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História Faux - Mariage


Escrita por: wwendy

Notas do Autor


Oi gente ♡
Primeiramente peço perdão pelo tamanho do capítulo, eu sei que pode ser cansativo pra alguns de vocês... É que dessa vez realmente não deu, desculpa ;-;
E eu tô >morrendo< de sono, então revisei tudo extremamente grogue, quase capotando aqui. Portanto me perdoem por qualquer erro, sim?
Espero de verdade que gostem, hihi ♡♡
Boa leitura!

Capítulo 2 - Mariage


Fanfic / Fanfiction Faux - Mariage

Sentia o estômago embrulhar dentro da barriga, misturando-se a vertigem que começava a lhe atingir tão fortemente. Estava usando roupas femininas frente aos seus pais e eles... Sequer estavam dando importância para isso? Pelo contrário, eles trouxeram um assunto à tona muito mais aleatório e preocupante. Casamento?! Engoliu seco, levando o olhar do pai para a mãe e vice-versa, procurando alguma resposta ou reação diferente nos dois. Eles só podiam estar brincando, certo? Não poderia ser sério.

- M-mãe...? – deixou escapar baixo por entre os lábios, esperando que ela desatasse a rir e desmentisse absolutamente tudo. Mas estava muito enganado em pensar dessa forma.

Acompanhou com o olhar aquele sorriso tão eufórico e animado dela, sabendo que seu pai estava da mesma forma. Continuou apertando entre os dedos o tecido da saia, sentindo-se começar a suar frio. Toda aquela situação era estranha o suficiente para si.

- Filho, arrumamos a solução para os nossos problemas! – ela sorriu alegre, segurando as mãos do outro, que continuava a fitando assustado. – Nós... Te vimos dessa forma hoje de manhã quando você saiu para a escola. – confessou, fazendo a cabeça de Byun girar mais e mais. – Parece até que previu o que estávamos planejando!

Fora pego no flagra. Tentou fazer o máximo de silêncio possível para não chamar a atenção deles, por mais que soubessem que ambos estavam acordados. Desviou os olhos imediatamente, sentindo-se imensamente envergonhado. Gostaria somente de sumir. Toda aquela situação, além de confusa, era vergonhosa demais. No entanto, ainda digerindo todas as palavras de sua mãe, notou algo temeroso. Planejando...? O que ambos estavam planejando que envolvia... Estar vestido como uma menina?

- Eu confesso que estou muito confuso sobre... Você estar vestido assim. – Seu pai  se pronunciou, dizendo finalmente algo com senso. – Espero que explique para nós, mas antes de tudo... Creio que é melhor explicarmos o motivo da nossa agitação com isso. –  Mesmo sem saber, conseguia sentir o quão desagradável seria esse “motivo”. – Você sabe o quão dificultosa está a nossa vida financeira ultimamente. Eu e sua mãe sinceramente não sabemos mais o que fazer quanto a isso. Hoje mais cedo saímos com um casal amigo nosso, e como são amigos confiáveis e de longa data, acabamos contando sobre essa situação complicada. E então, eles nos deram uma ideia maravilhosa. Na verdade, juntamos o útil ao agradável! – sorriu animado, fazendo Byun engolir seco mais uma vez. Nada daquilo parecia agradável.

- Útil ao agradável? – repetiu, tentando decifrar sobre o que realmente se tratava tudo aquilo.

- Sim. Eles tem um filho... É um jovem muito bonito, da sua idade. – a mãe sorriu, unindo as mãos em cima da mesa. – E como ele vai assumir a empresa da família logo, querem encontrar uma noiva para ele.

Uniu as sobrancelhas, de repente sentindo-se estranho com o rumo daquela conversa. Como a mais velha parecia esperar que o pequeno já houvesse entendido, resolveu se pronunciar baixo.

- Eu não entendo onde querem chegar com isso.

- Filho, eles são um dos nomes mais influentes da Coreia. Por isso... Nós sugerimos que você se noivasse com o filho deles. Seria como matar dois coelhos com uma cajadada só! É a nossa única solução, Baek.

Baekhyun sentiu-se engasgar com a própria saliva. Arregalou incrédulo os olhos para ambos, batendo as mãos na mesa, assustando a si próprio com o barulho. Aquilo só podia ser brincadeira.

