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História Fatal Promise (Meanie;Minwoo) - Primeiro Encontro


Escrita por: last_narcissus

Notas do Autor


Voltei, ufa. Não tinha certeza se ia conseguir atualizar hoje, inventei de última hora para fazer um milhão de coisas como cortar a grama de casa, ir ao shopping para comprar presente do dia dos pais e fazer uma torta de limão (sou prendado rs). Cá estamos nós, é um capitulo de transição, era para ser maior, mas não queria que fosse tão grande assim para não assusta-los nesse começo. Espero que gostem da interação desses dois e prestem atenção nas dicas que dei desde o inicio da fic :), boa leitura.

Capítulo 3 - Primeiro Encontro


Fanfic / Fanfiction Fatal Promise (Meanie;Minwoo) - Primeiro Encontro

❧ Kim Mingyu ☙ 

‘‘O destino quis que a gente se achasse, na mesma estrofe e na mesma classe, no mesmo verso e na mesma frase.’’ - Paulo Leminski. 

Mingyu estava pronto para quebrar a cara do sujeito que bateu em seu carro, tinha um apego emocional com o veículo e tratava-o como um bichinho de estimação.  

Obvio, que se fosse uma pessoa de idade avançada, uma mulher ou alguém muito jovem não iria fazer isso. Contudo, seu sangue borbulhou nas veias ao ver um homem todo engomadinho saindo carro caro dele. Era alto, tinha cabelos negros curtos como a noite e parecia ter quase a mesma idade que a sua, o que só aumentava ainda mais sua raiva.  

Provavelmente era só mais um rico que iria foder seu dia, alegando que a culpa era a sua e que não pagaria pelo conserto do carro, mesmo tendo rios de dinheiro para isso.  

Caminhou a passos largos até ele, perdido em seus olhos cor ônix. O homem não pareceu se intimidar com seu olhar assassino, o que faria Mingyu gostar dele se fosse em outras circunstancias.  

 Estava tão absorto com aquele sentimento latente de ódio, que mal conseguiu reparar direito em suas feições, além da imensidão e profundidade do seu olhar. Isso até ficar frente a frente com o sujeito se dando conta de quem realmente ele era, surpresa tomando conta de todo seu sistema nervoso. 

Num piscar de olhos, toda raiva que sentia sumiu, dando espaço a um sentimento inusitado e impreciso. Não conseguiu controlar o impulso e soltou, desacreditado e confuso: 

— Doutor? 

— O quê? — respondeu o homem, depois de assimilar o que havia escutado, com uma expressão no rosto alheio tão surpresa e confusa quanto a sua.  

Era ele, poderia reconhecer aquela voz grave, profunda e melodiosa no meio de centenas, milhares de pessoas. A voz que o confortou no momento mais complicado e incerto da sua vida, o som em que se agarrou como um fio de esperança que tudo daria certo no final. 

— Digo, você é médico, não é? — Mingyu sabia que sim, ainda assim queria confirmar se o que estava vendo não era uma miragem ou uma ilusão de sua mente.  

— Sim... — não foi uma resposta com tanta certeza assim. Parecia que o homem estava tentando analisar aquele acontecimento e ainda assim olhar para o que quer que estivesse atrás de Mingyu. — Quer dizer, sim, eu sou, mas isso não vem ao caso agora. Me desculpe, eu estava distraído e acabei batendo em seu carro.  

— Só desculpas não pagam o conserto, doutor.   

Observando-o agora, com mais paciência os detalhes, surpreendeu-se ainda mais. Ele parecia igualzinho há alguns anos atrás, mantinha aquela face angelical, reconfortante e singular, com algumas poucas marcas de expressão, que, ao ver de Mingyu, deixava-o bem sexy. Tinha olhos pequenos que uma hora focavam em si e em algo a suas costas, um nariz fino e arrebitado, além de uma boca fina rosada tentadora.   

