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História Fearless - XVII - I Should Have Kissed You


Escrita por: Haroldinha

Notas do Autor


Heey Guys! Como vão?
Hoje é um dia feliz pra mim. Minhas férias começaram hoje e isso é motivo suficiente pra me deixar radiante hahah’ E também porque hoje Fearless faz 7 meses!
Enfim, acho que vocês vão tipo, amar e odiar o Zayn nesse cap. Não ficou tão grande quanto os outros, mas tudo bem.
Música tema: I Should Have Kissed You – One Direction (link nas notas finais)
Espero que gostem, perdoem qualquer erro e tenham uma ótima leitura!

Capítulo 17 - XVII - I Should Have Kissed You


Noite de 06 de Janeiro de 2013

Azul. Toda vez que fechava os olhos era azul que ele enxergava. Um azul intenso, vivo. O azul dos olhos da garota que conseguia virar sua cabeça toda vez que ele a via.

Zayn ainda se perguntava como pôde se perder tanto naquele momento. Simplesmente não sabia. Depois que parou para pensar, lembrou das palavras dela sempre ressaltando que o que fizeram era errado.

Era mesmo?

Podia até ser, mas fora o erro mais certo que cometera. Sendo mais coerente, foi erroneamente certo.

Ainda podia sentir o gosto adocicado dos lábios dela, o que era irônico, visto que a “nova” Victória não suporta doces.

Talvez fosse esse o motivo que o fazia se perder. Ela não era a mesma. Antes era irônica, agora é carinhosa; antes era agressiva, agora é tão doce. É o oposto do que era, mas ainda assim conseguia manter um pouco da antiga Victória, ele só não sabia exatamente o que. Era como uma mescla do antigo e do novo. Uma mistura viciosa, na qual ele não conseguia ver-se longe.

A vontade de vê-la corroia o rapaz por dentro. Tinha medo de que, para ela, o acontecimento de mais cedo não tivesse tido o mesmo significado que teve para ele.

Obviamente, algumas coisas mudariam, só não sabia se seria uma mudança boa ou ruim. Quer dizer, como seria a convivência entre os dois depois daquele beijo? Ela fugiria dele para evitar outro envolvimento? Levando em conta o “respeito” que ela tinha pelo fato de Zayn ter uma namorada, era bem provável que sim.

Questionamentos, conclusões sem certeza... Zayn queria tanto poder ouvi-la dizer algo que o fizesse ter certeza. O que ela sentia afinal? Lembrando da maneira que ela se entregara em meio àquelas trocas de carinhos de mais cedo, Zayn preferia manter a hipótese de que Victória queria ainda mais. Mas isso não bastava. Só sossegaria se ouvisse ela dizer.

Precisava saber se o sentimento era recíproco.

Zayn levantou do sofá de sua casa, decidido a ir vê-la. Poderia ser uma grande precipitação, mas se não tentasse, não saberia. Preferia se arrepender por algo que fez do que se arrepender por algo que não fez.

Deu de mãos na chave do carro. Parou em frente a um dos espelhos que ficavam pendurados nas paredes e ajeitou os fios de cabelo com os dedos. Apressado do jeito que estava não via necessidade de uma grande produção.

A cada sinal vermelho que era obrigado a parar, pensava que era tempo demais perdido. Já eram oito horas da noite. E se ela estivesse dormindo? Victória havia cansado bastante com a pintura das paredes da cobertura, então não se surpreenderia se ela já estivesse na cama, e Zayn perguntava-se se ela sonhava com ele, como o próprio já tivera sonhado com ela diversas vezes.

Sentia-se um idiota por pensar em coisas clichês e bobas, mas ao mesmo tempo coisas assim pareciam ser necessárias, como se ele precisasse pensar nela daquela forma para ter certeza do que sentia. Era clichê, precisava ser clichê, e continuaria sendo. Não via nada de errado em ser assim.

Quando estacionou o carro em frente à mansão, logo notou que as luzes estavam acesas, sinal de que ainda havia pessoas acordadas. A janela do quarto de Victória ficava de frente para o jardim dos fundos, não tinha como saber se ela estava ou não acordada.

Desceu do carro, trancando as portas e passou pelos seguranças dos portões, que como já o conheciam, deixaram-no entrar sem problemas. Em frente à porta de entrada, ficou com a mão suspensa no ar, ponderando se apertava ou não a campainha.

Mas é claro que apertaria! Não saíra de casa à toa.

