1. Spirit Fanfics >
  2. Falsa Fama - TXT (YEONBIN) >
  3. Obsessão

História Falsa Fama - TXT (YEONBIN) - Obsessão


Escrita por: VIBEOLOGY

Notas do Autor


alerta gatilho/ visualizem o soobin desta história como o soobin nerdola do icônico "bye guys, hi ladies" !

Capítulo 2 - Obsessão


Fanfic / Fanfiction Falsa Fama - TXT (YEONBIN) - Obsessão

 

A vida de Choi Yeonjun não aparentava ser tão conturbada. Ele era um jovem universitário comum, apesar de calado e na maioria das vezes imóvel. Estava quase sempre sozinho, com fones de ouvido ou ainda fixo à algum livro, outrora fumando cigarros pelos cantos. Um, dois... cinco cigarros sem parar. E, bem, talvez aquilo o matasse mais rápido do que poderia imaginar. De todo modo ele não parecia se importar; era sexy, afinal, como tudo que fazia. Até mesmo a forma como seus lábios perfeitamente desenhados envolviam o canudo de seu café soava sexy e quem sabe até mesmo quase vulgar. Era como se todos os seus movimentos, por mais que mínimos, fossem calculados para erotização. Choi Yeonjun era, sem sombra de dúvidas, um ser erótico.

Caminhava quase rebolativo pelos extensos corredores, trajando jeans surrados que por mais folgados continuavam lhe delineando o corpo deliciosamente esguio e t-shirts justas o bastante para que parte de seu abdômen liso se expusesse cada vez que erguia as mãos até os cabelos afim de juntar uma porção de fios e prendê-los. O piercing no umbigo era demasiado sensual – para um caralho, diga-se de passagem – e a joia brilhante reluzia na imensidão de sua pele tão leitosa. No entanto, por mais erótico que fosse o rosado soava quase invisível para os demais alunos. As pessoas ao seu derredor nem mesmo pareciam enxergá-lo verdadeiramente, e se o faziam pouco se importavam com a sua presença.

Ao menos foi o que Soobin pôde perceber durante as duas semanas em que andou observando o outro Choi de longe.

Nem mesmo quando tinha dezesseis anos e sofreu sua primeira decepção amorosa havia se sentido tão ansioso ao ver alguém. Se lhe perguntassem sequer conseguiria encontrar palavras coesas para esclarecer o por que diabos andava tão curioso sobre a vida de um total desconhecido, e isso o deixava confuso e até mesmo furioso. Afinal, a única coisa que desejava inicialmente era resolver suas dúvidas relacionadas à sua orientação sexual e não se tornar um stalker.

Nem mesmo percebeu a que momento começou  a calcular todo e qualquer movimento do estudante de teatro. Era inofensivo no começo, quando por coincidência o encontrou na biblioteca do campus. Apesar de tê-lo visto, Soobin avaliou que Yeonjun não parecia se lembrar de si, o que era um alívio embora por alguma razão alguma parte de seu interior estivesse desapontada. 

Pensou que não faria mal descobrir um pouco mais do rosado, e foi quando passou a estudá-lo meticulosamente por dias.

Soobin esperou por mais uma segunda-feira com excitação, e durante o final de semana tentou não pensar sobre sua suposta heterossexualidade fajuta como um problema. Esteve ocupado demais com livros e trabalhos, dedicado como sempre costumou ser, e nem mesmo ao pisar dentro da Universidade o problema recobrou  seus pensamentos; estes só tinham espaço para imaginar o que andava fazendo um certo rosado misterioso às 9 horas da manhã de uma segunda-feira.