— Eu vou pagar o conserto, reconheço que a culpa foi minha, mas não posso fazer isso agora — Seu olhar continuava alternando em seu rosto e o que estava atrás de si. Mingyu não sabia se sentia ofendido por ele não olhar diretamente para si ou se era só um hábito do homem de evitar contato visual por muito tempo.  — Já nos encontramos antes?  

— Provavelmente em algum bar ou em alguma boate — Mingyu estava tentando passar por um cara descolado e festeiro, afinal, ele era um adulto e era disso que outros adultos gostavam. Será que estava dando certo? 

— Impossível, eu lembraria de você, e também não sou muito de sair.  

Eu também! Queria dizer isso, contudo agora que já começou aquela farsa tinha que mantê-la. Porém... espera só um segundo. Ele lembraria de mim?  

Uau, isso foi um elogio? — um sorriso involuntário e sacana brotou em seus lábios.  

— Claro que não — respondeu sério, quase dando indícios de que achou engraçado a sua audácia. — Como você sabe que sou médico?  

— Você me... — Quando Mingyu ia responde-lo, o doutor pousou seu indicador em sua boca impedindo-o de continuar.  

— Porcaria, me abraça — disse, não em um tom normal como se fosse um pedido, e sim como uma ordem.  

Não estava entendendo nada, não gostava quando pessoas davam ordens a ele; no entanto, era o médico que salvou sua vida, meio que devia isso a ele. Envolveu-o em seus braços, colocando a cabeça dele em seu peitoral e repousando suas mãos nos ombros do mesmo. O perfume singelo de baunilha do médico invadiu seus sentidos, deixando-o levemente desnorteado. Era sensação estranha como aquele homem conseguia encaixar perfeitamente em seus braços.  

Ficaram assim abraçados por alguns segundos ou até minutos, o Kim não saberia responder ao certo, cada um inerte em seus pensamentos. De repente, Mingyu sentiu uma estranha aflição de não queria mais se afastar, não era do abraço em si e sim dele. Não queria ser mais um reencontro do acaso que depois desse acidente nunca mais o veria, porque esse desconhecido — não tão desconhecido assim — das poucas vezes em que apareceu simbolizou a esperança, algo acolhedor e único, dando um sopro de vida em si. Não queria ser esquecido pelo doutor, precisava deixar algo com ele para que lembrasse de si. 

Foi aí que Mingyu teve sua brilhante ideia. Movimentou seu braço até o bolso lateral de sua calça, pegando o seu cartão de número de contato eletrônico, deixando-o com cuidado no bolso traseiro do doutor.  

Afastaram-se logo em seguida e a primeira coisa que sentiu foi um tapa sendo desferido em seu rosto. Com um movimento involuntário, a mão de Mingyu foi direto para região, sentindo leve ardência. Encarou incrédulo o homem, não entendo o porquê daquilo; afinal, quem tinha motivos para estar bravo era ele, não o doutor.  

— O que foi isso? — sibilou, ainda digerindo aquela sensação. Seria estranho gostar de um tapa na cara por alguém tão bonito quanto aquele médico? 

— Você estava se aproveitando de mim! — respondeu, alterando seu tom de voz.   

— Não é o que você está pensando, eu só coloquei o meu cartão de contato para você me ligar depois.  

— E quem disse que eu vou te ligar depois? — mais uma vez o homem interpretava como se Mingyu tivesse segundas intenções, mesmo que, no fundo, realmente tivesse.  

— Não pretende pagar o conserto?  

Ah... Sim, perdão. Desculpa, mas não posso mais ficar parado, tenho um compromisso urgente, depois eu te ligo — O doutor, com um semblante distraído no rosto, nem esperou que desse uma resposta e praticamente fugiu de si, entrando no carro rapidamente e saindo como se nada tivesse acontecido.  

Mingyu continuou na rua, desorientado, avistando o carro do médico se afastar do seu campo de visão.  

Uau, que homem doido e... bonito.  

❧ Jeon Wonwoo ☙ 

Durante todo o trajeto que fazia seguindo seu marido, Wonwoo só pensava em como estava enlouquecendo. 

