História Fantasma Adormecido - Era um baile

Era chegado o dia da grande festa.

Esta que teve inicio ao final da tarde, era responsável pela lotação do grande salão de baile do castelo que tinha seus grandes portões escancarados permitindo a entrada de todas as famílias convidadas, que eram anunciadas uma a uma, entrando no local e se dirigindo a ponta mais extrema do mesmo onde estava localizada a família real.

Em seus respectivos tronos estavam o rei e a rainha tendo logo em frente de si o pequeno berço branco do príncipe onde este estava deitado tranquilamente sem se importar com todos os olhares e cumprimentos direcionados a si.

Isso, pelo menos, até que um garotinho ruivo que se aproximou do berço enfim chamou a sua atenção.

A criança aparentava ser pouco mais velha que o azulado e, nas pontas dos pés, se esforçava para ver o que estava dentro do berço que chamava tanto a atenção das outras pessoas ao seu redor.

O ruivo então, tendo a vista do pequeno de olhos azulados esticou sua mão para dentro do berço sentindo o pequeno bebê deitado no mesmo segurar seu dedo com a mão, exibindo um sorriso banguela pela idade que o fez retribuir o ato.

A cena fofa, no entanto, não durou muito com o ruivo mais velho afastando a criança do berço e se retirando do local com uma pequena reverencia direcionada aos governantes.

O azulado confuso pelo afastamento repentino não teve tempo de reação ouvindo a música calma que tocava no lugar ser substituída pelo alto som das trombetas que enfeitavam o salão e anunciavam a chegada das três tão esperadas fadas.

Ou quase.

Passando pelos grandes portões estavam Momoi e Midorima e... um saco?

  Momoi vestia um vestido rosa cheio de babados que causava estranhamento em vários no salão. Mas não é como se ela se importasse. Estava mais preocupada em observar todo o grande salão com olhos brilhando completamente encantada com tudo, não explorando o belo local apenas pelos olhares fuzilantes de Midorima que ao contrario da amiga vestia um vestido verde simples levando a atenção para sua mão onde estava uma pequena planta carnívora enrolada no pulso que com certeza não estava na lista de “objetos que se deveria levar para um baile”.

  Ainda assim o que realmente atraia os olhares curiosos e confusos das pessoas no salão era o grande saco de pano que flutuava entre as duas fadas e se mexia constantemente.

Ignorando os olhares as duas fadas (e o saco) flutuaram pelo salão parando em frente aos tronos que acomodavam os governantes do reino que as encaravam com pequenos sorrisos no rosto.

- É um grande prazer conhecer vocês que sempre protegeram esse nosso belo reino. Primeiramente acho que deveria agradecê-las por permitir que nosso reino prosperasse tanto.- o rei diz humildemente com uma pequena e simples reverencia de cabeça que já era suficientemente rara dentre os governantes do continente.

- Mas me recordo de que vocês eram três. Estou enganado?- continua com um arquear de sobrancelhas.

- Não. Não se engana vossa majestade. Mas de qualquer forma já me adianto e peço perdão pelos futuros acontecimentos e por qualquer falta de cortesia vinda de minhas companheiras- Midorima diz formalmente em um suspiro se preparado mentalmente para o que viria a seguir.

Após poucos segundos de meditação mental o esverdeado então ‘pousa’ o saco flutuante no chão que se abre revelando a falada terceira fada que mantinha os braços cruzados e uma expressão irritada no rosto.

- Eu definitivamente odeio vocês. Porque diabos me arrastaram para essa festa estúpida?- o moreno disse se controlando para não matar as suas “amigas” na frente dos governantes.

- Nós também te amamos. Até te deixamos escolher como você queria vir. Você que decidiu ignorar nossa gentileza- foi a vez da rosada se pronunciar com um sorriso zombeteiro, sendo segurada pelo esverdeado que a havia agarrado no momento que se aproximaram do berço.

