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História Faz de Conta (Camren) - Capítulo trinta e oito.


Escrita por: Thamyfanfics

Notas do Autor


Olá girl's!

Vocês são bipolares, antes queria a Camila com a Keane, agora que ela está, não quer mais a Keane na fanfic. Hahaha. Não entendo vocês, ein... E Sobre o Zayn, vocês vão acabar gostando dele, ele é um idiota que você sente raivinha, mas no fundo, acaba se afeiçoando.

Vamos a leitura! Acho que vocês vão se divertir com esse capítulo.

Boa leitura, e perdoem-me os erros.

Capítulo 39 - Capítulo trinta e oito.


Porém, não mudou a Lauren ao todo, continuava com o mesmo gênio. Aceitou uma taça com água do garçom. Imaginou quebrando aquela taça e enfiando vidro por vidro no rosto da Keane, principalmente nos olhos e também na língua, depois a deixara morrer engasgada no seu próprio sangue como um bicho. Pensando bem... Seria bem capaz de a mesma morrer com o seu próprio veneno.

Algumas cobras sempre se picam.

— O jogo mudou não é mesmo? — Keane provocou, estava morrendo de alegria por esfregar na cara de Lauren que estava com a Camila.

Lauren olhou bem para a Keane, um sorriso sarcástico surgiu em seus lábios.

— Parece que sim. — Lauren colocou um dedo sobre os lábios, e apertou os olhos. — Mas sabe de uma coisa? Você não tem uma postura de ganhadora. — Depois fez uma careta. — Todo esse teatrinho para me informar que terá uma noite “especial” com a Camila, só mostra o quanto está insegura.

Keane também sorriu, mesmo que a sua vontade era de esganar a Lauren.

— Não foi um teatrinho, minha querida. Foi um aviso: Camila é minha mulher, e você nem deveria estar aqui ciscando os restos.

Lauren passou a mão nos cabelos, manteve o seu sorriso sarcástico. Não iria demonstrar nada aquela mulher. Se Keane era uma nanja, Lauren era uma mamba negra.

— Eu gosto dessa sua convicção. — Lauren falou suavemente. — É muito boa. Continue assim, será uma delícia assistir a sua queda perante os meus pés. — Deu um passo para frente como se fosse seguir em frente, mas parou ao lado de Keane, deixando que sua boca ficasse próximo da orelha da outra. — Posso ter pedido uma batalha, mas a guerra será intensa, e tenha certeza de uma coisa: Pra você, eu não perco.

Lauren iria saindo quando a Keane agarrou firmemente o seu braço a obrigando parar. Keane deu uma risadinha para descontrair o clima, quem visse, acharia que estaria tendo uma conversa de amiga.

— Se eu fosse você, não ficaria tão animadinha assim. Não se sei se lembra, mas a Camila está com pavor de você por está carregando esse bastardo. — Keane falou em tom baixo. — Á cada dia que passa, mais a lacuna entre vocês crescem, juntamente com essa sua barriga. Á cada dia vocês ficam mais distantes. E ficará mais ainda quando a Camila gritar o meu nome no orgasmo que a darei hoje, enquanto você ficará em seu apartamento dando uma de babá de uma filha que nem é sua. Quem é que está ganhando nessa história, querida? — Keane a soltou.

Lauren sentiu a fúria envolver o seu corpo, tornando a sua respiração pesada. Olhou para cima, e respirou algumas vezes para ter calma. Não podia ter raiva assim! Fazia muito mal para o bebê.

Com um ar vitorioso, Keane abordou o garçom.

— Você poderia buscar uma taça de vinho branco para mim? — Keane pediu. — Estarei junto da minha namorada. — Apontou para Camila. — Pode me servi ali, obrigada.

Lauren acompanhou o garçom com o olhar, o seguiu como se não quisesse nada. Como se tivesse admirando o local. Comemoração particular? Keane era muito ingênua se lhe dissesse isso e não esperasse que ela fizesse alguma coisa para impedi que isso acontecesse.

Ficou olhando uns quadros, e viu o garçom enchendo uma taça com o vinho branco. Só que o mesmo deixou a bebida em cima da mesa improvisada e foi guardar o vinho na geladeira. Olhando para um lado e para o outro, aparentemente, ninguém estava interessado em olhar para aquele lado. Abriu a sua bolsa e retirou o remédio que tinha comprado na farmácia. O abriu, e correu até a taça.