Junhui tira parado em uma droga de uma floricultura e saiu de lá com um buque de rosas brancas nas mãos. Seu marido quase pegou Wonwoo no flagra, mas ao abraçar e esconder seu rosto no ombro daquele homem bonitão fez com que ele, felizmente, não o notasse.  

Outras perguntas rondavam sua mente, muitas delas direcionadas aquele moreno alto, bonito e cheiroso. Como ele me conhecia como médico? Como ele conseguia ser tão bonito assim? Será que ele vai me processar por ter batido em seu carro? 

Certamente demoraria para esquecer aquele aroma de canela intoxicante.  

Wonwoo continuou seguindo seu marido com a desconfiança aumentando a cada quilometro rodado. Enquanto dirigia, Jeon maltratava sua cutícula como forma de aliviar um pouco seu nervosismo.  

Em um determinado momento, no meio de uma travessia de cruzamento, seu marido conseguiu atravessá-la; contudo, Wonwoo não, devido ao início do sinal vermelho. Como estava agoniado, tomou uma atitude imprudente de furá-lo na primeira oportunidade que viu e digeriu o mais rápido possível para alcançar o carro de Jun.   

Após alguns minutos dirigindo, Junhui parou no Asilo Raio de Sol, fazendo com que uma culpa crescesse lentamente no peito de Wonwoo. Esperou o marido sair do carro para entrar no local e foi até o elevador, cumprimentando a recepção brevemente que reconheceram sua presença. 

Quando chegou ao andar desejado, Wonwoo saiu do elevador e caminhou até a porta do quarto 430. Ele relutou um pouco antes de abrir a porta, mas sentia a necessidade de sanar sua desconfiança, e então o fez.  

Ao abrir a porta, deparou-se com Junhui e a mãe dele, Wen Mimi, de mãos dadas conversando. Entrando no quarto, Wonwoo notou as expressões de surpresa estampados nos rostos deles. Mimi, uma senhora baixinha e obesa com cabelos grisalhos, estava na cadeira de rodas com uma fisionomia melhor do que da última vez que tinha a visto.  

— Senhora Mimi — disse Wonwoo ao se curvar, com um sorriso nos lábios, tentando mostrar simpatia.  

— Junhui não disse que você vinha me visitar — respondeu Mimi, fria, curta e grossa como sempre.  

Sabia que sua sogra a odiava por — provavelmente, na concepção da mais velha — ter aflorado o desejo do seu filho por outros homens, sendo que, quando Wonwoo o conheceu, Junhui era um garanhão que pegava tanto pessoas do sexo feminino, quanto masculino, só que vivia em sigilo.  

Wonwoo costumava se referir a ela para amigos íntimos, como Joshua e Miyeon, como a personificação da personagem de Viola Fields do filme ‘‘A Sogra’’. 

Após eles engatarem em um namoro sólido, Junhui resolveu se assumir bissexual para família para o desgosto de sua mãe. Ela não renegou o filho, como muitas poderiam ter feito, somente, possivelmente, rezava todas as noites para que ele largasse de Wonwoo, como se isso fizesse seu filho voltar a ser hétero.  

— O que você está fazendo aqui, amor? — perguntou Junhui, desconfiado e confuso. 

— Vim fazer uma visita a sua mãe, estava sentindo falta da minha sogra predileta — se a carreira como médico não tivesse dado certa, Wonwoo, provavelmente, teria sido um bom ator por conseguir fingir tão bem simpatia por uma pessoa que sempre o desprezou e o humilhou quando estavam sozinhos.  

— Uau, quem diria que o grande Dr. Wonwoo conseguiria um horário em sua agenda cheia de compromissos para vir visitar uma pobre velhinha — comentou Mimi, com certa ironia e sarcasmo.  

— Como a senhora está? — Wonwoo sorriu falso, ignorando o que ela tinha dito anteriormente. 

