História Famous. - Zayn Malik. - (Concluída). - Termos de Uso.

A R I A

  Quando o motorista parou em frente do hotel, achei que a noite iria acabar ali. 

 Saímos os dois bem na medida do possível e caminhamos calmamente para dentro, não querendo demonstrar o quão ruim estávamos. Não estávamos inconsciente de bêbedos, mas, obviamente, não estávamos sóbrio. Tinha a impressão que saísse qualquer matéria ou foto que demonstrasse que sim, iriam comer nosso fígado. Ou o que sobrou dele depois de tanto álcool consumido. 

 Nós dois suspiramos de alívio quando passamos da porta e chegamos no elevador. Os funcionários olham para a gente, alguns sorrindo, alguns curiosos, mas não falam nada. A porta se fecha e eu me apoio na parede, ao mesmo tempo que Zayn vai na direção do espelho e começa a se encarar. 

 - Você já viu um ser humano mais bonito na face da Terra? Porque, deixa eu te contar, eu nunca. - Rio enquanto eu não sei se ele fala isso comigo ou com si mesmo, arrumando o cabelo pro lado e pro outro. 

 - Sim, sim, você é lindo. - Concordo divertida, rolando os olhos para o seu ego gritante. Ele tinha toda a razão de o ter, no entanto. Com um rosto daquele ou seria uma pessoa insuportável. 

 - Eu estou falando sério... - Ele se afasta do espelho e então aponta para a própria imagem. - Olhe isso. Olha essa obra prima. Olha como eu sou bonito. 

 - Eu concordei que você é muito bonito. - Afirmo com a cabeça para dar mais ênfase, apesar do sorriso não deixar meu rosto, mas ele não parece convencido. 

 - Não, você está sendo sarcástica comigo. - As portas se abrem e eu saio rindo do seu tom de acusação. 

 - Eu não estou. - Prometo e ele semicerra os olhos para mim, quase os fechando completamente. 

 - Okay, eu acredito em você. - Sua expressão suaviza do nada e eu acho graça da situação, olhando em volta para as opções de portas na nossa frente. 

 - Você está com as chaves? - Eu não tinha levado bolsa e estava de vestido, ou seja, tudo estava com Zayn. 

 - 25 e 22. - Ele me mostra as duas e eu pesco a minha da sua mão, guardando a chave a andando com Zayn até os locais do nosso quarto. 

 O dele era primeiro, então espero que ele abra a porta, mas Zayn fica apenas parado de frente. 

 - Zayn? - Pergunto, checando se estava tudo bem e ele olha para mim, quase rindo. 

 - Eu esqueci completamente como se abre. - Não estaria julgando ele, a minha própria cabeça estava começando a girar. 

 - Vai pro lado. - Empurro ele com o quadril e pego a chave magnética da sua mão, indo abrir a porta. 

 Eu fracasso miseravelmente e nós ficamos rindo depois que eu tento pela décima vez encaixar o cartão e na última hora parecia que alguém empurrava a minha mão e ela ia pro lado completamente o contrário. 

 - Que ódio. - Exclamo, apesar de estar achando a situação inteira extremamente divertida. 

 - Deixa eu tentar. - Ele pega o cartão e agora sabendo o que era para fazer, falha do mesmo jeito. 

 - Meu deus. - Suspiro. - Você sente que está tão ruim? - Porque para mim, eu estava basicamente sóbria, mas sabia também que quanto mais bêbedo, mais você achava que estava bem. 

 - Não. - Zayn murmura, concentrado e segurando o cartão com as duas mãos. Éramos patéticos. Felizes, mas patéticos. - O que você acha da gente dormir no chão? 

 Nego com a cabeça e pego o cartão novamente, segurando o lugar de encaixar com a outra mão e nós dois comemoramos quando a porta abre. 

 - Amém. - Ele entra, mas então volta, como se tivesse se lembrado de algo. - Você não quer dormir na cama do Liam? 

 Encaro as minhas opções. Passar por tudo isso de novo ou dormir no quarto que já estava aberto? Passo por Zayn e entro no espaço com ar condicionado, sentindo o frio fazer os pelinhos dos meus braços se arrepiarem. 

 *

 Tinha acabado de sair do banho quando Zayn entrou logo em seguida. 

 Para dormir, ele tinha me emprestado uma das suas blusas e calça moletom, já que eu reclamei estar com frio. 

  - Você tomou banho frio? - Paro de encarar o teto quando ele sai do banheiro e Jesus, eu deveria ter continuado encarando o teto, porque a tentação ali estava demais para mim. 

 - Não, mas agora acho que estou precisando. - Espero que ele não entenda, mas eu deveria estar dando bem na cara secando ele. 

 Zayn me encara e eu lhe encaro de volta. Ele levanta uma sobrancelha e todos os sentimentos de lembranças de apenas algumas horas atrás invade o corpo de ambos. Com um suspiro, ele dá de ombros e fala:

  - Ainda estamos "bêbedos"... - A informação foi jogada no ar como quem não quer nada, mas entendo perfeitamente a sua linha de raciocínio. 

