História Famous. - Zayn Malik. - (Concluída). - Categoria.

A R I A

 Nos despedimos de Harry, Liam e Niall na manhã seguinte. 

 De todos, Harry era o que parecia mais abalado e desde que eu descobri aquela coisa com Liam dias atrás, eu sabia o porquê. Ainda estava fingindo não saber que ele e Louis tinha alguma coisa, para evitar algum desconforto ou ficarem bravos com Liam. Se nenhum dos dois me contaram, era porque ainda não se sentiam no momento ou então porque não queriam, logo, eu iria respeitar isso e continuar me fingindo de cega. 

 Andando de forma reta entre os paparazzi, segurando a mão de Zayn, sinto algo encostar na minha pele e olhando pro seu braço, noto a minha pulseira. Acho que ambos esquecemos dela, já que ele não me devolveu e eu não pedi de volta. 

 Estava sorrindo olhando para isso quando preciso piscar por causa de um flash tão forte e tão perto que me cegou por uns segundos. 

 - Desculpa! - Respondo um "tudo bem" sem ver para realmente quem tinha sido e Zayn para, perguntando se está tudo bem. 

 - Está sim, eu só estava olhando na hora errada. - Seco uma das lágrimas que saiu e ele me dá um selinho rápido, apressando o passo para chegarmos de forma mais rápida no carro. 

 Ele deixa eu entrar primeiro e bate a porta com um baque até que alto, conferindo de novo se estava tudo bem. Eu rio e concordo, achando graça da preocupação por nada. 

 - O Louis não vai com a gente? - Eu pergunto, enquanto coloco o cinto e ele concorda, apontando para o carro de trás. 

 - Ele vai ir buscar a Eleanor que está em outro hotel para ir juntos pro aeroporto. - Concordo, encostando a cabeça no banco e pegando a sua mão. 

 Odiava ir no banco do meio, mas gostava de ficar perto dele, então estava ali. 

 - Isso aqui é meu. - Puxo de leve a pulseira e, como eu suspeitava, ele também parece ter esquecido, lembrando disso apenas agora. 

 - Eu tinha achado no chão... Pensei que era sua, mas confesso que não era a única opção, por isso não falei nada. - Eu não sabia se dava risada ou ficava indignada. 

 - Obrigada por esfregar na cara que eu nunca fui a única, Malik. - Ele ri, apoiando o braço na janela do carro e levantando o braço para olhar o pedacinho de ouro pendurado. 

 - Você quer de volta? - Bem... Era minha e o meu pai tinha me dando, em contrapartida, eu era uma pessoa trouxa, então... 

 - Pode ficar. Quando a gente terminar você pode derreter ou mandar para mim pelos correios. - Zayn rola os olhos para mim. 

 - "Quando", já está querendo me dar um pé na bunda? - Não era isso, mas abriu um leque de possibilidades para eu perguntar uma coisa. 

 - Quando o contrato terminar, se ainda quisermos estar juntos, como vamos fazer? - Ele olha para frente, mas a janela que nos separava do motorista era a única coisa visível, então, me responde. 

 - Não vamos falar que estamos juntos, se ainda estivermos, até falarem que vão acabar com o contrato. Avisamos quando começarem a mandar fazermos coisas que indicariam um término, para eles decidirem se vão preferir deixar como está ou ganhar dinheiro com o engajamento que uma separação daria. A regra é nunca deixar eles saberem o que queremos ou então vão nos manipular, ameaçar até mesmo, com isso. - Fico surpresa com o seu monólogo e penso um pouco antes de responder. 

 - O buraco disso é muito mais fundo, não é? - Tinha a impressão que eu estava apenas começando a entrar nesse mundo e toda vez que eu tinha alguma conversa ou descobria alguma coisa deles, principalmente do que envolvia o quesito carreira, eu via o quão fundo a merda era e o quanto na superfície que eu ainda estava. 

 - Você não imagina o quanto. - Seu suspiro é cansado e eu fico com dó por isso. Coloco a minha mão no seu ombro e tento reconfortar. 

 - É com todo mundo isso? - Não conseguia imaginar a Beyonce sofrendo esse tipo de coisa e etc. 

 - Depende. Depende, muito. Da carreira, do cantor, da gestão... Tudo depende. A minha, eu juro para você, é como se possuísse a nossa alma. - Não conseguia nem começar a imaginar o quão ruim deveria ser isso. 

 Ficando um pouco em silêncio, eu solto um riso baixo, mesmo que a situação não tivesse graça. 

 - Adorei como a gente mandou o assunto para um ponto tão baixo que o clima ficou até frio. - Juro que a atmosfera do lugar parecia ter mudado mas, isso poderia facilmente se dever ao fato do ar condicionado, não iria mentir. 