— Mal, como sempre. Não ficaria surpresa se eu não estiver mais viva amanhã — Wen Mimi como sempre sendo uma megera pessimista, mas tendo uma vida longa que nem a de uma tartaruga, pensou Wonwoo.  

— Quê isso mãe, não fale isso — cortou Junhui, lançando um olhar de pena e incrédulo para mãe.  

Durante todos esses anos, Mimi conseguiu fingir para Jun que apoiava relação deles para mantê-lo perto e no seu alcance, possivelmente esperando descobrir algum podre de Wonwoo para acabar com a relação deles.  

Mal ela sabe que, na verdade, quem tinha um possível podre era seu filho, não Wonwoo. Ao ficar mais calmo, passa os olhos pelo quarto cinzento e com poucos móveis da mais velha, encontrando o buque de flores brancas que Junhui havia comprado em cima da cabeceira da cama.  

— Você trouxe flores para ela? — Wonwoo caminha até a cabeceira pegando as flores esbranquiçadas, tentando avistar algum cartão ou algo suspeito. 

— Claro, é o mínimo que poderia fazer — Junhui sorri para mãe e depois para seu marido.  

— Não deveria ter trago flores, sabe que sou sensível ao cheiro delas, guarde-as para meu funeral — com a fala suspeita de Mimi, Wonwoo os encara com desconfiança e nota Junhui sem graça sorrindo. 

— Não diga isso, Mimi. A senhora irá viver muitos anos ainda — por mais que ela fosse uma pedra em seu sapato, Wonwoo realmente deseja isso. Só porque Mimi era má com ele não significa que ele também deveria fazer o mesmo com ela ou desejar o seu pior. — Se vocês me dão licença, agora irei colocá-las na água.  

 Wonwoo sai do quarto com o buque, respira fundo e solta todo o ar. Será que Joshua está certo? Eu estou paranoico demais? Caminhou, distraído, a passos lentos pelo corredor, sendo alcançado e parado por seu marido quando estava prestes a apertar o botão do elevador. 

— Wonwoo, muito obrigado. Acho que minha mãe ficou feliz por você ter vindo — mal você sabe como ela me detesta. 

— Ah, isso não foi nada. Nesses dias, eu percebi que tenho sido muito negligente com a minha família — talvez se tivesse notado como seu marido estava distante de si, poderia ter impedido a traição; se é que realmente ela existe ou existiu. — Você poderia ter pedido para vir com você visitá-la. 

— Você está sempre ocupado, amor, não queria te sobrecarregar com meus problemas; afinal, é a minha mãe que está doente. Venho visitá-la sozinho há algum um tempo. Como, recentemente, ela tem se queixado de dores, venho quase todos os dias passar um tempo com ela. 

 Wonwoo arregala seus olhos com o comentário de seu marido, já sentindo a culpa tomar conta da sua corrente sanguínea. Então é aqui que você passa 3 horas de todos os seus dias? Meu Deus, como eu sou estupido. 

— O que foi, amor? — murmurou Jun, preocupado, tocando o ombro de Wonwoo e olhando no fundo de seus olhos. 

— Não é nada... é que tirei conclusões precipitadas — sua voz começou a falhar e as lágrimas culposas se formaram em seus olhos, denunciando sua fragilidade no momento. — Me desculpe, é que quando sua secretária Jisoo disse para mim que você deixa o seu trabalho às 17h... —  as lágrimas rolavam por sua bochecha e embaçavam sua visão. — Jun, você sempre chega em casa às 20h.  

— Você achou que eu estava fazendo alguma coisa errada durante esse tempo? Então foi por isso que você veio até aqui? — Junhui o encarava como se estivesse entendo aonde Wonwoo queria chegar naquele assunto. 

— Eu errei, me perdoa. Eu devo ter enlouquecido — Wonwoo, com as costas das mãos, seca as lágrimas e tenta voltar a sua postura original, desviando o olhar de Junhui ao encarar o elevador. 

— Won — Junhui fez com que o olhar de seu marido voltasse a repousar sobre si. 

