Cap 12
[Paracelsus Von Hohenheim P.O.V.]
No início, eu não fui com a cara dele, mas éramos um time. Portanto minha Mestra me convenceu de que não era problema algum, que idiota eu sou, ele também é um Mestre. O Graal é seu desejo acima de tudo, enganar e trair é o mais óbvio a se acontecer, porém, eu não vou deixar a Mestra ser traída.
Se ele ousar fazer um mal que seja, vou matá-lo no mesmo instante. Minha senhorita não tem qualquer relação com ele, nem sanguínea, só o chama de tio por educação. Destroçá-lo não terá obstáculo nenhum, a não ser Rider.
Subitamente sinto que a Mestra corre perigo, vou para seu quarto de imediato.
— Senhorita! — A chamo, sem resposta.
Foi rápido demais, uma sensação de que ela tinha se ferido. Normalmente a porta não fica trancada... É precipitado, mas não posso ignorar, é melhor previnir. Crio uma chave mestra e abro.
— Pelo meu selo de comando, mate-o Rider.
Ouço uma coisa se movimentando por trás e me esquivo tomando uma apunhalada, mas salvo do golpe fatal.
— Você não deveria ter vindo aqui, Caster. — A voz daquele maldito!
Observo na escuridão do quarto e vejo a senhora caída ao chão, imóvel.
— Se arrependerão. — Digo manipulando o gelo.
Viro-me e ataco o inimigo que afasta, ele puxou a espada cravada em mim causando ainda mais estrago. Faço uma barreira de gelo e volto lançando estacas no Mestre covarde, ele se joga debaixo da cama e Rider destrói minha barreira. Começamos a trocar golpes, o traidor vê a chance e usa seu último selo de comando, disparando para a proteção de seu servo. Colombo recua com seu senhor e atira com a escopeta, acerto seu rosto com uma estaca de gelo, mas ele consegue fugir.
— Mestra... — Ela recebeu um golpe de adaga no abdômen, precisa de tratamento urgente.
— Caster, me leve com você. — Ela segura o meu punho.
— Olhe para si mesma, está horrível! Como pretende lutar? — Encaro-a.
— Não está nos melhores dias também. — A Mestra aponta para meu ferimento.
— Isso não atrapalhará em nada, eu irei enfrentá-los.
— Acha que eu deixarei você fazer tudo sozinho? Me deixe ajudar. — Ela insiste. — Não vai me convencer do contrário.
— Vai morrer se ir.
— Eu não ligo.
— No mínimo me permita fazer os primeiros socorros. — Enrolo seu abdômen estancando o ferimento. — Deixei bem apertado, mantenha pressionando.
A presença de Rider não está longe, seu Mestre sabe que não pode se esconder na cidade. Ele vai ser obrigado a lutar, até a morte.
Seguimos em direção a eles, que permaneciam aguardando, em um campo aberto. Transmuto fogo na espada cauterizando meus ferimentos, estou pronto para a segunda rodada.
— Lamento. — Rider me diz.
— Não lamente, em guarda! — Avanço para o embate.
Prosseguimos nas ondas de ataques, o solo treme com o choque das lâminas. Acerto e sofro vários cortes de espada, a batalha continua.
— Sua vadia! Morra de uma vez! — O Mestre traidor grita irritado.
Colombo retira sua escopeta e dispara em conjunto com as balas de seu Mestre. Porém, os projéteis pararam no ar, resultado da magia de telecinesia da minha senhora.
— Não esqueça que seu adversário sou eu. — Desfiro um corte de espada rasgando o tórax de Rider.
Uma queimação passa pela minha barriga e enxergo a espada de Rider cravada em mim. Manipulo o gelo fazendo lanças surgirem do solo e arremesso-as em Colombo, que corre se esquivando mas é atingido por uma. Ele mira com sua arma e explode a lança, voltando a tomar distância. Arranco sua espada e jogo-a fora.
Observo a luta da Mestra, seu adversário descarrega a uzi, contudo as balas são novamente impedidas. A senhorita ordena os projéteis e devolve-os para o seu inimigo, varando-o e o derrubando.
A vitoriosa comete um erro grave, ela virou-se para mim. Tempo suficiente do quase derrotado jogar a bomba na Mestra, uma flashbang. Graças ao atordoamento causado pela granada, não é possível manter a magia da mente ativa.
— Magic Arrow. — O adversário atravessa-a com uma flecha energética.
A senhorita ainda de pé, livre dos efeitos da granada. Torce e quebra o pescoço do Mestre inimigo com sua telecinesia, ganhando o duelo.
— Mestra! — Ela desaba, minha luta que decidirá o resultado.
