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História Falsa Fama - TXT (YEONBIN) - Egocêntrico


Escrita por: VIBEOLOGY

Notas do Autor


obrigada a tds que comentaram o cap anterior, vius? vou responder tudinho quando tiver tempo. <3




tw/ assédio sexual.

Capítulo 7 - Egocêntrico


Fanfic / Fanfiction Falsa Fama - TXT (YEONBIN) - Egocêntrico

 

 

— O que você está dizendo? É apenas sexo. — Soobin alegou, e ainda que não estivesse tão certo de suas palavras Yeonjun o julgou deveras convencido de tal. Devia ter imaginado desde o início. 

Choi Soobin estava lhe usando como todos os outros. Honestamente se sentia tolo por ter acreditado em todos aqueles sorrisos tímidos que não passaram de um pretexto para conseguir levá-lo para a cama. Devia ter suspeitado de toda a aproximação repentina e do quão gentil Soobin havia se mostrado ser consigo mesmo quando todos os outros ao redor o menosprezavam por ser o que era. 

No início havia se sentido estranho e desconfortável com alguém o perseguindo a todo instante como bem percebeu Soobin fazendo semanas antes, quando o seguia até mesmo para o banheiro ingenuamente acreditando não ser notado. Mas depois passou a ser cômico e adorável o interesse do moreno a si ao ponto que se sentiu curioso sobre ele. E logo atraído pela personalidade dócil e covinhas fundas nas bochechas.  

Havia se apaixonado por Choi Soobin...?  

Nem mesmo sabia se aquele turbilhão de sentimentos tinha relação com paixão porque, bem, não se lembrava de ter se apaixonado por alguém alguma vez na vida. E se aquilo era de fato se apaixonar, a sensação era ruim. O estômago doía, tal qual seu coração parecia bombear sangue cada vez mais rápido e o nó na garganta parecia cada vez mais crescente. De todo modo não demonstraria sua chateação, saindo de seus devaneios ao que a porta do banheiro se abriu e revelou a imagem do Choi mais novo. 

— Ele já foi embora. — Lhe revelou, e Yeonjun apenas deixou fugir um suspiro pesaroso ao desviar do mais novo e voltar ao quarto. Não queria falar com ele naquele momento. 

Soobin franziu o cenho em confusão, apenas seguindo o rosado e inutilmente lhe puxando para um beijo. Beijo este que lhe foi negado. 

Yeonjun nunca lhe negava um beijo ou qualquer coisa, portanto logo foi capaz de perceber que havia algo errado. Por que tão de repente ele estava virando o rosto para si quando há um momento atrás o segredava coisas safadas enquanto faziam sexo? 

— Algo errado, hyung? — Ousou perguntá-lo, mas Yeonjun não parecia afim de conversar. Pelo contrário, se manteve calado enquanto recolhia suas roupas e as vestia. Soobin mordeu o lábio em apreensão, chamando mais uma vez pelo outro e sendo ainda ignorado até que decidiu se aproximar do mesmo e o segurar no intuito de impedi-lo de continuar, o menor prontamente fazendo força para se desvencilhar de si com brusquidão mesmo que ainda em silêncio. 

Ele era bem forte para alguém tão magro, Soobin avaliou. De todo modo ainda era mais alto e tinha mais força que ele, por tal foi fácil derrubá-lo em cima da cama e o imobilizar com as mãos presas sobre a cabeça. Estava praticamente sentado em cima dele, uma perna a cada lado do corpo magro do rosado impossibilitando-o de qualquer movimento mais brusco. 

Yeonjun estava visivelmente aborrecido. As sobrancelhas franzidas e o bico imenso em seus lábios cheios o fazendo parecer como um gato enraivecido. Se não estivesse tão apreensivo Soobin poderia até mesmo achar adorável. 

— Yeonjun-hyung, o que aconteceu? — Seu tom era baixo e tranquilo. — Você não está com ciúmes do Beomgyu, né? Nós somos apenas bons amigos. 