— Esqueça tudo o que eu falei. Estou tão envergonhado por tudo que disse; por tudo que senti — Wonwoo sentia que ia desabar em lágrimas de novo.  

— Ei, está tudo bem — Junhui envolve seu marido em um abraço, deixando a cabeça dele apoiada em seu ombro enquanto fazia carinho em sua nuca. — Não seja bobo, não se preocupe com traição. Você sabe que eu te amo, não sabe?  

Wonwoo concordou com a cabeça e choraminga um pouco, aproveitando alguns minutos de reconforto nos braços seu marido. 

— Estou bem agora, obrigado — murmurou Wonwoo, fazendo com que Jun  afrouxe o abraço, mas ainda com as mãos nos ombros de Jeon, ele pergunta: 

— Está mesmo?  

— Estou, vá ficar com a sua mãe.  

Junhui dá um selinho rápido em Wonwoo e volta para o quarto de Mimi, ao mesmo tempo em que Jeon entra no elevador e desce até ao primeiro andar.  

Wonwoo caminha até a recepção do asilo, esbarrando no caminho com um homem loiro, relativamente alto, de óculos escuros e de boné com um aroma floral familiar. Não conseguiu nem pedir desculpas pela velocidade em que o homem foi até a saída do asilo.  

Ao chegar ao balcão, ainda estranhando a cena anterior, Wonwoo consegue pegar um vaso com água para colocar as flores com uma das recepcionistas.  

— Muito obrigado pelo vaso — Wonwoo sorri, simpático. 

— O prazer é meu. Obrigada pelo Cheesecake, está uma delícia.  

Wonwoo sorri contido, sem entender ao certo do que a recepcionista estava se referindo.  

— Ok. Como Mimi está? — Wonwoo se preocupava com a saúde da sua sogra mesmo que ela não merecesse.  

— Ela tem dificuldade para dormir à noite, por isso aumentamos o analgésico. Durante esse tempo todo, Mimi sentiu muita falta do filho. Ele não veio visitá-la desde o Ano novo lunar, somente ligava as vezes para saber como ela estava. 

Wonwoo abriu a boca em formato de ‘‘O’’ surpreso, chocado, horrorizado com a informação que a recepcionista deu.  

O ano novo lunar, se Wonwoo não se enganava, foi no início do ano, ainda no inverno. Agora, eles estavam no final da primavera, no meio do ano, e isso só podia significar uma coisa.  

Jun mentiu para mim.  

                     ❧ ღ ☙ 

Passou-se mais de 24 horas em que Wonwoo descobriu que sim, seu marido mentiu para ele, e essa poderia não ser a única e nem a pior coisa que Junhui havia feito.  

No momento, Wonwoo estava no quarto de Chan colocando-o para dormir, depois de um dia agitado de trabalho e devido aos seus pensamentos migrarem uma hora negativos, sombrios e amargos sobre Jun e outra para positivos, elétricos e doces sobre a droga de um desconhecido que nem teve coragem de ligar 

 Deu um beijo de boa noite na testa de seu filho e pôs-se a caminhar até a saída do quarto. Quando Wonwoo ir apagar as luzes, Chan o impediu dizendo:  

— Papai — chamou Dino, interrompendo a sua saída. — Eu te contei que Tiger me disse que a mãe dele tem um namorado? 

 Tiger? Quem é ele? — perguntou, confuso. 

— Tiger é o apelido dele, por ele parecer um tigre fofinho. Seu nome real é Kim Soonyoung, ele é meu novo amiguinho, não se lembra dele? Nós nos encontramos há uns dois dias atrás no estacionamento com a mãe dele bonitona pela última vez. Ele é o filho da secretária do papai Jun — Dino disse tudo rápido demais, despejando muitas informações para Wonwoo absorver.    

— A mãe dele, Kim Jisoo, tem um namorado? Por acaso, Soonyoung te contou como ele se parece? — perguntou, após assimilar tudo que seu filho disse. 

