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História Fate Brought Us Together - O conhecido suicida.


Escrita por: whitecamellia e Medusafire

Notas do Autor


MEU DEUS, eu não sei nem o que falar! Primeiro: oi gente, tudo bem? Segundo: eu sumi, sério, sumi mesmo. Minha vida virou de ponta cabeça, MUITA COISA ACONTECEU, e eu não estava sabendo lidar, equilibrar as coisas e logo isso aqui também ficava envolvido. Pensei até em desistir, confesso, mas amo ler fanfic, amo escrever e isso me segurou. Masssss, cá estou eu, infelizmente com um capítulo pequenininho, mas com o tempo recompensarei vocês. Por favor, aproveitem <3

Capítulo 14 - O conhecido suicida.


Fanfic / Fanfiction Fate Brought Us Together - O conhecido suicida.


Lohana.

Ele ainda dormia.
Como ele conseguia dormir comigo chamando o nome dele desde que eu o vi atropelado?
Na verdade, eu o chamava muito antes disso. Mas eu fui estúpida demais para gritar, como eu fazia agora.
E ele foi estúpido demais para ouvir.

A máquina ao lado da maca dele marcava seus batimentos cardíacos. Os médicos me disseram que estavam estáveis. Ele estava em coma.
Eu tinha mesmo deixado ele sozinho atrás de mim?
Eu esperei horas ele sair da operação. Julia, Justin, meu pai e tio Mike tinham ficado comigo. Eu mal os ouvia. Ontem, depois do acidente de Ben havia sido um borrão.

Eu me lembrava de alguém falando no telefone; tio Mike e meu pai indo embora; meu pai voltando para me levar para casa; eu gritando com ele que não iria embora; Julia conversando com ele; indo embora de novo; eu acordando passando a noite no hospital; e a última coisa que me lembrava era o médico dizendo que Ben estava vivo. Mas não disse que estava bem.

Agora ali estava ele, completamente calmo, cheio de fios ligados a ele. 
Como ele ficava assim? Eu estava praticamente em estado catatônico!
Talvez fosse isso o que ele queria. Talvez ele tivesse se jogado de propósito, porque ele já não aguentava as minhas aventuras. Talvez ele nem gostasse de mim. 

Por que eu estava me importando tanto com isso?

Não havia caído nenhuma lágrima do meu rosto em momento algum. Eu só gritei, bati nele, gritei mais ainda. Isso queria dizer que eu não me importava, não é?

Julia bateu na porta e entrou no quarto.

— Ei, Lo. Trouxe um pouco de água. Você não quis comer nada desde que chegou aqui. - ela sentou na cadeira ao meu lado.

— E ainda não quero - respondi. Eu só falava o necessário.

— Você tem que comer, meu bem. O próprio Justin está começando a se preocupar com você. Ele saiu para comprar hambúrgueres no McDonald's do outro lado da rua.

— Vocês não precisam se preocupar comigo. Não tem nada para se preocuparem - eu encarava o rosto adormecido de Ben. - Será que ele vai acordar?

— Claro que vai. Eu sei o que você está pensando, duvido que ele fez aquilo de propósito. Você nunca deve ter percebido o jeito que ele olha para você.

Jeito?

— Tenta conversar com ele - Julia continuou, se levantando. - Dizem que as pessoas que ficam em coma podem nos ouvir quando falamos. Vou deixar você um pouco sozinha com ele.

E saiu.
Eu estava a sós com ele de novo.

— Ah, Benjie, oi - falei para ele. Nenhuma reação. - Sou eu, Lohana. Acorda aí. 
   
Isso foi muito desajeitado.

— Ben - tentei de novo. Estiquei meu braço e toquei meus dedos nas costas da mão dele na maca. - Eu não quero que você vá embora agora. Quer dizer, nós acabamos de nos conhecer. Eu conheço toda a sua vida, mas não te conheço tão bem. Você me conhece bem, mas não conhece a minha vida toda. Volte, seja menos misterioso. Eu prometo que ficaremos mais juntos que nunca.

Tudo continuava a mesma coisa.

— Talvez conversar não funcione tão bem assim - fui para mais perto dele. - Ben, por favor, eu estou ficando desesperada. De novo. Eu vou ficar com saudade. Eu te odeio por me fazer ficar tão emotiva. - apertei meus dedos contra a mão dele. Eu adorava aquela mão.

A máquina apitou um pouco mais rápido. Senti um alívio tão grande que meu estômago roncou.

