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História Falling in love with you - Capítulo 7


Escrita por: Viih_583

Notas do Autor


Olá olá, boa noite para vocês :)

Mais uma vez, desculpem pelo horário, terminei de revisar esse capítulo agora pela noite, de dia sempre teve alguma coisa para me atrapalhar.

Tem algumas cenas nesse capítulo que quero muito ver a reação de vocês, bom, espero que gostem.

Boa leitura. <3

Capítulo 8 - Capítulo 7


 

 

Era manhã do mês de dezembro, iniciando o mês de inverno em Amagasaki.

Com o mês de dezembro chegando, o final do ano de 2010 também estava próximo, com isso, faltando apenas três meses restantes para Sakusa concluir seu primeiro ano do ensino médio.

A manhã estava fria, com pequenos flocos de neve caindo do céu, sinalizando o inverno que havia realmente chegado.

Sakusa não estava muito acostumado com o frio, a região onde morava em Tóquio não ficava tão fria como em Amagasaki, não tinha nenhum costume com neve.

Ele relutava muito para levantar de sua cama, estava frio, e ele estava totalmente sem coragem para sair de suas cobertas.

Além de ainda estar com muito sono, tem noites que Sakusa não consegue dormir, em meio de pensamentos e surtos que impediam tal ato, "consequências de se estar a apaixonado", era o que Sakusa pensava, toda vez que acordava no dia seguinde depois de ter dormido mal.

Estar apaixonado não é fácil, Sakusa ainda não estava acostumado com as turbulências que seu corpo sofria quando pensava nesse assunto, e principalmente, quando estava perto de Atsumu.

Como havia dito antes, ele não esperava se apaixonar.

Sakusa decide por fim levantar de sua cama, não queria perder um dia de aula, pelo simples fato de que estaria totalmente ferrado se fizesse isso. Os testes estavam chegando, e se Sakusa quisesse passar de ano sem se aperrear com notas ele teria que sair bem nos testes, e ter suas notas acima da média.

Consequência de entrar em uma escola no meio do ano. ele assim pensa.
 

{...}
 

O moreno franziu o cenho quando viu os pequenos flocos de neve caindo pela rua quando fecha a porta de sua casa para ir à escola. Uma brisa fria logo se fez presente, seguida de um vento cortante causado pelo inverno.

Era um dia de neve, a previsão do tempo já tinha afirmado isso mais cedo no telejornal da manhã, e como Sakusa sempre checa como o clima vai estar durante o dia, ele então já estava ciente que a neve que estava caindo do céu iria continuar a cair durante o dia todo.

“Hoje o dia vai ser frio.” Sakusa pensa, suspirando por debaixo de sua máscara, botando suas mãos no bolso do casaco preto que usava, e segue rumo à escola.

Sakusa vira a esquina de sua rua, e percebe uma silhueta se formar logo em seguida, Sakusa apertou os olhos para tentar enxergar quem tava ali, e logo reconheceu quando viu que a pessoa possuía cabelos loiros.

Era Atsumu, ele estava ali, provavelmente esperando por Sakusa.

Estava sendo assim nos últimos dias, desde que Sakusa e Atsumu descobriram que moravam quase perto um do outro, apenas algumas ruas de distância.

Mas normalmente Atsumu estava acompanhado de seu irmão e de Suna. O loiro estava sozinho, sem ninguém ao seu redor.

A cada passo que Sakusa dava, mais seu coração acelerava por ver Atsumu parado ali, esperando parcialmente por ele. Sakusa sentia um misto de felicidade e nervosismo, Sakusa recusava se sentir desse jeito, principalmente se sentir assim quando estar perto de Atsumu.

É, ele realmente estava apaixonado, e isso estava ficando mais claro a cada dia que se passava. Sakusa teme que outras pessoas também começam a notar isso também

Atsumu, que parecia estar olhando para alguma coisa que estava acima dele, se vira ao notar a presença de Sakusa que se aproximava a cada segundo.

“Ei.” - Atsumu acena, levantando uma das mãos.

Sakusa nada diz, apenas acena de volta levantando um de seus braços igual a Atsumu tinha feito, logo apressando os passos para ir rapidamente para a escola.

Atsumu segue o mesmo ritmo de passos que Sakusa, andando normalmente ao lado do moreno.

Sakusa percebe que se não começasse um assunto enquanto caminhavam, iria formar um silêncio entre os dois rapazes ali, e tudo o que Sakusa menos queria era ficar em silêncio ao lado de Atsumu.

É, algo raro estava acontecendo. Sakusa notou que Atsumu parecia bastante quieto nesse exato momento, não era comum Atsumu agir assim, ainda mais pela manhã, que o loiro normalmente tinha uma energia animada, e que fazia Sakusa se irritar as vezes por achar Atsumu bem barulhento logo pela manhã.

Sakusa precisava conversar, mesmo que seja por um assunto relativamente besta. Ter Atsumu calado ao seu lado desse jeito só deixava o moreno ainda mais nervoso.

Sakusa então, percebe a ausência de Osamu e Suna - Que sempre estavam acompanhados de Atsumu. - Sakusa percebe que esse seria um bom ponto para abordar. Visto que os dois, que eram para estar ali normalmente, não estavam.

Com um alívio de não ter surtos internos quando estivesse ao lado de Atsumu agora, Sakusa finalmente decide perguntar;

“Onde está seu irmão?” - A voz de Sakusa era quase um fio de tão baixa que soou, mas foi o suficiente para ter a atenção de Atsumu para si.

Sakusa não controla seus batimentos cardíacos quando percebe os olhos castanhos de Atsumu sobre seu ser. O moreno jurou ver Atsumu fazer uma leve careta antes de falar.

“Ele e Sunarin optaram ir na frente.” - Atsumu começa, tirando os olhos de Sakusa e olhando para a frente logo depois. - “Deram algumas desculpas, mas isso não importa mais.”

O moreno jurou ver Atsumu franzir levemente o cenho, novamente, assim que acaba de falar. Felizmente Atsumu volta a comentar logo em seguida, estreitando os olhos.

“Não vou me surpreender se eles dois começarem a namorar daqui a umas semanas.”

Atsumu tinha uma expressão facial levemente melancólica, seus olhos castanhos claros em um tom mais escuro, uma carranca mal-humorada surgindo logo depois pelas suas linhas faciais.