Se o conhecia bem, Yeonjun certamente estaria na cafeteria. Sentava-se sempre à mesa mais distante, donde pedia por um expresso e o adoçava com exatos um pacotinho de açúcar. As vezes dois, mas isso dependia de seu humor. Nas mãos uma obra de Stephen King era folheada sutilmente por seus dedos esguios enquanto seus olhos mantinham-se fixo nas palavras. Se Soobin fechasse seus olhos poderia ver a exata cena com clareza. Choi Yeonjun era como uma fita arranhada, cujo todos os dias rodava o mesmo filme sem tirar e nem pôr.

Era um dia ensolarado e tudo estava correndo como de costume. Aulas cujo o moreno mais uma vez se destacara como o melhor aluno, facilmente arrancando suspiros de todas as garotas de sua turma e alguns murmúrios que reforçavam o quão ele era bom.

Soobin-sunbae é o melhor!

Soobin-oppa nunca nos decepciona.

O Choi poderia fazer calcinhas irem para o chão com um mínimo sorriso, mas parecia não ter dimensão do quão atraente era. Quiçá enxergava-se como o tal; para o moreno, não era muito mais que um coreano comum e de personalidade fraca.

Estava sempre escondido por trás de seu enorme óculos de grau e a franja que quase lhe cobria os olhos, além de que usava moletons folgados de super-heróis. O que havia de tão atraente em si, afinal das contas? Beomgyu afirmava que sua timidez e introversão eram o estopim para as tantas cartinhas amorosas que recebia e que seu sorriso era suficiente para que todas tirassem suas calcinhas. Se contasse com as covinhas até mesmo poderiam querer fazer um bebê consigo, dizia o Choi mais novo. Mas, bem, Beomgyu costumava ser alguém exagerado. 

— Soobin-ssi! Você por acaso está fugindo de mim?— a voz característica o tirou de seus devaneios, fazendo que erguesse o olhar para a garota que o encarava com seus grandes olhos. 

Era o primeiro intervalo do dia e o Choi aproveitava a sala vazia para terminar uma leitura.

— Perdão?— questionou, temendo não ter ouvido corretamente.

— Você está fugindo de mim! Mas não importa, não terá como fugir dessa vez.— ela continuou, tirando algo de sua bolsa. Um envelope, mais precisamente, que foi depositado sobre a carteira. 

Soobin apenas encarou o papel por alguns segundos antes de dedilhá-lo e abri-lo. Era um convite para a festa dos calouros que todo ano pontualmente os alunos aguardavam. Nem mesmo se lembraria de tal se não fosse pela garota.

— Vamos juntos, sim? E eu não aceito um não como resposta.— uma piscadela lhe foi direcionada e Soobin apenas fez mostrar um meio sorriso. Honestamente não queria ter que ir com a mais velha para nenhum lugar, mas não queria soar grosseiro. Até mesmo cogitou dizer ter uma namorada, porém não tinha nenhuma. Talvez devesse fazer Beomgyu se passar por sua namorada.

De todo modo, o que tinha a perder? Herin era uma mulher bonita e talvez pudesse ajudá-lo de alguma forma. 

 

[...]

 

Definitivamente não devia ter saído de casa.

Aquele não era seu tipo de ambiente, tão barulhento e cheio de pessoas que tinha vontade de fugir. 

Nunca fora do tipo festeiro como seus amigos. Pelo contrário; podia contar nos dedos quantas festas havia frequentado ao longo de sua vida e cada vez que frequentava uma apenas tinha a certeza de que preferia ficar em casa com seu gato e assistir algum filme na tv. Admitia que talvez fosse um velhaco no corpo de um jovem rapaz.

— Unnie, ainda não acredito que conseguiu trazer o sunbae para cá!— uma das garotas sentadas à mesa comentou, o tom elevado por conta da música,  e Soobin riu sem jeito. Estava rodeado de gente cujo não tinha a menor intimidade, limitando-se apenas à bebericar sua cerveja vez ou outra enquanto tentava a todo custo não se sentir tão desconfortável com o quão próxima Herin estava de si. 