Ding Dong fez a campainha quando foi apertada.

- Que barulhinho ridículo – Zayn riu, e a risada se tornava constante à medida que seu nervosismo aumentava.

O leve susto que levou com a abertura da porta serviu para o moreno se recompor e erguer o olhar, encontrando Annabeth, que o encarava com seu natural semblante iluminado e sorriso infindável.

- Olá, Zayn – Annabeth cumprimentou o rapaz.

- Oi, ti... – Ele quase terminou a palavra, porém se lembrou de que não era mais o garotinho que chamava a mãe do amigo de tia. - ... Annabeth.

A mais velha sorriu docemente para o rapaz, dando alguns passos para frente, assim diminuindo a distância e podendo dar um abraço em Zayn.

- Para mim, você continua sendo aquele garotinho de Bradford que me chamava de tia quando ficava nervoso – Riu divertida. – Ou melhor, o bad boy, como você mesmo dizia – Disse Annabeth, arrancando um sorriso infantil do moreno.

- Às vezes eu gostaria de ainda ser o garoto de Bradford e nada mais – Suspirou. – Seria tão mais fácil de resolver algumas coisas.

- Mas você continua sendo, Zayn. Nunca se esqueça disso – Annabeth falava exatamente como a mãe de Zayn falava. – Nem tudo é tão complicado como as pessoas acham que é. Você anda com problemas, Zayn?

- Tenho um tão complicado que vale por mil – Disse, sendo um tanto exagerado.

Não querendo se intrometer nos assuntos pessoais do rapaz, Annabeth apenas fechou a porta atrás de si, acabando com o assunto ali mesmo.

- Suponho que tenha vindo falar com Arthur ou Christopher – Ela palpitou, tornando a ficar ao lado dele.

- Na verdade – Zayn pigarreou. – Vim falar com Victória.

Por alguns segundos, Annabeth o encarou sem expressão.

- Ah, claro. Eu me esqueço que vocês também não se desgrudam.

Zayn sorriu sem graça. Para ele, o que Annabeth disse teve um sentido tão literal...

- Ela esta no quarto – Falou a mais velha, apontando na direção da escada. – Terceira porta à direita subindo a escada.

- Só não conta pro Arthur que eu estou aqui, tudo bem? – Pediu receoso, sem querer deixar transparecer suas verdadeiras intenções.

Só não queria que Arthur atrapalhasse outra vez.

- Tudo bem. Pode subir, Zayn.

- Obrigado – Sorriu uma última vez, e assim que Annabeth sumiu de seu campo de visão, o rapaz seguiu em direção à escada.

Subiu os degraus com cautela, sem fazer barulhos indesejáveis. Em frente à porta do quarto de Victória, não tinha certeza se devia simplesmente entrar ou bater.

Preferiu checar a maçaneta para ver se ela ainda tinha a mania de sempre trancar o quarto, mas a maçaneta girou com facilidade, assim abrindo a porta minimamente. Já que estava aberta, por que não entrar?

Passou para o lado de dentro do quarto, silenciosamente, e viu a loura deitada na cama, parecia estar dormindo. O rapaz aproximou-se em passos lentos, assim tendo certeza de que ela dormia profundamente.

Os olhos de Zayn percorreram milimetricamente pelo corpo inerte da garota, que naquela situação, mostrava mais do que devia. Não que ele achasse ruim estar vendo-a daquela forma...

Definitivamente, Victória não era mais uma garotinha de doze anos.

O short de pijama que a loura usava era suficientemente curto, deixava as coxas bem torneadas à mostra; a blusa de alcinhas colada ao corpo, talvez fosse um número menor do que deveria ser, pois deixava quase toda sua barriga de fora. Ele reparou nos mínimos detalhes, inclusive na ausência de um... Sutiã no corpo da garota.

Autocontrole. Autocontrole – Repetiu mentalmente, massageando as têmporas enquanto chegava perto da cama, onde agachou-se, sentando sobre o tapete sob o chão, e apenas observou-a dormir. Tão serena, respirando calmamente com a mão direita repousada sobre algo cor de rosa, que Zayn reconheceu ser o diário que entregara a ela antes de sair de Bradford.

Era a segunda vez que ficava vendo-a dormir, e apesar de ser uma atitude monótona, lhe trazia um certo conforto.

Ele gostava dela. Simples assim.