 - Podemos sempre fingir não lembrar de nada amanhã... - Completo. 

 - Culpa toda e exclusivamente da bebida. - Zayn fala ao mesmo tempo que se aproxima da cama que eu estava, mas então para. - Melhor na minha, Liam não vai ficar feliz com a gente. 

 Ele não precisa falar duas vezes e eu já estou levantando da cama de Liam para ir para a dele. 

 - Não deveríamos estar fazendo isso. - Não sei se ele fala para mim ou se para ele mesmo, mas ainda assim, respondo. 

 - Eu sei. - Não era inteligente para nenhuma das duas partes, principalmente na situação em que nos encontrávamos. 

 - Nós vamos se importar com isso? - Ele mesmo se responde quando circula a minha cintura, a mão apoiada no meu quadril deixando uma sensação quente na pele. 

 - Nem um pouco. 

 Obviamente, não estávamos bêbedos. Depois do banho, toda a tontura e realmente a embriaguez do álcool tinha sumido, ainda assim, não estávamos completamente sóbrios também, mas nós dois sabíamos que isso não era uma decisão feita apenas pela bebida ou de forma inconsciente. Surpreendentemente, eu estava totalmente de boa com isso. 

 Já tinha colocado na minha cabeça, mas sem ter notado, que um relacionamento com Zayn não seria algo que eu saberia lidar, mas, qualquer coisa sem ser isso? Era uma oportunidade que eu, definitivamente, não estava deixando passar. 

 Sabia que iria poder acordar amanhã me arrependendo completamente disso ou tendo uma dor de cabeça causando não apenas pela bebedeira, mas ainda assim, quem era eu para negar Zayn Malik? Nem se eu fosse feita de ferro eu iria conseguir controlar as reações do meu corpo em relação a ele. E, se eu fosse ser sincera, nem queria. 

 - Você está pensando em todos os contras também, não está? - Percebo que ele está passando pelo mesmo debate interno do que eu, mas por motivos diferentes. 

 - Talvez, antes de fazermos qualquer coisa... - Indico com o dedo eu e ele, apesar dos nosso corpos estarem basicamente colados. - Devíamos conversar primeiro. 

 Ele desvia o olhar para a cama e eu sigo, decidindo que sim, a gente podia poupar tempo e conversar na cama. 

 - Certo. - Zayn me rouba um beijo e eu quase desisto de conversar ali mesmo, sorte que ele nos guia pro colchão logo em seguida. 

 - Que "contras" você está pensando? - Sento na cama e Zayn tira a camisa, sentando do meu lado logo sem seguida. 

 - Talvez a gente precise alinhar as nossas expectativas. - Maduro, concordava com isso. 

 - Quais são as suas? - Já que ele tinha tirado a camisa, eu faço o mesmo, ficando apenas com o sutiã rendado que estava usando por debaixo do vestido e a sua calça moletom. Seus olhos automaticamente descem para essa região e a única coisa que me dá certeza de ainda ter um pouco de álcool no meu corpo, foi o fato de eu não corar. 

 - Eu não quero um relacionamento sério. - Por mais que de certa forma "incomodasse" ele não querer, eu sinto um certo alívio, porque era a mesma coisa que eu não queria. 

 - Ótimo, eu também não. - Ele franze a testa para mim. 

 - Por que não? - O ego ferido. Eu rio, dando de ombros. 

 - Se eu for começar explicar agora, nós não teremos tempo para fazer mais nada. - Além de que eu não sabia se queria despejar em cima dele que eu já iria começar isso gostando dele num nível que eu tinha certeza que nunca seria recíproco. Ele provavelmente iria sair correndo gritando. 

 Resolvendo deixar para lá, ele concorda. 

 - Certo. Nós dois sabemos que não queremos algo sério. Vamos continuar fazendo isso ou vai ser uma coisa de uma noite só? - Boa pergunta. 

 - Por que não respondemos isso mais para frente? - Poderíamos facilmente mudar de ideia até lá. 

 - Okay. Sem exclusividade. - Outch. Eu sabia que estávamos caminhando para algo assim, mas ainda "machucava". 

 - Sem exclusividade. - Consigo mascarar a expressão e concordar prontamente. 

  - Temos sempre que lembrar que provavelmente vamos ficar presos nesse "namoro" por algum tempo, você está realmente de boa com tudo isso e quer continuar? - Me sinto instalando um app e confirmando que eu li os "termos e as condições de uso". 

 Para tentar sair desse ar de formalidade, eu brinco com ele, fingindo estar impaciente:

 - Toda vez que a gente for fazer isso vai ser essa burocracia toda? - Ele sorri de lado para mim, negando e parecendo considerar se já tínhamos resolvido tudo. Com um último dar de ombros, Zayn me responde. 

 - Não, estamos fazendo isso agora para as próximas não ter. - Então, qualquer pensamento de preocupação e até mesmo arrependimento somem da minha mente quando a sua boca toca a minha pelo que poderia ser, facilmente, a vigésima vez na noite.