A R I A
Quando eu coloquei os pés no lugar foi que eu notei que porra, era real.
Acho que eu chorei horrores só no vídeo de abertura da tour. Nas músicas então eu nem posso falar nada... Só que eu seria assinada pela minha gravadora e por quem administra minha carreira, porque eu cantei todas as musicas durante as três horas de show. Até o high note do Zayn de You & I eu fui, então amanhã eu acordaria muda.
Saio do show e assim que passo pelo meu reflexo fico chocada. Não é maquiagem neon dura, menina? Estava cantando na-na-na com as meninas, quando sinto uma mão no braço e eu já viro pronta para bater em seja lá quem fosse, mas era um cara gigante de terno e microfone no ouvido.
Pronto. Tinham me achado. Iriam quebrar meu contrato. Era isso. Legal, fui demitida e ainda botaram um segurança para vir atrás de mim.
- Por favor, senhorita, me acompanhe. - Eu aposto que os meus olhos estavam arregalados, mas eu faço isso, lhe seguindo para um local que parecia ficar do lado da arena. Sigo quase rezando um pai nosso, vendo que seria ali que eu iria morreria. - Fique aqui, eu já volto. - Concordo e o cara entra, me deixando numa "sala" de entrada por assim dizer.
Mas foi um bom show pelo menos. Sim, eu aproveitei, pelo menos isso. Faria de novo? Agora estava a questão, porque se eu realmente joguei a minha carreira no lixo, eu estava considerando. Mas tudo bem, foi muito bom. Sim, eu teria que focar nisso para não endoidar.
Acho que fiquei ali uma hora até o cara grande voltar, me guiando para uma... Festa?
O que diabos?
Ele continua me guiando e eu passo por várias pessoas, inclusive, quase certeza que eu vi a Kendall Jenner no meio, mas não sei, nesse ponto eu já achei que podia estar sob efeito de drogas sem saber.
Quando ele me guia até cinco garotos que era a cara dos meninos do One Direction, eu preciso parar.
- Okay, tá legal, o que está acontecendo? - Eu pergunto para o segurança e ele parece tão confuso com a minha pergunta quando eu estou perguntando. Ele vai embora sem me responder e logo em seguida, mais meninas vestidas de um jeito parecido comigo e com perucas neon aparecem, só que elas estão com bem menos roupas. - Nossa senhora, mas o que diabos? Será que eu fumei? - Eu não fumava gente, como eu poderia estar tão drogada?
- Você está bem? - O que parece com o Liam me pergunta e eu nego.
- Eu não sei o que eu estou fazendo aqui e estou começando a considerar que eu usei drogas, mas a coisa engraçada disso tudo é que eu não fumo, então não sei, me diga você sósia de Liam Payne. - Os cinco meninos me encaram como se eu tivesse um parafuso a menos e eu encaro de volta, esperando alguma explicação.
- Sósia? Você não está com elas? - Eu olho pro lado e rio.
- Não, você acha que eu lá tenho corpo para estar com elas? - Comento olhando a bunda de uma mais do que deveria. Era bonita. Queria eu.
- Você está vestida como elas... - Ele explica, parecendo achar a situação toda muito engraçada. Todos pareciam achar muito engraçada enquanto eu estava morrendo.
- Eu nunca vi elas na minha vida e eu não sei o que eu estou fazendo aqui. - Falo a verdade e a sósia de Liam ri, abrindo espaço no banco que eles estão.
- Sente aqui. - Eu franzo a testa e abro a boca, mas não sai nada então eu fecho, me sentado.
- Eu acho que eu deveria ir embo... - Eu paro de falar quando jogam um sutiã na minha direção. - Meu deus do céu, que quê isso? - Eu pergunto tampando os olhos por reflexo e os meninos parecidos com a One Direction ri, claramente não aproveitando o que eles pagaram por. Eles não iriam conseguir aproveitar nada comigo ali, conseguia ver.
Eu não tinha problema algum em olhar o corpo feminino, a questão é que do nada eu estava sentando do lado da one direction com um sutiã na minha cara. Eu não estava num momento normal da minha vida, sabe.
Eu não estava conseguindo assimilar os acontecimentos dessa noite. Não, meu cérebro iria pifar e derreter. Vamos começar com...