Despejou todo o líquido transparente na taça, depois o mexeu com o dedo. Guardou o frasco vazio dentro da bolsa, e voltou para a recepção. Aceitou uns canapés. De longe, ficou assistindo a Camila com a Lauren, estavam tirando fotos. Vez ou outra, os olhares dela com a latina se cruzavam, e Lauren sorria suavemente.

A morena estava feliz. Principalmente por ter destruído os planos da Keane. Viu o garçom levar a taça para a mesma, e que ela bebia com empolgação. Lauren quase riu. Não demoraria muito para que o remédio fizesse efeito, tinha colocado uma alta dose.

Rapilex. Esse era o nome do remédio. Um laxante fortíssimo, com efeito, quase instantâneo.          Que pena aquele olhar vitorioso de Keane rapidamente seria transformado em olhar desesperador quando a vontade batesse.

Um ponto para mamba. Lauren pensou dando um gole de sua água.

— Você está com a cara de quem deu o bote e escondeu a unha. — Chris comentou ao se aproximar, segurava uma taça de espumante.

Lauren sorriu para o irmão, e deu uma piscadinha. Tratou de modificar a sua expressão. Ficou impassível.

— Aparentemente você ainda me conhece muito bem. — Lauren comentou, voltando a olhar para Camila.

— Sim. — Chris falou com bom humor. — Você sempre ficava com essa cara quando enterrava os meus carrinhos na areia e fazia os cachorros fazer xixi em cima.

Lauren soltou uma gargalhada ao se recordar da pequena lembrança á muito tempo esquecida. Nunca mais tinha gargalhado dessa maneira... Alto, explosivo e alegre. Isso chamou atenção das pessoas, inclusive de Camila... A latina sempre amou a gargalhada de Lauren, era muito contagiante. Ficou curiosa para saber o que ocasionou essa alegria na morena.

— Eu era uma criança muito horrível. — Lauren comentou, ainda rindo.

— Sim. Você era bastante endiabrada. — Chris riu também, depois deu um gole em sua bebida.

— Não sabia que você estava liberado para beber. — Lauren o olhou.

— Uma taça não me fará nenhum mal. — Chris deu de ombros, e olhou na direção da Camila. — Como você está em relação a tudo?

Lauren apertou os lábios, e soltou um longo suspiro. Aquela tristeza novamente tomando conta do seu ser. Deu de ombros, não gostava muito de falar disso, não mais. Não queria que as pessoas tivessem pena dela.

— Você sabe, apenas colhendo o que plantei. — Lauren murmurou, voltando a olhar para a sua amada. — Ela está tão bem, fico me questionando se algum dia estive assim comigo.

Chris olhou para a sua irmã sem acreditar no que Lauren estava falando. Revirou os olhos. No início de tudo, não gostada da Camila porque achava que a mesma iria roubar o Shawn, e ainda tinha a Aurora. Mas com o passar do tempo foi aprendendo a gostar da Camila. Por isso, se sentia muito chateado com o rompimento das duas.

— Você está brincando comigo? Claro que ela esteve assim com você. Lá na casa dos nossos pais, quando vocês faziam toda a casa escutar os gemidos.

Lauren ficou vermelha, deu uma risadinha nervosa. Lembrava-se muito bem dessa época. O problema é que diante de tanta confusão, tudo parecia tão distante.

— Não acredito que ela esteja tão bem como aparenta. Acho que uma grande parte dela ainda sente muita falta de você. — Chris continuou. — Eu sei o que ela está passando, sempre que via a Aurora, me lembrava da traição do Shawn. Acredito que acontece a mesma coisa com ela... Mas bem, eu perdoei o Shawn. Embora que eu não era muito certo da história também, mas... Quando eu percebi que o meu amor era maior do que qualquer erro, e aprendi a perdoar, me dei uma nova chance com ele. — Ele acariciou o ombro da irmã. — Só que foi preciso de um tempo para isso acontecer.

Um pingo de esperança acendeu no peito de Lauren. Não queria criar expectativas, mas... Era impossível não fazer isso. Era do seu amor que estavam falando.

— Você acha?

— Sim. Eu acho. O tempo nos faz refletir sobre tudo, colocar as coisas nos lugares. Encontrar de novo o caminho. Eu as vi trocando olhares foi algo muito intenso. Dou meu resto de fígado se ainda não existe amor. — Chris falou com convicção.

Com toda certeza, o coração de Lauren ainda era da Camila, e ficaria sendo para sempre. As coisas estavam fora dos eixos, não era para Keane está ao lado de Camila... Era pra Lauren está!

— Eu a amo com todas as minhas forças. — Lauren disse.