Sem muita complicação, apenas gostava. Se fosse procurar por uma explicação para o que sentia, provavelmente não acharia. Tinha como explicar o porquê de gostar de alguém? Se tinha, ele não sabia. Eram tantos detalhes, coisas pequenas, que seria impossível enumerá-las. Era uma lista grande de pequenas coisas que eram os motivos daquele sorriso que aparecia involuntariamente em seus lábios quando a via.

Porém, aquele sorriso foi substituído por preocupação quando ouviu um choramingo vindo de Victória.

Ela havia se encolhido, e ainda dormindo, parecia sentir dor. À medida que seus choramingos se tornavam mais constantes e agoniados, grossas gotas de suor se formavam na testa da garota.

Zayn queria fazer algo; acordá-la talvez, mas o apavoramento tomou conta de si, impedindo que ele se movesse. O que estava acontecendo com ela?

A respiração da garota tornou-se pesada, as mãos apertavam fortemente o cobertor, os nós dos dedos ficaram vermelhos devido à força concentrada ali.

- Tori – Ele chamou, sobrepondo a mão dela com a sua e percebendo que a pele dela estava gelada. – Tori, acorda!

Ainda com os olhos fechados, porém trêmulos, Victória apoiou-se nos braços, erguendo o tronco com muita dificuldade, da mesma maneira que respirava. O ar parecia não querer entrar, e ela começou a tossir compulsivamente.

A loura tremia, não podia controlar as mãos, mesmo assim tateou o colchão até achar algo que levou imediatamente a boca. E então, muito lentamente, a respiração desacelerou, porém agora, com lágrimas escorrendo pelo rosto pálido dela.

- Victória – Zayn sussurrou, a voz quase não saía devido ao choque que levara ao vê-la tão vulnerável. Seria um pesadelo que ela tivera? O que quer que tenha sido, não fora nada agradável.

- Zayn? – Ouviu a voz dela, carregada de pavor. – Zayn!

E o choro se tornou compulsivo. Victória praticamente jogou-se sobre o moreno, desesperada. Zayn segurou-a para que não caíssem, aproveitando para sentar na borda da cama. Ela, por sua vez, afundou o rosto na curva do pescoço do rapaz, molhando-o com lágrimas e apertando cada vez mais os braços ao redor dele.

- O que houve, Tori? – Se viu obrigado a perguntar, mesmo sabendo que ela não tinha condições de responder. – Eu não entendo o que aconteceu. Foi pesadelo?

Em um gesto quase imperceptível, ela negou com a cabeça. Da boca dela não saia nada além de soluços.

Por mais que tivesse vontade de fazê-la parar, sabia que o certo era deixá-la se acalmar, chorar tudo o que tinha para chorar e só depois, se ela quisesse explicar, tentar entender o que se passava.

Zayn teve paciência, deixando-a ficar agarrada em si o tempo que fosse necessário. Afagou os fios louros dela até que as lágrimas cessassem, que a tensão abandona-se o corpo fraco da garota.

Afastou-se um pouco, segurando o rosto de Victória em ambos os lados e a olhou, vendo suas pupilas dilatadas e em tom avermelhado. Os olhos dela não tinham brilho, muito diferentes da última vez que os viu.

- Melhorou? – Perguntou docemente.

Ela assentiu, fungando, mal piscava os olhos. Parecia tão cansada.

- Me diz o que houve? – Pediu de forma sutil, sem querer intimá-la.

Victória abaixou a cabeça, mas logo Zayn a fez olhar para ele.

- Você acredita em mim? – Foi o que ela perguntou, com o olhar perdido no dele.

- Claro que sim – Disse apenas, ainda mais confuso.

Victória umedeceu os lábios, respirou fundo, e segurando a mão do rapaz, apertou-a antes de falar:

- Eu tenho me lembrado de algumas coisas, Zayn – Começou. A voz perdia a força diversas vezes. – São lembranças pequenas, vêem em forma de sonhos, mas são tão... Ruins.

- Por que ruins? Você lembrar devia ser algo bom.

Zayn sorriu discretamente. Ela teria se lembrado de algo relacionado a ele?

- Sinto muita dor quando lembro – Victória soluçou. – E ultimamente, acordo chorando porque são lembranças nada boas. Sempre tem algo horrível acontecendo, e isso faz doer mais. Zayn, eu não quero mais lembrar. Eu não quero!

- Fica calma – Zayn puxou-a para outro abraço, assim impedindo que ela voltasse a chorar. – Me diz... O que se lembrou agora?