— Não que eu me lembro. Tiger só me disse que sua mãe começou a namorar depois do divórcio, mas ele me disse que ele está bem com isso. Acho que se acontecesse comigo, ver você e papai Jun se separarem, eu me sentiria mal e com raiva. Para mim, acho que ele está fingindo ser forte e não um bebê chorão. O que você acha?  

Eles são tão novos para entender um divórcio. 

— Não pense nessas coisas agora, imagine coisas positivas para ter bons sonhos. Durma bem, querido — Wonwoo ignorou a pergunta de Dino, apagou as luzes do quarto e fechou a porta.  

 

                     ❧ ღ ☙ 

Wonwoo estava tentando ler o livro Me Before You da autora Jojo Moyes na sala da sua casa para se distrair, entretanto falhava no processo após ficar tanto tempo imaginando que seu marido possivelmente o traiu. Além disso, só conseguia pensar em uma coisa durante a tempestade que existia em sua mente: aquele moreno alto bonitão.  

Deveria mandar ligar para ele, certo? Sua ética e moral diziam que sim. Olhou o horário no relógio digital da televisão, checando que ia dar quase 22h. Não era assim tão tarde, então havia uma chance de ele estar acordado. 

De forma automática, deixou o livro que estava lendo fechado no sofá, pegou o celular e o cartão eletrônico que o homem havia deixado de forma maliciosa em seu bolso.  

No cartão reluzente, existia seu nome ao lado de suas profissões e seu número de contato. ‘‘Kim Mingyu, investigador da polícia de Seul e investigador particular’’.  

Uau, então ele é um policial? Caramba, ele poderia ter me prendido ontem por desacato a autoridade quando bati nele, ou até mesmo por agressão! 

Agora sim Wonwoo sentia que precisava acabar com aquele mal entendido antes que se prejudicasse. Discou o número com pressa, sentindo seu coração bater de forma mais acelerada a cada digito. 

O som da chamada reverberando em seu ouvido era quase torturante. Esperou por um tempo e nada acontecida, somente aquele barulho infernal. Estava prestes a desligar e desistir daquela besteira, até que, para sua surpresa, ligação foi aceita.  

 

❧ Kim Mingyu ☙ 

Mingyu estava se arrumando para passar uma boa impressão naquela exposição de arte, a qual iria investigar e fazer reconhecimento de algo suspeito de Cho Wooseok e de sua mulher Cho Mina, até que foi surpreendido por uma ligação no celular.  

Quase ninguém tinha seu número, então provavelmente era uma ligação de uma operadora para encher o seu saco. Quando estava quase terminando a chamada, por curiosidade, olhou o número e sentiu seu coração dar um solavanco.  

Pelo número, não era uma operadora e só poderia ser uma pessoa, o seu salvador, o seu doutor, mesmo que ele não tenha o reconhecido. Estava aguardando aquela ligação o dia inteiro e com as mãos um pouco trêmulas, aceitou a mesma.  

— Alô?  

Doutor? Pensei que você não iria me ligar mais — era uma pena e uma dadiva que não era uma chamada de vídeo e nem uma projeção de imagem para aquele homem ver o seu sorriso sacana que destoava de suas mãos trêmulas de nervosismo. Mingyu era um homem de muitas facetas e contradições, e tinha plena consciência disso. 

— Estive muito ocupado com a minha vida pessoal e com meu trabalho.  

— Jura? Sabe, eu sou um bom ouvinte, se quiser conversar sobre isso, estou todo a ouvidos — Mingyu não conseguiu conter um sorrisinho de canto ao dizer isso. Queria saber mais sobre a vida do doutor, principalmente porque a única coisa que conhecia sobre ele era sua profissão. 

— Não vou abrir a minha vida para um estranho — disse, em um tom indignado.  

Aquilo era um fora? Mingyu não tinha tantas habilidades sociais para reconhecer um quando fosse dito. Pensa Mingyu, pensa, o que de fato te liga a ele. 