— E tenho certeza que ela também.

— Não sei. Estou tentando acreditar nisso, mas tudo está contra nós.

— Ela te ama, acredite em mim. Se não amasse já teria feito sexo com a Keane á muito tempo. — Chris soltou.

— Como? — Lauren ficou surpresa com a informação, um sorriso involuntário surgiu em seus lábios. — Você está me dizendo que Camilla e Keane nunca fizeram sexo? Nunca?

Chris mordeu o lábio inferior, mas depois sorriu.

— Eu não deveria contar isso, se o Shawn souber me mata. Mas você é a minha irmã e não posso deixa-la tão tristinha desse jeito. Não, elas nunca fizeram nada. Nada além de beijos. Keane até que tenta, mas a Camila sempre bloqueia na hora H. — Chris cochichou baixinho. — Keane está programando que a noite de amor seja para hoje. — Fez uma carinha espantada. — Desculpe-me. Eu não quis contar que seria hoje...

Lauren não estava acreditando no que tinha escutado! Uma felicidade muito genuína invadiu o seu ser. Se a Camila ainda não tivesse feito sexo com a Keane, significava apenas uma coisa: Camila ainda continuava sendo dela. Ainda tinha uma esperança. Olhou para Keane, as duas se encararam. Lauren lançou um sorriso irônico para Keane que franziu o cenho em resposta.

Quem diria... Keane cantou de galinha para cima de si, e, no entanto, não tinha nada conseguido nada com Camila. Nem um momento sequer. Camila não estava se entregando nesse relacionamento, era bem nítido agora... Dava para ver a forma que ficavam juntas, não tinha aquela sintonia. Keane sempre tocava na Camila, e a latina meio que se esquivava. Totalmente oposto quando se relacionava com a Camila... Elas sempre se tocavam.

Esse relacionamento não iria muito longe, e Lauren se prontificaria que não fosse, porque iria conquistar a sua amada novamente.

— Não tem problema, Chris. Gosto que me conte as coisas, melhor do que ficar sem saber de nada. Mas algo dentro de mim me diz que essa noite não irá acontecer. — Lauren disse enigmática.

Chris franziu o cenho, confuso.

— Como sabe disso?

— Intuição feminina. — Lauren sorriu de lado.

Não iria medir esforço para boicotar a Keane. Ah, não iria mesmo...

(...)

O vinho branco estava mais adocicado que o normal. Não se lembrava de ser tão doce assim, principalmente dessa marca. Estranhou. Mas não deu importância, talvez, tivesse comido alguma coisa doce antes de bebê-lo. O seu paladar modificou o sabor, Keane pensou, mas não deixou de tomar toda a sua taça de vinho. A festa estava ótima, mas não via a hora de acabar. Queria ter o seu momento especial com a Camila, sem ninguém, e principalmente sem roupa. Estava a mais de dois meses ansiando por isso. A noite teria o sabor melhor depois que esfregou na cada da Lauren o que pretendia fazer.

Percebeu também que Camila estava mergulhando no champanhe. Não a queria bêbada. Queria bem sóbria, e que a noite fosse memorável.

— Meu bem, o que você acha de irmos embora? — Keane propôs, dando um cheiro abaixo da orelha da latina.

Camila arrepiou-se, e sorriu. Virou-se para a namorada e fez carinho em seu rosto.

— Agora? Não! Ainda tem os convidados para recepcionar. — Camila disse. — Mais meia-hora, tudo bem?

— Tudo bem. Depois da meia-hora, seremos apenas você e eu? — Keane perguntou, dando outro cheiro na sua namorada, estava muito cheirosa.

Camila apenas balançou a cabeça em positivo. Fez um carinho no rosto da Keane, e foi conversar com um empresário do ramo.

Poderia aguentar mais meia-hora. Em todo o momento, ficou com os olhos em Lauren. Tinha que fazer vigilância, se a Lauren se aproximasse de sua namorada, também iria se aproximar. Presenciou aquela palhaçada do olhar, só não pode se aproximar antes porque uma convidada a tinha prendido num falatório sem fim sobre a crise econômica.

Sentiu uma coisa estranha em sua barriga. Como se os seus órgãos estivessem mexendo por dentro. Fez uma lista mental do que comeu no dia, nada fora dos parâmetros normais. Então, porque estava sentindo aquilo?

Bebeu água. Uns três copos de água. A sensação ia aumentando... O seu intestino parecia que estava fervendo por dentro. Assoprou pela boca, começou a suar frio. Ah, não! Não acreditava que isso estava acontecendo com ela.