- Foi... Acho que naquele dia – Fez uma pausa. – O dia em que você disse que fui embora sem dar explicação – Ela dizia com a voz mais convicta. – Minha mãe... Ela... Ela não me deixou ir falar com você. E eu pedi... Pedi para que ela esperasse até o final do dia para que pudéssemos fazer a apresentação na escola, mas ela não deixou, ela me obrigou a ir embora. Eu não queria ir, Zayn! Eu não queria deixar você lá.

- Ta tudo bem, isso já passou – O rapaz tentou tranquilizá-la.

A garota engoliu em seco, afastando-se dele rápido demais. Os olhos arregalados percorreram pela extensão da cama, e ela deu de mãos naquele objeto rosa, olhando com certo repúdio para o próprio diário.

- Foi isso que me fez lembrar – Disse enraivecida, jogando o diário na direção de Zayn. – Comecei a lembrar desde que você me deu isso, mas eu não quero mais. Joga fora, taca fogo, o que quiser. Só nunca mais quero ver esse diário na minha frente.

Zayn franziu a testa, confuso, mas decidiu não questionar e afastou o diário para longe. Se fizesse bem a ela, ele daria um sumiço no objeto, sem problema algum.

- Asma? – Perguntou Zayn, erguendo a bombinha de ar de Victória na altura dos olhos. Não se lembrava de ela ter asma...

- Tive problemas respiratórios por causa do acidente – Ela explicou enquanto encolhia-se, abraçando os joelhos. – O acidente... – Choramingou de novo.- E se eu lembrar do acidente? Não quero saber como meus pais morreram.

- Shhhh, você não vai lembrar, fica calma.

Zayn a trouxe para perto outra vez, e protetoramente, abraçou-a. Ela parecia uma criança com medo depois de assistir um filme de terror. Não tinha muito o que fazer, e apesar de ele querer realmente fazê-la sentir-se melhor, ter a garota em seus braços já surtia um grande efeito. Pelo menos ele achava que sim, visto que ela havia parado de tremer. Não aguentaria vê-la chorar outra vez.

- O que veio fazer aqui? – Victória perguntou. Zayn podia sentir os dedos dela brincando com a gola de sua camisa.

- Só queria te ver – Disse sorrindo sem graça. – E não aguentei esperar até amanhã. Pelo menos vim em boa hora, não é mesmo?

- Obrigada – Sussurrou contra o pescoço dele, não conseguia se desfazer dos braços aconchegantes de Zayn. – Eu não sabia nem como olhar pra você amanhã, e achei que você também não estaria nem aí pra mim.

- Por que eu faria isso? – O moreno questionou bastante interessado em ouvir a resposta.

- Porque tem a Perrie – Disse com a voz afetada. – Isso é o bastante.

Zayn mordeu o lábio, ponderando se devia dizer a ela tudo o que envolvia seu relacionamento com Perrie. Talvez fosse cedo demais mais para Victória saber.

- Com ela não é pra valer – Foi o que ele disse.

- Como assim?

- Não posso te explicar agora, não ainda – Suspirou. – Da mesma maneira que não sei explicar a razão por me sentir tão atraído... Por você – Zayn sentiu-se aliviado por dizer o que estava preso na garganta. – Mas eu gostaria de saber o que se passa nessa sua cabeça. Digo, em relação àquilo de hoje mais cedo.

Logo que terminou de falar, ouviu Victória soltar um murmúrio, e aos poucos ela foi se afastando dele até estar sentada ao lado do rapaz, voltando a abraçar os joelhos.

- Eu tenho medo – A loura disse naturalmente. – Medo do que possa acontecer. Medo do que possa não acontecer. Medo do que eu possa sentir.

- Mas de mim não precisa ter medo – Zayn disse carinhosamente, tocando no ombro dela.

- Não é medo de você. É medo do que posso sentir por você, eu não tenho certeza – Ela abaixou a cabeça, envergonhada. – Isso é tão estúpido – Riu de si mesma. – Quero dizer... Tanto você quanto Arthur sempre dizem com tanta certeza que éramos apenas amigos, mas não sei porque raios eu não vejo dessa forma, não consigo ver como uma amizade.

- Eu também não vejo assim. Não mais – Zayn completou, atraindo o olhar dela para si. – Nós éramos amigos, apenas amigos, mas... Olha pra você! – Ele disse, percorrendo os olhos pelo corpo dela. – Não é a mesma coisa. E não digo só fisicamente, porque você mudou de forma geral. Mudou de um jeito que... Me deixa louco!