Sakusa para pra pensar por um minuto, e de fato, se prestar mais atenção nos dois, Osamu e Suna tinham uma relação que não parecia só amizade. Os dois estavam sempre grudados um com o outro quando Sakusa os via na escola,  até durante as práticas eram desse jeito.

Sakusa já perdeu as contas de quantas vezes viu Osamu e Suna compartilharem fones de ouvidos e escutar músicas juntos, a última vez que Sakusa pegou os dois juntos foi alguns dias atrás, caminhando normalmente pelo pátio da escola junto a Komori, e avista em um banco próximo Osamu e Suna, compartilhando fones de ouvidos novamente, mas dessa vez havia algo diferente.

Suna estava colado com Osamu, seus ombros se chocando com o contado. O bloqueador estava com a cabeça descansando no ombro esquerdo de Osamu, o mesmo estava com seu braço ao redor dos ombros de Suna, como se não quisesse se separar do bloqueador de maneira alguma.

Atsumu não estava ao lado de Sakusa, então não presenciou essa vista que ele tinha presenciado.

Claro que não foi por querer que Sakusa viu essa cena íntima dos dois, ele só estava passando por acaso e viu a cena, foi totalmente sem querer.

Foi aí que Sakusa começou a combinar Suna e Osamu como um casal. 

Atsumu, mesmo tentando não transparecer, dava para ver na cara que estava com ciúmes do irmão. Sakusa podia perceber isso facilmente.

Principalmente agora, Sakusa conseguia notar quando Atsumu estava ficando com ciúmes.

Atsumu poderia negar, mas estava realmente com ciúmes de seu irmão gêmeo. 

Sakusa não perde essa chance de zoar com a cara de Atsumu.

“Você está com ciúmes de seu irmão, de novo?" - Sakusa comenta, causando uma reação um tanto esperada de Atsumu, já perdeu as contas de quanto já provocou Atsumu com esses comentários, fazendo o loiro ter as mesmas reações.

Sakusa não podia deixar de zoar Atsumu quando aparentava estar com ciúmes do irmão, era como se fosse um dever importante na terra que ele tinha que cumprir de uma forma ou outra.

Sakusa pensava nisso como um castigo para Atsumu, um castigo por ter feito ele se apaixonar por ele.

“Claro que não, Omi!” - Atsumu comenta, com uma expressão um tanto quanto envergonhada. - “Até parece, eu com ciúmes de ‘Samu.”

Atsumu estava levemente alterado, Sakusa estava gostando dessa reação vinda de Atsumu. Realmente gostava de provocar o falso loiro.

Era comprovado ainda mais que, Miya Atsumu tinha um pouco de ciúmes de seu irmão gêmeo.

Atsumu, depois dos seus chiliques, decide finalmente de pronunciar;

“Até quando você vai ficar falando isso, em, Omi-kun?” - Atsumu estava claramente emburrado, Sakusa vira o rosto para o loiro, e pode jurar que estava enxergando um leve rubor crescendo nas bochechas de Atsumu, sinalizando que o loiro realmente estava envergonhado.

“Até você parar de sentir ciúmes dele.” - Retruca, deixando Atsumu ainda mais eufórico do que estava.

Atsumu fica em silêncio por alguns minutos, Sakusa estranha o comportamento incomum vindo do outro. Quase voltando seu olhar a Atsumu, ficando um pouco preocupado, Sakusa se surpreende com o ato não tão repentino vindo do outro.

E para a surpresa se Sakusa, Atsumu o pegou totalmente desprevenido. Em um segundo, Sakusa sentiu os braços de Atsumu sobre seus ombros, o puxando para mais perto de si.

Os dois que estavam andando, pararam de caminhar na mesma hora. Sakusa ainda em choque com o contato inesperado de Atsumu.

“Você não tem jeito mesmo né, Omi-kun?” - Provoca, com um sorriso malicioso nos lábios, seus olhos brilhando em malícia, o rosto ficando mais próximos com o contato.

Sakusa sentiu seu coração disparar. Sua respiração começa a pesar, dando um pouco de dificuldade para respirar. Sakusa sentiu seu rosto esquentar conforme os segundos passavam.

Ter o rosto de Atsumu tão perto assim fazia Sakusa ter alguns surtos internos, os olhos claros de Atsumu estavam tão próximos de seu rosto, Sakusa podia jurar que estava tendo um infarto ali mesmo.

“Não me provoque, Omi-kun” - Avisa, sua voz em um tom malicioso, seus olhos não deixando as íris negras de Kiyoomi.

Logo Atsumu se separou dele como se nada tivesse acontecido, deixando Sakusa paralisado, ainda processando o que tinha acontecido anteriormente.

Sakusa estava incrédulo com o que havia acontecido, ficou sem acreditar quando viu que Atsumu fingia que nada tinha acontecido, pois estava andando normalmente.

Sakusa ainda fica paralisado por alguns segundos, mas logo volta a si mesmo quando vê Atsumu olhando para ele mais uma vez, com os olhos estreitos, confuso por Sakusa estar parado no meio do nada.

“Vamos nos atrasar para a aula, Omi-kun.” - É tudo o que Atsumu fala, olhando para Sakusa esperando ele se juntar novamente.

Em passos lentos, o moreno se junta a Atsumu novamente, os dois caminham em silêncio até chegar na escola, Sakusa estava perdido demais em pensamentos para começar um assunto novamente.

Sakusa olha para cima, seus olhos negros focam no céu cinzento que estava se formando, pequenos flocos de neve caindo a cada segundo que se passava.

Um silêncio surgiu entre os dois ali, não era um silêncio ruim.

Era um silêncio confortável.
 

{...}
 

Chegando na escola, Sakusa e Atsumu permaneceram em silêncio. Sakusa não tinha cabeça para conversar, pois 

hoje na aula da manhã iria ter um teste de literatura japonesa.

Sakusa e Atsumu sentam em um banco disponível ali no pátio da escola. Não se via Osamu e Suna em canto nenhum.

Sakusa pega seu caderno, tentando revisar o máximo possível da matéria antes do teste.

Atsumu suspira cansado, descansando sua cabeça para trás, repousando na parte superior do banco. Sakusa decide não dar tanta atenção assim, apenas focando no conteúdo que estava em seu caderno.

Mas claro que sua concentração não durou muito, pois Atsumu decide balbuciar alguma coisa em voz alta.

“Eu ainda não acredito que essa professora vai aplicar testes agora de manhã.” - O loiro reclama, ainda com a cabeça virada para cima, suspirando logo depois.