— Estou tão feliz por essa conquista de vocês. — Shawn disse ao se aproximar, tocou no antebraço da irmã. — O que é que você tem? Por que está tão fria?

— Eu... — Keane abriu a boca para falar, mas um ronco horrendo do seu intestino a fez calar. Sentiu-se envergonhada.

— Credo! — Shawn fez uma careta. — A sua barriga está dando cria?

Mais alguns roncos. Bem no fundo, estava sentindo uma cólica que ia ganhando proporção a cada minuto, algumas á ponto de ficar bem pálida.

— Eu tenho que ir embora. — Keane informou, estava suando demais, sentindo dor de barriga demais. Pelo andar da carruagem, a sua noite seria em um vaso sanitário.

— Embora? — Shawn frangiu o cenho. — E a sua noite com a Camila?

Keane sentiu uma enorme vontade de ir ao banheiro, o que a fez se arrepiar toda. Não dava para ir ao banheiro do Espaço, se o que tivesse sentindo, saísse de dentro de si, o lugar ficaria bem incensado. Nessa altura do campeonato, nem a noite que tinha planejado com tanto esmero á importava mais, o seu único pensamento era um banheiro.

— Vai ter que ficar para outra noite. — Keane falou rápido. — Boa viagem para você. — E saiu em direção da Camila.

Shawn ficou sem entender nada. A sua irmã estava andando de maneira bem estranha, e também agindo. Mas deu de ombros, ao contrário da Keane que não teria uma noite especial... Ele teria sim, e em Gramado. O seu voo estava para sair em uma hora, e como era perto, não estava muito preocupado. Até vinte minutos de antecedência era lucro. Foi para junto do Chris.

— Keane vai embora. — Shawn comentou com o seu amado.

— Por quê? E a noite que ela tinha planejado com a Camila? — Chris perguntou por curiosidade mesmo.

— Cancelada. Não acha isso estranho? — Shawn o olhou com o cenho franzido.

Chris apenas meneou a cabeça, mas olhou para a sua irmã. Lauren estava com a Aurora nos braços, e brincava com a menina, aparentemente feliz... Feliz até demais se fosse comparar a melancolia profunda que a morena vivia tendo. Soube rapidamente que tinha o dedo de sua irmã. Não sabia o que Lauren tinha feito, mas que foi brilhante tinha certeza que foi.

— Com licença. — Keane pediu ao tocar o ombro de Camila e puxá-la para um canto mais reservado.

— O que foi? — Camila perguntou ao olhar para namorada, achando a Keane meio pálida.

— Tenho que ir embora. — Keane disse, e viu a descrença no rosto da latina. — Surgiu um imprevisto e... — Parou de falar porque não conseguiu prender o suficiente o esfíncter e uma gaze foi expelida.

— Vixi... Acho que tem alguma coisa podre aqui. — Camila comentou ao levar a mão no nariz e olhar para o lado para ver se tinha alguém próximo.

Keane ficou mais envergonhada ainda. Pigarreou para disfarça o seu desconforto. Precisava sair dali antes que não pudesse mais aguentar e soltasse mais alguma coisa. Se fizesse isso, nunca mais iria sair de casa de tanta vergonha.

— Como eu estava dizendo, surgiu um imprevisto e não poderia ficar... — Keane colocou a mão na sua barriga para ver se controlava inutilmente cólica intestinal.

— Mas que imprevisto é esse? — Camila perguntou sem entender nada.

— Com o hotel-fazenda. Por favor, Camila, não me questione. Só entenda, é algo inadiável. — Keane disse sem paciência, estava querendo ir embora. Não sabia quanto tempo aguentaria segurar. Deu um selinho na namorada. — Falo com você pelo telefone. Te amo!

Camila coçou a sua cabeça, não teve tempo de responder nada, porque a Keane saiu em disparada. O que é que tivesse acontecido, deveria ser muito grave para que ela abrisse mão da noite que passou mais de uma semana falando. Procurou a Lauren com os olhos, sabia que a mesma estava com a Aurora. Iria pegar a sua filha, e ir para casa. A festa estava quase no final mesmo. A sua secretária ficaria responsável por ficar com o organizador até que o Espaço tivesse arrumado.

Foi atrás de Lauren para pegar a Aurora.

Lauren tinha saído com a Aurora para pegar um arzinho. O clima estava bem fresco, andou com a pequena nos braços até o meio fio. A rua estava um pouco deserta, apenas os carros que passavam em alta velocidade. De novo aquela sensação de estar sendo observada. Estava ficando paranoica!

