História False dating, true love - Emison - Verdade ou desafio?

EMILY.

– FESTA DO PIJAMA! – Hanna grita de outro cômodo.

Nos juntamos a Marin na sala e passamos a assistir uma série, Aria e Spencer deitadas no colchão cheio de almofadas no chão e Eu e Alison no sofá com a folgada da Hanna jogada em cima de nós, embora tivesse um grande espaço vazio. Segundo ela era para nós não ficarmos de “gracinha” e deixá-las de vela.

– Faz carinho na minha cabeça. – Fala pegando a mão de Alison e colocando em seu cabelo. – E você massagem no meu pé. – Quase chuta minha cara.

– Você é folgada assim mesmo ou o quê? – Pergunto fazendo o que ela mandou, porque sou trouxa.

– Só com vocês.

Episódios se passaram e a pizza chegou, Hanna pediu de um sabor novo da pizzaria, se chama explosão de sabores. E é de fato uma explosão, tive que beber muita água para minha boca parar de arder depois disso. Acabou que Dona Eli trouxe dois baldes de pipoca e refri pra gente, comemos e todo mundo ficou de boa.

Dona Eli avisou que ia embora pois hoje tinha que ficar com sua neta, geralmente eu não fico sozinha em casa, não que eu esteja totalmente sozinha, tem seguranças ao redor de toda a casa. A coisa é que quando meus pais saem Dona Eli sempre fica aqui comigo, mas ela já tinha avisado que não poderia ficar com antecedência, então meus pais me deram esse voto de confiança e eu enfim pude ficar sem a supervisão de um adulto, pelo menos a noite.

Estávamos na segunda temporada da série, eu dava tapas no pé de Hanna toda vez que ela tentava enfiar o dedão do pé em meu nariz, Alison trançava o cabelo da loira distraída e Sparia não tirava os olhos da TV, completamente concentradas tentando descobrir quem que estava matando todos os personagens. Hanna, a escrota que estava entediada com a série, foi na internet, viu quem era e disse:

– É a melhor amiga da protagonista quem tá matando geral.

Todas a encaramos putassas.

– Por mais que eu já desconfiasse dela, vai se foder, Hanna! – Spencer quase grita.

Alison dá um tapa na cabeça dela e eu a empurro, fazendo com que ela caia em cima de Aria e Spencer.

– Ai, minha cabeça! – Aria reclama. Hanna continua jogada preguiçosamente em cima de ambas. – Está me esmagando!

– Vocês são tão macias... – Disse de olhos fechados. Elas começam a brigar, no caso Spencer briga sozinha, já que Hanna finge não ouvir ou repete “la, la, la” sem parar e Aria tenta sair de baixo dela.

– Emily. – Amélia me chama e todas olhamos para ela. Está abatida. – Eu não me sinto bem. – Me levanto e vou até ela, assim que toco sua pele sinto o quão quente está.

– Puta merda, acho que tá com febre.

– Você acha? – Alison pergunta irônica quando põe a mão sobre a testa da garota.

Como apenas eu, Alison e Aria sabemos da história do porquê Amélia estar aqui, Spencer e Hanna observam tudo confusas.

– E agora?

– Você nunca cuidou de ninguém doente? – Alison pergunta.

– Não, geralmente são as pessoas que cuidam de mim.

– Aqui tem termômetro? – Aria surge ao nosso lado.

– Acho que no banheiro tinha um. – Sai para pegar o objeto.

Alison senta a menina no sofá e eu explico para as outras o porquê de ela estar aqui, só faltou Hanna falar na cara da garota que a tia dela era uma vadia...na verdade ela falou, e Amélia concordou.

– Achei! – Aria volta depois de um bom tempo.

– Por que demorou tanto? – Spencer pergunta.

– Por que a bonita apenas disse que podia estar no banheiro, mas não especificou em qual. – Senta-se ao lado de Amélia e coloca o termômetro embaixo de seu braço

– Quanto tempo demora para isso aí funcionar? – Hanna pergunta já novamente deitada.

– Alguns minutos apenas. – Spencer responde por Aria.

Encaro Alison, ela faz um carinho suave nos cabelos de Amélia, que está meio que deitada no sofá. Parece de fato preocupada. É incrível, quem vê a patricinha metida a bitch que ela é na escola, nem imagina que ela possa ser assim, amável. 

– 38.7... – Disse após pegar o termômetro.

– Acho que na cozinha tem um remédio pra febre. – Me levanto e vou até a cozinha, pego o remédio e um copo de água e volto no mesmo passo. – Tome. – Entrego a ela.

– Amélia? – Jazmín chega desesperada, mas assim que vê a outra sua expressão suaviza. –  Que susto você me deu! – Pra onde será que ela pensou que Amélia tivesse ido?

Jazmín acena para nós e Amélia direciona um sorriso fraco para ela. Como se soubesse exatamente o que estava fazendo, Jaz se aproxima e coloca a mão sobre a testa da outra, fazendo uma careta no mesmo momento.