— Pffft! Quem você acha que é? Não é como se eu fosse ter ciúmes de um pirralho como você. E além do mais, nós estamos apenas fodendo. Você mesmo disse isso, certo? Eu só tenho o direito de opinar sobre o seu pau quando ele está dentro de mim. — Yeonjun praticamente cuspiu as palavras, a respiração agora ofegante. Estava ainda mais chateado agora, uma vez que Soobin nem mesmo parecia se dar conta do quão havia deixado cabisbaixo com sua declaração ao amigo. 

E como poderia não estar? Não era como se houvessem passado as últimas semanas apenas transando como dois cachorros no cio. Dividiram cama mais do que se poderia contar nos dedos ao amanhecerem juntos. Dividiram chuveiro, o sabonete e até juntaram as escovas de dentes por dias seguidos. Yeonjun se sentia estúpido, principalmente depois do quão se esforçou para almoçar todos os dias apenas para que Soobin ficasse orgulhoso de si.  

— Hyung, por que você está falando assim...? — O moreno se viu confuso pela atitude agressiva tão repentina do mais baixo, decidindo então afrouxar a forma na qual lhe segurava os pulsos e sendo o suficiente para que o outro se desvencilhasse, o empurrando para que ficasse deitado no colchão.  

— Você não precisa ser tão sonso agora, Choi Soobin. — Iniciou, o moreno agora deitado de forma que se apoiasse nos cotovelos enquanto o fitava. Era nítido pelos olhos castanhos que ele estava confuso, mas Yeonjun não se deixaria mais enganar pela face ingênua. Para si, Choi Soobin era como todos os outros. — Quer que eu te faça gozar, não é? Vamos terminar isso. Você me fode de quatro como se eu fosse uma cadela e depois eu vou pra casa. 

Seu tom era trêmulo, quase falho pelo nó que sentia na garganta, e bastou apenas fazer menção de subir no colo do mais novo que este fez segurá-lo, o impedindo de prosseguir. 

— Não! Eu não quero nada com você assim. Você está me deixando assustado, hyung. — Soobin disse, e apenas se viu ainda mais apreensivo ao que os olhos do Choi mais velho se tornaram brilhantes e marejados. Por que ele estava chorando? Aquilo tudo era repentino demais para que pudesse assimilar. 

— Certo. — O menor se ergueu então, voltando a se vestir enquanto tentava ignorar inutilmente as lágrimas grosseiras que lhe molhavam o rosto, fazendo que virasse para o lado oposto ao outro para que não lhe visse naquele estado. — Sendo assim, não há mais nada que eu possa fazer aqui. 

— Yeonj- 

— Me deixa. E não venha atrás de mim, eu preciso ficar sozinho e pensar. — Soobin queria ir atrás dele ainda assim, mas foi como se suas pernas estivessem paralisadas no momento em que Choi Yeonjun recolheu suas coisas e saiu sem mais nem menos. Era nítido para si que ele estava com ciúmes de Beomgyu, mas havia sido claro com ele ao dizer que não havia motivos para tal.  

O que devia fazer? Estava de mãos atadas. 

 

[...] 

 

Cinco dias.  

Fodendos cinco dias que Choi Yeonjun o continuava ignorando.  

Não lhe respondia as mensagens ou telefonemas e tampouco o procurava na faculdade. Sabia que poderia procurá-lo por conta própria, mas seu orgulho não lhe permitia fazer isso porque, bem, Yeonjun surtou na última vez em que estiveram juntos sem qualquer motivo aparente e estava aborrecido com ele por isso. De todo modo seria Soobin a surtar se passasse mais um dia sequer sem que trocasse uma só palavra com o rosado. 

Não sabia ser tão dependente dele até então. 

Sentia falta de sua companhia. Das risadas trocadas, dos olhares cúmplices, do tesão... 

Só Deus estava ciente do quão o calor de Yeonjun lhe fazia falta. Se antes de conhecê-lo estava sem ter sexo por meses, agora que havia desfrutado de seu mel não podia passar nem dois dias sem subir pelas paredes.  

