Faz frio.
No solo árido pelo sol, na terra que já não sabe mais distinguir o que é de fato calor e nada mais se produz. E como faz frio, na brasa da fogueira que não queima, no tempo nublado que não camufla mais a alta temperatura.
Faz frio no nordeste.
Toda a alegria e a magia de São João não veio. Parece que ela se foi como nossas esperanças de um mundo melhor. Não parece fazer sentido comemorar enquanto nossa cultura morre debaixo da chuva, quando nossos corpos se empilham e não retornam mais para casa. A alegria se foi, e faz frio.
Frio no quente nordeste.
Frio que toca os ossos, que faz tremer, que tira ainda mais a felicidade. Luzes apagadas, tristeza estampada e, além de tudo, dor em milhares de olhos.
Como dizer que a fogueira aquece o coração se ela nem ao mesmo foi acendida?
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