Zayn não tinha mais controle das próprias palavras, tampouco de suas ações. Quando deu-se conta, já arfava, sentindo a respiração dela juntar-se com a sua, mas com o pouco de sanidade que ainda lhe restava, apenas encostou a testa na dela.

- Mas é tudo tão complicado, Tori – Suspirou frustrado. – Existe tanta coisa me rodeando, tanto coisa em jogo que eu não posso simplesmente deixá-las de lado e me deixar levar por isso que acabei de deixar claro que sinto por você. Eu quero, mas não posso. Você entende?

Ela assentiu, porém, fazia questão de não disfarçar uma certa tristeza nos olhos.

- E eu não posso exigir nada de você – Disse apenas.

Ambos abaixaram a cabeça, suspirando profundamente. A reciprocidade de sentimentos era clara, mas não o suficiente para fazer algo a mais acontecer. Talvez, infelizmente, pudesse demorar a ser suficiente.

Ouviram batidas na porta, e em seguida a maçaneta foi forçada. Victória olhou para Zayn, já que havia deixado a porta aberta...

- Victória, o jantar está pronto – Uma voz desconhecida se fez audível ainda que fosse abafada. Provavelmente era uma empregada.

- Eu já vou – Disse em tom alto.

- Acho que é hora de eu ir – Zayn torceu os lábios, levantando-se da cama, e pegando o diário que ela o mandara jogar fora. – Você costumava trancar a porta, mas quando cheguei estava aberta...

- É que no internato que eu morava, era proibido trancar portas por questões de segurança. Não consegui me desfazer dessa mania – Falou enquanto acompanhava Zayn até a porta.

O rapaz sorriu, vendo que ela ainda tinha a capacidade de se adaptar com facilidade há algumas mudanças. Não era à toa que em poucos dias de gravação ela já se dava bem tanto com a produção quanto com o resto do elenco do seriado.

- Bem... Até amanhã então. E obrigada por... Ter vindo até aqui – Ela disse quando Zayn passou para o lado de fora do quarto. Não conseguiu encará-lo. Abaixou a cabeça, mesmo assim Zayn pôde vê-la morder o lábio inferior.

Ele tinha uma enorme ânsia de morder aquele lábio, principalmente quando ela o tentava, mesmo sem saber que tinha tanto efeito sobre ele.

Zayn tocou no queixo da garota com o dedo indicador, impulsionando o rosto dela para cima, assim fazendo-a olhar nos olhos dele. Apesar da grande vontade de beijá-la, o moreno apenas sorriu maroto, inclinando-se para frente para dar-lhe um beijo carinhoso na testa.

- Nos vemos amanhã, com certeza – Disse, por fim, virando as costas.

Quando pisou no topo da escada, ouviu o baque da porta sendo fechada, e sorriu. Já no térreo, Annabeth acabou o vendo ir diretamente para a porta de saída.

- Por que não fica para o jantar, Zayn? – Perguntou a mulher.

- Ah, eu não posso, preciso ir. Mas obrigado pelo convite – Sorriu sinceramente. – Fica pra próxima.

- Vou cobrar então.

Annabeth o acompanhou até a saída, e logo que saiu, Zayn foi direto para seu carro. Ficou um bom tempo parado, com a testa encostada no volante, pensando nas partes gratificantes e talvez precipitadas de ter ido falar com Victória.

Devia ter a beijado, isso sim!

 

 

 

Novamente em sua casa, ou melhor dizendo, em sua mansão, Zayn saía do banheiro com os cabelos gotejando. Cantarolava melodias alegres sem ao menos perceber.

O som das gotas de chuva caindo tornavam a noite perfeitamente agradável para um bom sono, ou até mesmo para assistir alguns filmes, sossegado, até cair no sono.

Bom seria se tivesse alguém para lhe fazer companhia. Quando pensava em “alguém”, sua mente formava a imagem dela imediatamente. Maratona de filmes era algo normal de se fazer com Victória há alguns anos, principalmente nos finais de semana, visto que a garota nunca tivera muitas amigas. Era como se fosse uma “noite das garotas”, só que com uma garota e dois garotos. Arthur também era incluso.