A garota parecia verdadeiramente atraente, até mesmo mais do que qualquer dia, e isso frustrava o moreno por não conseguir olhá-la da mesma forma como os outros caras do campus faziam. Pareciam urubus, e já havia ouvido um ou dois murmúrios sobre como ele era um cara sortudo por estar com ela àquela noite.

Talvez devesse tentar fazer sexo.

Estava inerte em seus próprios pensamentos quando a garota segurou sua mão por baixo da mesa e a levou até a própria coxa exposta, fazendo que arregalasse os olhos de imediato e baixasse o olhar. Pensava no que diabos ela estava fazendo, já que estavam em público, e a situação o deixou desconfortável em tantos níveis que sequer sabia como reagir. Apenas a encarou de canto, e a mais velha parecia entretida na conversa com os outros estudantes ainda que por baixo da mesa fizesse aquele tipo de coisa. 

O que devia fazer? Aquilo parecia sujo, mas era o tipo de coisa que deixava os homens excitados, certo? Então por que diabos não conseguia sentir nada se não receio de que fossem pegos? Mesmo quando tentou relaxar e se concentrar no quão macia era sua pele, Soobin apenas desejava fugir.

Tentou pensar em outra coisa, erguendo seu olhar outra vez. Havia uma imensidão de pessoas de todos os departamentos por ali e por um momento jurou ter avistado uma cabeleira rosada no meio da multidão. 

Ah, estou ficando louco...— murmurou, amaldiçoando-se logo em seguida.

— Algum problema, Soobin-yah?— a garota o questionou, ainda cuidando para que o moreno continuasse a tocando por baixo da mesa.

— N-noona, eu volto já.— dito isso afastou sua mão e se ergueu mesmo sob o olhar confuso da morena. 

Se sentia estranho no meio de toda aquela gente desconhecia, principalmente pela forma como os corpos continuavam se tocando a medida em que tentava caminhar dentre o acervo de pessoas. Podia parecer estranho mas não conseguia parar de pensar em quantos germes estavam sendo transmitidos naquele ato. Deus... Soobin detestava aquele lugar. Era quase como se a música alta pudesse fazê-lo se perder dentre sua própria consciência e o deixar insano.

Quando conseguiu se desvencilhar nem mesmo se lembrava mais o por que de ter se levantado. A urgência quase desesperadora para higienizar as mãos e lavar o rosto parecendo maior que qualquer outra coisa.

Soobin olhou ao redor atrás de algo, encontrando Beomgyu dançando de forma frenética junto de Taehyun mais a frente. Nem mesmo sabia que ele era assim tão fã de Bon Jovi, mas já devia ter imaginado que era apenas um pretexto para se esfregar desavergonhadamente no namorado skatista. Ele nem mesmo se importava com o que as pessoas ao redor diriam, e ao mesmo tempo que o Choi mais velho admirava sua coragem também temia que algo pudesse acontecer. Haviam pessoas muito más no mundo, afinal.

— Beomgyu!— chamou, sem êxito. A música estava muito alta para que o outro lhe ouvisse, lhe fazendo suspirar pesarosamente. 

Sem alternativas, fez apenas andar depressa direção ao banheiro, ignorando alguns casais que trocavam carícias pelo caminho e finalmente adentrando o local. Estar ali o fez se sentir minimamente melhor, uma vez que o som estava abafado e não havia mais ninguém por perto. Pôde enfim respirar, encarando o próprio reflexo no espelho. Estava destruído, pensara; com olheiras embaixo dos olhos e a roupa inteira amassada. 

— Merda.— resmungou, se dirigindo até uma das cabines afim de urinar. Apenas fechou a porta, as costas sobre o alumínio frio e a cabeça tombada para trás cujo fitava as pequenas infiltrações no teto de forma desanimada enquanto tentava sem êxito desafivelar o cinto de sua calça. Desde quando se precisava de tanta burocracia pra mijar?