Achou melhor voltar para dentro quando viu a Keane saindo correndo do Espaço.

— Uau. Acho que alguém precisa encontrar um banheiro urgentemente. — Lauren falou aos risos.

Keane que estava quase alcançando o seu carro, parou e olhou para Lauren.

— Como você... — Keane começou, então, a ficha caiu. — Foi você! — Acusou com um grito de raiva.

Lauren fez uma cara de santa, e depois olhou para Aurora que falava a sua língua estranha de bebês.

— Você acha que foi a mamãe que fez alguma coisa com a cobrinha da Keane? — Perguntou para Aurora, que continuava com o seu sonzinho. Lauren olhou para a Keane com um sorriso. — É, acho que não.

Keane tremeu de raiva, deu um passo para frente e colocou o dedo em riste. Iria responder, porém, outra gaze foi solta. Só que desta vez mais alto e com mais odor.

Lauren arregalou os olhos e entortou a boca.

— Caramba. Isso está sendo difícil de suportar. — Lauren abanou a mão na frente do seu rosto. — Quem foi que morreu pra eu ir ao velório?

Moída de vergonha e raiva, Keane não teve mais o que dizer. Correu para o seu carro, mas tinha em mente que iria se vingar de Lauren. Não sabia como, porque a idiota estava grávida, mas não deixaria isso insosso.

Teria volta! Entrou no seu carro e pisou no acelerador. Precisava de um banheiro urgente, ficaria uma semana dentro dele. Outra cólica acometeu, e aumentou a agonia de Keane.

(...)

Camila encontrou a Lauren na rua. A morena estava rindo sem nenhum motivo aparente. Aurora também ria provavelmente por motivos muitos distintos. A pequena estava risonha ultimamente, se visse alguém rindo ou sorrindo, imitava o gesto. Parecia que teria um ótimo senso de humor, e seria uma criança muito simpática.

Já tinha se despedido do restante dos convidados, e chamou um táxi. Estava cansada, e tudo que queria era o calor de sua casa. No fundo, estava feliz por não ter que passar a noite com Keane, não estava com pique para o amor.

Aproximou-se sem ser percebia. O vento soprou, bagunçando o cabelo de Lauren, a morena tentou controlar os fios sedosos com uma mão, mas sem muito sucesso. Camila ficou encantada com aquele gesto, o cheiro dos cabelos lhe alcançando... Detesta admitir, mas a gravidez estava sendo excelente para Lauren. A sua pele, os seus cabelos, a sua beleza estava simplesmente o máximo.

Queria tocar em Lauren, senti a maciez da pele, a seda dos fios e admirá-la sem interrupção, mas não podia. Acalmou os seus anseios, e livrou-se dos queres.

— Qual é o motivo de tanta graça? Posso saber? — Camila perguntou ao se aproximar mais, porém, parou numa distância segura.

— Ah... — Lauren a olhou surpresa, finalmente controlando os cabelos. Sorriu para a Camila. — Eu e Aurora presenciamos uma coisa muito engraçada. Não é minha vida? — Deu um cheiro na bochecha da pequena.

— Não pode compartilhar? — Camila ficou curiosa.

— Não. É um segredo apenas meu e de Aurora. — Lauren piscou para Aurora como se ela entendesse alguma coisa. — Bem, está ficando tarde e já estamos indo embora.

— Não precisa mais. — Camila informou. — Eu levarei a Aurora para casa.

Lauren franziu o cenho, fingindo surpresa.

— Por quê? A comemoração foi cancelada?

— É. Exatamente isso, surgiu um imprevisto no hotel-fazenda da Keane e ela teve que se retirar. — Camila comentou meio desconfortável. Não estava gostando de tocar esse assunto com a sua ex.

— Ah, que pena... — Lauren soou falsa até para ela mesma.

Camila riu. Não tinha graça, a sua noite estava arruinada, mas mesmo assim, achou o tom da Lauren engraçado. Provavelmente as taças de espumante fazendo efeito.

— Você não sente nenhum pouco de pena. — Camila acusou em bom tom.

Lauren sorriu.

— Nem um pouco mesmo. Estou quase promovendo um show pirotécnico por isto.

Camila fez uma caretinha, mas não deixou de sorrir.

— Não seja cretina. — A latina usou um tom brincalhão para que a brincadeira não fosse confundida com uma realidade. Esticou os braços para Aurora. — Vem pra mamãe?

