1. Spirit Fanfics >
  2. Fame >
  3. Reencontros

História Fame - Reencontros


Escrita por: Trevo_Cobre

Capítulo 5 - Reencontros


No dia seguinte a minha conversa com Shorter, desisti definitivamente de mandar uma mensagem para Eiji, ele não precisava de mim. Era para o bem dele. O dia passou meio cinzento, eu sabia que estava fazendo o certo, mas também sabia que não era o que eu queria fazer. Fui dormir com um aperto no peito naquela noite, mas me convenci que aquilo iria passar rápido, o que não poderia deixar de ser verdade já que eu estava assim por um garoto que não fazia um mês que conhecia. 

Além do mais, dali a três dias tinha que começar a voltar ao trabalho, mesmo que fazendo menos coisas que antes até pegar o ritmo de antes. O trabalho que Dino exigia dessa vez era simples, uma sessão de fotografias para uma revista de moda, nada de tão trabalhoso e com sorte a sessão seria rápida. Dois dias passaram rápido, era véspera do ensaio fotográfico quando peguei o celular e vi as mensagens de Eiji, me senti ainda mais culpado por ele ainda insistir. 

De qualquer forma, o dia da sessão de fotos chegou, eu acordei me arrastando e me pesando para levantar da cama, já podia pressentir aquela rotina que eu odiava voltando. Flashes, entrevistas, falsidade, malícia, fofoca e todo o resto. Para piorar ainda mais o meu dia, recebi uma ligação diretamente de Dino me dizendo para jantarmos juntos na casa dele, meu estomago se embrulhou ao pensar que teria que dormir com o velho mais uma vez. 

Sem apetite para tomar café da manhã, fui direto para o ensaio, não pensei muito até chegar lá, na verdade, não pensei muito nem quando estava lá, não era o tipo de trabalho que precisava pensar, era só parecer bonito, sexy e confiante. Suspirei enquanto a maquiadora dava o seu melhorar para realçar os pontos certos e melhorar os errados, foi nesse momento que olhei para o lado e quase dei um pulo. Eiji, ele estava lá, falando com o fotógrafo, meu cérebro travou por dois segundos, então levantei da cadeira, infelizmente assustando a maquiadora. 

– Só um minuto, ok? – Falei e fui em direção ao moreno, aquilo era coincidência demais, aquilo era... Droga, aquilo era demais para ignorar. Toquei no ombro dele – Hãn... Oi. 

– Ash! – O Okumura pediu licença ao fotógrafo e se voltou para mim, nos distanciamos dos outros por um momento, o silêncio foi absoluto, sabia que precisava pedir desculpas por não respondê-lo, sabia também que seria melhor cortar laços. Estava em um dilema. 

– Me desculpe por não ter respondido as mensagens, mas... – Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, o moreno segurou minha mão. 

– Fico feliz que esteja bem, eu estava tão preocupado... Achei que talvez... Talvez você não quisesse mais falar comigo – Minhas bochechas esquentaram de vergonha, já Eiji abaixou a cabeça – Eu entendo se for o caso, mas mesmo assim, fiquei pensando se estava tudo bem... 

– Está! Quer dizer, é complicado, mas... Olha, eu quero falar com você, só não sei se isso é o melhor a se fazer – Mordi o lábio, eu precisava ser sincero, ele merecia isso – Acho que se continuarmos nos falando, vou acabar te colocando em uma situação difícil e isso... 

– Ei, está tudo bem, mas você não precisa se preocupar com isso, quer dizer... Você está bem, Ash? – Por um segundo perdi o equilibrio e tive que me apoiar no moreno. 

– Desculpe, acho que minha pressão caiu – Falei e olhei para trás, podia ver que algumas pessoas olhavam para nós. 

– Você comeu algo antes de vir aqui? – A voz preocupada de Eiji me fez arfar, como alguém poderia ser tão doce? Eu praticamente tinha acabado de dar um fora nele – Ash? 

– Hãn? Não, eu... – No minuto seguinte o moreno pegou as coisas e trocou meia dúzia de palavras com o fotografo antes parar ao meu lado. 

– Vem, vamos tomar um café – Sacudi a cabeça, eu não deveria deixar o garoto se meter naquilo, ele estaria com problemas se Dino descobrisse – Me deixa cuidar e você, não vai poder fazer um bom trabalho se desmaiar no meio da sessão. 

– Por que você está sendo tão gentil?  

– Eu gosto de você, quero ver você bem, pode achar estúpido, mas desde que trocamos as primeiras palavras eu tenho um sentimento de querer cuidar de você, ver você mais feliz – O sorriso de Eiji me deixou sem chão, não consegui falar mais nada enquanto ele me levava para fora do edifício e procurava comigo nas ruas uma cafeteria aberta. 

Acabamos entrando em um café qualquer, o Okumura perguntou o que eu queria, mas no fim das contas deixei ele escolher. Tentei ignorar enquanto ele fazia uma ou duas perguntas para mim, o fato de que eu me sentia amado pela primeira vez na vida talvez quando estava com aquele garoto. O sentimento me fazia querer me jogar na frente de um carro, qual era meu problema? Nós não nos conhecíamos, não de verdade. 