— Porra!— Soobin estava tenso e irritado, e esteve prestes a cair pra trás no momento em que baixou seu olhar e se deparou com outra pessoa ali dentro. 

Yeonjun estava sentado sobre a tampa da privada, as pernas recolhidas contra o peito sendo abraçadas por si. O mais velho o encarava fixamente, a expressão indecifrável fazendo que o coração do Choi apenas bombeasse sangue ainda mais rápido. Tentava raciocinar, embora parecesse uma missão extremamente difícil quando o outro parecia inexpressivo.

Continuou petrificado por segundos que mais aparentaram ser horas, somente então voltando a si e tornando a erguer o zíper da calça. Por pouco não havia colocado pra fora.

— P-perdão, eu..— começara, as bochechas quentes indicando o quão vermelho devia estar. Apesar de tudo o outro continuava parecendo inanimado, erguendo-se da privada depois de algum tempo. Para o Choi, era quase como se estivesse agindo por movimentos involuntários, a pele já naturalmente branca aparentando ainda menos cor, tal qual os lábios rosados tomavam agora uma coloração arroxeada. Ele não parecia muito bem, e por um momento Soobin nem mesmo se lembrava mais de toda sua timidez.

— S-sunbae, você...— começou, porém nem mesmo conseguiu terminar. Foi de encontro ao outro no momento em que suas pernas falharam, o olhar estupefato sobre o quão ele parecia fraco em seus braços. 

Não sabia o que fazer.

— Deus! Yeonjun-sunbae, o que você tem?— questionou, embora ele dificilmente fosse respondê-lo. 

A aproximação fazia seu coração palpitar, mas não teve alternativa se não envolver a cintura do outro com seu braço e dá-lo algum apoio para que pudessem deixar a cabine. O mais velho parecia realmente magro, uma vez que sua cintura era tão fina. Talvez fosse até possível que estivesse abaixo do peso, Soobin avaliou.

— No meu bolso...— o rosado murmurou, o tom baixinho e fraco.

— Uh?

— O bolso de trás.— repetiu, e só então o moreno pôde compreendê-lo. Soobin apenas obedeceu e tateou seus bolsos em busca de algo, não encontrando nada além uma bala de cereja. 

— Hyung...— começara, sendo interrompido pelo outro de imediato.

— Só me dá a bala, por favor...— Yeonjun parecia verdadeiramente fraco, e ainda que não entendesse Soobin apenas desembrulhou o doce, levando aos lábios carnudos ainda que de forma receosa. O rosado fez aceitar de bom grado, relaxando o pescoço tenso e repousando a cabeça no peito do moreno, que automaticamente prendeu a respiração.

O silêncio que se instalou deixava Soobin aflito e até mesmo um pouco constrangido, mas não sabia o que dizer. Tão pouco entendia o por que daquela bala, mas não questionou. Yeonjun estava tão perto de si que se sentia como um virgem inexperiente, e num ato impulsivo chegou a se aproveitar da situação para se aproximar sutilmente e inspirar o perfume dos cabelos do outro. Cheirava a maçã do amor.

— Hyung, você precisa de um hospital...?— a voz do mais novo fez-se presente após algum tempo onde apenas suas respirações podiam ser ouvidas.

— Eu estou melhor.— Yeonjun respondera, erguendo seu olhar ao outro. Não parecia mais tão pálido agora, ao menos. Soobin estava aliviado.

— O que você tem...? Achei que fosse desmaiar.— estava preocupado, aliás, e não se importaria se precisasse levá-lo a um hospital. Bem, sabia que não eram amigos mas teria feito o mesmo por outra pessoa.

— É apenas uma crise de hipoglicemia. Acontece as vezes.— o mais baixo deu de ombros, afastando-se enfim do maior. Agora que Yeonjun parecia melhor fora inevitável ao outro reparar no quão bonito ele estava usando aquela blusa curtinha. Uau, jamais se cansaria de repetir o quão sexy ele era.