Era apenas por isso que se sentia tão mal, certo? Sentia falta do sexo. 

— Pare de se enganar. Você já tá caidinho por ele. — Beomgyu afirmou, dividindo sua atenção entre as lamúrias de Soobin e o joguinho em seu celular.  

Era horário do intervalo, então o campus estava repleto de universitários andando por todos os lados. 

— Tanto faz. — Soobin deixou um suspiro, tombando sua cabeça para trás e a repousando na parede logo atrás de si. — Você falou com ele que estou o procurando? 

— Sim, e ele te mandou ir chupar uma pica bem dura. — O mais novo disse, guardando o celular no bolso em seguida. Soobin sempre havia se mostrado alguém demasiado teimoso, mas agora estava o surpreendendo. Se conhecia bem o amigo, ele continuava negando seus sentimentos por Yeonjun apenas porque ele era um homem.  

— Se quer um conselho, devia ter certeza do que quer antes de continuar com isso. Yeonjun-sunbae é alguém difícil de lidar e fodido da cabeça, você entende? Vão acabar se machucando se continuar dessa forma. — Normalmente Soobin iria preferir morrer ao concordar que Beomgyu estava certo, mas dessa vez não tinha para onde correr. Ele tinha razão, e esteve prestes a dizer em alto e bom tom quando ao erguer o olhar se deparou com Yeonjun mais a frente. Parecia bonito como sempre, todavia estava acompanhado de um homem.  

Fora suficiente para que erguesse a sobrancelha. 

— Quem é aquele cara com ele? — Naquele momento era difícil esconder seu ciúme crescente. 

A forma como aquele homem tocava Yeonjun o irritava em demasia. 

— Ah. É o professor Kang. Dizem as más línguas que Yeonjun-sunbae fez aquilo pra conseguir nota na aula dele. — Beomgyu deu de ombros, procurando Taehyun no meio da multidão. 

Soobin o encarava de cenho franzido. 

— “Aquilo” o que? — Questionou, fazendo aspas com os dedos. 

— Você sabe...— O Choi mais novo voltou seu olhar ao amigo então, lhe mostrando o gesto de sexo oral com o punho fechado direção aos lábios. 

Soobin riu soprado, negando com a cabeça em indignação. Honestamente? Não acreditava. Haviam muitas coisas sobre Yeonjun que não passavam de mentiras. 

De todo modo estava aborrecido, a carranca mal humorada deixando clara sua chateação ao que de repente se lembrou de algo. 

Beomgyu havia dito que aquele homem junto de Yeonjun era o tal professor Kang, e engoliu em seco por isso. Yeonjun bem havia comentado sobre um professor Kang consigo, alegando que ele estava sempre agindo de forma sugestiva e lhe tocando inapropriadamente quando tinha a oportunidade.  

— Preciso resolver algo. — Disse enfim, ignorando os chamados de Beomgyu. Caminhava a passos largos pelos corredores, praguejando mentalmente pelo quão a universidade era enorme.  

Nem mesmo sabia o por que estava fazendo aquilo. Era como se suas pernas se movimentassem sozinhas e o sangue lhe fervesse nas veias cada segundo mais.  

Talvez e apenas talvez estivesse com ciúmes. 

Quando chegou à extensa sala da turma de teatro amaciou os passos, abrindo a porta tão lentamente que quase nenhum ruído fora emitido. Por sorte a grande coluna no meio da sala não lhe permitiu ser pego, e apenas ousou adentrar mais o local enquanto procurava por qualquer resquício de Yeonjun por ali.  

Ambos, o rosado e o homem grisalho pareciam entretidos demais com algo para que Soobin apenas se mantivesse por trás da coluna cujo utilizava como refúgio, e estava feliz ao menos que conseguia ouvir algo. 

— Você está muito bem, Yeonjun-ssi. Por muito pouco não é o melhor da nossa turma. Sabe que pode conseguir uma bolsa integral, certo? — O homem disse. Da forma como estavam sentados lado a lado conseguia ficar exageradamente próximo do rosado, o braço ao redor do ombro do mesmo enquanto ainda lhe acariciava o cabelo. 