- Vocês enlouqueceram!? Ele... Seja quem for esse garoto, ele está procurando uma noiva! Eu sequer sou uma menina! – virou o rosto desesperado para o pai, esperando que ele se pronunciasse. – Pai! Como você pode concordar com uma coisa dessas!? Eu tenho só 17 anos, casar... C-casar? Com um desconhecido? Isso está fora de cogitação! De jeito nenhum! – cruzou os braços impassível, visivelmente muito irritado. Já odiava precisar usar aquelas roupas e acessórios de manhã, agora teria que usá-los por período integral?

- Filho, por favor. – sua mãe pousou com calma a mão em seu ombro. – Ele é um bom garoto! Nós o conhecemos desde pequenininho, tenho certeza que se darão bem. – tentou, mas novamente o adolescente sequer parecia dar ouvidos a toda ladainha. – Nós, na verdade... Já marcamos um jantar para apresentar vocês dois. – comentou dessa vez mais baixinho, sabendo que a reação para aquelas palavras não seria nada boa.

- O que!? – como esperado exclamou alto, em choque. – Vocês definitivamente enlouqueceram! Eu não quero casar! Porra, eu não gosto sequer de precisar vestir toda essa merda... – resmungou, fazendo uma careta para a saia que carregava no quadril.

- Mas você sequer conhece o Chanyeol! Eu tenho certeza que vocês se darão muito bem.

Baekhyun parou por um momento de retrucar ao ouvir aquele nome sair por entre os lábios da sua mãe, paralisando por breves segundos. Ela não poderia estar se referindo a... Ele, certo?

- Chanyeol? Que Chanyeol? – resolveu questionar para se livrar daquelas dúvidas. Sim, deveria ser somente uma mera coincidência.

- Park Chanyeol, o filho caçula dos Park. Você o conhece?

Quase se engasgou com a saliva mais uma vez. Aquilo realmente só poderia ser uma brincadeira terrível consigo mesmo. Quer dizer, Chanyeol era mesmo muito bonito, seu atual e único colega de classe, e parecia ser bastante gentil. Byun era gay, portanto poderia com facilidade aceitar ter algo com ele. Mas... “ter algo” passava bem longe de um casamento. Sem contar que aparentemente Chanyeol era hétero. Havia muitos e muitos furos em todo esse plano sem pé nem cabeça.

- Filho. – ouviu a voz calma de seu pai, e mesmo a contragosto, guiou o olhar para ele. – Nos dê uma chance. O jantar é quinta feira, nós dois vamos com você e a família dele vai com ele. Não precisa decidir nada agora, nós entendemos caso você se sinta desconfortável com isso e não queira. Mas ao menos vá conosco nesse jantar para conhece-lo, e então, você pode tomar livremente a sua decisão. – propôs, deixando enfim que o corpo de Baekhyun relaxasse naquela cadeira.

De forma alguma queria se casar. Mas somente encontra-lo nesse jantar estúpido não lhe faria mal, de toda forma. Mantinha a esperança de que Chanyeol também iria se opor àquela ideia, acabando com tudo aquilo. Portanto acabou suspirando fundo, sentindo a cabeça doer pela notícia tão repentina e insana.

- Está bem. Eu vou no jantar e... Dou a resposta depois. – concordou, deixando um sorriso mais tranquilo voltar aos lábios da sua mãe, igualmente ao seu pai. Sabia da condição financeira tão crítica que ambos passavam, mas... Não queria precisar se casar para salvar isso. Como o combinado, acabou tomando mais alguns minutos para explicar toda a sua situação, esclarecendo o fato de estar vestindo aquele uniforme feminino. Não era como se estivesse com tanta vontade de conversar, não diante de toda aquela avalanche de notícias.

 

 

Nunca pensou que passaria tanto tempo observando alguém. Acabou deitando o rosto sobre os próprios braços, se mantendo alheio a toda aquela explicação sobre um assunto qualquer de geografia. Se fosse em outras circunstâncias, não pensaria duas vezes para avançar com a ideia de ter um jantar com ele. Chanyeol era mesmo bonito, sustentando aquele perfil tão delicado enquanto concentrado continuava desenhando nas folhas de seu caderno, também avulso à aula.

- Por que você não para de me olhar? – resolveu questionar, guiando os seus olhos para Byun. Desde cedo ela continuava mantendo os olhos sobre si, apesar de não ter dito absolutamente nada. Chanyeol não se importava que olhassem para si, afinal de contas, era normal. Mas desde a primeira aula estar sendo observado sem parada era no mínimo... Estranho.