 — Droga. Preciso ir pra casa.— Yeonjun dissera, um suspiro pesaroso lhe deixando os lábios. 

Foi então que Soobin pensou que não fazia ideia de onde ele morava. Estava curioso para descobrir, de todo modo.

— Eu posso acompanhá-lo.— a resposta soou mais direta do que gostaria, o olhar atento e quase desconfiado do outro sobre si. — V-você pode ter outra crise no caminho...

Silêncio.

— Tanto faz.

 

[...]

 

O trajeto para a casa de Yeonjun estava sendo silencioso e longo. Soobin não sabia o que dizer e levando em consideração que o mais velho não parecia tão aberto a ter uma conversa apenas decidiu permanecer calado. Foi assim durante quase toda a viagem de metrô, e talvez por não ser do tipo que sai tanto que o Choi mais novo não imaginava que o metrô poderia ser tão cheio assim tão tarde da noite, quase madrugada. Estavam certos ao dizer que Seul nunca dorme, no fim. 

Apenas continuou segurando firme para não cair, perdido em seus próprios devaneios ao que tão de repente Yeonjun se aproximou de si ainda mais, cortando qualquer distância que tivessem. Talvez pelo quão cheio estava ali dentro, quem sabe, mas poderia até mesmo jurar que ele estava fazendo de propósito, as costas do rosado justapostas ao peito de Soobin, que continuava subindo e descendo quase freneticamente pela situação em que se encontrava. 

— Está apertado aqui, não?— o mais baixo finalmente cortou o silêncio entre eles, fazendo que Soobin prendesse a respiração de imediato quando seus corpos se juntaram ainda mais de modo que sua pélvis estivesse perigosamente encaixada aos quadris do outro. Definitivamente ele estava fazendo de propósito.

Soobin estava prestes a enlouquecer. Por outro lado, Yeonjun estava se divertindo como nunca antes porque, bem, era nítido o quão deixava o moreno afetado. Até mesmo conseguia sentir o quão duro estava sendo para ele, diga-se de passagem.

— H-hyung, eu...

— Vamos descer aqui.— disse o rosado, caminhando para fora assim que a porta de metal se abriu. Soobin estava confuso e se sentia quase zonzo, mas não tardou segui-lo de imediato. Nunca havia estado naquela parte da cidade e temia se perder, afinal das contas. 

Poderia até mesmo recear que Yeonjun fizesse algo de ruim consigo, mas levando em consideração o quão magro e aparentemente indefeso o outro parecia chegou à conclusão de que seria fácil imobilizá-lo se travassem uma luta corporal.

Por que diabos estou pensando nesse tipo de coisa? refletira.

Apenas continuou seguindo o outro pela rua escura e deserta, o observando minunciosamente caminhar alguns passos a sua frente. Yeonjun era alguém cujo não sabia o que poderia esperar. Todo e qualquer movimento seu faziam que Soobin se sentisse ansioso como nunca antes. 

Talvez fosse louco por seguir um desconhecido para até um lugar cujo nunca esteve antes.

— Eu moro nesse prédio.— o rosado disse enfim, apontando para o prédio residencial logo a frente. Era um lugar esquisito. Escuro e relaxado, quase como se estivesse abandonado. Talvez Soobin devesse sair de sua bolha e aceitar a realidade das outras pessoas.

— Hm... Eu vou indo então.— não sabia como iria fazer para voltar sozinho para casa, mas não tinha alternativa. 

Yeonjun o fitava atentamente agora, o avaliando dos pés a cabeça ainda que ainda fosse inexpressivo.

— Você quer ficar? Eu moro sozinho, de todo modo.— questionara, sendo suficiente para que o moreno sentisse seu coração falhar uma batida. O que ele estava dizendo? Não havia dormido em muitas casas ao longo de sua vida. Aquilo o deixava ansioso.