Sakusa queria ignorar, mas sua mente não deixava, as palavras de Atsumu ficavam presas em sua cabeça e não parecia querer sumir por um tempo.

Antes de comentar algo, Sakusa olha para o loiro, seus olhos negros direcionados a ele, sem expressão.

Sakusa estava achando Atsumu um pouco estranho nessa manhã, como se Atsumu estivesse sem disposição com alguma coisa, e isso era raro vindo do outro.

“Admito que foi duro levantar da cama hoje.” - Continua. - “Só levantei por causa de ‘Samu, ficou me infernizando até levantar da cama.”

Atsumu tinha uma voz um pouco cansada, coisa que não era comum ver em Atsumu.

Sakusa dá uma última olhada em Atsumu, logo volta a prestar atenção em seu caderno

“Você tá muito preguiçoso, Miya.” - Sakusa comenta, voltando a atenção aos papéis em sua mão.

Atsumu fica em silêncio, pela segunda vez no dia.

“Não é preguiça.” - Atsumu então, se pronunciou. - “É apenas vontade de fazer nada.”

“Isso se chama ser preguiçoso.” - Retruca, sua voz um pouco baixa.

Atsumu parece ter ficado em silêncio novamente, um silêncio caiu sobre os dois rapazes ali pela terceira vez no dia.

Sakusa apenas se concentrava em suas anotações, ou tentava, pois estava difícil agir normalmente com Atsumu ao seu lado.

E não só estando ao seu lado, era difícil manter a concentração quando Atsumu ficava suspirando ao seu lado, tirava totalmente a concentração de Kiyoomi.

Logo o sinal tocou, as primeiras aulas do dia estavam prestes a começar.

Sakusa se levanta do banco no mesmo instante, fecha seu caderno de anotações e o coloca na sua mochila.

Atsumu ainda estava no banco, estirado, com a cabeça jogada para trás.

Sakusa suspira com a visão que tinha, se perguntava o porquê de Atsumu estar tão preguiçoso no dia de hoje.

"Vamos, Miya." - É tudo o que fala, antes de prosseguir para sua sala de aula.

Ele escuta Atsumu reclamar alguma coisa, mas ignora totalmente o falso loiro.

Os dois encaminham até a sala de aula em silêncio, Sakusa encontra Komori no caminho, o castanho tinha ido para escola mais cedo, sendo um dos encarregados para a limpeza da sala.

Os três caminham até a sala, em silêncio, apenas aproveitando a companhia um do outro.

 

{...}

 

Mesmo durante a tarde o clima não deixava de ser frio, Sakusa estranhou o fato de não parar de cair neve do céu desde a manhã.

Era um final de semana do mês de dezembro, o clima estava predominantemente frio, os flocos de neve não paravam de cair do céu.

A vista era bonita, de fato, as ruas pintadas de branco pela neve era uma vista agradável de se ver. Mas Sakusa não gostava do frio que sua casa fazia por conta disso.

Sakusa se encontra em sua própria casa de moletom cor amarela, e uma calça comprida. O moreno gostava do inverno, mas não estava totalmente acostumado ainda.

Hoje seria um dos dias que o "Grupo" iria até a casa de Sakusa para poderem estudar. Os testes estavam perto, então era necessário fazer esses tipos de coisas.

Sakusa esperava pacientemente em sua sala, sentado no sofá enquanto mexia em algo no seu celular.

Não demorou muito para a companhia tocar, e as primeiras pessoas adentrarem em sua casa.

Sakusa se arrependeu um pouco de ter concordado em todos se reunirem em sua casa para poderem fazer um grupo de estudos, pois estava totalmente arrependido de ver um grupo de quatro pessoas adentrarem em seu quarto, como se fizessem aquilo todo dia.

Sakusa teve que arrumar seu quarto antes disso, com o fato em sua mente de que era totalmente um absurdo ter gente em seu quarto, mas ele decidiu não questionar muito, apenas aceita as idéias de Komori – Que foi o principal contribuidor para fazerem esse grupo de estudos.

O fato de Suna aceitar isso tudo foi o que surpreendeu Sakusa, afinal, Suna Rintarou era daqueles que tem uma aura preguiçosa, e que emana pouca energia. O moreno só acreditou que Suna veio quando o bloqueador estava no mesmo ambiente que todos ao redor, em seu quarto junto com os outros.

Sakusa pensa que o motivo principal de Suna ter topado isso tudo foi por influência de Osamu, Sakusa consegue imaginar claramente o outro gêmeo insistindo para Suna se juntar a eles. E como o outro não consegue não ceder aos pedidos de Osamu, Suna se encontrava ali, junto a todos os outros, com a mesma expressão tediosa de sempre.

Ambos estavam em silêncio naquele pequeno cômodo, estudando e revisando cada matéria que estavam ali, todos totalmente concentrados no que estavam fazendo.

Uma hora ou outra, Atsumu ajudava Sakusa na matéria de biologia. Matéria que Sakusa descobriu que Atsumu era incrivelmente bom, o moreno não deixou de se surpreender com esse novo fato que tinha descoberto de Atsumu.

E tudo o que Sakusa sentia por Atsumu parecia aumentar mais ainda, ele já tinha confirmado a tempos que estava gostando de Atsumu, e não era apenas como "Amizade."

Sakusa olhava de canto para Atsumu enquanto tentava manter seus olhos no material em suas mãos, mas estava quase impossível com a presença de Atsumu ao seu lado.

Já Atsumu por outro lado, parecia estar totalmente concentrado no que estava fazendo, não tirando os olhos do livro, com um olhar de como se estivesse tentando compreender o que estava vendo.

Sakusa não deixou de notar nos movimentos que Atsumu fazia, o jeito que seus olhos se estreitavam quando ele estava tentando entender o que via no caderno, o movimento que ele fazia levando uma das mãos em sua nuca coçando-a quando parecia estar em dúvida. O jeito que Atsumu bota sua língua para fora quando fica totalmente concentrado em algo, e às vezes mordia a ponta de cima do lápis, coisa que Sakusa achou um pouco nojento, mas decidiu não ligar muito para isso.

Ele observava Atsumu pelo canto do olho, e quando o loiro ameaçava olhar de volta, tentava desviar rapidamente o olhar dele.

Haviam se passado algumas horas desde que iniciaram o grupo de estudos, ambos os quatro ficavam em silêncio, apenas abriam a boca para ajudarem uns aos outros.

"Tá bom de a gente fazer um intervalo, né?" - Komori se pronunciou, chamando a atenção de todo mundo.

