, vê que dentro dela tem uma dúzia de onigiris, um ao lado do outro, embalados. Sakusa abre a boca levemente, não esperava que Osamu trouxesse comida para ele como forma de agradecimento.

Mas parando para pensar, é a cara dele fazer esse tipo de coisa.

“Nossa..” - Sakusa comenta, encaminhando seus olhos negros para Osamu. - “Foi você quem os fez?” - Sakusa pergunta, Osamu acena que sim com a cabeça.

“Bom, agora vou voltar para o banheiro, Motoya está me esperando” - Osamu fala, e volta para onde tinha ido, ao encontro do primo de Sakusa.

O moreno voltou a sentar ao lado de Atsumu, o mesmo parecia um pouco mais calmo, apenas mantinha seus olhos grudados na televisão.

“Seu irmão me trouxe Onigiris.” - Sakusa comenta, chamando a atenção de Atsumu.

“Sim, eu até ajudei ele a fazer alguns.” - Atsumu comenta, voltando a olhar para a televisão.

Sakusa nada fala, senta ao lado de Atsumu botando a sacola de Onigiris no meio dos dois.

Sakusa não pensa duas vezes em abrir a embalagem e pegar o primeiro Onigiri, ainda estava um pouco quente, sinalizando que foram feitos a pouco tempo.

O moreno não deixa de notar como o visual do Onigiri estava, o formato do triângulo totalmente perfeito, a alga não parecia descolar do arroz, estava perfeito.

Era o Onigiri mais perfeito que Sakusa já viu na vida.

Sem pensar duas vezes, Sakusa leva um dos onigiris até a boca, mordendo delicadamente a ponta do triângulo. O sabor estava perfeito, a consistência do arroz estava macia e agradável de mastigar.

Essa era a primeira vez que Sakusa provou da culinária de Osamu, o outro gêmeo só trazia sua comida para dividir com Suna, era totalmente comum ver Osamu compartilhar da sua comida com Suna na hora do almoço, Sakusa até vê eles dois como um casal.

“É bom.” - Sakusa fala assim que engole um pedaço. - É realmente bom.” - Confirmou.

“Sim.” - Atsumu começa. - “Ele tem talento para isso, às vezes até fico zoando que na cabeça dele tem um bolinho de arroz do que um cérebro de verdade.” - Atsumu fala, provocando o irmão com suas palavras.

Sakusa não fala nada, depois de morder mais uma vez o Onigiri em suas mãos, totalmente satisfeito.

“Pode pegar um, Miya.” - Sakusa afirma.

Atsumu olha para Sakusa, o mesmo tentava manter os olhos na televisão. Se Atsumu começasse a encarar ele assim por mais tempo, Sakusa não conseguiria evitar o rubor em suas bochechas começarem a surgir.

Logo Atsumu pega um onigiri e começa a comer igualmente ao lado de Sakusa, os dois não falam nada, apenas aproveitando o silêncio entre os dois, o barulho da televisão apenas se fazendo presente no momento.

 

{...}

 

Tinha se passado algumas horas, Sakusa já estava ficando um pouco sonolento, quase fechando os olhos no sofá, a luz da televisão estava incomodando seus olhos. Sakusa tentava manter sua visão longe da tela, sentia que se olhasse por mais tempo iria ficar com dor de cabeça mais tarde.

E tudo o que ele menos queria era uma dor de cabeça.

Atsumu estava ao seu lado, totalmente entediado, olhava sem expressão para televisão. Suas costas estavam curvadas para frente, com o queixo repousando na palma de sua mão.

Sakusa vê Atsumu nessa posição pelo canto do olho, acha agradável ver o gêmeo de olhos claros assim, com uma expressão facial tão serena e tranquila, com a luz da televisão refletindo sobre seus olhos claros.

Ele sabia que o processo de tingir cabelo seria lento, mas Sakusa não sabia que demoraria TANTO assim, o nível de tédio é tão grande que era difícil de tolerar.

Sakusa sente seus olhos ainda mais pesados, decide fechá-los por inteiro, esticando seu pescoço, apoiando sua cabeça na parte de cima do sofá. A sacola com alguns Onigiris restantes

Seus olhos se fecham, respira fundo, seria apenas um cochilo de alguns minutos, nada demais.

E ninguém iria perceber.

Estava tudo indo tranquilo, Atsumu pareceu não perceber que ele tinha fechado os olhos. Fica alguns minutos assim.

Sakusa estava quase pegando no sono quando sentiu um movimento do seu lado direito. Sakusa pensa que Atsumu tinha se levantado do sofá, mas seu argumento caiu de terra para baixo quando sentiu algo se aproximando ao seu lado direito.

Atsumu estava ao lado de Sakusa, bem perto mesmo, o moreno sentia o braço do outro bem ao lado do seu. 