- Ah! M-me desculpa. – desviou de imediato o olhar, sentindo o rosto queimar por ter sido pego em flagra. Acabou tão perdido em seus próprios devaneios que sequer notou que estava fitando tão descaradamente. – É que... E-eu fiquei curioso sobre o seu rosto e tudo mais. – murmurou baixinho, achando que essa seria uma boa desculpa para não se passar pelo esquisitão da situação. Mas pelo contrário; só tornou tudo mais esquisito ainda.

No entanto Park acabou rindo baixinho, cruzando os braços enquanto continuava a observá-la. Não era do tipo de pessoa que tentava disfarçar ou criava alguma desculpa se pego no ato, portanto somente manteve o olhar despreocupado sobre ela. Acabou sorrindo enquanto inclinava o corpo para se aproximar, a vendo arregalar os olhos assim que notou o quão próximo seus rostos estavam.

- O q-que você está fazendo? – questionou baixinho, se afastando um pouco, por mais que Chanyeol viera junto.

- Fiquei curioso sobre o seu rosto. – respondeu simplista, rindo ao notar o quão sem graça Yuna estava com aquilo. – Tá vendo? É estranho. Se você quer me olhar não tem problema, mas não invente uma desculpa sem pé nem cabeça pra isso. – riu mais uma vez, para enfim se afastar dela, voltando a sentar-se normalmente na cadeira.

Baekhyun até mesmo havia prendido a respiração enquanto sentia o coração quase pular do peito. Engoliu seco, também voltando a sentar-se de maneira correta, dessa vez sequer arriscando a olhar mais uma vez para Chanyeol. Levou sem jeito a mão para o peito, tentando sentir o coração tão acelerado, mas a única coisa que conseguiu sentir foram as meias no tão desconfortável sutiã. Ainda de cabeça baixa, resolveu usufruir mais uma vez daquela peruca com madeixas longas, se escondendo atrás delas. Gostava de como felizmente Park parecia mais solto consigo, por mais que ainda mantivesse sempre certa distância e a maior parte do tempo optasse pelo silêncio, mas... Não negaria que talvez por hoje já estivesse esgotado toda a sua cota de vergonha.

- Deve estar sendo complicado pra você ficar longe do seu namorado. – Chanyeol comentou de repente, tirando Baekhyun dos seus próprios devaneios. Não negaria que a cena da manhã anterior havia sido no mínimo... Bonita. Quer dizer, também não era como se estivesse afim de ficar puxando assunto a todo momento, mas já que iria conviver com Yuna pelo restante dos anos, não seria ruim deixar-se aproximar ao menos um pouco dela.

- Namorado? – repetiu, unindo as sobrancelhas. Há muito tempo Baekhyun não ouvia aquela palavra, já que sustentava o apelido de “encalhado” entre os seus amigos.

- Sim, o cara que veio te buscar ontem na saída.

Quando enfim notou que o “namorado” se tratava de Suho, precisou segurar o riso, levando a mão até a boca para contê-lo. Sequer poderia imaginar como Chanyeol havia chegado àquela conclusão... Suho era como um irmão para si.

- Ah, não, não. – esclareceu de uma vez, até mesmo negando com as mãos. – Ele é só o meu melhor amigo. Eu jamais namoraria o Suho, eu conheço ele desde quando éramos pequenos. – sorriu, rindo baixinho. – Uma vez nós acabamos tomando chuva juntos e como tínhamos um compromisso logo em seguida, pra não perder tempo, tomamos banho juntos e sinceramente o corpo dele não faz nenhum pouco o meu tipo. – continuava rindo baixinho, soltando a história como se não fosse nada demais. Porém... Realmente não seria, caso estivesse falando como Byun Baekhyun e não como Byun Yuna.

Chanyeol de repente não sabia como responder aquilo. Era mesmo uma surpresa que ele não fosse o seu namorado, mas sinceramente nada superaria a surpresa que havia sido para si aquela notícia. Sentiu o cérebro dar um nó enquanto encarava aquele rostinho risonho, unindo as sobrancelhas. Yuna desde o início parecia ser extremamente tímida e até mesmo... Inocente. Mas talvez houvesse se enganado. Ela até mesmo contava tudo aquilo com extrema normalidade.