Para Yeonjun ele era velho e fedia à cigarro, mas não era como se aquele fosse o maior problema. Apenas lhe aborrecia o quão invasivo ele podia ser, principalmente por se tratar da maior autoridade em sala de aula. 

— Eles não dão bolsa integral nessa instituição. — Disse, sério, prestes a se afastar quando uma movimentação logo a frente o fez franzir o cenho. Havia visto bem; era Choi Soobin ali.  

Estava o espionando? Deus, ele era mesmo patético. 

No entanto não mentiria, aquilo havia acendido uma chama em seu interior. 

— Seu professor aqui pode conseguir apenas para você, hm? Não seria esforço algum. — O outro o tirou de seus devaneios, encarando-o então. Queria cuspir na cara dele, mas não perderia a oportunidade de deixar Soobin ciente de que era desejado por outras pessoas. Poderia ser uma atitude um tanto quanto infantil, mas não se arrependia. 

— Como, professor? — Indagou, fingindo ingenuidade ainda que estivesse ciente de que meios. 

— Você teria apenas que sair comigo por algumas noites. Que tal? Podemos jantar em um lugar bonito. — O homem estava tão perto que se sentia desconfortável, principalmente agora em que lhe tocava a coxa com tanta ousadia.  

Soobin fechou as próprias mãos em punhos ao ver aquilo, onde seu maior desejo era quebrar o nariz daquele homem com suas próprias mãos. Quem ele achava que Yeonjun era para fazer uma proposta indecente como aquelas?  

Se o rosado tivesse um namorado, aquilo não seria tão frequente. 

Um namorado... 

— Maldito bastardo. — Vociferou, prestes a interromper o que estava havendo e tirar seu Yeonjun de perto daquele pervertido quando de repente a porta se abriu e os alunos começaram a adentrar. Aparentemente já havia terminado o intervalo, então não teve alternativa se não ir embora.  

Mas de uma coisa tinha certeza; Choi Yeonjun iria ouvi-lo. 

Não sabia com que pretexto iria o repreender, quiçá como faria aquilo sem deixar claro que estava o espionando, mas ele iria ouvi-lo. 

 

 

Algumas horas depois. 

 

 

A grade de horários de Yeonjun quase nunca coincidia com a sua. Costumeiramente o rosado sempre saía mais tarde e naquela noite em questão não foi diferente. Soobin, no entanto, não se importou em esperar pacientemente e não sairia da faculdade se não fosse com o outro ao seu lado.  

Faltavam cerca de quinze minutos para o final das aulas quando o mesmo surgiu no corredor extenso e agora vazio, seus olhares se cruzando tão intensamente que fora inevitável para ambos ao arrepio que lhes cruzou a espinha. Era nítido que estavam chateados, cada um por seus motivos, mas também inegavelmente sentiam falta um do outro.  

Yeonjun sentia seu coração bater tão rápido que era como se pudesse ser ouvido à distância. Simplesmente não queria e nem podia encarar Soobin naquele momento, quando ainda estava tão machucado, por tal esteve prestes a dar meia volta e retornar à classe quando num movimento brusco o outro veio até si, lhe segurando o braço assim que fez menção de se virar. 

— O que você quer? — Questionou, ríspido, puxando seu braço logo em seguida. 

— Nós precisamos conversar. — Nem ao menos sabia o que diria a ele, mas isso não era o mais importante naquele momento. 

— Não quero falar com você. — Yeonjun cruzou os braços na frente do peito, batendo impacientemente o pé no chão enquanto continuava evitando fitar o mais novo. Se não estivesse tão aborrecido Soobin até o acharia fofo naquele estado. 

— O que você pretende com aquele velho? Não vê que ele é um tarado?! — Soou mais direto do que gostaria, mas agora já estava feito. Só de lembrar daquele homem tocando Yeonjun todo seu corpo era tomado de fúria. 