Nem mesmo sabia o que responder e quando cogitou se pronunciar tivera seu pulso agarrado pelo mais velho, antes que pudesse perceber sendo  guiado prédio adentro. Era realmente um local com pouca iluminação, mas não era como se conseguisse prestar atenção em alguma coisa quando continuava subindo os lances de degraus repetidamente até que finalmente pareceram chegar ao destino do rosado. Como imaginou que apartamento do outro não era o tipo de lugar cujo Soobin estava acostumado. 

Parecia meio desorganizado, além de que as paredes estavam descamando e o teto cheio de infiltrações. Definitivamente era diferente do lugar onde vivia, sem sombra de dúvidas, mas de todo modo o cheiro adocicado o fizera pensar em Yeonjun. Era o mesmo cheiro de seu shampoo e se observasse bem podia ver um pedaço do mesmo em cada canto.

Yeonjun certificou-se de fechar a porta antes de se livrar dos coturnos e se aproximar do moreno, este que parecia atento a cada pequeno cantinho de seu apartamento. Soobin estava tão absorto que nem mesmo se deu conta do quão o mais baixo estava próximo de si agora.

— Então nós vamos foder?— Yeonjun lhe questionou, o tom de voz ameno.

O mais alto não teve alternativa se não arregalar os olhos, seu olhar agora sobre o rosto de traços delicados.

— P-perdão?— pigarreou.

— Hangyul disse que você quer transar com um homem.— Yeonjun era direto em suas palavras.

— Beomgyu...— corrigira, ouvindo o mais velho apenas soltar um "ah..." arrastado e desinteressado. O que Soobin devia fazer? Estava prestes a ter uma crise de pânico. 

— F-foi um mal entendido, hyung! Eu não curto esse tipo de coisa.— defendeu-se por fim, e por mais que soubesse que estava enganando a si mesmo chegou à conclusão de que era o melhor a se fazer e-

Oh, Yeonjun havia se lembrado de si.

— Espera. V-você se lembra de mim?— honestamente, se amaldiçoava por gaguejar tanto.

Yeonjun ergueu uma das sobrancelhas.

— Digo...

— Não devia ter vindo. Sua namorada vai ficar uma fera.— o Choi mais velho continuou, dando de ombros. Se Soobin não queria fazer sexo consigo por que diabos o seguiu até sua casa? Não conseguia entender, mas agora estava desapontado.

— Do que você está...— Ah. Herin. Até mesmo havia se esquecido da garota e se sentia mal por ter sido tão estúpido. Devia ligar para ela, mas também não tinha seu número. Apenas inventaria alguma desculpa quando tivesse a oportunidade.

— Ela não é minha namorada.— seu tom era baixinho, e de repente  pôde sentir as tão clichês borboletas no estômago ao se dar conta de que Yeonjun estava o observando desde cedo. Se ele sabia sobre Herin, era por que havia visto com seus próprios olhos. 

— Eu não me importo. Você pode dormir no sofá.— Yeonjun se afastou então, desaparecendo no corredor ao adentrar uma porta que Soobin julgou como sendo seu quarto. 

O que devia fazer agora? Estava sozinho e confuso, e sabia que nem mesmo conseguiria dormir. Se sentia estúpido por ter recusado a proposta indecente do mais velho, mas como poderia? Estava com vergonha! Não era do tipo que faz sexo sem compromisso. Todas as vezes que fez fora com alguém cujo nutria algum tipo de laço, embora tivesse dado errado na maioria delas.

Soobin definitivamente não era virgem, mas nunca conseguiu chegar até o final. A sensação era estranha ao ponto de nunca ter conseguido gozar durante todas as vezes em que fez sexo com alguém, o que havia lhe rendido momentos deveras constrangedores. Qual era seu problema, afinal? Jamais teria coragem de contar a alguém sobre seu pequeno probleminha sexual.

Não tinha vontade de transar com Herin, mas tinha vontade de transar com Yeonjun. 