– Já demos um remédio a ela. – Aria disse ao notar a careta.

– Obrigada, mas essa febre já não é de hoje. Eu não te falei que deveria ter deixado minha mãe te levar ao médico? Você é tão teimosa!

– Agora não... – Amélia murmura e a outra apenas suspira sentando-se ao seu lado. Já nós, como as fofoqueiras que somos, ficamos só observando a interação.

– Só quero que fique bem...

– Eu sei. – Amélia se levanta lentamente, como se doesse fazer aquilo. Seu corpo deve estar doendo. – Mas já tomei o remédio, já estarei bem. Venha, vamos subir, eu estou com sono e com saudade do Otto. – Pega na mão de Jazmín. – Obrigada, meninas. – Agradece com um sorriso fraco antes de subir as escadas com o amparo de sua amiga.

– Ai, ela são tão fofas. Amélia é meio parecida com Emily, só que a versão patricinha.

– Ela é tipo a Alison, só que com a cara de Emily. – Aria completa a fala de Hanna e Spencer concorda.

– Amélia não é patricinha. – A garota nem tem como ser, não com as condições em que vivia com a tia.

– Se tivesse as mesmas condições que nós, com toda certeza seria. Não igual a Alison, acredito que seria uma patricinha legal. – Hastings monologa.

– Então ela não seria uma patricinha, seria uma barbiezinha, tipo eu. – Hanna diz convencida.

– Eu não sou patricinha. – Alison tenta e todas rimos, eu fui a que mais ri e levei um soco fortão no braço por conta disso.

– Você só é a definição de patricinha, tenho certeza que no dicionário, “patricinha” é sinônimo de Alison DiLaurentis, e se não é, deveria ser. – Spencer começa.

– Esses dias meu irmão me perguntou o que é uma patricinha, eu mostrei sua foto e ele entendeu na hora. – Hanna continua.

– Ok, ok! Vamos acabar com esse assunto, o mais importante agora é a febre de Amélia baixar, temos que ir vê-la de vez em quando e pôr o termômetro. – Aria, sempre sensata.

– Ok, mas agora, como eu já falei o final da série e não temos nada pra fazer, vamos brincar de verdade ou desafio. – Todas bufamos ao mesmo tempo, isso que é sincronia. SEMPRE tem a pessoa que propõe esse jogo, e essa pessoa é SEMPRE Hanna. – Vai, vamos parando de palhaçada e fazendo a rodinha aqui no chão.

– Esse jogo é um lixo, a maioria dos desafios e perguntas te fodem de alguma forma. – Spencer reclama quando já estamos sentadas em círculo.

– Essa é a graça do jogo! – Hanna rebate. – Preferia que respondêssemos perguntas sobre matemática?

– Não seria uma má ideia.

Como não tínhamos garrafa ali, usamos um chinelo mesmo. A primeira rodada caiu em Alison e Hanna, minha namorada a desafiou terminar com Sean por telefone, ela ligou para ele e como a boa atriz que é, o convenceu que queria terminar. Disse a verdade só quando ele já estava em prantos.

A segunda foi eu e Spencer, ela fez eu ligar para minha irmã Ally e dizer que Alison estava grávida, isso porque me recusei a fazer com meus pais. Para a surpresa de todas, Ally apenas disse que eu era jovem demais, mas que agora já estava feito e não tinha mais volta, perguntou se eu queria que ela voltasse e além de desejar que Deus abençoasse nossa nova família, disse que oraria por nós. Quando revelei que era mentira ela ficou puta da vida,  disse que mentirosos queimam no fogo do inferno e desligou na minha cara.

Na terceira rodada caiu em mim novamente, mas para minha sorte, Aria quem faria o desafio. Ela só me desafiou a pegar um copo de água para ela, mas como Spencer ia no banheiro no mesmo momento, acabei nem indo e pedindo que ela pegasse.

Enquanto o jogo estava pausado, apoiei minhas costas no sofá e puxei Alison para mim, a colocando reclinada entre minhas pernas, com a cabeça apoiada em meu torso, uma posição confortável para ambas. Ela pegou uma de minhas mãos e passou a brincar com meus dedos...é isso que dá ser tão pervertida, vejo malicia em uma frase como essa.

Spencer voltou e o jogo iniciou-se novamente, a quarta rodada caiu em Alison e Spencer, Hanna e Ali sorriram largamente. Hanna por saber que entre elas sempre é desafio, e que o desafio sempre é bem...polêmico, digamos assim. Já Alison, bem, ela tem a oportunidade de mandar Spencer fazer o que ela quiser.

– Verdade ou desafio, Hastings?

– Você sabe que é desafio.