Devo ser rápido, o estado da senhorita é crítico e eu não estou bem o suficiente para prolongar essa batalha. Manipulo o ar criando um tornado, Combino com a água resultando num redemoinho, Rider é engolido pelo movimento, ele ativa seu fantasma nobre.
— Santa Maria! — Encontro-o em meio do redemoinho.
Agito ainda mais a corrente de água, deixando o navio desestabilizado. Abro meu fantasma nobre, a junção dos quatro elementos naturais. A energia vindo do oponente também aumentou, vai usar seu ataque mais poderoso. Minha ação está quase completa, miro no capitão inimigo. Seu bombardeio e correntes partem para meu encontro.
— Magic Sword of the Elements! — Lanço meu golpe assolando Rider e finalizando a disputa.
Vou para o lado da minha Mestra, ela perdeu muito sangue e alguns órgãos vitais estão destruídos, ela recobra a consciência e me finta tentando ser simpática.
— A situação é bem feia né? — Ela diz, fraca.
— Sim, mas não se preocupe. — Seguro sua mão cobrindo seu corpo de mana.— Philosophical Stone.
Todos os seus ferimentos foram curados, ela recupera o vigor e levanta.
— Esse é meu segundo fantasma nobre, a Pedra Filosofal. — Mostro-a que em seguida se despedaça. — Ela é incompleta, por isso só da pra usar uma vez. Fico feliz de que tenha sido com você, que ela conseguiu salvar uma vida.
A senhorita não diz nada, só permite as lágrimas derramarem e se contenta a observar seus selos de comando desaparecerem.
— Desde o início da batalha, eu sofri um ferimento terrível e depois outro fatal. Me perdoe pelo egoísmo, mas você pode sair da Guerra do Super Graal? Eu não aguentaria te ver sofrer ainda mais. — Digo desmaterializando lentamente.
— Você me disse que ia ganhar o cálice e entregá-lo nas minhas mãos, agora vai me abandonar? — Ela me responde nervosa.
— Esse é o único presente que eu consegui te entregar, parece que não fui tão forte, mas aceite o meu desejo, viva... Nunca diga que não liga para a sua vida, eu já perdi muito, você é a última joia que me restou.
— Se é a sua vontade, aceitarei. — Ela me beija no rosto.
É... No fim, valeu a pena.
(...)
[Gilgamesh P.O.V.]
Passaram seis dias desde a luta da Facção Azul. Todos os envolvidos morreram, com exceção de uma Mestra que pediu proteção da Igreja e foi acolhida, portanto restam apenas quatro servos, incluindo eu e Saber. De fato, não esperava o conflito e desfecho interno do time Azul. Com isso, a luta final aproximou-se ainda mais, além de que, os servos inimigos que sobraram são da classe Saber e Lancer. O que fará seus Mestres os enviarem sem temor para a batalha, melhor assim.
— Archer! Vem logo. — Stella entra no meu quarto e sai me puxando.
Fazem também duas semanas que as nossas batalhas ocorreram. Consegui recuperar completamente meu estoque de mana, Saber e a Mestra estão revigoradas, a única preocupação é Gieve, que apresenta sequelas de seu combate. Não que isso afetaria ele, o moleque não para quieto um segundo, a partir do momento que pôde se movimentar livremente, o garoto levou sua irmã e foram visitar seus pais e parece que se reconciliaram com eles.
Descemos até a sala, onde situavam-se Saber e Gieve. Reunimos e fizemos o de sempre, conversamos e gargalhamos. O moleque faz piadas sem graça que somente a irmã ri e Saber faz um sorriso forçado para não magoá-lo, isso é particularmente engraçado. Começo a discutir com Arturia por um assunto aleatório e acabamos dando risadas. São momentos especiais, que compartilhamos por um bom tempo, já tem dois meses que a guerra do cálice iniciou. No instante que menos percebemos, nós quatro criamos fortes laços e nossas conversas tornaram-se queridas, mas tudo há um fim.
Uma presença, em alguns quilômetros da casa, fomos descobertos. Ela não ultrapassa a barreira, só movimenta minimamente, desafiando-nos. Os Mestres percebem e cada um chama seu servo para a decisão.
— Parece que acabou né? — Stella diz triste.
— Irei para a batalha.
— Me desculpe por tê-lo atrapalhado.
— Do que está falando? — Olho-a confuso.
— Eu entrei para essa guerra só por vingança, não te ajudei em nada, não tenho desejo algum pelo Graal, sou a pior Mestra não é?
— Sabe que isso não é verdade. — Finto-a sério.
— Mas você Archer tem um desejo, de encontrar seu amigo, a pessoa que mais te ajudou. Pare de brincar com a gente e vá. — Ela segura seu pulso esquerdo. — Pelo meu selo de comando, eu te ordeno, vença essa batalha. Pelo meu selo de comando, conquiste a vitória. Por mais um selo de comando, ganhe o Graal.