- Nossa. – deixou escapar por entre os lábios, sem saber exatamente como reagir aquilo. – Vocês até já tomaram banho juntos... Ual. – desviou o olhar confuso, largando o lápis para tamborilar os dedos sobre a mesa. – Então vocês... São aquele tipo de amizade, ahn, colorida? – aquela seria a única conclusão que poderia chegar com toda aquela história.

Baekhyun sentiu o corpo esquentar ao notar a merda que havia dito. Esquecera-se de que, naquele momento, era uma menina, e não o Byun de sempre. Droga. Toda a situação havia ficado estranha demais. Por isso desviou o olhar mais uma vez sem graça, xingando-se mentalmente por ser tão desastrado com as suas próprias palavras.

- N-não... Nós tomamos de roupa! – mentiu, esperando que isso aliviasse um pouco a história. – Não temos uma amizade colorida, eu jamais conseguiria ter qualquer coisa com ele. – fez questão de deixar claro, não querendo que Chanyeol carregasse qualquer pensamento estranho sobre si.

No entanto, contrariando a ideia de que ele provavelmente lhe acharia extremamente estranho, Park somente riu baixo, negando com a cabeça.

- É engraçado como você se enrola nas suas próprias histórias. – voltou a encarar o próprio desenho, tentando novamente se concentrar nele. – Mas tudo bem, se você diz, vou acreditar. – deu de ombros, não notando o quão aliviado Baekhyun ficou com aquelas palavras.

Não que Park achar que ele tinha algo com Suho mudasse em algo, afinal de contas, jamais poderia ter um romance com um cara hétero. Mas ao menos poderia sonhar com isso de vez em quando, certo...? Não faria mal, de toda forma.

Como de costume se deixou passar aquele intervalo ao lado de Chanyeol, mantendo-se quietinho para não atrapalhá-lo enquanto jogava aquele jogo em seu celular. Caminhavam até o jardim da escola, já que era o local mais tranquilo e com menos pessoas. Ainda se sentia desconfortável com os constantes comentários e cochichos a sua volta sobre sua pessoa. E desde que se deixou caminhar ao lado de Park, eles somente pareciam ter aumentado, por mais que não negasse que se sentia imensamente mais confortável em tê-lo do seu lado, ao menos para lhe distrair de tudo aquilo.

Estranhamente acabou por notar o quão solitário Chanyeol era. Quer dizer, constantemente podia ver outros alunos inseridos em suas devidas panelinhas, mas ele continuava tendo somente a sua própria companhia. Não pode deixar de unir as sobrancelhas enquanto recostava com calma as costas no tronco daquela árvore, sentado ao seu lado, policiando-se para continuar com as pernas cruzadas, por mais que desejasse somente deixa-las espalhadas.

Talvez realmente quisesse lhe questionar sobre isso, afinal de contas, estava curioso. Mas não se sentia em tal direito, não era seu íntimo nem nada do tipo.

- Ah, deixa que eu passo pra você. – se ofereceu animado, notando a dificuldade que ele mantinha em passar pela fase daquele jogo no celular. Chanyeol pareceu ponderar por um breve momento, enfim lhe entregando o aparelho, talvez esperando que ele perdesse para enfim poder tirar uma com a sua cara. Mas pelo contrário, Byun sabia melhor do que ninguém em como lidar com jogos eletrônicos, e consequentemente, Yuna também. Sem tanta dificuldade conseguiu com rapidez passar por aquela fase, sorrindo vitorioso. – Ahá! Não foi dessa vez, inimigo. – exclamou alto, comemorando sua vitória espalhafatoso, deixando Chanyeol por um momento assistir surpreso a toda cena, para enfim desatar a rir do quão diferente do habitual Yuna era em relação as garotas de sua escola.

Baekhyun se deixou por um momento encarar o sorriso do outro, já que era a primeira vez o vendo rir tão abertamente daquela forma. Era bonito... Por mais que fosse um sorriso largo e com dentes demais, era muito bonito. Encarou encantado, piscando algumas vezes enquanto o via enfim conseguir se acalmar, negando com a cabeça.

- Você é realmente boa com jogos. E muito espalhafatosa também. – riu baixinho, voltando enfim a observá-la, notando que ela mantinha os olhos sobre si, sem desviar sequer uma vez. – O que foi? – questionou, por mais que não estivesse sério sobre isso.