"Concordo." - Atsumu comenta logo em seguida. - "Podemos parar para comer alguma coisa."

Todos ali concordaram, Sakusa tirou os olhos de seu livro e pôs a olhar os outros quatro ali.

Suna dá um suspiro aliviado, logo abaixa sua cabeça sobre a mesa, como se quisesse dormir. Osamu estava bem ao lado de Suna, o acinzentado pega uma das sacolas que trouxe com ele, junto a Atsumu, e abre a mesma, tirando alguns lanches – feitos por ele mesmo. – e uma garrafa térmica com algum líquido quente dentro.

"Precisamos de copos." - o acinzentado fala, enquanto tinha a garrafa em mãos.

Dentro da garrafa, tinha um chá de oolong, que era uma das especialidades da culinária de Osamu. Ele trouxe alguns Onigiris e biscoitos junto com o chá, o mais impressionante foi que ele mesmo fez tudo isso.

Sakusa fecha o caderno e se levanta, não tendo contato visual com ninguém ali.

"Eu vou buscar os copos." -  fala, e em seguida vai em direção a porta do quarto, sendo acompanhado pelos olhares de todos ali.

O que ninguém espera, é a voz de Atsumu, chamando a atenção de todos.

"Espera!"

Sakusa escuta a voz de Atsumu, fazendo o moreno parar no caminho.

"Eu vou com você, Omi."

Atsumu possuía um sorriso no rosto, se levantou do chão e se juntou a Sakusa. Todo mundo olha para Atsumu com um olhar confuso, pois ele parecia animado demais para apenas pegar alguns copos

Sakusa nada fala, apenas vai até porta e pega a maçaneta puxando-a ,abrindo a porta do quarto e saindo logo depois. Atsumu bem atrás.

Os dois caminham em direção a cozinha, em silêncio. O clima da casa estava frio, por conta do inverno que chegou no mês de dezembro.

Mesmo estando com casaco, Sakusa podia sentir um arrepio em seus braços, como se o tecido não estivesse o protegendo do frio que ali fazia.

A estrutura da casa também não ajudava, visto que permanecia fria do mesmo jeito.

Sakusa cruza seus braços e apalpa os mesmos, soltando um suspiro logo em seguida.

"Porque tem que fazer tanto frio aqui?" - Sakusa resmungou enquanto caminhava, franzindo o cenho.

"Você não está acostumado com frio, né?" - Atsumu falou, mesmo o ambiente da casa ficando um pouco escuro, dava para perceber que o loiro estava sorrindo.

Sakusa vira os olhos para Atsumu, o mesmo ainda estava envolvendo seus próprios braços, o moreno estava realmente desacostumado com o frio.

"Na minha antiga casa em Tóquio não fazia tanto frio no inverno." - reclama, sua voz relativamente baixa.

De fato, onde Sakusa morava não nevava tanto, além do lugar novo, isso tudo era novidade para Sakusa.

A essa altura, os dois ali já tinham chegado na cozinha, Sakusa acende a luz, iluminando o ambiente.

"Oh, então ainda bem que você tem um aquecedor no seu quarto."

Atsumu comenta, observando Sakusa ir até o armário pegar alguns copos de vidro.

"É, ainda bem mesmo." - Sakusa dá de ombros, e pega um dos copos na mão, analisando o copo de vidro como se estivesse alguma coisa nele.

Atsumu fica calado, apenas fica observando Sakusa apresentar um olhar estreito para o copo em sua mão, e em seguida olhar para todos os copos restantes do armário, lançando o mesmo olhar.

"Algum problema com os copos?" - Atsumu pergunta, fazendo Sakusa o olhar fixamente.

O moreno cogita um pouco antes de responder, lança seu olhar novamente sobre o copo em sua mão.

"Eles estão um pouco empoeirados." - afirma, botando o copo que estava em sua mão na parte de dentro da pia. - "Melhor lavá-los, faz tempo que não são usados."

Sakusa vai pegando os cinco copos, um por um, colocando em cima da pia. O moreno sentia o olhar de Atsumu em cima de seu ser, analisando cada movimento que ele fazia. 

O pensamento de ter que mexer com a água fria faz Sakusa gemer descontente, franziu suas sobrancelhas levemente, olhando fixamente para a pia enquanto se imaginava com suas mãos em contato com a água gelada.

Sakusa olha para a janela, vê os flocos de neve ainda caindo do céu, significando que realmente estava frio.

Atsumu tentava advinhar o que se passava na cabeça de Sakusa, e parece que o loiro tinha conseguido adivinhar com sucesso.

"Já sei." - Atsumu se pronunciou, chamando a atenção de Sakusa para si. - "Você não quer mexer com água."

E Atsumu tinha acertado na lata o que Sakusa estava pensando, como se estivesse lendo a mente do rapaz.

Sakusa acena que sim com a cabeça, realmente não queria mexer com água gelada com esse clima frio.

Atsumu então se aproxima da pia, Sakusa apenas observa o que Atsumu está fazendo com um olhar confuso.

"Eu te ajudo." - Comenta o loiro, pegando o copo da mão de Sakusa e levando até a pia. - "Assim você não vai ter que lidar com a água fria."

Sakusa não rejeita isso de Atsumu, ele se permite se aliviar por conta de não ter que mexer com água nesse frio.

Mas Sakusa não iria deixar esse trabalho para Atsumu fazer sozinho, ele decide ajudar os dois não demorar muito ali.

"Você lava e eu seco." - É o que Sakusa comentou, fazendo Atsumu ligar a torneira da pia, e ele ir pegar um pano para enxugar os copos.

O único som que se podia ouvir era o da água escorrendo pela pia, Sakusa observava com atenção como Atsumu lavava cada copo em suas mãos. Sakusa também observa o quanto as mãos de Atsumu eram calejadas, devido aos longos treinos de levantamento de bola.

Os dois ficam em silêncio, apenas concentrados no que estavam fazendo. Atsumu estava lavando os copos e Sakusa ocupava sua mente em enxugá-lo.

Logo Atsumu termina de lavar os copos, e os dois ali estavam caminhando de volta ao quarto de Sakusa para se juntar aos outros.

 

{...}

 

A semana de testes passou, e com isso, o final do ano chegou voando.

Era dia trinta e um de dezembro, último dia do ano de 2011.

As aulas ficaram suspensas nesse dia, deixando todos os alunos curtirem o último dia do ano.