Uma lágrima escorre no seu rosto.
— Pode ir embora, você não tem mais nada comigo, o pacto se desfez. — Ela tenta sair da sala, mas seguro o seu braço.
— Uma pirralha mandona, enjoada e um pouco irritante, isso que você é. — Digo com um sorriso sarcástico. — Teimosa também.
— Por que não vai embora? Não temos mais—
— Não é mais minha Mestra, porém, você é importante para mim. — Coloco a mão sobre a cabeça dela. — É minha amiga, vem cá.
Ela me abraça.
— O que passamos juntos, os treinamentos que fizemos, os sorrisos que demos... Tudo foi reservado por mim em um valor inestimável, a nossa relação é bem maior que um simples pacto, sua tonta. Para todo fim, um recomeço. E depois desses comandos insuportáveis que você me ordenou, voltarei com a vitória.
— A-Archer! — Ela começa a chorar.
— Não esqueça, foi você que me disse para sermos companheiros naquele dia... Pode chorar o quanto quiser, mademoiselle.
— Levarei o tempo que puder.
— Só termine ainda hoje.
— Certo. — Ela soluça.
[Arturia P.O.V.]
— Cá estamos Mestre.
— Essa deve ser uma das últimas lutas. — Ele diz.
— Sim, senhor.
— Você já sabe né... Eu não posso mais ser seu Mestre, desde a minha luta com o Vice-diretor, meus círculos mágicos estão frágeis e mal consigo aproveitar minha mana. Deve ter sido difícil para você, recuperar-se da última luta sem consumir minha energia direito, pelo risco de me machucar. Você sairá bem melhor sem mim. — Ele fala lamentoso.
— Mestre, de forma alguma vo—
— Pelo meu selo de comando, Saber, clame o Graal! — Ele vira para trás. — Eu não sou mais o seu Mestre, vai ganhar a sua guerra.
Continuo na mesma posição.
— Eu já te dei a última coisa que poderia oferecer, por que você insiste em continuar aqui? — Gieve agacha frustrado.
— Porque mesmo eu não sendo mais sua serva, me preocupo com você. — Ajoelho diante dele. — Consegue me olhar diretamente e dizer que não é meu companheiro?
Esse garoto tentou se fazer de frio, mas caiu nas lágrimas após o que eu disse.
— Você dá uma de durão, contudo, é como Gilgamesh disse, você ainda é um bebê chorão. — Bato nas costas dele e o abraço.
— Aquele idiota te contou? — Gieve pergunta aos soluços.
— Me contou às risadas, o quão obcecado você é pela sua irmã.
— O quê?
— Brincadeira, só falou que você não é como quer parecer ser e a parte do bebê chorão. — Digo rindo.
— Cuide-se no combate, Rei dos Cavaleiros.
— Não precisa ter pressa, permanecerei aqui até você parar de chorar.
— Eu já parei! — Ele diz, envergonhado.
— Até você se acalmar então.
(...)
[Gilgamesh P.O.V.]
Do lado de fora da casa, pronto para a batalha. Encontrei-me com Saber, nos dirigimos para aonde a presença está.
— Sua aura aumentou muito, recebeu um selo de comando? — Pergunto-a.
— Sim, você também não é?
— De fato, aqueles dois são realmente gêmeos. — Coloco meu braço no ombro dela.
— Preparado pra mais uma luta? — Ela sorri confiante.
— Vamos lá.
A cada vez que aproximamos, sinto que essa presença me é familiar... Prosseguimos e cá estamos, que piada, não sei se gargalho ou enfureço, que irritante.
— Arturia, me desculpe, mas deixe esse duelo comigo.
— Eu posso te ajudar, conte comigo! — Ela persiste.
— Você já deve ter notado, ele é mais forte do que eu, lidarei com tal servo. Por favor, retire-se. — Encaro-a. — Veja na direção das montanhas, tem outro servo que apareceu, é o outro da classe Saber como você. Ele parece te esperar, vamos terminar a Guerra do Cálice Sagrado.
— Ainda assim, é mais um motivo para eu te auxiliar!
— É ele, a pessoa que eu te contei. — Digo com franqueza.
— Portanto... — Ela me puxa pela armadura. — Trate de ser vitorioso e retornar vivo.
— Sim, senhora. — Despeço-me e ela segue para o local do seu confronto.
O Mestre inimigo gargalha e diz:
— Pelo meu selo de comando, mate Gilgamesh. Pelo meu selo de comando, mate Gilgamesh. Pelo meu último selo de comando, execute-o, Lancer.
— Me perdoe, Gil.
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