— Não somos mais estranhos a partir do momento em que você bateu no meu carro — tentou contornar a situação com a primeira coisa que veio em sua mente.  

— Continuo sem te conhecer.  

É definitivamente soava como um fora agora. Aquela abordagem não estava funcionando, por isso, Mingyu resolveu tentar algo diferente que vira no seu atual remake favorito.   

— Tudo bem, vamos nós conhecer melhor primeiro. Bom, o que você está vestindo? — perguntou, de forma ousada.  

Mingyu ouviu uma risada soprada do outro lado da linha, conseguindo aumentar o seu sorriso involuntariamente, deixando-o satisfeito com isso. É deu certo, obrigado La Casa de Papel. 

— Quê?  

— É, o que você está vestindo? Você não acha que as roupas dizem muito sobre nós mesmos? — em sua mente, Mingyu estava conseguindo soar tão cortes e galante quanto o Professor.  

— É, realmente te achei um jovem rockeiro parado nos anos 80 ontem — uau, Mingyu ficou surpreso que o outro tivera aquela primeira impressão dele. 

— Corrigindo, um jovem rockeiro parado nos anos 80 bonitão — escutou uma risada diferente do outro lado da linha, o que o deixou curioso. Será que ele estava envergonhado? — E eu te achei um riquinho engomadinho.  

O pior que realmente pensara isso dele. Mingyu preferiu guardar as partes em que possivelmente iria agredi-lo se não o reconhecesse e que o achou muito bonito.  

— Isso é um absurdo, só porque me visto de forma elegante? — retrucou, desacreditado. 

— Seu carro também não o ajudava — o carro do doutor era a droga de um Audi A7 de última geração, provavelmente custava o preço de uma quitinete.  

— O seu também — ambos riram levemente. Era estranho aquela sensação de leveza que Mingyu sentia ao conversar com ele. — Bom, estou vestindo um roupão de pelúcia cinza sobre um pijama azulado.  

Ao imaginar a cena, chegou à conclusão de que combinava com o estilo de roupa que ele usou quando o viu pela primeira vez. Mingyu queria poder vê-lo agora para sanar sua curiosidade. 

— Mas estamos quase no verão, doutor, que absurdo. Não sente calor? 

— Estou com o ar condicionado ligado da sala ligado.  

— Ah sim, agora entendi.  

— E você?  

— Estou pelado — e então Mingyu ouviu a melhor risada que já escutara na sua vida. Poderia ficar repetindo-a, diversas vezes, por toda a sua vida.  

— É sério isso?  

—  Quer ver? Só ligarmos a vídeo chamada ou fazermos uma projeção de vídeo — não sabia da onde vinha toda aquela ousadia sua, será que eram seus desejos sexuais reprimidos?  

— Eca, seu pervertido! — Mingyu gargalhou com a forma que esse apelido foi dito e podia jurar que aquele doutor estava corado do outro lado da linha. Poxa, ele queria dar provas que estava realmente pelado só para ter certeza que ele ficaria sem graça, devia ser uma cena bonita de se ver. — Você não tem vergonha de estar falando comigo pelado não?  

— Não, foi você que me ligou, se esqueceu? 

— Elementar, meu caro Watson. 

— Que isso? Estamos nos anos 2010 novamente? 

— Na verdade, Sherlock Holmes foi criado no século XIX. 

— Ah sim, claro que eu sabia — Mingyu riu para fingir que sabia desse fato desnecessário só para que o doutor pensasse que ele era uma pessoa tão culta quanto a si. — Aliás, doutor, qual é o seu nome? — tentou usar a voz mais galanteadora que possuía; contudo, de repente, a chamada foi encerrada deixando-o falando sozinho.  

 Ué? Será que ele descobriu que eu menti e pensa que eu sou burro? Ou melhor, ele desligou mesmo na minha cara? 

Que atrevimento... Se aquele doutor acha que Mingyu fosse desistir tão fácil assim de descobrir o seu nome, ele estava enganado. Faria isso o mais rápido possível, de preferência, quando acabasse a exposição de arte.  