Se não fosse tão tarde e se ele não tivesse que acordar cedo no dia seguinte, Zayn provavelmente teria pego o celular e ligado para Arthur, a fim de relembrar o passado assistindo alguns DVDs. Ficou até imaginando a cena; Arthur cobrindo o rosto durante todo o filme de terror enquanto Victória ria e criticava a cor do sangue do filme. Os dois primos eram opostos, mas se entendiam.

Aqueles foram bons tempo...

O rapaz terminava de vestir a cueca Calvin Klein branca quando aquele Ding Dong soou acima de si.

10h a.m. Quem o visitaria àquela hora da noite?

Vestindo uma bermuda desajeitadamente, ele desceu a escada, bufando. Até que chegasse na porta a campainha fora tocada mais umas três vezes. Quem quer que fosse não sabia que a mansão era grande?

Abriu a porta pronto para discutir sobre a inconveniência da pessoa que ousava atrapalhar seu sossego, mas no final das contas, o que saiu de sua boca foi:

- Perrie?

- Oi – Respondeu a moça, sorridente, porém tremendo de frio. Estava molhada. – Não vai me convidar para entrar?

Os pés do rapaz pareceram criar vida própria, pois moveram-se, dando espaço para ela passar. Se dependesse de sua incredulidade, ele não teria se mexido.

- Pensei que estivesse em turnê com as garotas... – Zayn balbuciou, tentando não deixar-se demonstrar a insatisfação de vê-la em sua mansão logo naquela noite.

- Ainda estamos em turnê, mas sabe como é... Sempre damos uma passadinha em Londres antes de ir para outro país – Disse, dando de ombros. – Tenho até amanhã às duas da tarde pra ficar com você.

Oh, até amanhã às duas da tarde... Mas por que, meu Bom Deus? – Ele pensou, massageando as têmporas. Por um momento quis ter aceitado o convite para o jantar que Annabeth tivera feito.

- Ah, mas que ótimo – Disse sarcástico, indo até Perrie para ajudá-la a tirar o casaco grande e molhado. – Por que esta molhada?

- Deixei o carro na rua em frente e tive que vir correndo até a porta. A chuva aumentou bem na hora que cheguei – Explicou ela.

- Deixou o carro na rua? – Zayn questionou, não gostando nada em saber. – Assim vão ver que esta aqui!

- Essa é a intenção – Perrie sorriu persuasiva.

Ah, claro. Tudo porque tinham que passar a imagem de casal perfeito que passa o dia de folga juntos... Uma grande bobagem!

- Então veio pra ficar aqui? – Perguntou desgostoso.

- Sim – Ela sorriu. – Vou tomar banho, ta?

Ele deu de ombros.

Perrie deu-lhe um selinho antes de subir a escada rumo ao banheiro. Enquanto isso, Zayn jogava-se no sofá com a cara amarrada.

Infelizmente, não podia simplesmente terminar com Perrie assim, de uma hora para outra. Até porque gostava dela, não tanto quanto antes, mas o afeto por ela ainda existia.

E a confusão de sentimentos dentro dele não ajudava.

Depois de algum tempo, retornou ao quarto, ligando a televisão. Tinha perdido o sono. Sem demora Perrie apareceu, vestindo um babydoll rosa cheio de transparência. Só em ver ele sentiu-se desconfortável, afinal, continuava sendo um homem, que teria que dividir a cama com a namorada praticamente seminua.

Ele tentou não olhar, tentou não esquecer que tivera quase se declarado para outra garota há pouco tempo atrás, mas não conseguiu. Perrie era com certeza sua perdição; uma tentação impossível de resistir.

- Perrie, eu to assistindo televisão, por favor – Pediu, fugindo do beijo que quase aconteceu.

- Eu sei que você não quer assistir televisão – Ela disse sedutoramente, beijando a parte de trás da orelha do rapaz. As mãos dela dedilhavam seu abdômen, distraindo-o, e logo Perrie conseguiu beijá-lo.

Fugir; não dava. Recusar o beijo dela; impossível. Dar fim ao namoro logo agora; não podia.

Naquele momento, suas necessidades masculinas acabaram falando mais alto.


Notas Finais


MÚSICA DO CAPÍTULO: https://www.youtube.com/watch?v=2HfZ7RoxCKE
Gente, 7 meses de Fearless *-* Preciso realmente agradecer à todos os leitores, tanto presentes quanto fantasminhas hahah Se não fosse por vocês eu provavelmente já teria desistido da fic, então, obrigada!
Espero que tenham gostado, e até mais.
xx


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