- O seu sorriso. – respondeu simplista, ainda submerso em seus próprios devaneios.

- O meu sorriso? – repetiu, confuso. – O que tem o meu sorriso? – Era somente um sorriso, por que Byun estava comentando tão de repente sobre isso?

- É bonito. Você deveria sorrir mais vezes. – concluiu, encarando a expressão de repente surpresa de Chanyeol. Dizer aquele elogio não era nada demais para si, afinal de contas, Chanyeol provavelmente ouvia isso com frequência. Portanto apenas voltou os olhos para o celular, voltando ao menu com as fases. – Eu posso jogar a próxima? Juro que é a última! – pediu risonho, recebendo o assentir do outro.

Park não estava exatamente mais focado naquele jogo e em qualquer outra coisa. Há quanto tempo não ouvia um elogio como aquele...? Ou ao menos se permitia ouvir e acreditar. Encarou ela por um momento, para enfim deixar os olhos descerem para as suas próprias mãos que brincavam com as pequenas folhinhas da grama tão verdinha. Ouvindo os quase urros nada delicados daquela garota se deixou rir baixo mais uma vez, achando realmente engraçado. Talvez... Devesse mesmo sorrir mais?

 

 

Provavelmente preferisse mesmo usar somente aquele uniforme, por mais desconfortável que fosse. No entanto, aquilo era mil vezes mais desconfortável para si. Dessa vez sentia todo o seu corpo ser esmagado por aquele vestido tão apertado, se segurando como podia para não arrancar de uma vez aquele incômodo sutiã. Sabia que aquele seria somente um simples jantar, e como Chanyeol provavelmente não comentara nada consigo, ele ainda não estava sabendo... Isso só servia para lhe deixar ainda mais nervoso. Talvez devesse não ir. Realmente não queria, mas havia prometido ao seu pai que ao menos isso faria.

Deixou os dedos passarem por entre os fios de sua própria cabeleira preta, por um breve instante encarando o seu reflexo naquele espelho. Não imaginava o quanto sua vida poderia se tornar de ponta cabeça em tão pouco tempo. E por mais que gostasse de si como era, não podia mais se deixar permanecer dessa forma.

Portanto, sendo alguém que não voltava atrás com absolutamente nada que começasse, respirou fundo e colocou de uma vez aquela peruca, calçando desajeitado os saltos baixos para que não caísse, caminhando um pouco bambo para o andar de baixo, já que sua mãe disse que lhe faria a maquiagem, afinal, não entendia de absolutamente nada disso. No entanto, se deixou diminuir os passos conforme ouvia a conversa baixa, que certamente, não deveria ouvir.

- Estão pedindo a casa. – ouviu a voz preocupada de sua mãe. – Eu não sei mais o que faremos. Já vendemos o carro, e tudo que podíamos vender... Você sabe que não se acha mais casa com a faixa de preço que podemos pagar. – concluiu, suspirando fundo.

Com o silêncio que se prosseguiu sabia que seu pai provavelmente estaria abraçando ela, para talvez confortar, por mais que ele mesmo precisasse de um conforto. Sentiu o peito apertar por um breve momento, apertando igualmente os punhos das mãos. As coisas estavam piorando, e mesmo com isso, seus pais não lhe forçaram a se casar, lhe deram a opção de livremente escolher. Não queria se casar. Isso era mais do que óbvio para si. Mas diante de tudo aquilo... Não estaria sendo egoísta, certo? Sentia a cabeça pesar somente por pensar a respeito.

- Mãe? Estou pronto... – resolveu não pensar sobre aquilo ao menos naquele momento, encontrando como esperado seu pai abraçando a sua mãe, ambos tentando agir como se realmente não houvesse acontecido nada. Byun não era idiota. Precisava saber de como as coisas estavam.

Nunca imaginou o quão incômodo rímel poderia ser. Sentia constantemente seus olhos lacrimejarem, piscando constantemente para tentar se livrar daquilo que sua mãe intitulou ser o “milagre do olhar”. Para si estava mais para milagre do desconforto.

Se deixou ir dessa forma por todo o caminho até o restaurante dentro daquele táxi. Sentia o coração bater forte no peito, ansioso. De certa forma temia a reação de Chanyeol... Ele não parecia ser o tipo de pessoa que desejava se casar. Principalmente com Baekhyun, ou melhor, com Yuna.