— Ah, Ben! - exclamei. Fiquei tão feliz que abracei ele com força. A máquina começou a apitar mais rápido. Eu deveria ter pensado que aquilo poderia prejudicar alguma coisa nele, mas naquela hora eu não dei a mínima. 
Me afastei dele e fiquei admirando seu rosto adormecido. Eu iria fazer tudo diferente dessa vez.

Eu iria começar agora.

Encostei meus lábios no dele. Aquela foi a melhor sensação que eu me lembro de ter nos meus lábios. Eu nunca queria largar ele. Mas eu me afastei.

Eu não deveria ter feito nada daquilo.
Quando eu me sentei novamente a máquina que monitorava o batimento cardíaco do Ben ficou descontrolada. 
Aquilo deveria significar que ele lutava para acordar. Eu sabia que ele havia desistido de se matar. Eu sabia que foi um acidente e não proposital.
Então do mesmo jeito que o batimento cardíaco de Ben começou a bater rápido, ela mostrou que o batimento dele havia parado.

Se há três segundos atrás eu me sentia leve, agora eu me sentia mais pesada que nunca. 

Gritei em busca de médicos, e eles apareceram prontamente me empurrando da sala. Me debati nos braços da enfermeira não querendo sair dali, porque eu tinha que dizer uma coisa para ele. Eu tinha que dizer para ele lutar porque eu queria ele comigo.
Mas a enfermeira foi mais forte que eu. Ela me tirou do quarto e trancou a porta, para eu não entrar. 

Dei de cara com Julia, que me abraçou. 

É, eu tinha uma sensação muito ruim do que iria acontecer.


(...)


O  médico demorou meia hora para sair da sala.
Durante esse tempo, Justin chegou do McDonald's cheio de batatas fritas com hambúrgueres e Julia me obrigou a comer um. Justin parecia mesmo preocupado, porque ele sentou do lado do banco que eu estava sentada, me encarava com um rosto apreensivo e segurou a minha coca cola, que ficou quase intocada. 

Julia estava do meu outro lado, falando coisas positivas para Justin e para mim.

O médico saiu da sala, e olhou diretamente para mim. Seu rosto denunciava uma máscara de reprovação. Fez um gesto com a mão, me chamando.

— Fiquem aqui - eu disse. Por incrível que pareceu, a minha voz saiu controlada e calma e não a coisa engasgada que estava nos meus pensamentos.

Julia não queria atender meu pedido, mas Justin segurou a mão dela, e a olhou com tanta paixão e intimidade que ela grudou no banco.

Me aproximei do médico. 

— Os batimentos do paciente aceleraram e depois pararam. Pode me dizer se você provocou isso? - ele perguntou.

— Bom, eu só, conversei com ele... e segurei sua mão - olhei para o chão - eu sou tão inocente quanto um bebê. - levantei meu rosto para olhar nos olhos do médico. - Como ele está?

As feições de reprovação dele sumiram, transformando o rosto dele como de um pai preocupado com a filha.

— Ele não sobreviveu. 

Cada palavra foi um tapa na minha cara.

— ONDE ELE ESTÁ? - gritei desesperada, empurrando o médico e tentando abrir a porta. - É IMPOSSÍVEL! VOCÊ ESTÁ BRINCANDO! Por favor, diz que está brincando. Me deixa ver ele! ME DEIXA VER ELE!
   
O médico agarrou minha cintura, me impossibilitando de entrar.

— Vão tirar o corpo dele dali, menina.

— Eu não vou deixar ele sozinho. Eu não vou! Me deixá-lo. Me deixa entrar.

— Você não pode! - o médico gritou comigo. - Ele vai para o necrotério!

— Não! - gritei de volta. - Eu te pago o quanto quiser, mas me deixe passar.

— Por favor, garota, ele está morto! - ele gritou. Isso me fez recuar.

Ele está morto.

Morto.
   

Isso parecia um pesadelo. Aqueles que faziam você acordar suado e com dores de cabeça. Talvez até com lágrimas.

Eu tinha um sentimento completamente ruim naquele momento. Era dor. Misturada com perda. E mais uma coisa que provavelmente não tinha nome ainda. Era horrível. Então era assim que as pessoas se sentiam quando perdiam alguém? 

— Desculpe - o médico disse, mais calmo. - Você dará um enterro bom para ele. Pode vê-lo lá. 

— Enterro? - olhei para ele, piscando confusa. Eu ainda não acreditava que aquilo estava acontecendo. Não podia ser verdade. 

