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História Fearless - III - Back Around


Escrita por: Haroldinha

Notas do Autor


Eu digo que não vou demorar e acabo demorando. O fato é que não consegui escrever nada depois do lançamento de Kiss You *-*
Bem, espero que gostem, perdoem os erros e tenham uma boa leitura!
Música tema: Back Around - Demi Lovato

Capítulo 3 - III - Back Around


Anoitecer de 20 de Dezembro de 2012

 

Ficar no quarto olhando para a imagem de Zayn não lhe trouxe nenhuma lembrança. Meia hora olhando fixamente para aquele pedaço de papel só fez com que Victória percebesse o quanto a beleza daqueles cinco era incomum. O garoto mais bonito que ela já havia visto era seu amigo Brandon, e Arthur não era de se jogar fora, mas os cinco garotos do pôster eram... deslumbrantes.

Victória cansou de ficar “babando” por um pedaço de papel. Calçou suas pantufas e foi até a cozinha onde Arthur tentava fazer algo para o jantar.

- Quer ajuda? – Ela chegou perguntando.

- Seria bom – Arthur estava visivelmente atrapalhado com os materiais de cozinha e deu um sorriso tímido para disfarçar.

- Não é assim que se faz macarrão.

- Não? – Ele a olhou com o canto dos olhos. Victória negou. – Minhas refeições são baseadas em comida congelada e instantânea, então já viu...

- Deixa que eu faço isso. Fiz um curso de culinária lá no internato.

Assim o jantar dos dois começou a tomar forma. A única função de Arthur foi abrir o refrigerante. Comeram tranquilamente e em silêncio, sem aquele clima tenso de pessoas que acabaram de se encontrar. Arthur via a prima comer o macarrão como uma criança louca por doces. Parecia que não comia há muito tempo. A louça também ficou por conta de Victória.

- Quando eu fui te visitar pela primeira vez lá no internato muitos disseram que você era “emocionalmente transtornada” – Arthur comentou, esperando por uma reação nada boa da garota em sua frente.

- Eu pareço transtornada? – Ela devolveu com outra pergunta, rindo levemente. – Ou louca talvez?

Arthur se sentiu mal por ter falado aquilo, mas também queria entender o porquê de terem lhe dito tal coisa sendo que a prima parecia normal.

- Também disseram que você...

- Que eu disse ter falado com minha mãe sendo que ela esta morta? – Ela completou, interrompendo seu primo e deixando-o surpreso.

Talvez fosse cedo demais para tocar no assunto, mas já que ele começou era melhor que soubesse de tudo, isso claro, se ele acreditasse.

- E se eu dissesse que é verdade, você acreditaria?

Victória viu o semblante de Arthur mudar para uma expressão assustada. Todos têm a mesma reação. Os únicos que sabiam sobre a suposta aparição de sua mãe eram Ally, Brandon e duas professoras do internato. Algum acreditou? Não. Apenas disseram que era um delírio ou saudade que ela sentia.

- Mas isso não... É brincadeira, não é? – Arthur disse exasperado.

Victória riu.

- Esquece o que eu disse – Ela pediu, como se tudo fosse uma grande brincadeira. – Dizem que eu era transtornada porque no dia em que cheguei ao internato, confesso que eu estava revoltada, não quis aceitar. Eu sabia que tinha sofrido um acidente e ninguém me dava notícias dos meus pais. Então alguém me deu um remédio para que eu me acalmasse, mas era o remédio errado e eu acabei ficando ainda mais revoltada, quebrei muitas coisas. Isso levou a todos me tacharem como louca.

Foi uma explicação plausível, porém, não era verdade. Ninguém acredita na verdade. Era melhor que Arthur acreditasse no fato contado do que também achasse que ela era louca.

- Menos mal – Disse ele, aliviado.

- É, menos mal – Ela sorriu nervosa, ainda vendo o olhar assustado de Arthur sobre si. Era melhor mudar de assunto. – Você poderia falar um pouco sobre... mim? Como eu era antes e essas coisa?

- Claro.

Os dois passaram um bom tempo sentados frente a frente, um em cada lado da mesa. Arthur respondia todas as perguntas da prima, contudo, Victória percebeu que ele se limitava a falar. As respostas dele eram diretas, não continham detalhes, e isso a deixou intrigada. Seu “sexto sentido” palpitava. Parecia que Arthur escondia algo, ou talvez fosse apenas impressão.