Haviam chegado primeiro. Portanto guiaram-se para a mesa reservada, sentando-se ambos de um lado dela. Baekhyun não podia deixar de encarar encantado todo o luxo daquele restaurante... Esperava que os Parks fossem cuidar da conta, porque sinceramente nunca sequer sonhou em entrar em um local daqueles.

- Oh, meus queridos! Não deixamos vocês esperando muito, não é? – ouviu a voz doce de uma mulher, guiando o olhar para ela e vendo a cópia feminina de Chanyeol, assim como o seu pai e por fim... Ele. O notou pousar de cara os olhos em si, confuso e surpreso. Então ele realmente não sabia de nada. Isso só servia para piorar o seu estado e sua vontade de sumir daquele lugar.

- Imagina! Acabamos de chegar também. – sua mãe sorriu simpática, de repente beliscando a coxa de Baekhyun, o fazendo dar um pulo em seu próprio lugar. – Cumprimente-os, filho! – cochichou para que somente ele ouvisse, ainda sustentando aquele sorriso.

- Ah, oi! Prazer em conhece-los. – soltou de repente tão desajeitado, ouvindo o risinho baixo de alguém, provavelmente do Sr. Park, deixando seu rosto esquentar. – O-oi, Chanyeol. – cumprimentou sem graça, sem saber como levar aquilo.

- Oi. – Chanyeol respondeu já que seria falta de educação não fazê-lo, por mais que estivesse mais ocupado tentando entender o que acontecia ali. Acabou aceitando se sentar ao lado de seus pais, ouvindo somente o seu pai realizar os pedidos daquela noite para o garçom. Continuava encarando Baekhyun, sem fazer menção de disfarçar ou desviar o olhar. E Byun sinceramente desejava encarar de volta, mas estava temeroso por demais com o que viria a seguir. Assim que viu o garçom se afastar, resolveu questionar. – Certo, podem me explicar sobre o que é tudo isso? Eu pensei que seria somente um jantar fora só entre... Nós. – explicou, não desejando parecer rude com aquilo, mas não podia fazer nada se estava tão confuso.

- Não lhe contamos porque era surpresa, Channie. – ouviu sua mãe se pronunciar, enquanto sorria e lhe apertava a bochecha, aparentemente o deixando sem graça, fazendo Baekhyun precisar segurar o riso por um momento, sabendo que levaria mais um beliscão caso risse. – Você e a Yuna já se conhecem? – questionou animada.

- Sim, nós... Estudamos na mesma sala. – explicou, não querendo se prolongar com isso. Não gostava exatamente de surpresas, ainda mais as vindas de seus pais.

- Que ótimo! Então isso poupa muita coisa. – riu baixinho, unindo as mãos. – Nós somos amigos há muito tempo dos Byun, e bem meu filho, você irá logo assumir a empresa, queríamos que fizesse isso com a vida já estabilizada, logo... Já casado. Por isso, como a filha deles é uma linda moça de uma família de confiança nossa, achamos maravilhosa a ideia de que vocês começassem a sair para assumir algo futuramente. – explicou tudo com normalidade, fazendo Baekhyun cada vez mais desejar se afundar naquela cadeira.

Como esperado, Chanyeol realmente não desejava se casar.

- O que? Mãe! – resmungou incrédulo. – Eu já disse milhares de vezes que não quero me casar agora. E eu vou fazer isso com quem eu desejar, não com ela! – não gostava de como seus pais o pressionavam para aquilo, assumir a empresa já era algo grande demais para si...

Baekhyun deixou a boca abrir em um “o” incrédulo, unindo as sobrancelhas enquanto fitava Chanyeol. Como assim “não com ela”? Quer dizer, não desejava se casar também, mas sinceramente, ele não precisava desprezá-lo daquele jeito, como se fosse pouca coisa! Porra, podia não ser uma legítima garota, mas era uma garota muito bonita!

- Chanyeol! Olha como você fala da moça! – seu pai de repente tomou a conversa, fazendo o filho se calar por um momento, aparentemente estressado. – Você é uma linda garota, Yuna, por favor não ligue para o que ele diz, deve ser pela surpresa momentânea. – explicou com um sorriso para Byun, que forçou um sorriso de volta, por mais que somente desejasse chutar por debaixo da mesa a perna de Park.

