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História Favorite Boy - Jeon Jungkook - Chamas num Palco;


Escrita por: Sinkyhu

Notas do Autor


Hellouuuu

Assim como esse belo ano novo (aliás, Feliz ano novo! <3), uma nova fase está prestes a surgir!

Vocês fizeram tantas teorias que até eu me convenci e fiz algumas alterações no cap, que me agradaram bastante! Também agradeço a quem ouviu a playlist e curtiu a seleção de músicas 🤲🖤

Preparem-se!

Boa leitura :)

Capítulo 22 - Chamas num Palco;


Fanfic / Fanfiction Favorite Boy - Jeon Jungkook - Chamas num Palco;

Foi muito estranho sair de casa naquela noite. Além de estar vestida de uma forma totalmente nova — mas que havia me agradado bastante — o ar da noite parecia quente e cheia de algo que não soube definir. Pensei ser minha empolgação para ver Jungkook no palco, então segui meu caminho sem olhar para trás ou me apegar em superstições. Os pensamentos, como era habitual, não paravam, mas soube ignorá-los.

O bar era dignamente gótico, com as luzes bem baixas e com pessoas que pareciam gostar do estilo alternativo. A cidade era pequena, mas sempre soube que haviam muitas pessoas que apreciavam rock tanto quanto ópera, e meu pai era um deles. Com os olhos cerrados para conseguir enxergar, me sentei com bastante cautela na mesa que daria uma bela vista do palco, pois eu queria ver cada detalhe e guardar em minha memória para todo o sempre.  Logo notei que havia uma pessoa ou um vulto ao meu lado, me deixando um pouco apreensiva:

— Boa noite, senhorita — respirei aliviada ao ver que era apenas o garçon. — As luzes baixas vão se acender em breve. Posso anotar seu pedido?

Olhei o cardápio iluminado com luzes de led vermelhas, notando que haviam apenas bebidas alcoólicas por ali. Mordi o lábio pensando se era sensato ou não escolher algo.

— Apenas água, por favor — respondi baixo. — Poderia me dizer onde os membros da banda estão?

Já havia iluminado todo o espaço com a lanterna do meu celular, e não encontrei o sobretudo negro e os olhos puxados em lugar nenhum. Confesso que contava que ele estivesse por perto quando eu chegasse, mas compreendia completamente que devia estar ocupado finalizando as coisas para se apresentar.

— Eles estão atrás do palco, finalizando os preparativos. Vão começar em cinco minutos.

Meus olhos foram diretamente para as cortinas que pareciam ser roxas, e vi um feixe sendo aberto discretamente, como se alguém quisesse ver o palco. Mesmo com a luz que havia surgido dali, foi impossível ver algo, o que me deixou com um leve biquinho enquanto tentava calar minha ansiedade sufocante para ver Jungkook tocando Hamelin e usando sua belíssima voz mais uma vez. Mas aquela espera não durou muito tempo.


 

Os primeiros sons surgiram.

Como uma explosão!


 

Senti meu coração acelerar como nunca antes quando as cortinas se abriram. O vento das janelas soprou quente e firme quando as luzes vermelhas como sangue miraram o palco, revelando Jungkook com um sorriso quase debochado da situação que deveria estar lhe causando arrepios. E seus olhos. Ah, seus olhos brilhando mais que as estrelas lá fora…

Diretamente em mim.

Pela primeira vez, pude ver com clareza todas as tatuagens que subiam por seu braço, e os belos contornos que tinham mesmo ao longe. Os músculos se contraindo conforme seus dedos deslizavam pela guitarra que brilhava como rubis diante de todos os que estavam presentes. Eu quis e me permiti morder o lábio ao ver o couro que o vestia, e o quanto combinava com ele. O lápis sobre os olhos lhe fazia parecer furioso e intenso, me deixando completamente presa nele.

 

“Eu quero ser seu escravo

Eu quero ser seu dominador

Eu quero fazer seus batimentos cardíacos

Acelerarem como uma montanha-russa

 

Eu quero ser um bom menino

Eu quero ser um gângster

Pois você pode ser a Bela

E eu posso ser a Fera.”

 

Sua voz emanou por todos, causando uma reação que nunca havia visto antes, muito menos sentido. Aquela letra era obscena e forte, e se completava com a forma que ele se movia no palco, com fogo nos passos e um rosnado na voz que hipnotizava qualquer um. Os solos surgiam enquanto seu cabelo negro como a noite se movia furiosamente.

Suas mãos iam até o rosto de forma brusca conforme a canção quando seus solos divinos tinham intervalo, tomando a letra e a alma da canção para seu corpo como um tipo de feitiço profundo. Eu podia ouvir sua respiração profunda antes de voltar a proclamar os versos com aquela voz banhada de luxúria.

Ah, eu ficaria de joelhos para ele!