Como resposta o moreno apenas fez um gesto inapropriado que foi bloqueado pela magia suprema de pixalização da pureza inabalável lançada por Midorima.

- Midorin, dá pra me soltar agora?- a rosada continua ignorando a cena anterior já irritada pelo agarre do esverdeado este que suspirou e sabendo que não tinha muita escolha a soltou contando até dez mentalmente tentando não surtar.

Quando se viu solta a rosada logo se aproximou do berço rápidamente brincando com o pequeno que exibia seus grandes olhos azuis que faziam a fada ficar cada vez mais encantada com a criança.

Midorima também se aproximou arrastando o moreno ainda emburrado que só desfez a expressão irritada ao se aproximar da criança de expressão calma.

Nem Midorima nem Aomine estavam animados como a rosada, e muito menos iriam admitir, mas tiveram que concordar que o bebê era realmente fofo.

As três observavam a criança quando Momoi pareceu se lembrar de algo sussurrando no ouvido de Midorima que se afastou (ainda arrastando o moreno).

- Para comemorarmos essa grande data, nós decidimos presentear a pequena criança que acaba de nascer.- Midorima diz formalmente em pé em frente aos tronos encarando os governantes que mantinham doces sorrisos no rosto.

- Ficamos felizes em aceitar tal oferta. - Foi a vez da rainha falar calmamente com um pequeno aceno de cabeça.

Midorima então voltou a se aproximar do berço e pegando sua varinha deu o primeiro dom.

- Eu lhe presenteio com uma bela voz que encantara a todos por onde passar – o esverdeado diz e se afasta novamente dando lugar a rosada que repete os atos do amigo.

- Eu lhe presenteio com uma beleza ainda maior que a que já tens.- falou e foi afastada por Midorima já que se negava a faze-lo.

Voltando aos seus locais originais as duas fadas passaram a encarar a terceira companheira que havia voltado a expressão irritada com os braços cruzada tentando ignorar todos os olhares direcionados a si.

- O que foi? Se for pra ficar encarando tira foto que eu não sou modelo.- e falhando completamente.

- é a sua vez Daiki.- O esverdeado disse o obvio arrumando os óculos.

- Sou mesmo obrigado?

- É/É.- Momoi e Midorima falaram em uníssono .

- Tsc.- o moreno resmungou e se aproximou do berço tentando suavizar a expressão.

O moreno então se apronta para realizar a mágica mas antes que pudesse realizar tal feito, uma densa nevoa surge no salão se espalhando pelo mesmo rapidamente e no meio desta surge um ser loiro de manto negro e lágrimas no canto dos olhos.

- Cruéis. Vocês são muito cruéis. Fazem uma grande festa dessas e nem me convidam.- O ser diz apontando para os governantes que haviam se levantado.

- Há, é você loira! Não conseguiu ser mais extravagante não? Tá pior que os fumantes do reino.

- Quieto Daikicchi- A O loiro gritou fazendo o moreno se calar com um resmungo.

- O que você está fazendo aqui Kichan?- a fada rosada pergunta desconfiada.

- Eu só queria participar da festa.- responde com um beicinho e com os braços cruzados.

- E depois ainda reclama que eu fico te chamando de loira. Essa maquiagem era pra ser de fada ou bruxa?

- Como se você entendesse alguma coisa de maquiagem. Da ultima vez a professora achou que era halloween.

E as duas fadas começaram a discutir no meio do salão coisas sem coerência alguma alheios aos olhares estranhos que recebiam.

- Aqueles dois vão ficar brigando por um tempo. É sempre assim.- Midorima explicou ao rei e a rainha em um suspiro já acostumado com o barraco que sempre acontecia quando aqueles dois se encontravam. Brigavam tanto que algum dia iam acabar se casando.

- JÁ CHEGA.- o estrondoso gritou ecoou por todo o salão assustando a todos.