  - Eu iria fazer uma piada muito ruim de como poderíamos esquentar o clima, mas não vai iria dar tempo... - Ele aponta para a janela e já dava para começar a ouvir o barulho característico de aeroporto, com os aviões decolando e pousando toda hora. Estávamos bem próximos. 

 *

 Eu não sabia o porquê, mas estava nervosa de ter que conhecer a Eleanor. 

 Eu já tinha tomado o meu terceiro copo de café e no quarto, Zayn pega da minha mão. 

 - Se você tomar mais um, você vai sair voando por aquela janela. - Eu rolo os olhos para ele, não concordando com isso, mas já sentindo a cafeína, que eu raramente ingeria, começar a surtir efeito nas minhas veias. 

 - Eu lia fanfic Larry, sabia? - Ele fica sem entender a onde eu quero chegar. - A Eleanor nunca foi o ponto alto delas. - Zayn, então, ri, compreendendo. 

 Ele toma um pouco do meu café, antes de fazer uma careta. 

 - O que diabos? Por que você não pediu logo um copo de açúcar? - O mostro o dedo do meio e pego o copo da sua mão, bebendo e ficando muito feliz por não sentir o sabor do café e sim do caramelo. - Mas falando sobre o outro ponto, a Eleanor é de boa. Bem... Eu não sei como falar isso sem ofender... ela é bem... Irrelevante? Ameba? Eu não quero ofender, de verdade... - Eu rio do jeito que ele estava lutando com as palavras e ironizo. 

 - Você não conhece ela? - Ele concorda, mas então nega. 

 - Eu conheço. Mas de todos os momentos juntos ela nunca fez nada ou falou nada... Você vai entender. Sempre parece que ela não quer estar no mesmo lugar que a gente. Mas ela não é má pessoa, ela só não fala muito. Talvez ela seja tímida. - Noto logo de cara que essa desculpa do tímida era o que eles contavam para si mesmos para não sentirem mal dela não ligar um pingo para as suas existências. 

 - Menos mal. Claro que eu iria preferir que ela falasse, mas eu prefiro realmente apenas... - Paro de falar, notando que os flashes mudaram de direção e acho Louis e Eleanor andando juntos nessa direção. - Deus, ela é bonita. 

 Zayn concorda e pega o copo da minha mão novamente, fazendo outra careta, mas ainda assim, bebendo. 

 - Se você não gostou, porque está bebendo? - Ele suspira, indicando a minha perna subindo e descendo no lugar. 

 - Porque a sua ansiedade já está a mil e você está pondo não sei quantos quilos de açúcar e cafeína para dentro. - Zayn tinha um bom motivo

 - Certo, é um bom ponto. - Ele ri quando eu entrego o copo novamente na sua mão e toma de novo, ainda não parecendo apreciar o sabor que para mim estava totalmente de boa. 

 - Oioi, casal. - Louis cumprimenta, chegando perto da gente e sentando no banco vazio do meu lado. 

 - Olá. - Eleanor fala com um sorriso, mas não espera por uma resposta e já senta, pegando o celular. 

 Eu respondo ambos e volto a encarar as minhas mãos, o que faz Zayn rir. 

 - Ela está nervosa para conhecer a sua namorada porque, aparentemente, ela é uma peça importante nas fanfics... - Ele para de falar quando eu acerto a sua costela com o cotovelo, mas ele já tinha falado muito. 

 - Nunca pensei que você fosse fanfiqueira. - Não respondo Louis e ignoro os dois, pegando o meu celular e vendo se tinha alguma mensagem. 

 - Vamos ficar no mesmo hotel? - Confiro com os dois, que concordam. 

 - Os eventos são próximos, mas é capaz de só nos vermos de novo na volta mesmo... - Louis responde, mas ele parece estar se esticando para ver algo, voltando para o seu lugar parecendo chateado com algo. - Por que não estão focando na gente? Viramos irrelevantes agora que tem um casal novo? - Eu sabia que ele não ligava realmente para isso, mas era impossível não rir do quanto que ele aprecia ofendido. 

 - Perdeu o posto, Tomlinson, sinto muito. - Zayn entrelaça os nossos dedos e leva as mãos para perto do rosto, beijando a minha pele em seguida. 

  - Perdi nada. - Ele nega. - Não estamos jogando na mesma categoria. Não somos um casal de verdade. - Noto o verde que ele joga, mas na hora de colher o maduro, a voz anuncia o nosso voo, o que o frustra e faz nos dois rir. 

 Depois, eu iria querer ver as fotos desse momento, porque as expressões de Louis eram algo impagável.