Sakusa estava em sua casa, devidamente em seu quarto, deitado na sua cama mexendo em seu celular.

Mas claro que nem no último dia do ano Sakusa iria ficar em paz, pois ele estava com a companhia de Komori, que estava lendo algum tipo de mangá sentado no chão.

Como era dia de final de ano, a família de Sakusa com a de Komori se juntam para fazer uma pequena comemoração, e era isso que estava acontecendo nesse exato momento.

Os pais de Komori - que são os tios de Sakusa -, estavam logo abaixo do quarto de Sakusa, na sala principal.

Sakusa pensava que ninguém iria se juntar nesse ano, pois aconteceu algumas situações bem chatas em ambas as duas famílias.

Sakusa iria passar seu primeiro ano novo sem a presença de seu pai por perto, pois o mesmo estando em Tóquio nesse exato momento, junto a seus dois irmãos.

Sakusa nunca mencionou para ninguém, mas ele possuía dois irmãos, uma irmã e um irmão mais velho que ele. Desde que se mudou, está sendo um pouco difícil manter contato, já que os dois estavam ocupados demais com assuntos da faculdade e trabalho.

Seus irmãos ficaram por Tóquio, já tinham praticamente uma vida por lá. Seu irmão estava no terceiro ano de faculdade, e sua irmã estava começando a adentrar em uma.

Então, eles ficaram por lá com seu pai, e Sakusa veio para outra cidade com sua mãe.

A mãe de Sakusa parecia bastante abalada com isso, mas não tentava demonstrar muito para seu filho, tentando não o deixar preocupado.

Sakusa não sabe muito bem o porquê de seus pais se separarem, sua mãe parecia esconder o motivo, Sakusa realmente não compreendia direito o motivo de sua mãe decidir esconder.

Ele decidiu não perguntar muito, pois sua mãe parecia ficar abalada com esse assunto, Sakusa não queria ver sua mãe triste por conta de seu pai.

Foi aí que ele começou a ligar os pontos, e suspeitou que seu pai foi quem fez algo que sua mãe não gostou.

Ele cogitou logo que foi traição, mas decidiu deixar isso quieto, pois ele mesmo estava se sentindo mal por pensar demais nisso.

Sakusa sentia a presença de seus tios por sua casa, alguns sons abafados eram escutados pelo andar de baixo, sinalizando que alguém estava conversando.

Estava tudo tranquilo, até que Komori decide se pronunciar chamando a atenção de Sakusa.

“Miya está nos convidando para o festival de ano novo.” - O castanho falou, olhando para seu celular lendo a mensagem recém enviada que recebeu.

Sakusa geme em descontentamento, imaginando sair de sua zona de conforto para ir encarar o frio que estava lá fora, querendo ou não estava bastante frio.

“Qual deles?” - Sakusa perguntou, tirando sua atenção de seu celular para olhar o seu primo.

“Atsumu.”

Sakusa sentiu seu coração errar uma batida ao escutar o nome de Atsumu, fazia algumas semanas que não via o loiro, desde a semana passada. Pois estava em Tóquio, passando uma semana inteira com seu pai.

É assim desde que seus pais se separaram, havia finais de semana em que Sakusa iria até Tóquio fazer companhia a seu pai, ficando longe e ausente de Amagasaki.

“O que eu falo a ele?” - Komori pergunta, olhando com expectativa para Sakusa, esperando ele o dar uma resposta.

Sakusa apenas congela por alguns segundos, deixando Komori um pouco confuso, então ele decide responder por ele mesmo.

O moreno volta de seu mundo da lua, e vê Komori digitando algo no celular, logo pergunta o que seu primo estava fazendo.

“Eu disse a ele que não sabia se a gente ia ou não.” - Afirma, fazendo Sakusa arregalou levemente os olhos. - “Falei que você também estava com dúvida sobre ir ou não.”

Sakusa sente uma pequena pontada de raiva crescer em seu peito, não acreditava no que seu primo tinha feito.

Conhecendo Atsumu, o loiro entendeu que Sakusa não queria ir até o festival, e estava inventando desculpas para não ir.

Não deu nem tempo de retrucar para Komori, pois Sakusa viu a notificação em seu celular de que tinha recebido uma nova mensagem.

Era mensagem de Atsumu.

Komori tinha um sorriso malicioso nos lábios, voltando a ler o que estava lendo logo depois, deixando Sakusa atordoado.

Ele hesita um pouco, mas vai responder as mensagens que Atsumu estava lhe enviando.

 

Miya Loiro arrogante:

-Hey, Omi-kun.

-Vamos ao festival.

-Prometo que vai ser legal!
 

E aí estava as mensagens de Atsumu, e como Sakusa havia previsto, Atsumu imploraria para ele ir.

Sakusa suspira, tentando manter sua calma nessa situação.

“- Não sei se é uma boa ideia eu sair da minha zona de conforto e ir encarar esse frio.”

Ele nem pensa em recusar de enviar essa mensagem, Atsumu pareceu visualizar na hora, pois o ícone de “Visualizou” ficou de outra cor.

-Vamos Omi, não me deixe sozinho com Sunarin e ‘Samu,  aqueles dois são nojentos juntos.

Sakusa podia visualizar a imagem de Atsumu implorando para ele ir, aqueles olhos claros brilhando para ele, em forma de imploração.

No fim, ele cedeu às tentações de Atsumu. Lembrou que no feriado de natal ele ficou ausente de Amagasaki viajando para Tóquio, e que no fim, acabou deixando todos os colegas para trás. Principalmente Atsumu.

Ainda era de dia, o festival de ano novo começaria pela noite, bem tarde da noite, como era dia de festividades.

Onde Sakusa morava na região de Amagasaki, era comum ter esses festivais no final do ano. Era um festival normal, com barracas e tendas de comida.

O festival era pela noite, Sakusa tinha o resto daquele dia para aproveitar. 

"E aí, vamos?" - Komori tinha um sorriso no rosto.

Sakusa estava impaciente nessa altura, só queria voltar a deitar em sua cama e mexer em seu celular como antes.

Voltando ao que estava fazendo, Sakusa olhou uma última vez para seu primo, que mantinha o mesmo sorriso irritante.

"Cale a boca"

 

{...}
 

A noite se fazia presente nesse fim de ano.

O clima era de festa, todos da cidade de Amagasaki estavam agitados e animados, as ruas também estavam bastante iluminadas com várias luzes e enfeites.