Sakusa, que havia despertado quando sentiu Atsumu perto dele, decide continuar com os olhos fechados, queria que Atsumu pensasse que ele ainda estivesse dormindo.

E claro, queria ver o que o outro iria fazer ali.

Em um movimento, Atsumu pega no rosto de Sakusa, delicadamente puxando sua cabeça pela palma de sua mão, e encosta em seu ombro, para Sakusa ter um apoio para onde apoiar sua cabeça.

Sakusa não se move, embora seu coração estivesse acelerado com o ato de Atsumu, o moreno decide ficar ali, parado. 

Nunca havia pensado que Atsumu poderia fazer uma coisa dessas, Sakusa se surpreende com isso, ele estava gostando disso, gostando de ter sua cabeça apoiada no ombro de Atsumu.

Ele não faz nenhum movimento, embora seu corpo implore para fazer.

Só se ouvia o som da televisão, Sakusa até sentiu que Atsumu estava tentando encostar em sua mão, dava para sentir a ponta de seus dedos sobre a parte de cima de sua mão.

Infelizmente, isso não durou muito, pois uma voz invadiu o ambiente em que estavam, fazendo Sakusa levantar a cabeça em um movimento rápido, e Atsumu se levantar do sofá.

Osamu estava ali, olhando para os dois no sofá, seu cabelo com a cor que tinha falado que iria pintar, cinza.

“Sua vez, ‘Tsumu.” - Foi tudo o que Osamu disse, olhando para os dois homens à sua frente. Seus olhos combinavam com seu cabelo agora, ambos cinzas.

“Caraca ‘Samu.” - Atsumu fala, impressionado. Mas logo um sorriso travesso toma conta de seus lábios. - “Tá parecendo um velho.”

Atsumu provoca, recebendo um olhar ameaçador de Osamu.

“Cale a boca, seu idiota.” - Osamu continua, suas sobrancelhas franzidas. - “Vai logo, seu imbecíl.”

Atsumu, com um sorriso travesso no rosto, passa por Osamu e vai ao banheiro em encontro com Komori.

Osamu suspira ao ver Atsumu sumir de sua vista, sentando ao lado de Sakusa no sofá, pegando seu celular e ligando a câmera.

Sakusa descansa suas costas no sofá, ainda fazendo seu corpo se acalmar pelo ocorrido anterior, a televisão não importava mais, Sakusa decide desliga-lá.

Diferente de Atsumu, Sakusa nunca teve muito contato com Osamu, não sabia iniciar uma conversa com o outro gêmeo.

Sakusa escuta um click de câmera vindo do celular de Osamu, o moreno vira o rosto em direção ao outro, o mesmo estava digitando alguma coisa em seu celular.

“Está tirando fotos?” - Sakusa pergunta, nem sabendo o porquê tinha perguntado, só não queria ficar em silêncio com o outro.

Osamu para de digitar, e vira seus olhos cinzas para encarar Sakusa. - Realmente a cor combina com ele. - Sakusa pensa.

“Estou mandando fotos para Rin.” - Osamu comenta, voltando a olhar seu celular.

“Rin?” - Sakusa pergunta. - “Está falando de Suna Rintarou?”

Osamu acena que sim com a cabeça, sem tirar os olhos do celular. - O quão os dois estão próximos para ele dar apelidos um para o outro?” - Sakusa pensa mais uma vez, enquanto observava Osamu digitar animadamente para o celular, um sorriso começou a surgir nos lábios do acizentado.

“Ele gostou?” - Sakusa pergunta, atraindo mais uma vez o olhar de Osamu.

“Sim.” - Osamu fala, desligando o celular. - “Ele gostou.” - Disse, por fim.

“Realmente combinou com você.” - Sakusa fala, um bocejo logo em seguida, o sono voltando novamente.

Um silêncio por alguns segundos surgiu, Sakusa estava começando a ficar nervoso ao perceber o olhar de Osamu sobre seu ser.

“Ei, Sakusa.” - Osamu chama a atenção de Sakusa, o moreno nota o tom de voz um pouco sério do acinzentado.

“Sim?” - Sakusa pergunta, olhando nos olhos de Osamu.

Osamu pareceu hesitar um pouco, mas fala mesmo assim.

“Você gosta do meu irmão?”

Sakusa não conseguiu evitar de arregalar os olhos, a pergunta que Osamu fez tinha lhe pegado de surpresa.

O moreno não conseguia falar nada, apenas encarava Osamu, suas bochechas ficando mais vermelhas ainda conforme os segundos passavam.

Osamu havia percebido? Mas como?

“Desculpe, eu não devia ter perguntado isso.” - Osamu fala, um tom de arrependimento em sua voz, desviando os olhos de Sakusa.

Sakusa, que ainda estava paralisado, decide se pronunciar.