Aurora sem pensar duas vezes, se jogou nos braços da Camila, arrancando risadinhas das duas. A latina deu um beijo na cabeça da filha que estava maior e também mais pesada.

— É uma sapeca mesmo! — Lauren falou rindo.

Camila concordou com a cabeça. Voltou a olhar para Lauren, a luz da lua refletia nela... Observando direitinho, a aparência da morena, dava para ver um leve abatimento.

— Você está bem?

Lauren parou de rir ao escutar aquela pergunta. Á sua vontade era de contar como estava sendo difícil viver sem a Camila ao seu lado. Como ás vezes, não sentia vontade de nada, nem mesmo de viver, e caia num pranto interminável. Mas não queria ser dramática.

— Na medida do possível. — Foi a sua resposta. — E você? Está bem?

— Sim... — Camila respondeu baixinho. O táxi parou, chamando atenção das duas. Encerrando o diálogo que aparentemente ficaria muito tenso. — É o meu táxi.

— Não precisava chamar um táxi. Eu a levava para casa. — Lauren disse.

 

— Não se preocupe com isso. — Camila deu um leve sorriso. — Eu vi de carro, mas como tomei umas taças de champanhe, não acho muito ideal dirigir. Principalmente com a Aurora. Não quero lhe dá trabalho.

— Você não me daria trabalho algum. — Lauren garantiu.

— Eu prefiro ir de táxi. — Camila afirmou. — Tudo que mais quero é chegar em casa, e preparar o meu bom e velho miojo. — Olhou pra Aurora. — Dá tchau pra mamãe Laur?

Graciosamente, Aurora levantou o bracinho e deu tchau. Foi à coisa mais linda do mundo! Lauren morreu de amor, não resistiu e se aproximou da pequena pra dá um beijo em sua bochecha, consequentemente, ficou perto demais da Camila. A latina ficou tensa quando o rosto de Lauren ficou bem próximo do seu. Engoliu á seco, e tentou não demonstrar nenhum desespero. Mas que era um golpe muito baixo, era! Lauren estava muito cheirosa. Aumentando ainda mais a sua saudade.

— Tchau, meu amorzinho. — Lauren enchendo a Aurora de beijos. — Mamãe ama muito. Muito. Muito. — Depois olhou para a Camila. — Tchau, Camila...  — E olhou para os lábios da latina.

Quase que a Camila lambia os lábios, por um triz que não fez isso. Parou a língua no meio do caminho. Se fizesse isso, era bem capaz de receber um beijo da Lauren. Coisa que ela queria muito. Mas não podia. Não iria retroceder. Tinha namorada. Deu um passo para trás.

— Tchau, Lauren.

Foi para o táxi, e entrou. Respirou aliviada por sair daquela tensão que sempre lhe envolvia quando estava perto da Lauren. Deu o seu endereço para o taxista. O coração batia acelerado em seu peito. Não podia fazer isso consigo mesmo. Lembrou-se o motivo de ter ficado três meses sem muito contato com a morena: Porque sempre que ficava junto dela, o seu mundo virava de ponta a cabeça e perdia o controle. Não tinha mais controle de nada. Nem de si mesmo. Nem de suas ações.

Quando deixou a Lauren no quarto do hospital, saiu decidida que mudaria á sua vida. E mudou. Tornou-se uma mulher de negócios, e estava se relacionando com outra mulher. Por que iria abri mão disso tudo? Porque amava com loucura á Lauren. Mas mesmo amando loucamente dessa forma, não podia sucumbi.

E não iria. Não podia continuar junto de Lauren quando o sentimento de mágoa ainda estava muito forte. O amor ás vezes parecia um monstro que se alimentava de suas fraquezas para ganhar forças, e quando estava forte o suficiente, se tornava uma destruição.

Não iria se destruir. Esse amor era a doce forma da perdição. Não podia ir para a ruína. Voltar para Lauren era a mesma coisa de aceitar os seus erros, e ainda criar o filho dela. Não tinha estrutura emocional para isso.

Decidiu, depois dessa noite que iria encontrar a Lauren apenas para o necessário. Pronto. Assim não brincaria com fogo e não teria o risco de se queimar. O que olhos não viam o coração não sentia.

O problema estava resolvido.

O táxi chegou ao seu destino. Pagou a corrida, e desceu. Foi para a sua casa, assim que entrou, foi cuidar da Aurora que estava sonolenta. Trocou a roupa da pequena, e a colocou no berço. Depois, trocou a sua própria roupa para um pijama confortável. O seu estômago estava roncando demais de fome, ia para cozinha quando a campainha tocou. Só podia ser a Keane que tinha mudado de ideia. Ao menos, tinha desculpa que não poderia sair, porque não tinha quem deixar a Aurora, já que dispensou os cuidados da Lauren.