Pensar sobre como devia ser seu corpo nu fora o estopim para que passasse duas horas com seus pensamentos voltados àquilo, sentado no sofá do outro mesmo quando os ponteiros do relógio beiravam as 3 da manhã. Pouco se importava se sua coluna o castigaria no dia seguinte. 

— O que eu faço...?— indagou-se, passando a mão pelos cabelos impacientemente. Yeonjun não voltaria, certo? Parecia silencioso o bastante para que já estivesse dormindo. Estava tão curioso que mesmo tomado de receio se atreveu a ir até aquela porta donde mais cedo o mais velho adentrou, a destra trêmula segurando a maçaneta e a girando tão lentamente que quase nenhum ruído fora emitido. Estava certo, aquele era o quarto do sunbae, este que se encontrava desacordado poucos metros a frente. 

Soobin não pôde evitar; adentrou o quarto, tomando cuidado para que não fizesse qualquer barulho capaz de acordá-lo. Mal podia enxergar muito por conta da pouca iluminação, uma vez que era guiado apenas pela luz da lua que atravessava as janelas, tornando o ambiente ainda mais envolvente. O cheiro de Yeonjun estava por toda parte, impregnando suas narinas de modo cujo se sentia quase entorpecido. Era delicioso.

Se aproximara melhor da cama e sequer percebeu em que momento travou sua mandíbula tão fortemente. O rosado ressonava tranquilamente, e nem mesmo preocupou-se em trocar de roupas. Deus. Parecia tão bonito para Soobin que poderia observá-lo durante toda a noite. 

Estava preocupado também que o menor levasse pessoas desconhecidas para sua casa, uma vez que poderiam lhe fazer algo de ruim. As palavras de Beomgyu sobre o mesmo  transar com qualquer um continuavam vindo repetidamente à sua mente, apesar de que não viu qualquer coisa do tipo durante os pouco mais de quinze dias em que o observou. Yeonjun era apenas solitário e calado, não alguém que faz sexo com todos como diziam de si. 

Suspirou com pesar, dando as costas seguidamente. Devia apenas ir embora para sua casa. Não seria difícil se pegasse um motorista por aplicativo.

— Você é um homem curioso, não?— Soobin sentiu-se estremecer dos pés à cabeça ao ouvi-lo. De repente, todos os músculos de seu corpo se enrijeceram de tal maneira que nem mesmo conseguia se mover. Estava tenso como nunca antes e, bem, como poderia não estar? Não havia qualquer desculpa plausível que pudesse justificar seus atos.

— Digo, tem duas semanas que você anda me observando. É um pouco intrometido.— continuara, agora sentado na cama. Seu tom era baixo como de costume.

Soobin sentia como se  seu coração estivesse prestes a parar.

O outro havia o percebido todo aquele tempo? Não achava que podia ser possível...

Nem sequer sabia o que responder. Era como se todas as palavras houvessem fugido.

— Soobin-ssi, o quão interessado você está por mim?— Yeonjun fora direto e o mais novo engoliu em seco. Ele estava interessado em Yeonjun verdadeiramente? Não conseguiria responder. Até algumas horas atrás nem mesmo sabia que o rosado estava ciente de sua existência.

— Eu...— começou, incerto de suas próprias palavras trêmulas. — Eu já disse que não curto esse tipo de coisa.

Yeonjun apenas o fitou por alguns segundos de maneira silenciosa antes de se erguer, se pondo rente ao mais alto. Estava óbvio para si que Soobin mentia. 

Se fitaram por alguns segundos, os olhos expressivos do menor fixos ao rosto de traços bonitos do moreno. Soobin era realmente alguém bonito, isso não era algo que pudesse ser discutido.

— E se eu beijar você?— Yeonjun questionara, a respiração ofegante do Choi mais novo podendo ser ouvida a distância. 

 

As coisas haviam fugindo de seu controle, e Soobin estava ciente disso.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...