“Não, tudo bem.” - Sakusa falou, respirando fundo, fecha os olhos por um momento antes de voltar a falar. - “O que te fez pensar que gosto de Atsumu?”

Osamu pareceu pensar por um minuto, seu olhar ainda sobre Sakusa.

“Eu vi vocês dois no sofá agora pouco..” - Osamu continua.

Sakusa parece refletir um pouco, lembrando do momento em que sentiu a ponta dos dedos de Atsumu sobre seu rosto. Sua face fica vermelha só de lembrar.

“Aquilo, foi..” - Sakusa tenta, mas não consegue formular nada, sua mente embaralhada com o que havia acontecido, sua mão vai em encontro de sua nuca.

“Sabe, Sakusa.” - Osamu chama a atenção do moreno, ajeitando sua postura no sofá em seguida. - “Tsumu gosta muito de você.”

Essa última frase fez o coração de Sakusa errar uma batida, seus olhos se arregalaram mais uma vez.

“Ele até me ajudou a preparar esses Onigiris.” - Osamu olha para a sacola, que estava no canto do sofá. - “Quando eu disse que estava fazendo para você e para Komori ele fez questão de me ajudar.”

Sakusa, mais uma vez, não soube o que falar. A ideia de Atsumu também gostar dele ocupava totalmente a mente de Sakusa.

“Se você realmente gosta dele, fale para ele, garanto que ‘Tsumu ficará bastante feliz.” 

Osamu fala, voltando a mexer em seu celular, um barulho de notificação vindo do aparelho, deixando Sakusa com seus próprios surtos.

Sakusa não iria ter paz com ele mesmo nesse dia, descobriu pelo próprio irmão que Atsumu também tinha sentimentos por Sakusa.

Ou talvez, tenha mesmo.

Depois disso, Osamu e Sakusa voltam a ficar em silêncio, Osamu volta a mexer em seu celular - Sakusa especula que esteja falando com Suna. -  Enquanto Sakusa volta a se encostar no sofá, sua postura um pouco rígida.

Iria passar uma bela noite de surtos quando anoitecesse, e estivesse em seu quarto, sozinho em sua cama.

Na escuridão da noite.

A sala fica em silêncio, com alguns sons abafados vindo em direção do banheiro.

 

{...}
 

“Obrigado por nos ajudar, Omi-kun.” - Atsumu acenava, saindo pela porta, seus cabelos agora em uma cor amarelada.

A cor que Atsumu escolheu era um pouco “atraente” demais, agora aplicado em seu cabelo, dava para notar o amarelo, que invés de ser um amarelo suave, estava bem mais forte e mais amarelado.

Sakusa não acreditou quando Komori falou - Assim que terminou o cabelo de Atsumu, que o mesmo não quis passar o matizador, que se tivesse passado, iria clarear mais o tom de amarelo para não ficar tão forte assim.

Atsumu negou, queria que Komori não colocasse. O mesmo não teve escolha, só obedeceu às ordens de Atsumu.

Sakusa observava os gêmeos irem embora de sua casa, depois de terem passado quase o dia todo em sua residência.

Suspirando, Sakusa fecha a porta, e se junta a Komori sentando ao lado do sofá. O castanho tinha uma expressão cansada, havia feito um ótimo trabalho nos cabelos dos gêmeos.

Tenta não pensar que vai ter que limpar toda a sujeira que foi feita, Sakusa ainda não acreditou que ficou "de boa" com a presença dos gêmeos em sua casa, mesmo ligando muito para sujeira, recebeu em uma tranquilidade os dois ali.

Sakusa pensa no cabelo de Atsumu, naquele tom amarelo mostarda que tinha ficado, não achou feio, apenas tinha que se acostumar com o novo Atsumu que acabou de surgir. Iria demorar para se acostumar com a visão de Atsumu loiro.

Sakusa queria parar de pensar em Atsumu, pois teria muito desses pensamentos depois.

“Eu tô morto.” - Komori comenta assim que observa Sakusa se juntar a ele.

“Você fez um ótimo trabalho.” - Sakusa continua, olhando para o primo com o mesmo olhar inexpressivo de sempre. - “Quem sabe você se torna um cabeleireiro futuramente.”

Sakusa escuta Komori dá uma risada cansada, seguido de um suspiro.

“Meus planos para o futuro são outros.” - É o que Komori fala, antes de ficar em silêncio novamente.

“Ei, Motoya.” - Sakusa chama a atenção do primo, fazendo o mesmo atrair o olhar para ele. - “As regras da escola permite uma coisa dessas?”

Sakusa pergunta, confuso, lembra muito bem das regras da escola, e lembra de ler nos termos que não era permitido pintar o cabelo de cor diferente.

“Ah, isso..”  - Komori comenta logo em seguida. - “Você sabe que o clube de vôlei tem alguns privilégios, né?”