Abriu a porta, e arregalou os olhos... Talvez, o problema não estivesse nem um pouco resolvido.

(...)

Uma ideia maluca surgiu na cabeça de Lauren... Poderia ser que fosse rejeitada, mas iria pagar para ver. Era uma noite especial para Camila. Não deveria passar em branco. Uma simples comemoração. Já que a Keane estava descartada, achava muito difícil que ela se recuperasse do efeito do remédio, não pelas próximas horas. Tinha que admitir que fosse bem astuto de sua parte.

Enquanto, andava pela Carmem Delicatessen em busca dos produtos. Não demorou muito. Fez as compras, e jogou dentro do carro. Sabia onde a Camila morava, tinha o endereço, o seu irmão que lhe passou. Não sabia que seria bem recebida, estava indo sem ser convidada.

Mas queria desfrutar um pouco da companhia da Camila, mesmo que não desse em nada. Mas só o fato de estar ao lado da latina, fazia a sua alma se iluminar. Desejando fervorosamente que a sua noite terminasse com um sabor menos amargo e mais doce, que ignorou o medo e também o nervosismo e tocou a campainha. Enquanto, esperava, passou a mão no cabelo, o ajeitando. Respirou fundo diversas vezes em busca de um pouco de autocontrole.

E a porta se abriu... Viu a surpresa de Camila, provavelmente isso ela não esperava. Estava linda vestida com aquele pijama com estampa do Piu-Piu. Poderia até ser infantil, mas a forma que os seios molduravam bem no rosto do Piu-Piu tornava bem sexy.

— Assim que você foi embora, fiquei pensando... Por que comer miojo se pode comer fondue de queijo? — Lauren sorriu charmosa, levantando a sacola de compras.

A surpresa de Camila aumentou mais ainda. Primeiro: Não sabia que a Lauren conhecia o seu endereço. Segundo: Nunca imaginou que a mesma se preocuparia com a sua refeição. Terceiro: Parecia aquela Lauren no qual se apaixonou meses atrás.

— Posso entrar? — Lauren perguntou um pouco insegura, mas sem perder o sorriso.

Não era uma boa ideia. O seu consciente gritou. Não era mesmo uma boa ideia, principalmente porque o seu coração estava batendo altíssimo dentro do seu peito. Camila sabia que não deveria deixar a Lauren entrar, mas por tanto, não podia dizer não. Bem no fundo, não queria dizer não. Então, afastou-se dando espaço para a morena.

— Pode. — Camila respondeu, assim que a morena passou, fechou a porta. — Eu não a esperava.

Lauren olhou a casa. Era simples, uma decoração bonita e suave. Aconchegante. Retirou os sapatos, e caminhou até o tapete do sofá. Soltou as compras em cima do centro, e sentou-se sob os calcanhares.

— Quis fazer uma surpresa, espero que não tenha sido inoportuna. — Lauren falou, já retirando o aparelho de fondue.

— Não foi. — Camila falou. — Eu vou buscar um fósforo. — Foi para a cozinha.

— Aproveita e traz também duas taças. Comprei o seu vinho favorito. — Lauren falou mais alto para ser escutada.

Camila mordeu o lábio inferior ao entrar na cozinha. Fondue de queijo, seu vinho favorito e a presença de Lauren, iriam ferrar com o seu psicológico. Respirou fundo, não precisava perder o controle. Pegou o fósforo e também as taças, voltou para á sala. Seja consciente sempre. Avisou á si mesmo.

Lauren já tinha arrumado tudo. O queijo já estava no aparelho, faltava apenas acendê-lo. Em pequenas travessas de porcelana tinha: Milho em conserva, picles, salsichas pequenas, cogumelos, tomates cereja, medalhões e pequenas torradinhas.

— Você vai amar essas torradinhas. Derretem na boca com o queijo ficará uma loucura. — Lauren informou ao olhá-la.

— Tenho certeza que sim. — Camila sentou ao lado de Lauren, e lhe deu o fósforo, colocou as taças em cima do tapete.