Felizmente, a neve tinha parado de cair, resultando que as pessoas podem ficar fora de suas casas sem muitos problemas.

Não demorou para Sakusa escutar a companhia de sua casa tocar, significava que Atsumu já estava o esperando lá fora, visto que o loiro tinha falado que iria até a casa de Sakusa buscar ele.

Atsumu sabia muito bem o caminho, diversas vezes foi até a casa de Sakusa antes, na maioria das vezes eram para estudar, e as raras vezes que  Atsumu aparecia em sua casa sem nenhuma razão, Sakusa epenas o chutava para fora e o mandava nunca mais voltar.

Mas é claro, que essas eram as raras vezes que Atsumu aparecia do nada.

Sakusa já tinha se arrumado, por precaução, não queria se atrasar e escutar reclamações de Atsumu em pleno fim de ano.

Ele vestia uma Yukata de cor amarela, no início ele achou a cor um tanto quanto chamativa, mas não se importava muito, afinal, querendo ou não, Sakusa gostava de roupas claras.

Komori vestia uma Yukata da mesma cor que ele, Sakusa reclamou por seu primo não ter escolhido uma cor diferente, mas Komori sempre foi assim, sempre gostou de combinar com seu primo em tipos de cores de roupa.

Sakusa enxerga Komori como um irmão irritante, e não como um primo.

A companhia tocou mais uma vez, Sakusa correu até a porta de sua casa, com a esperança de ninguém de sua família ter visto Atsumu, nem mesmo sua mãe.

Como Komori tagarelava demais às vezes, sem querer contou a sua mãe que Sakusa tinha uma “Paixão” na escola, e que essa paixão dele era um amigo que ele tinha feito na escola nova.

A mãe de Sakusa, conhecida como Sakusa Yumi, ficou eufórica ao saber que seu filho finalmente tinha uma amizade na escola.

E que estava apaixonado por alguém.

Sakusa só faltou matar Komori depois de ter revelado uma dessas para sua mãe, que consequentemente foi revelado para sua tia, tio, primos e primas.

Komori iria pagar caro por tudo isso.

E o que Sakusa mais temia aconteceu. Ele não conseguiu chegar a tempo de abrir a porta para Atsumu, alguém antes já tinha feito isso.

E era sua mãe, Sakusa Yumi.

Sakusa congela quando vê os dois conversando animadamente na porta de sua casa, o desespero começando a crescer em seu peito.

Sua casa estava movimentada, com algumas pessoas de sua família pelos cantos da casa, Sakusa podia até imaginar que sua mãe faria uma coisa dessas, já que foi comprando uma casa “grande” para apenas duas pessoas.

“Então você é o famoso Miya-kun?” - A mãe de Sakusa tinha um sorriso gentil no rosto, mas dava para ver em seu olhar que a mais velha ainda tinha um monte de perguntas para serem respondidas.

Sakusa Yumi era um pouco alta para uma mulher de quarenta anos, seus longos cabelos negros ondulados jogados para trás de suas costas, uma franja do lado esquerdo do rosto cobrindo um de seus olhos. Um fato interessante é que Sakusa Yumi possuía as mesmas pintas no rosto que seu filho ttinha também, aquelas duas pintas que Sakusa tinha por cima da sobrancelha direita, uma em cima da outra.

De fato, Sakusa Yumi era uma versão feminina de Sakusa Kiyoomi.

“Sim senhora.” - Atsumu acena para a mulher em sua frente, ele parecia um pouco tímido. - “Pode me chamar só de Atsumu.

A mulher pareceu analisar um pouco o jovem ali em sua frente, ficou calada por alguns segundos, fazendo Atsumu ficar ainda mais nervoso.

Sakusa não aguentou ficar ali parado, terminou de descer os degraus que levava até seu quarto, indo em direção a sua mãe e a Atsumu na porta.

“Eu falei que era para ninguém atender a porta, mãe.” - Sakusa tinha fogo nos olhos, uma expressão séria e amedrontadora, que chamou a atenção dos dois ali.

“Oh, Kiyo, perdão.” - A mulher tenta se desculpar, sem sucesso, Sakusa ainda mantinha um olhar amedrontador para a mãe.

“E aí, Omi-kun!” - Atsumu acena assim que viu Sakusa na porta de sua casa, que estava iniciando uma conversa com sua mãe.

Atsumu vestia uma Yukata vermelha, fazendo referência à jaqueta vermelha do clube de vôlei da Inarizaki. Combinava com ele, por incrível que pareça.

Se Sakusa o encarasse demais, ele com certeza iria começar a ficar com vergonha. Decide então acabar com essas encaradas e ignorar sua mãe, levando Atsumu para fora de sua casa.

“Já estamos de saida.” - Sakusa fala para sua mãe sem olhar para trás, ajeitando sua máscara para ficar no ângulo certo do seu rosto.

Komori logo se juntou aos dois, saindo animadamente da casa de Sakusa, ficando ao lado de Atsumu para conversar alguma coisa.

“Se divirtam.” - Yumi falou enquanto via os três ali se distanciar da casa segundo que passava.

Realmente, não tinha mais neve caindo do céu, a rua estava iluminada por conta das luzes e decorações de natal. O festival não era muito longe da casa de Sakusa, dava para ouvir os barulhos do local que estava logo a algumas ruas adiante.

Para não ficar em um silêncio entre os três ali, Sakusa decide puxar um assunto que tinha lembrado, queria saber o que sua mãe e Atsumu estavam conversando alguns minutos atrás, o medo de sua mãe ter falado algo que não devia para ATsumu começando a surgir em seu peito.

“O que você e minha mãe falaram?” - Sakusa pergunta, receoso, com um pouco de medo da resposta de Atsumu.

O loiro, que estava conversando animadamente com Komori, volta seu olhar para Sakusa.

"Oh, nada demais." - afirma Atsumu. - "Nem deu tempo de conversarmos direito."

Sakusa olha de relance para Atsumu, o mesmo não entende o que Sakusa queria falar através do olhar. Decide então, por fim, direcionar seu olhar para o caminho que estava seguindo.

O alívio de sua mãe não ter falado o que pensou que havia falado tomou conta de seu ser.

Não demorou muito para os dois chegarem no festival. Era como qualquer festival japonês que Sakusa já tinha visto antes, um monte de pessoas andando por todos os cantos, e diversas barracas de jogos e comidas.

Só de olhar para um monte de pessoas amontoadas uma nas outras crescia um desconforto em Sakusa, ele mesmo se questionava o porquê de ter aceitado ir para um festival que só tinha muita gente juntas.