 - Não foi isso que eu quis dizer... – Chanyeol murmurou baixo, querendo acabar de uma vez com tudo aquilo. Não tinha nada contra Yuna, mas não desejava se casar. – Eu só estou dizendo que vocês devem parar de querer toda hora tomar as rédeas da minha própria vida.

- Filho! – sua mãe novamente se pronunciou. – Queremos o melhor pra você, está dizendo que não vai aceitar sequer isso? Pensamos com tanto carinho, sempre nos preocupamos tanto com você!

- Mãe, não é isso... – resmungou, passando as mãos pelo rosto para manter a calma. Por que seus pais sempre distorciam o que falava?

Baekhyun se deixou observar por um breve momento toda a cena, sabendo o quão desconfortável ele deveria estar. Afinal de contas, podia dizer por si próprio, já que somente desejava se fundir com o estofado daquela cadeira para sumir de uma vez de tudo.

- Oh, não se preocupe com isso! Ele só deve estar confuso agora. – ouviu a sua própria mãe se pronunciar, provavelmente tentando aliviar a barra de Chanyeol, por mais que aparentemente a Sra. Park não parecesse afim disso.

- Não é isso, mas ele me deixa muito triste fazendo isso toda vez. É só um casamento, Channie. – comentou, negando com a cabeça.

Chanyeol sabia que permanecer ali para dialogar de nada adiantaria, já que tudo que dissesse seria usado contra si. Portanto respirou fundo, apoiando as mãos na mesa e se levantando daquela cadeira.

- Eu tenho prova amanhã, preciso ir pra casa. – Baekhyun sabia que era mentira sobre a prova, mas manteve-se em silêncio. – Portanto aproveitem o jantar, sim? – tentou parecer o mais simpático possível, mas como esperado foi parado por seu pai.

- Filho, espere. Daqui eu e os Byun iremos ao karaokê relembrar os velhos tempos de nossa juventude. – comentou sorrindo, realmente ansioso por toda a diversão que em muito tempo não tinha. – Ficará tarde para a Yuna voltar sozinha. Por que não a leva para conhecer o seu apartamento? Mais tarde os pais dela passam para busca-la, certo? – sorriu, vendo ambos concordar.

Baekhyun desejava também se rebelar e imediatamente negar aquilo. Mas o acordo com o seu pai... A noite não havia acabado ainda. Portanto olhou com receio para Chanyeol, não querendo ficar sozinho com ele, afinal de contas, ele parecia bem irritado com tudo.

Mas como não desejando prolongar mais uma discussão, o viu respirar fundo e aceitar, esperando que Baekhyun se levantasse daquela cadeira e caminhasse até o seu lado, fazendo o mesmo até que estivessem do lado de fora. Desejava do fundo da alma brigar com os seus pais por aceitarem uma ideia daquela. Sem contar o quão complicada a mãe de Chanyeol parecia... Aparentemente impassível com a sua opinião sobre aquele assunto.

- Sinto muito por tudo isso. – ouviu Chanyeol enfim se pronunciar, enquanto paravam frente a uma moto. Não sabia sequer que ele dirigia. – Aqui. – segurou o capacete branco, se aproximando e colocando com calma na cabeça dela, tentando não machuca-la. Sabia que Yuna não tinha culpa de absolutamente nada daquilo... Não estava irritado com ela.

- Não se preocupa. – Baekhyun sentiu a cabeça pender pra frente, não acostumado com aquele peso. Ouviu Chanyeol rir por um momento enquanto enfim subia na moto, deixando que subisse atrás de si. Não sabia dizer como as coisas tomaram aquela proporção... Aparentemente Park morava sozinho em um apartamento, e... Estava indo para lá. Era somente um jantar, como tudo chegara a isso?

A noite realmente aparentava ser mais longa do que esperava.


Notas Finais


Aí fica os dois nessa indecisão sobre casar ou não casar... Decidam aí no apartamento do Chanyeol ( ͡° ͜ʖ ͡°) jisadiashpdas desculpa, parei.
Eu criei um twitter pra conversar com vocês, só que ele tá tão abandonadinho... Eu sou péssima com essas coisas ;-; Mas caso alguém queira vir falar comigo (o que confesso que vou amar e esperar ansiosamente hihi), aqui está: https://twitter.com/wwendytwen

Obrigada por acompanharem, espero que tenham gostado! ♡
Beijos!


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