— Lohana, o que está acontecendo? - Julia chegou perto de mim. Eu me virei para ela.

— O Ben, Julia - eu disse. Aquelas lágrimas que nunca saíram finalmente caíram para o meu rosto. - Ele morreu.

— Morreu? - os olhos de Julia se encheram de lágrimas também. Justin já tinha entendido a conversa toda. Ele olhava para o chão, ainda sentado.

Nos abraçamos.

— Vai ficar tudo bem, Lo. Vamos dar um jeito nisso. - Julia disse nas minhas costas.

— Não, Julia - eu disse, começando a detestar aquelas lágrimas que não paravam de sair agora. - Não vai ficar bem. Está tudo perdido. Eu o amo.



Justin.

— Ela quis dizer, amava - eu disse, baixinho para Julia.

— Justin! Que insensível! - Julia me olhou com raiva. - E se ela te ouvir? Eu te mataria!

— Me desculpe, falei sem pensar - Abracei Julia para acalmá-la.

Tínhamos voltado para casa. Os pais de Julia tiveram que ir embora, por uma emergência no trabalho. O pai da Lohana ficou com ela o tempo todo, até ser chamado para o trabalho também. Foram embora. Não tinham previsão de volta.
Agora era só nós dois na sala. Lohana tinha trancado o quarto, dizendo que ia dormir e só deveríamos acordá-la amanhã. Alberta limpava o andar dela.

Julia havia me contado a conversa que tiveram antes de irem embora do hospital.

— O que faremos agora? - Julia me perguntou.

— Eles não se conheceram por muito tempo. Acho que tudo vai ficar bem. Mais cedo ou mais tarde.

— Espero que seja mais cedo.

A campainha tocou.

— Eu vou atender - Julia suspirou ao se distanciar de mim.

Me deitei no sofá. Eu estava meio cansado do dia. E um pouco assustado da ameaça que o pai de Julia me deu antes de ir embora, enquanto ela estava no banheiro. Estremeci só de lembrar. Fechei os olhos.

— Olá, Julia. Eu vim, sabe, para ver a Lohana – disse uma voz masculina. 

— Ah, oi Jer. Ela está dormindo agora, acho que não é uma boa hora, sabe? Aconteceram umas coisas com ela...

— Que coisas? – a voz dele soava preocupada.

Coisas - o tom de Julia quis dizer “não se fala mais nisso”. Ela era tão maravilhosa. E eu tão idiota. – Se der, vamos na escola amanhã. Talvez você fale com ela lá.

— Tudo bem, mas vão mesmo. Por favor. 

— Claro, Jer. Boa noite.

— Boa noite.

Julia fechou a porta. Nem deve ter tido tempo de Jeremy se distanciar da porta.

— Acorda, dorminhoco - Julia puxou meus pés para o chão.

— Ei! - eu reclamei, incomodado. 

Ela riu da minha expressão. Mas logo depois desanimou.

— Vamos a escola amanhã? - perguntei.
— Claro que não. Só queria que esse garoto fosse embora. Quer jantar? – ela sentou ao meu lado. – Quer dormir? Quer alguma coisa?

— Quero – sorri e olhei para ela -, um beijo seu.

— Hum... desculpa, mas está em falta – ela deu um sorriso brincalhão.

— É mesmo? – fingi surpresa. Ela tentou fugir de mim. Puxei seu braço, e ela voltou. A agarrei e a beijei mais docemente que pude.

Ela segurou minha nuca, explorando a textura dos meus cabelos, explorando minha boca. Sua cintura encaixava perfeitamente nas minhas mãos, como se fossem feitas para segurá-la. Como se minha boca fosse feita para beijá-la. E eu achava bem provável.

— Julia - gemi entre beijos.

— Sim? – ela disse sem fôlego.

Eu te amo tanto - respirei.

Ela sorriu no beijo. Que linda.

— Eu também te amo, Justin. Você não faz ideia do meu amor.

Ela que não fazia ideia do meu amor.

Julia simplesmente era uma necessidade para mim agora.

Eu gostava disso. Gostava muito.


Notas Finais


Eu fiquei em luto por dias por causa dessa cena, ela mexe mesmo com nossos corações. Agora eis a questão: a culpa foi da Lohana?

GENTE, JUSLIA, PARA TUDO, JUSLIA CACETE!!!!!!!!!!!! Se vocês olharem a capa da fanfic vão reparar uma coisinha, hahahahahh AI DEUS

Até o próximo capítulo, com amor
Camélia.


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