Não podia ser a One Direction, gente. Não dava. Dava para ser cinco pessoas com a cara deles, mas não dava para ser eles. Não entrava na minha cabeça isso que estava acontecendo. O que estava acontecendo? Só agora eu noto a música alta e percebo que era realmente uma festa e eu preciso de uns minutos para lembrar que era aniversário do Zayn. Mas de novo, impossível.
Acho que eles tentam assistir o stripper por apenas mais dois minutos antes de o que tinha a voz parecida com Louis interromper. "Niall" estava gargalhando nesse meio tempo e Liam do meu lado vez ou outra sacudia o corpo segurando o riso. Eles não estavam rindo delas, estavam rindo da situação que era simplesmente absurda.
- Okay, meninas, podem ir. Obrigado por tudo, vocês ainda vão receber. - Louis encerra e parece divertido com tudo. Eu estaria brava. - Só para esclarecer, você não é uma stripper? - Eu lhe encaro e acho que a minha expressão é o suficiente para ele ter a sua resposta e rir. - Legal, Zayn, espero que você tenha aproveitado seus cinco segundos de stripping, porque é só o que você vai ter. - Eles ainda não pareciam bravos com a situação, o que apenas me perturba mais.
- Por que você se veste assim normalmente? - Eles começam a levantar e eu sigo, provavelmente para ser expulsa.
- Eu não me visto assim normalmente. - Não tem como explicar que eu sai disfarçada da minha agente para ir num show deles sem ser reconhecida sem isso parecer que eu estava mentindo.
- Não estamos julgando. Só é algo engraçado. - Liam acrescenta, para me tranquilizar, mas ainda não entrava na minha cabeça que isso estava acontecendo. Era como se eu fosse abrir os olhos e ainda estivesse no meu quarto, triste porque não iria no show das pessoas que estavam supostamente na minha frente.
- Eu posso ir embora agora? Sinto realmente muito por ter estragado isso, mas eu nem queria ter entrado, o grandão ali que me trouxe e eu achei que estava sendo presa, não confundida com uma stripper. - Louis nega na hora.
- Você entrou, aproveite. - Então eles se afastam para se misturar na multidão e eu preciso sentar novamente.
O que diabos???? Não tinha como uma situação dessas ser real. Ou tinha? Não, caralho, não tinha. Eu devia estar começando a ter delírios. Teria que procurar no google que doença mental tinha esses sintomas. Sim, era isso.
Olho em volta. Aqui onde eu estou parece ser mais privado do resto da festa, provavelmente para as meninas fazerem o que foram pagas para fazer e eu estraguei, mas já no outro lado estava cheio de gente. Tipo, lotado. E em segundos a luz principal apaga, deixando tudo com a típica ambientação de boate noturna. Eu nunca pude entrar em uma, já que tinha 19 anos e ali estava uma oportunidade.
Oportunidade do que pelo amor de Deus, até parece que iria fazer alguma coisa.
Eu tinha aula de dança por um motivo, sabe. O fato de eu não saber dançar contribui para isso. Beber? Era muito careta para isso. Pegar gente? Eu nem sabia conversar com outro ser humano direito sem ele perceber que algo de errado tinha comigo.
E vamos focar no novamente essa situação toda ser tão absurda que não entrava na minha cabeça.
Levanto e encaro a saída e a festa, me sentindo numa encruzilhada, logo em seguida vendo o meu reflexo. Não era eu. Sendo assim, eu não deveria tomar as decisões que eu normalmente faria, certo? Eu sabia que essa lógica era horrível, mas não encaro novamente a saída quando piso para entrar na festa.
Tudo parece mudar desse lado. A música era tudo o que eu escutava, alta e preenchendo tudo em volta. As luzes coloridas vez ou outra passavam pelos meus olhos, o que incomodava um pouquinho. Todas as pessoas pareciam estar se divertido e tinha muitas meninas ali que eu tinha certeza de ter visto no show.
Eu queria saber como elas entraram, já que ninguém estava com perucas que nem eu. Sabia que a one direction estava no auge da carreira e isso, mais o fato deles serem cinco beldades gregas na Terra, era igual a vários grupos de groupies. Não julgo, queria eu ter a coragem.
Me aproximo do bar sem ter a mínima ideia do que pedir, só que achei melhor estar ali do que no meio das pessoas dançando e assim que vejo um banquinho dou graças a Deus e decido que era ali que ficaria, até a razão e consciência voltassem pro meu ser e me mandasse ir embora desse lugar.
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