 

“Eu sei que você se assusta comigo

Você disse que sou muito excêntrico

Estou chorando todas as minhas lágrimas

E isso é patético para caralho

 

Eu quero te deixar faminta

Depois quero te alimentar

Eu quero pintar seu rosto

Como se fosse minha Mona Lisa.”

 

A música continuou, tirando todos de suas cadeiras para se mover conforme Hamelin ditava e sua voz ordenava. Estava petrificada, tomada por uma admiração tão gigantesca que não sabia explicar. Sempre reconheci seu talento e sua capacidade, até quando não estava usando poderes. E notar que conseguia arrancar aquela chama ardente das pessoas sem envolver suas capacidades sobrenaturais era… Fantástico!

Os outros membros da banda também eram muito bons. Eu não conhecia nenhum deles, mas algo me dizia que ao menos dois eram da Van Pelt, pois pareciam realmente muito surpresos com toda a situação e tocavam como se suas almas estivessem se libertando para sempre. Toda a energia e estilos deles faziam com que o espaço estivesse maior do que realmente estava.

Quando a música acabou, abriu um sorriso tão lindo e genuíno com o som avassalador dos aplausos que realmente me comoveu. Fiz questão de aplaudí-lo de pé, e assim que me notou mais uma vez na multidão, seus olhos se expandiram ao ver como eu estava vestida. Ri levemente e lhe mandei um beijo no ar que o fez morder os lábios.

 

Os lábios com o meu gloss.

 

Assim que a platéia fez silêncio, afastou alguns fios úmidos de seu rosto e segurou no microfone vermelho, rolando os olhos por todo o espaço:

— Bom, creio que agora ninguém mais tem medo dos que vem da Mansão Van Pelt, não é mesmo? — falou arqueando a sobrancelha num tom divertido, realmente arrancando risos das pessoas com seu humor ácido. — Somos a banda Scarlett, felizmente reformada e pronta para fazer até os mortos se levantarem para nos ouvir!

Eu nunca havia visto ele manter um sorriso por tanto tempo, e não parecia que estava forçando simpatia ou com aquela pontada de desdém como fazia com os professores da faculdade. Ele estava feliz, e a felicidade dele era a minha. Mais aplausos surgiram antes de ele continuar a falar:

 

— Sou Jeon Jungkook Van Hamelin, e estou encantado que anjos góticos realmente existam.
 

Perdi o fôlego ao ver que estava falando de mim, e a forma breve que me lançou uma piscadela, fazendo com que todos olhassem em minha direção. E, pela primeira vez, não foi algo tão estranho assim. Senti minhas bochechas corarem enquanto ouvia a segunda canção se iniciando. Eu desviei daquele sentimento por tanto tempo, e ele agora transbordava de mim como um rio. 

Apenas ele me deixava com as pernas fracas assim.

Apenas ele me arrancava suspiros.

Ele, ele e ele.

 

Eu te amo — sussurrei baixo, mesmo sabendo que ele jamais iria ouvir ou notar.

 

“Eu também te amo, Dauphin”.



 

O show continuava, e eu não conseguia definir se aquela resposta realmente veio dele ou da minha mente bagunçada. Mas… Pareceu tão real que pude ouvir seu riso em meio as palavras que todo o meu ser implorava para ouvir.

O mundo parecia ter parado para apenas aquele momento, apenas a voz dele. Conforme as coisas iam melhorando mais e mais no palco, eu quase suspeitei que estava mesmo usando aquele som peculiar que sabia fazer com a voz mas, de alguma forma, por algum meio indescritível, eu tinha certeza de que seu canto era puro e genuíno como uma brisa sacudindo as folhas, ou um trovão distante fazendo meu coração se agitar entorpecido por ele.

As letras de cada canção eram tão minuciosas que me tiravam o fôlego, e muitas vezes tinha impressão de que suas letras cantavam por mim. Expressavam meus sentimentos e histórias mais profundas ali, as encarando contra a própria pele.

E todas as vezes que nossos olhares se cruzavam, era mágico.

Ainda tinha tanto para acontecer, tantas canções para ouvir… Aquela noite seria tão longa quanto a anterior que nos encontramos, e finalmente eu senti uma agitação jovial em mim, me fazendo ficar ansiosa para mais e mais.

Contudo, meus olhos foram retirados do palco ao sentir uma mão pousando em meu ombro:

 

— Está sempre passeando nesses fins de mundo, Dauphin?

 

Me virei para encontrar… Erick Ghost.

Droga.

Antes que eu pudesse impedi-lo, pegou uma das cadeiras desocupadas e a colocou em minha mesa, se sentando sem se importar comigo ou se eu gostaria ou não de tê-lo por ali. E podia jurar que vi seu olhar desdenhoso ao ver que eu estava bebendo apenas água, enquanto segurava uma garrafa de whisky e bebia como se realmente pudesse tomar tudo de uma vez e sair ileso de uma embriaguez grave e irritante — pois ele era um bêbado insuportável. 