Afinal, ele não era tão fã assim de multidões.

“Miya.” - Interrompe Atsumu de andar, chamando sua atenção.

Atsumu vira para ele de imediato, aguardando calmamente Sakusa falar.

A essa altura, Komori já tinha ido na frente, avistou algumas pessoas do clube e mais alguns conhecidos, decidindo então, se juntar a eles, incluindo Osamu e Suna. Um fato interessante é que Osamu também estava usando uma Yukata vermelha que nem o irmão, deu se para entender que os dois estariam combinando.

“Você sabe que não gosto muito de multidões, né?”

Sakusa esperava que Atsumu o compreendesse, afinal, todos que convivem ao redor de Sakusa sabia dessa “fobia social” que o moreno tinha.

Atsumu dá um sorriso, ato que pegou Sakusa desprevenido.

“Eu sei, Omi-kun.” - Começa, chegando mais perto de Sakusa. “Relaxa, eu sei que um lugar onde só eu e você podemos ficar, sem a presença de outras pessoas desconhecidas.

Atsumu pisca em resposta, fazendo Sakusa congelar por alguns minutos. Logo Atsumu pegou pelo pulso e o arrastou até a multidão.

“Mas primeiro, vamos pegar algumas coisas para comer.”

Sakusa não tinha escolha. O sorriso que Atsumu deu para ele enquanto puxou o seu pulso, seus cabelos loiros fazendo contraste no lugar iluminado que os dois ali estavam adentrando, o formigamento em seu pulso pelo contato repentino do outro, fez seu coração só acelerar ainda mais.

Ele gostava do contato de Atsumu.

"Malditos hormônios"

 

{…}

 

O lugar que Atsumu havia falado era realmente um lugar onde não tinha tanto acúmulo de pessoas assim.

Ficava em um local um pouco menos acessível, para descrever melhor, ficava na parte inferior onde estava localizado o festival, havia uma escada que levava para um morro ali próximo, onde não tinha muita iluminação, mas mesmo assim a vista das luzes das casas era algo agradável de se apreciar.

A brisa forte da noite acerta com tudo no rosto dos dois ali presentes, fazendo um arrepio surgir no corpo de Sakusa.

Depois de terem comprado algo para comerem, Atsumu não perdeu tempo para levar Sakusa a esse lugar, visto que o moreno estava um tanto desconfortável em volta de multidões.

Só ele e Atsumu estavam nesse lugar, o loiro mencionou que poucas pessoas sabiam da existência dele, e não pensou duas vezes em apresentar a Sakusa.

“Eu e ‘Samu costumávamos vir para cá com nossos pais quando crianças.” - Atsumu falou, se juntando a Sakusa, que estava sentado em um banco próximo.

Sakusa apenas observa pelo canto do olho Atsumu se juntar a ele, o loiro senta bem ao lado dele, seus ombros quase se chocando com suas aproximações. 

O lugar era ótimo, Atsumu sabe muito bem os gostos que Sakusa tem, e ele não deixava de se surpreender com isso.

“É um bom lugar, Miya.” - Fala por fim, sua voz um pouco abafada por conta da máscara, decide tirá-la para poder comer, agora em paz, sem pessoas desconhecidas ao seu redor.

Tenta ignorar o olhar alheio de Atsumu quando Sakusa tira sua máscara, o moreno percebeu o olhar de Atsumu sobre seu rosto.

Observando o ambiente ao redor, as pessoas estavam bem mais animadas que o normal, significando que está prestes a romper o ano. Dava para ver os fogos e ouvir os barulhos ao redor do ambiente que estavam.

Típico de uma virada de ano.

Sakusa respirou fundo, fechando seus olhos logo em seguida. Estava frio, mas algo impedia os dois ali ficarem sem sentir tanto frio assim.

Um calor descomunal estava presente no meio dos dois.

Eles ficaram ali, em silêncio, comendo alguma besteira que haviam comprado em alguma barraca de comida do festival.

Sakusa estava gostando de ficar na companhia de Atsumu, como ele vivia dizendo para ele mesmo antes;

Era agradável estar na companhia de Atsumu.

Conforme o tempo passava, mais agitado ficava pela cidade, barulhos e abafados eram ouvidos por todo canto.

O céu estava ainda mais iluminado pelas luzes que eram formadas por conta dos fogos, que se faziam ainda mais presentes enquanto se passavam os segundos.

Sakusa encaminhou seus olhos do céu e olhou para Atsumu, onde o mesmo estava vendo alguma coisa em seu celular. Sakusa se perguntou da onde ele tirou o celular, se nas vestes que Atsumu estava vestindo não tinha nenhum bolso para guardar pertences.

“Oh.” - Pigarreia Atsumu. - “Já são quase meia noite.”

Atsumu parecia um pouco animado, sua aura mudou de repente, e por algum motivo desconhecido, Sakusa começou a sentir um pouco mais de calor.

Seria isso um efeito por ficar com Atsumu sozinho em um canto onde não tem ninguém?

Uma luz colorida se fez presente, chamando a atenção dos dois ali, gritos e vozes eram ouvidas por ambos os rapazes que estavam juntos.

Em seguida vieram outras luzes, que na verdade eram fogos, iluminavam o céu com suas cores diversificadas em um tom brilhante e chamativo, se dissipando logo depois.

Sakusa sente algo quente em seu peito, um sentimento estranho começa a dominar seu interior. 

Ele estava confortável, confortável por estar com Atsumu vendo os últimos fogos de artifícios do ano.

“Falta apenas um minuto” - Atsumu falou chamando a atenção de Sakusa.

Faltava apenas um minuto, um minuto para o fim definitivo de 2010.

E então, começou a saga dos fogos de artifícios, se fazendo mais presente conforme os segundos passavam. Com isso, vozes de pessoas começaram a surgir novamente, ambas produzindo o mesmo assunto falado.

Era a contagem regressiva para o fim do ano.

 

“Dez.. Nove.. Oito..”

 

E os segundos se passavam, os fogos ainda mais presentes pelo céu, deixando ainda mais iluminado.

Atsumu e Sakura observavam os fogos, Sakusa totalmente hipnotizado com o que via, nunca tinha visto algo parecido em Tóquio, já que ficava apenas enfurnado em seu quarto em todos os finais de ano de sua vida.

Sem ao menos perceber, Sakusa vira totalmente seu rosto para Atsumu, e pensa que nunca mais vai ver algo tão bonito na vida como agora.