– Ash... Sobre o que você me falou, eu... Eu só quero que fique bem, então se puder me der certeza que está mesmo bem, eu não vou insistir mais – Mordi o lábio, foi um alívio que a garçonete tivesse naquele instante entre nosso pedido, eu ainda estava pensando no que responder quando o moreno alcançou a minha mão sobre a mesa – Sempre vai poder contar comigo. 

– Você não sabe nada sobre mim, não estaria aqui se soubesse metade das coisas ruins que eu já tive alguma participação – Disse comendo um docinho que Eiji havia escolhido. 

– Eu não sei, mas com certeza não iria desistir tão fácil – E lá estava eu, desistindo do Okumura em prol de algo maior. Me senti um lixo. 

Terminamos de tomar o café da manhã em silêncio, eu pedi para caminharmos um pouco antes de voltar ao trabalho, enquanto isso perguntei o que ele havia feito nos últimos dias e um pouco mais sobre a vida dele. Eu estava fascinado a cada resposta, depois de darmos a volta na quadra pela terceira vez eu não resisti em parar e ser sincero comigo mesmo e com ele também. 

– Eu acho que estou gostando de você, muito, Eiji, e entenda que não tem como isso acabar bem – Abaixei o olhar e observei as expressões dele, mas antes que ele falasse algo, sugeri voltarmos ao trabalho. 

A sessão foi tranquila, tentei ser o mais profissional possível e de certa forma consegui. Saí sem me despedir do Okumura, mas assim cheguei em casa mandei uma mensagem onde eu me desculpava por tudo, agradecia e me despedia do moreno. Eu deveria bloquear o número dele naquele momento, mas bastou um segundo de hesitação e eu apaguei as mensagens, não conseguia abrir a mão de me sentir tão bem com alguém mesmo que soubesse como aquilo iria acabar. 

Me sentindo um pouco sem esperança, me contentei em ter a tarde inteira antes de ter que me encontrar com Dino, antes de estar um passo mais longe de Eiji por fazer esse tipo de coisa. Tirei as roupas e deitei na cama, assistindo um ou dois episódios de série antes de cair no sono.  

 

 

Acordei tentando fazer como fiz pela manhã, nada de pensar, pensar tornava as coisas mais difíceis quando se tratava de fazer algo que eu não tinha escolha. Me arrumei da forma mais desleixada possível, usando apenas as primeiras peças que encontrei, o que resultou em uma blusa preta e jeans, com uma jaqueta estilo colegial azul marinha por cima. Não é como se minhas roupas fossem ter importância para o que iria fazer naquela noite. 

Eu estava tomando uma garrafinha de água quando ouvi uma batida na porta, fiquei furioso no mesmo instante, já havia falado que não precisava de babá ou algum maldito segurança para me entregar de bandeja a Dino. Abri a porta ficando paralisado no mesmo instante. 

– Eiji?!? – O moreno manteve o olhar baixo por alguns momentos, olhando por cima do ombro dele, consegui identificar Shorter acenando ao longe no corredor. 

– É... E-eu... Não quero incomodar, Ash – Arfei. 

– Não, você não está. Entra, por favor – Abri mais a porta e o deixei entrar, olhei para Shorter que fingiu estar distraído no celular, ele estava nos dando um tempo. 

– Shorter foi atrás de você onde estávamos fazendo a sessão pela manhã e... Eu não sabia como interpretar as mensagens apagadas, então... Fiz bem de vir? Você parece ter algum compromisso hoje – Abaixei a cabeça e mordi o lábio, eu só queria poder... 

– Não tenho nenhum compromisso hoje, na verdade, estou feliz que você tenha vindo... As mensagens... É complicado – Vi Eiji concordar com a cabeça – Na pior das hipóteses, você vai conseguir suas roupas de volta. 

– E na melhor? – Trocamos um olhar, devagar fui até ele e toquei o rosto dele com a mão devagar, aos poucos fomos ficando mais próximos até nossos lábios estarem quase se tocando, mas eu não podia fazer aquilo. Sem mais nem menos, o moreno tocou meu rosto também – Me diz o que está acontecendo, eu quero te ajudar. 

– Você não pode fazer nada quanto a isso – Falei tentando me esquivar, mas eu estava paralisado, dividido. 

– Eu também gosto de você, mas eu sei que isso tem como acabar bem, podemos fazer isso juntos – Andei para longe, me sentando no sofá e apoiando a cabeça nas mãos, consegui sentir quando o Okumura sentou ao meu lado. 

– Você não vai querer ficar aqui depois disso. 

– Ash, eu quero ficar com você – Olhei para ele com um mal estar se formando dentro de mim. 

Então eu comecei a falar, desde o começo, sobre tudo. Falei coisas que eu não tinha contado nem a Max, muito menos a Shorter. Quando acabei estava chorando, eu me sentia envergonhado e triste porque depois disso eu não sabia como Eiji iria me encarar, como ele iria falar comigo sem me achar barato ou então sujo. Enquanto eu esperava por uma fala dele, o moreno me abraçou, me segurando contra ele e me acalmando. 

– Ash, está tudo bem, isso não é culpa sua – Deixei ele afagar meu rosto, por dentro eu me perguntava como ele podia estar ali ainda, mas em vez de falar qualquer coisa, devagar eu colei meus lábios nos dele. 

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...