Sakusa franze o cenho em confusão, já havia escutado que por fazerem parte do clube de vôlei, o pessoal do clube tinham uma certa liberdade para tal coisa.

“Como assim, privilégios?” - Sakusa pergunta mais uma vez, formando aspas com os dedos na última palavra.

“Por sermos do clube mais famoso de nossa escola, nós membros temos certa liberdade com esses tipos de coisas, a escola deixa a gente fazer coisas que a regra não permite. É algo assim.”

Komori solta um suspiro quando termina de falar, e para a alegria do castanho, Sakusa pareceu entender.

“Perguntou isso por que se preocupou com Atsumu?” - Komori fala, pegando Sakusa desprevenido.

Sakusa mais uma vez trava, toda vez que Atsumu era abordado em algum assunto no meio isso acontecia. Sakusa agora encarava seu primo sem saber o que falar.

Era como se Motoya estivesse lendo sua mente.

 

“Eu sei que você gosta de Atsumu, Kiyoomi.”

 

Komori voltou a falar, percebendo o silêncio que Sakusa estava dando em cima dele. Sakusa abaixa o olhar e encolhe os ombros.

“Está tão na minha cara assim?” - Sakusa pergunta, sua voz baixa, seu olhar fitando o chão.

“Então você admite que gosta dele mesmo?” - Komori tinha um sorriso nos lábios, aumentando o olhar para Sakusa.

O moreno apenas encara Komori por alguns segundos, logo desvia o olhar, abaixando novamente.

Sakusa nada fala, apenas assenti que sim com a cabeça, fazendo Komori ter um surto de felicidade.

“Nossa, então é realmente verdade.” - Komori levanta do sofá, eufórico. Sakusa não entendia o porquê de Komori estar reagindo assim. 

Sakusa olhava Komori confuso, não estava entendendo a reação do primo, permitiu-se se assustar um pouco.

“Isso não é ruim, Kiyo, isso é ótimo!” - Komori continua, deixando Sakusa mais envergonhado do que já estava. 

Sakusa sentia seu interior explodir, tinha afirmado - sem querer - que gosta de Atsumu para Komori. Ele não sabia o que estava sentindo ao certo.

Komori senta ao lado de Sakusa, percebendo que o moreno estava bem calado, bota uma de suas mãos no ombro de Sakusa e começa a falar novamente.

“Você tem que falar para ele o que sente, Kiyoomi.” - Komori continua, sua mão ainda no ombro do moreno. - “É ruim guardar sentimentos.”

Sakusa suspira, a ideia de falar a Atsumu o que sente começou a rondar sua cabeça, seu coração acelera e sua respiração pesa.

“Bom, já está tarde..” - Komori fala, olhando para o relógio, eram exatas 19:30 da noite. - “Está com fome? Vamos pedir algo.” - Pega seu celular no bolso, e começa a pedir algo para comer pela internet.

Por um momento Sakusa pensou em repreender Komori por comprar comida na internet, o moreno sempre afirmou que não confiava muito em comida exportada de fora, e sempre preferiu comidas caseiras.

Mas ele estava muito ocupado para fazer isso, pensando em outras coisas atualmente, tirando o raciocínio de qualquer outra coisa em sua volta.

Sakusa estava em seu “Momento reflexivo”, havia acabado de admitir para alguém que tinha uma paixão por outra pessoa.

Tudo o que Sakusa mais temia havia acontecido.

Se apaixonou por alguém, e esse alguém era Miya Atsumu.

 

 


Notas Finais


Cara, esse capítulo foi o mais longo até agora, nem acredito que consegui escrever mais de 5.000 palavras, realmente a criatividade bateu forte. Eu espero de verdade que tenha entregado um capítulo de bom agrado, ainda tenho uma certa insegurança em relação a isso.

Esse capítulo foi o meu favorito até agora, esses dois apenas me matam do coração <3 A cena do Atsumu botando o Sakusa para dormir no ombro dele não sai da minha cabeça. Felizmente achei uma fanart dessa cena para me satisfazer, pena que não é com eles adolescentes, e sim adultos no pós time-skip.

Bom, esse capítulo deu um pouco de trabalho para escrever, eu demorei para revisar porque a preguiça bateu forte kkk, desculpem.

Não tenho muito o que falar, esse capítulo foi o que eu mais me orgulhei em escrever. Tanto em palavras e em cenas, meu maior orgulho até agora.

E espero que vocês tenham gostado tanto como eu gostei. :3

É isto, obrigado a todos que estão acompanhando <3, ter vocês aqui me faz ter ainda mais motivação para escrever <3 Só posso agradeçer o retorno maravilhoso que estou recebendo de volta. <3

A partir do próximo capítulo é só surtos, aguardem. <3

Até logo. <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...