— Sério que ainda está com esse lance de não beber álcool?

— Você me traumatizou o suficiente para que eu não tivesse ânimo nem coragem de colocar mais uma gota disso na boca — respondi com toda a acidez possível, torcendo para que se tocasse logo que eu queria ouvir a banda.

Ele riu de minhas palavras, como se fosse algum tipo de piada. Mas eu me lembrei do quanto fiquei chocada quando o vi bêbado pela primeira vez, totalmente sem controle dos próprios movimentos e falando as maiores mentiras e asneiras da face da terra. Ele tinha o hábito repulsivo de xingar e criar mentiras sobre todos os que conheciam, o que muitas vezes o fazia voltar para casa ou bater na minha porta com um olho roxo e lábio cortado. Em outras palavras, um completo imebecil que não sabe o limite da própria língua e ainda se permite perder as rédeas dessa.

— O que está fazendo aqui? — murmurei, tentando não olhar para ele.

— Meu produtor me obrigou. Digamos que ele está de olho nesses caras, apesar de serem péssimos e terem um vocalista que se veste como um satanista.

Ah, ele não disse aquilo.

Erick queria ser um cantor de rap e pop quando o conheci. Entrou no rock por instruções do professor de música, e ainda sim contra a própria vontade por achar que rock era estúpido. Pensei que fosse passar a ter mais respeito e consideração com o rock e suas vertentes, já que foi esse ritmo que o colocou no topo. Porém, continuava o mesmo, não sabendo reconhecer o básico do goticismo.

Por que eu não estava surpresa?

— Você é um imbecil, Erick.

— Ele está caidinho em você, não é? E pior, você por ele. — murmurou, ignorando minha fala mais uma vez. — Está começando a ficar parecida com esse estilo estranho. Mas, se eu fosse você, tomaria bastante cuidado. Esse cara mexe com o além, e vai te puxar para um buraco escuro ao invés de te proteger.

Revirei os olhos.

— Ele me protege mais que você. Muito mais.

Estalou a língua, acendendo um cigarro e soprando aquela fumaça maldita em meu rosto.

— Mas aposto que ele ainda não fez esforço algum para tentar te levar para cama.

O fitei com certo nojo, querendo atirá-lo aos leões. Ele não sabia quando parar, e aquele era de longe o seu maior defeito. Todos os dias e noites que passei ao lado do “Sr. Ghost”, tentando acompanhar e seguir seus hábitos e conceitos de vida foram um inferno. Se minhas memórias fossem papéis, escritas numa caligrafia furiosa e frustrada todas as ocasiões em que implorava para ir para casa e me afastar de tudo aquilo, faria questão de fazer uma fogueira alta, e queimar folha por folha.

Um solo mais furioso de guitarra eclodiu por todo o espaço, fazendo o chão tremer e minha atenção — assim como a de todos — voltar para o palco como um imã. As bordas daquele lugar pegavam fogo enquanto o moreno rugia as palavras com o microfone, olhando com firmeza e ira em direção a Erick. Não era mais uma impressão ou o realce de sua maquiagem…

 

Jungkook estava furioso.

 

O garoto ao meu lado expandiu os olhos como se estivesse vendo o próprio inferno em sua frente, empalideceu como o próprio cabelo antes de simplesmente sair correndo de perto de mim e voltar ao seu devido lugar, abandonando seu tão amado e precioso whisky em minha mesa, ainda na metade. Ouvi a risada alta e forte dos outros integrantes enquanto o Jeon abaixou o tom de voz, com um sarcasmo tão delicioso que me reconfortou aos poucos de tudo aquilo. A música foi abaixando até se encerrar.

Era para ser o fim do show, e os aplausos estavam vibrando para todos os lados. Vi o que parecia ser uma boa quantia de produtores também os aplaudindo com força, totalmente encantados. Mas então, Hamelin começou a emitir as primeiras notas de uma música que eu conhecia perfeitamente bem.

Ah, ela tinha um milhão de significados, e eu estava surpresa por ele conhecer tão bem por não ser tão conhecida. Nos dias em que esteve distante de mim, eu a ouvia repetidamente antes de dormir, tentando me consolar por sua ausência e tentando compreender as causas de se sentir sempre tão indigno de presença e cuidado das outras pessoas.

Mas, se ele tinha ouvido a música, ele nunca me abandonou de verdade. Estava sempre por perto.




 

Os anjos podem vir cantar ao lado das ovelhas negras? — ronronou contra o microfone, um olhar sugestivo e sensual em minha direção.



 

Me levantei, compreendendo seu pedido, que era sempre uma ordem para mim.

 

“Vou te mandar meu amor por um fio.”


Notas Finais


Música traduzida inclusa no cap: I Wanna be Your Slave - Måneskin
@Sinkyhu <3


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