- Eu só queria curtir a festa. Mas já que vejo que não sou bem vindo aqui deixarei algo para que não se esqueçam novamente de mim.- o loiro disse com um sorriso macabro que ficava ainda mais assustador no loiro já que a cena não era comum.

Sobre os olhares assustados das pessoas no salão o loiro então sacou seu cajado por debaixo de seu manto negro e começou.

- Ao completar do seu décimo sétimo aniversario. O príncipe que aqui estas, uma bolada na cabeça receberas...

- Isso é serio mesmo loira.- Ahomine diz com os braços cruzados interrompendo o loiro que sentiu uma veia pulsar em sua testa.

- E pela grande língua que o Daikicchi tens, preso em um sono profundo pela eternidade ficaras.

Finalizando a maldição o ser loiro partiu assim como chegou falando algo sobre alimentar um dragão e deixando para trás apenas o silencio mórbido no salão.

A rainha já desesperada pega seu filho do berço o abraçando fortemente tentando se controlar, mas deixando pequenas e finas lágrimas caírem.

- Não a nada que vocês possam fazer?- A rainha suplica como a mãe a qual havia se tornado a tão pouco tempo.

Nenhuma das três fadas respondeu mas o moreno foi se aproximando dos dois com a varinha em mãos.

- Você sabe que não vai conseguir reverter a maldição não é Daiki?- Midorima o interrompeu se contendo para não questionar o porque da atitude incomum do moreno.

- A mágica do Kicchan é mais forte que a sua.

- Perai. Vocês estão dizendo que a loira é mais forte que eu?- pergunta com uma veia saltada, irritado pela insinuação.

- Sim/Sim- as duas fadas respondem em conjunto.

- Você vivia matando as aulas durante a escola

- E agora fica fugindo dos treinos anuais do Midorima, que embora eu também ache um saco, são importantes.

- Tsc. Então porque um de vocês não faz isso? Até onde eu sei não tem um limite numérico para magia.

- Porque ta no roteiro.- Midorima responde já impaciente.

- Agora anda logo com isso.- Momoi completa também irritada com a demora.

- Tsc.- Resmungou cansado de discutir e preparando o feitiço.

- O príncipe não mais ira dormir para sempre. Mas acordara ao primeiro beijo de amor verdadeiro.- diz e se afasta novamente encostando a cabeça em uma das grandes pilastras do salão.

- Não acredito que eu realmente disse isso.- Fala para si mesmo levemente depressivo.

- Desculpem-nos, mas Infelizmente isso é o Maximo que podemos fazer. – Midorima diz ignorando a companheira.

- É o suficiente. Mas ainda assim gostaria que vocês fizessem mais um favor para nós.- O rei pede se aproximando também.

- Primeiramente eu ordeno que a partir desse momento todas as bolas estão banidas como forma de segurança e as que já estão dentro do reino deverão ser queimadas.- o rei ordena tendo o decreto sido escrito rapidamente pelo escrivão real.

- E em segundo lugar gostaria de pedir a vocês que cuidem de Tetsuya. Esse é um pedido meu não como rei mas sim como pai e vocês tem todo o direito de recusar. Mas eu gostaria que o escondesse, cuidem dele e o protejam até que esteja pronto para saber toda a verdade.- Completa o rei humildemente confiando a segurança de seu único e precioso filho as três poderosas fadas.

- Aceitamos.- Momoi respondeu rapidamente antes que Midorima pudesse falar qualquer coisa.

- Vamos cuidar bem dele.- A rosada continuou com um sorriso no rosto passando confiança e pegando a criança no colo.

Logo em seguida a festa foi encerrada e todos voltaram para suas respectivas casas inclusive as três fadas que ao chegarem em sua cabana na floresta se reuniram na sala de estar.

- Então. Como se cuida de uma criança?- A rosada pergunta sorrindo amarelo e ignorando o suspiro de desespero que suas companheiras compartilharam.