– Pois bem... – Fez uma pausa dramática, fingindo pensar. Seja o que for, envolverá Aria. – Te desafio a beijar Aria.... – Pensamos que ela tinha acabado, mas continuou especificando. – Na boca e nada de selinho. – Fez bem especificar, Spencer, como uma boa futura advogada, acha brechas em tudo. –  Ah, e não vá direto, sabemos que Aria é uma garota romântica, faça um clima acontecer antes. – Hanna gargalha e eu também, Spencer mantém um sorriso irônico nos lábios, sustentando o também irônico sorriso de Alison. Aria parece que vai explodir a qualquer momento de tão vermelha que está.

– Quando um não quer, dois não se beijam. – Spencer responde simples, como se essa fosse a única coisa que a impedisse de beijar Montgomery.

– Faz parte do jogo, se não forem fazer, cada uma vai ter que dar milzinho para gente, além de serem eleitas as estraga prazeres do ano. – Hanna coloca pilha.

Aria me encara pedindo ajuda, mexi os lábios silabando um “só vai” silencioso. Ela engole em seco e suspira, antes de dizer:

– Eu não me importo, é apenas um jogo.

– Pois bem, nada mais a impede, Spen. – Alison sorri convencida. Spencer prende seu cabelo em um coque alto antes de se ajoelhar em frente a Aria, a pequena também se ajoelhou, ainda ficando, logicamente, mais baixa que Spencer.

O que eu esqueci foi que Spencer leva desafios muito a sério, pensei que ia ignorar a parte de "ser romântica e fazer o clima” e dar apenas um beijo rápido, ainda que fosse de língua.

Estava totalmente enganada.

SPENCER.

O jogo estava indo bem até a vadia da Alison me desafiar a beijar Aria, argumentei com a esperança que ela não quisesse, mas Montgomery aceitou dizendo ser apenas um jogo.

Uma criança passando mal e nós aqui, jogando esse jogo ridículo. De qualquer forma, como não recuso um desafio e nunca iria deixar Alison sair por cima dessa, prendo meu cabelo para ajudar no processo e me ajoelho em frente a Aria, que faz o mesmo. Parece que levou uma chinelada na cara de tão vermelha que suas bochechas estão.

Aproximo meu rosto de seu pescoço e seus pelos imediatamente se arrepiam, sorrio com isso. Começo a deixar pequenos beijos em seu lóbulo, descendo para sua clavícula e contornando toda a extensão de seu pescoço, chego ao outro lado de seu rosto e, ao pé de seu ouvido, sussurro:

– Você é linda pra caralho. – Passo uma de minhas mãos por sua cintura e com a outra coloco uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha.

Com uma trilha de beijos, vou até sua boca, deixando um último beijo no cantinho de seus lábios antes do principal acontecer. Umedeço meus lábios e Aria, no automático, faz o mesmo. Nossos lábios se tocam e ela abre sua boca minimamente, dando espaço para minha língua entrar. Admito que não pensei que o beijo de Aria fosse tão bom. Sua língua macia me deixa controlar o beijo, apenas deixando-se ser conduzida. Descobri que beijá-la é leve e prazeroso, algo que quando você começa, é difícil conseguir parar.

Aperto sua cintura e colo seu corpo no meu, minha vontade é descer minha mão para sua bunda, mas além de ser falta de respeito por não saber se ela vai se sentir confortável com isso, ainda tem os seis pares de olhos nos observando.

Meu ar começa a faltar e eu encerro o beijo mordendo de leve seu lábio inferior, meu rosto continua perigosamente perto do dela. Seus olhos fixos em minha boca, suas bochechas vermelhas e sua respiração ofegante só aumentam minha vontade de agarrá-la novamente.

– Satisfeita? – Me afasto brusca e rapidamente, antes que faça o que estou lutando para não fazer.

– Foi bom? – Alison puta DiLaurentis pergunta de propósito. – Parece ter gostado bastante.

– Claro, foi ótimo. É a Aria, não tinha como ser diferente. – Respondi simples, no mesmo tom que ela.

Olho para Aria e ela está encolhida, quase colada a Hanna, suas bochechas ainda estão vermelhas. Ela parece aérea.

O jogo continuou e eu não via a hora de me vingar, como Aria saiu do jogo para ir ver Amélia, minhas chances de cair com Alison aumentaram e, já na sexta rodada, eu finalmente consegui o que queria.

– Verdade ou desafio? – Pergunto sorrindo de orelha a orelha.

– Para que perguntar se sabe que é desafio?

– O que acha, Hanna? – A garota ao meu lado é ótima para armar desafios, em específico os sexuais.

– Bem, acho que você pode pagar na mesma moeda, porém um pouco mais elaborado, é claro.

– Eu tenho o desafio perfeito! – Digo quando algo surge em minha mente. – Eu te desafio a conseguir excitar Emily em até um minuto e meio, se não conseguir, terá que jogar seu telefone na piscina. Ah, só para lembrar, você tem que excitar ela, nada de vídeos ou fotos da internet, e mantenham-se vestidas, por favor. 

– Você é uma gênia! – Hanna exclama.

– Por que vocês estão tão pervertidas hoje? – Emily pergunta e eu dou de ombros.

– Sua namorada que começou. Vai lá, Alison! Agora é sua vez.