— Do que está falando? — O rosado deu de ombros, fingindo desinteresse ainda que soubesse bem do que se tratava. 

— Não seja cínico, Choi Yeonjun! — Soobin exclamou, o tom algumas oitavas mais alto, e fora suficiente para que o olhar do outro encontrasse o seu.  

Yeonjun o fitou um tanto abismado pela maneira como falava, inclusive pela primeira vez o chamando apenas pelo nome sem quaisquer honoríficos. Soobin sempre fora do tipo pacífico e deixava que fizessem o que fosse consigo, mas agora parecia um homem decidido e firme. Poderia até mesmo ter ficado com tesão. 

Quis provocá-lo ainda mais. 

— Por que você se interessa? Nós não somos nada um do outro e você prefere continuar por aí bancando o hetero mesmo sabendo que é a mim que gosta de foder a noite inteira. — Começou, provocativo, e por um momento Soobin perdeu as próprias falas. Ele estava certo, não é? Era um covarde.  

— Eu dou pra quem eu quiser e você não tem direito algum de sentir ciúmes ou o que for. — Deu as costas então, ignorando completamente o moreno que continuava dizendo que voltasse e apenas adentrando mais uma vez a sala. 

Soobin rugiu, irritadiço, esfregando o próprio rosto afim de manter a compostura. 

Não havia desistido, portanto, e aguardou impacientemente até que finalmente as aulas terminaram e todas aquelas pessoas saíram. Exceto Choi Yeonjun.  

Já estava apreensivo quando depois de vários minutos decidiu entrar, a cena repugnante que encontrou sendo suficiente para que ficasse perplexo. Yeonjun estava distraído, levemente inclinado sobre a mesa para que pudesse assistir algum vídeo no computador enquanto bem atrás de si o homem praticamente se masturbava. O rosado parecia tão inerte que sequer percebia o que acontecia. 

Soobin trancou o maxilar de imediato. 

— Mas que porra você tá fazendo?! — Bradou, seu tom alto sendo suficiente para que o professor fechasse as calças depressa e Yeonjun finalmente saísse de seus devaneios, o encarando com o cenho franzido. 

— O que você tá fazendo aqui?! — Yeonjun questionara, mas Soobin sequer podia prestar atenção no rosado enquanto marchava direção ao homem que ainda tentava argumentar consigo, estendendo as mãos frente ao corpo como numa forma de pará-lo. 

— Rapaz, vamos dialogar. — Pediu o homem, e Soobin chutou a primeira cadeira que viu tão fortemente que Yeonjun estremeceu. O menor ainda estava confuso, por sinal, além de que agora começava a se assustar verdadeiramente. 

— Dialogar?! Você tava com esse seu pau murcho pra fora com um aluno aqui dentro e quer dialogar?! Isso é assédio, porra! — Continuou, agora incapaz de controlar seus gritos furiosos. 

Yeonjun ao ouvi-lo arregalou os olhos, virando-se apavorado ao homem atrás de si.  

Ainda que o mesmo continuasse tentando dar explicações, o Choi mais novo estava tão furioso que fora inevitável segurá-lo pelo colarinho quando suficientemente próximo, aproveitando da vasta diferença de altura para intimidá-lo ainda mais.  

— Yah, você está louco? Seu pervertido filho da puta. — Questionou, o tom agora baixo, todavia hórrido tal qual seu olhar sobre o homem. Até mesmo tentava suprimir sua raiva, no entanto agiu por impulso ao socá-lo forte no nariz assim que o outro fez menção de fugir de si. Nem mesmo soube quantas vezes o golpeou repetidamente, mas não teria parado se não por um Yeonjun desnorteado que o puxou para longe. 

— C-chega, saeng! Por favor, chega... — O rosado praticamente suplicara, e honestamente teria o surrado até matá-lo se não fosse pelo choro de Yeonjun. Apenas o levou consigo para fora então, trancando a sala por fora antes de marchar direção à coordenação a passos largos, sendo prontamente seguido por um Yeonjun choroso que continuava lhe chamando o nome dentre soluços.  