❧ Jeon Wonwoo ☙ 

Wonwoo precisou desligar a chamada, com seu coração quase vindo a sua boca — sentia-se quase como um adolescente bobo fazendo algo ilícito — ao escutar o som de alguém descendo a escada.  

Era Junhui, vestindo um traje elegante, um terno cinza escuro, blusa preta, calça e sapatos sociais caros de marcas conhecidas. Seu marido sempre se vestia muito bem; afinal, era um dono de uma revista e precisava se portar bem para tal. 

— Boa noite amor, onde está nosso filho? Ele já está dormindo? — perguntou Jun, checando seu visual no espelho enquanto amarrava um relógio digital em seu pulso.   

— Sim, já faz algum tempinho — Wonwoo observava melhor seu o marido todo arrumado, não entendo o porquê disso. Ele não seria tão cara de pau de esfregar em sua cara que iria a um motel a essa hora da noite, certo? — Uau, você está todo arrumado, por quê? Por acaso, você está indo a algum evento?  

— Aham — Junhui parou de encarar o reflexo de si no espelho, voltando sua atenção para seu marido. — Há um evento essa noite com celebridades que vai ter o grande empresário Cho Wooseok. Ele é um homem muito influente e rico na Coréia. Pelo o que eu saiba, sua esposa costumava ser uma modelo famosa, já posou para Promise. É ela a grande dona da noite, mostrando sua exposição de arte futurística e abstrata, então achei que seria boa dar uma olhada no evento e cobri-lo para revista.  

Era uma boa desculpa, uma pena que Wonwoo não achava que era somente por isso que Jun iria na exposição.  

Espera só um segundo, Wonwoo tinha uma paciente ex modelo, inclusive que o convidou para sua exposição de arte essa noite. 

— Você vai na exposição de Cho Mina? — perguntou Wonwoo, surpreso. 

— Você a conhece, amor? — Junhui estava igualmente surpreso, como se não estivesse esperando por isso. 

— Claro que sim, inclusive, eu também fui convidado. Cho Mina é uma paciente minha de anos.  

— Ah sim... entendo — Jun sorriu estranho, como se estivesse nervoso com aquela situação. 

Será que é com ela que Junhui me trai? Afinal, ela tinha aquele mesmo tom de cabelo que havia encontrado no fio que retirara do cachecol. Precisava tirar isso a limpo, precisava descobrir e acabar com aquela tortura. 

— Ótimo, vou com você nesse evento — Wonwoo levanta do sofá com força lançando o melhor sorriso que conseguia para seu marido naquela situação para que ele não desconfiasse de nada. A expressão de espanto e sem reação do seu marido era ótima, quase como beber um bom vinho. — Só tenho que me arrumar lá em cima, já volto. Inclusive, ligue para Miyeon por mim para que ela fique nesse tempo aqui em casa com o Chan.  

— Tudo bem.  

Wonwoo subia as escadas para se arrumar com um sentimento crescente no seu peito, enquanto Junhui ligava para Miyeon. Vai ser uma longa, longa noite.


Notas Finais


O que acharam desse primeiro encontro entre eles? Mingyu o conhece de onde senhor?! Junhui inocente ou traidor? Façam suas teorias que o próximo capitulo está ficando ótimo, vocês não perdem por esperar. Beijos e até a próxima atualização :)

Trailer da fanfic: https://youtu.be/Ufm_niRF7FM (versão completa)
https://twitter.com/last_narcissus/status/1348020398911324160 (versão twitter)
Nova tag!!!
https://curiouscat.me/last_narcissus #FatalMeanie
Usem a tag da fic no twitter e marquem meu user para interações :)
Meu twitter: https://twitter.com/last_narcissus
playlist da fic no spotify: https://open.spotify.com/playlist/0NDBPuYFyoOmkvv0i51AG3?si=6qrLJp58QaixNL3q4w79Dw


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