Lauren pegou o fósforo, os seus dedos se tocaram, e a corrente elétrica tão costumeira as fizeram estremecer. Entreolharam-se com intensidade, não foram capazes de separar os seus dedos um dos outros. Camila olhou para a boca de Lauren e sentiu á vontade desflorando dentro de si, estava com muita saudade daquela boquinha que lhe causava tantas sensações e querer. Lauren ofegou diante de aquele olhar em sua boca, umedeceu os lábios. Estava á um movimento de beijar a latina, porém, Camila voltou á si e pigarreou.

— Cadê o vinho? — Camila perguntou ao se afastar um pouco. Sentia os seus batimentos cardíacos acelerados.

— Aqui. — Lauren voltou a si, e pegou a garrafa, lhe dando.

Desta vez, não teve contato dos dedos. Camila tomou cuidado para que isso não acontecesse. Não saberia do que seria capaz se tocasse novamente em Lauren, mesmo que fosse suavemente. A morena tinha o poder de acender um vulcão dentro de si que só era controlado quando fosse saciado. Estava com medo que isso acontecesse. Melhor era socializar sem contato. Abriu a rosca do vinho, e encheu uma taça, ficou um pouco em dúvida sobre encher a outra taça. Não que se importasse, mas a Lauren estava grávida...

— Você vai beber também? — Camila perguntou.

— Sim. — Lauren respondeu com os olhos fixos no aparelho de fondue, tinha colocado os queijos e estava mexendo para derretê-los.

— Você pode beber? — Camila estava com o cenho franzido, sem tirar os olhos da morena.

— Uma taça não faz mal, a minha obstetra liberou uma taça, no máximo, duas. — Lauren informou distraída na fondue.

— Você estava tendo problema com placenta baixa, acha que é uma boa ideia beber? — Camila perguntou preocupada. Não queria se preocupar, mas... Era maior do que ela.

Lauren parou de mexer o queijo e olhou para Camila, aparentemente surpresa e também muito feliz. De novo, a esperança enchendo o seu peito e lhe dando a certeza que não tinha acabado a história de amor.

— Você está preocupada comigo? Com o meu bebê? — Lauren perguntou sem contar o sorriso.

Camila ficou sem jeito. Na realidade, não sabia muito bem como estava se sentindo em relação à gravidez de Lauren. Antes, sentia muita raiva, mas desde essa noite que tinha se topado com a morena que os seus sentimentos estavam uma enorme bagunça.

— Precavida. — Camila respondeu um tanto seca.

Lauren deu um suspiro. O cheiro da fondue estava perfumando o ambiente.

— Álcool não influência com o meu problema de placenta baixa. Estou fazendo acompanhamento médico, e minha placenta praticamente está em seu lugar. Não á nada mais tão preocupante. Minha obstetra me liberou para no máximo duas taças de vinho. Eu que estou evitando, mas acho que esse momento pede. É um momento especial. — Lauren falou sem triar os olhos da Camila.

Camila engoliu em seco. Sentindo um friozinho em suas entranhas.

— É um momento especial? Por quê?

— Porque estamos aqui desfrutando a companhia uma da outra... E também comemorando um momento tão importante em sua vida, como a realização do seu sonho. Não podia deixar de passar em branco. Sei que não contribui para isso acontecer, mas me sinto feliz por estar aqui com você, hoje, pelo simples prazer de estar junto. — Lauren se inclinou e encheu a sua taça de vinho. Entregou uma taça pra Camila, e segurou á sua no alto. — Por tanto, quero fazer um brinde... Á você, uma mulher de garra que não abaixa a cabeça diante da dificuldade. Uma lutadora. Que o sucesso esteja presente sempre em sua vida, a minha maior alegria é saber que você está bem e feliz. — A morena disse com sinceridade.

Camila se sentiu mexida com as palavras de Lauren. Um sorriso sincero brotou dos seus lábios, ergueu a sua taça e bateu suavemente na taça de Lauren. E assim brindaram. Depois de um gole de vinho, o estômago de Camila roncou alto. Ela sorriu envergonhada.

— Acho que alguém aqui está querendo ser alimentado... — Camila gracejou.

— Não seja por isso. O queijo está no ponto, basta desfrutar desse banquete feito especialmente para você. — Lauren piscou. Então, olhou em volta. — Cadê a minha fadinha?

— Dormindo. — Camila deu mais um gole de vinho. — Se ela estivesse acordada e escutasse a sua voz, ficaria louca.

Lauren sorriu.

— Ela é louca por mim.

Camila concordou com a cabeça, e completou em pensamento: Não é apenas a Aurora que é louca por você...


Notas Finais


Quem aqui ficou doida pela versão estúdio de Sangria Wine? AAAAA UM HINO!

Cheiro, cheiro, cheiro.


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