Os olhos de Atsumu brilhavam com as luzes dos fogos que eram refletidas do céu pelas suas íris castanhas, sua boca estava entreaberta, significando que o loiro estava concentrado no céu. Seus cabelos agora claros combinavam com as luzes que os fogos transmitiam, seus fios loiros brilhavam com a excessividade de luzes.

Atsumu estava ali, ao seu lado, totalmente hipnotizado pelo céu.

Sakusa sentiu seu coração bater mais forte, o moreno se pegou imaginando como seria ter seus lábios nos de Atsumu por um momento que fosse.

É aí que ele nota que não era apenas paixão platônica que ele estava sentindo por Atsumu.

Algumas vozes de gritos foram ouvidas, eram gritos de comemoração de todas as pessoas presentes no festival.

O ano rompeu, agora era oficialmente um de janeiro de 2011.

Vozes de todas as pessoas eram ouvidas como “Feliz ano novo.” Gritos e abafados eram também ouvidos pelos dois ali.

Atsumu olha para Sakusa, sorrindo, parecia animado com o acontecimento seguinte.

“Feliz ano novo!” - Atsumu estava sorridente, totalmente animado, transmitia uma aura festiva. Mas o mesmo muda completamente ao ver o olhar intenso dos olhos negros de Sakusa sobre seu rosto.

Os dois se encaram por alguns segundos, Atsumu parecia confuso no início, estranhando um pouco o comportamento de Sakusa.

Mas logo entendeu o que estava rolando ali, suas linhas faciais transmitindo uma feição mais serena. Seus olhos suavizam quando se encontram com os de Sakusa.

“Omi..” - Falou quebrando o silêncio por um minuto, em contraste com os olhos de Sakusa e descendo para seus lábios logo em seguida.

Sakusa nota Atsumu baixar o olhar, e o moreno percebe que Atsumu estava fitando seus lábios, assim como Sakusa estava, a um tempo, fitando os lábios do falso loiro.

Foi aí que surgiu um pensamento na cabeça de Sakusa.

“E se eu beijar ele?”

Não deu nem para pensar muito, pois Sakusa notou o rosto de Atsumu se aproximar do seu, e sem ao menos perceber, Sakusa também estava aproximando o seu rosto de Atsumu.

Era como um imã, que estava atraindo ambos os rostos para perto um do outro. Sakusa sentia um impulso que não conseguia controlar, seu corpo estava o levando para mais próximo ainda do corpo de Atsumu.

Ele realmente quer isso, ele quer sentir o lábios de Atsumu nos seus, nem que seja apenas por alguns segundos. Ver os lábios rosados de Atsumu só dava ainda mais vontade de fazer esse ato.

Sakusa fechou seus olhos, deixando seu corpo fazer o resto por ele próprio.

Então, com total delicadeza vindo dos dois, Sakusa sentiu os lábios de Atsumu se selar nos seus, assim que o moreno fechou seus olhos.

Era apenas um selar de lábios, sem malícia alguma, apenas uma simples dúvida que Sakusa teve ao estar ao lado de Atsumu em um momento como esses.

Sakusa sentiu seu interior explodir, seu coração parecia sair pela boca com esse ato, e ele tinha certeza que essas coisas que ele estava sentindo não eram por conta de sua Misofobia.

E sim, de algo totalmente diferente.

Sakusa gostou disso, queria fazer essas coisas mais vezes, sentir a respiração de Atsumu se chocando com a sua era algo satisfatório para Sakusa, ele quer repetir isso.

Quer repetir para sempre.

Ele se sentia leve, Sakusa sentia como se estivesse nas nuvens.

Sakusa se separa de Atsumu, com um receio de que o outro não tenha gostado, estava prestes a pedir desculpas quando se surpreende com um ato repentino vindo de Atsumu.

A mão esquerda de Atsumu foi em encontro do rosto de Sakusa, Sakusa arregala levemente os olhos, sentindo esse contato repentino vindo do outro. Sakusa pode perceber o quão suave os olhos de Atsumu estavam, trazendo assim, um grande alívio no moreno.

E mais uma vez, os dois compartilham um selar de lábios, Sakusa se sentia nas nuvens com isso, ele realmente gostava do que estava fazendo agora.

O fato de que Atsumu também pode gostar de Sakusa do mesmo jeito que Sakusa gosta dele, fazia um sentimento de satisfação e alívio crescer no peito do moreno.

O som dos fogos estourando volta mais uma vez, iluminando o céu com suas cores vibrantes.

Sakusa se aproximava mais ainda de Atsumu, o beijo ficando mais intenso conforme os segundos passavam, ele não queria se separar de Atsumu.

E nem Atsumu queria se separar dele.

O calor da palma da mão de Atsumu sobre seu rosto lhe causava arrepios, junto com uma sensação agradável do toque do levantador.

E eles ficaram ali, se beijando pela segunda vez, Sakusa já pensou nos surtos internos que iria ter quando chegasse em sua casa no escuro de seu quarto na madrugada.

Ele havia beijado Atsumu, e iria ficar se lembrando disso todo momento.

2011 havia chegado com tudo, seria um ano e tanto para Sakusa.

 

 


Notas Finais


Mais um capítulo concluído.

Eu admito que demorei mais do que o normal para escrever esse capítulo, não sei o que deu em mim, acho que a preguiça bateu mais forte do que eu imaginava.

Eu não sei lidar com esse final, essa cena de beijo dos dois nem ia acontecer, ela surgiu na minha cabeça quando eu tava na metade do capítulo, e apenas o surto veio quando finalmente cheguei no final.

Eu não tenho previsão do final da fanfic, afinal, as coisas vão surgindo conforme vou escrevendo. Eu tenho apenas algumas cenas na minha cabeça sobre o que acontecerá no futuro, é óbvio que vai ter um momento angst, então se preparem.

Obrigado mais uma vez para quem tá acompanhando, sério, me deixa tão feliz quando vejo um comentário de vocês, realmente me trás mais motivação para escrever, não consigo lidar com os elogios, fico toda abobalhada aqui, obrigado de verdade. <3

Eu vou focar em outras fanfics também, escrever uma long-fic tá abrindo minha mente de um jeito tão legal, que até eu tô me surpreendendo com isso.

É isso, obrigado por lerem até aqui, e espero que tenham gostado do capítulo <3, não vou falar mais nada, apenas aguardem os surtos futuros que virão.

Até. <3


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