Honestamente, não queria ter que lidar com Yeonjun naquele momento. Estava aborrecido com ele por ter sido tão teimoso. E se não houvesse chegado a tempo? Poderia ter sido muito pior. 

— Soobin! — O mais velho gritou novamente, todavia parou assim que tudo pareceu turvo ao redor e não teve alternativa senão usar a parede como apoio. Só esperava não desmaiar justamente naquele momento. 

— Merda, Yeonjun! — Soobin suspirou, finalmente voltando sua atenção ao mais baixo e indo depressa direção a ele afim de acudi-lo. Estava com o rosto vermelho pelo choro recente, e Soobin sentiu seu próprio peito se apertar por ter sido tão frio com ele. Devia estar sendo difícil para si, afinal. 

Fez apenas levantá-lo em seus braços, o vendo se encolher em seu peito de imediato enquanto o carregava consigo.  

Sabia que por ter agredido um professor até corria risco de ser expulso – ainda que este fosse um assediador – mas naquele momento o tão aparentemente indefeso Choi Yeonjun era sua prioridade. 

 

 

[...] 

 

 

— Uma suspensão de quinze dias não é tão ruim, hm? — Disse o moreno, encarando o próprio reflexo no café que tomava. 

Havia sido uma noite longa e turbulenta, onde até mesmo precisou pela primeira vez na vida depor numa delegacia. Foram horas até que tudo se ajeitasse e ficou satisfeito ao menos pela suspensão definitiva do pervertido ao que constataram tudo nas câmeras de segurança. Ainda achava injusto que fosse suspenso por ter feito o mínimo ao quebrar o nariz daquele homem, mas não reclamaria. Poderia ter sido pior. 

Apenas se sentia mal pelo que seus professores lhe disseram ao afirmarem que Choi Yeonjun estava arruinando sua vida. Sempre fora o aluno exemplo, e por tal estava decepcionado consigo mesmo pelo comportamento recente. Não era novidade que andava mais distraído e pouco interessado nas aulas, uma vez que seus pensamentos eram todos voltados ao rosado e já havia sido alertado por uma professora sobre tal ainda que ela não soubesse ao certo quem andava o ocupando tanto.  

Depois dos boatos sobre sua aproximação repentina do outro Choi e de ter quebrado a cara de alguém para defendê-lo, estava agora meio nítido para todos. Eles, no entanto, se referiam ao menor como “amigo cujo Soobin quer defender”. Por que era tão improvável a eles que tivessem uma relação romântica? Claro, ninguém diria que um rapaz tão íntegro poderia ser gay, certo? Aquilo estava o matando por dentro. 

Yeonjun era alguém difícil de lidar, além de deveras teimoso. Queria ser honesto com ele e dizer que de fato deveriam ser apenas amigos, apesar de que já estava ciente de que era louco por ele.  

O que podia fazer, afinal? Não queria que as pessoas continuassem por aí inventando coisas sobre o róseo ser um desavergonhado que tentava a todo custo seduzir e desvirtuar um aluno exemplar como Soobin.  

Cogitava acabar com tudo naquele momento. 

— Yeonjun-ah...— Começou, e recebeu então a atenção do mais velho. Ele estava fofo com o rosto sujo com o creme da torta que devorava com tanta vontade, pensou o mais novo. — Nós precisamos conversar muito seriamente sobre uma coisa. 

Aquilo lhe doeria como o inferno. 

— Eu já sei. — Yeonjun deixou de comer imediatamente, cabisbaixo. 

— Sabe? Mas como... 

— Me deixe falar primeiro. — O rosado lhe cortou, parecendo apreensivo e até mesmo nervoso enquanto usava um guardanapo para limpar o rosto. 

Soobin mordeu o próprio lábio, aflito. Pensava que talvez fosse melhor se Yeonjun rompesse consigo antes.  

— Soobin-ah... Eu me apaixonei por você. 

 

 

Continua. 



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