Depois de horas de conversa Victória percebeu que seu visinho Zayn esteve presente em muitos momentos de sua infância. A maiorias dos fatos contados por Arthur começavam com a frase “Você, eu e Zayn...”. Isso significava que o moreno era mesmo seu amigo. Mesmo assim ela não entendia o porquê de Zayn ter ficado tão surpreso ao vê-la.

Ela ainda queria respostas, muitas respostas na verdade, mas não queria abusar da boa vontade de seu primo e preferiu adiar o resto das perguntas para depois, deixando-o que ele em paz.

Arthur mal tinha posto a bunda no sofá para assistir televisão quando o baque da porta sendo aberta o fez pular de susto. Três garotos arrumados espalharam-se pelos outros sofás e o olharam sorridentes.

- Será que rola alguma festinha hoje? – Louis estava visivelmente animado. Nada diferente de Niall.

- Não posso, cara.

- Esse desânimo todo é por causa da Cassie? – Zayn perguntou. Ele era o único que sabia sobre o término do longo namoro de Arthur com Cassie.

- Também, mas tem a Victória. Não posso deixar ela sozinha.

- Leva ela então – Niall sugeriu.

- Não sei se quero ir, até porque a única festa que sei que vai ter é na casa da Cassie, então...

- Então... – Louis repetiu, levantando-se. – Vamos juntar o útil ao agradável; Enquanto nós nos divertimos, você se acerta com essa tal de Cassie.

- E a Victória? – Zayn lembrou.

- Me deem alguns minutos e eu a convenço.

Louis subiu à escada a procura de Victória.

- O problema é que Cassie e Victória nunca se deram bem. – Zayn comentou.

- Isso é verdade – Arthur riu, sendo acompanhado por Zayn.

Cassie no tempo de escola era a típica patricinha que se achava superior a todos, mas incansáveis vezes Victória a deixou de cara no chão. Quem sabe agora depois de tantos anos aquela implicância tosca não exista mais.

Minutos depois Louis desceu com Victória devidamente arrumada. A garota vestia uma blusa xadrez vermelha e preta com mangas dobradas até metade do braço sobre uma blusa cinza. Completando o look, calça jeans e calçado sneaker. Os dois apareceram na sala rindo, o que foi uma surpresa para Arthur, visto que a prima até então não havia rido daquela forma desde que chegara.

- A piada deve ter sido muito boa – Disse Arthur, indo parar ao lado dela. – Ele te convenceu?

- Mais ou menos isso.

Tiveram que esperar Arthur se arrumar, afinal, ele iria tentar reatar seu namoro e precisava estar bonito.

Os argumentos usados por Louis fizeram Victória aceitar ir à festa. Ela não queria atravancar a vida do primo, e quando Louis disse que ele não queria sair para não deixá-la sozinha ela foi se arrumar prontamente. Era justo que fosse, e foi o que fez.

Após um bom tempo dentro do carro, apertados, os cinco desceram quando o carro dirigido por Zayn finalmente parou em frente a uma enorme casa de dois ou mais andares, de onde vinha um som muito alto.

Reparando bem era possível ver a animação de Niall e Louis, e o nervosismo de Arthur. Zayn não demonstrava nada. Parecia não estar gostando, mas também não estava odiando ter ido ali. Victória estava da mesma maneira. Não sabia se era bom ou ruim.

A medida que se aproximavam a música ficava mais alta, obviamente. Para Victória era até um pouco incômodo. Ela se sentiu deslocada. Logo um amontoado de pessoas se fez visível mais a frente onde Zayn, Niall e Louis estavam. Eram fãs. Victória foi puxada por Arthur até chegarem a uma mesa. Sentaram-se ali, e um tempo depois os outros três estavam juntos.

Algumas horas mais tarde o álcool ingerido por Louis e Niall já fazia efeito. Os dois dançavam loucamente no meio da sala rodeados por garotas ainda mais bêbadas. Ao redor da mesa restaram apenas Zayn e Victória que observavam tudo e riam das cenas hilárias protagonizadas por Louis. Arthur havia sumido, pelo visto tinha se entendido com a tal Cassie.

Zayn distribuía autógrafos e fotos a cada cinco minutos e até iniciava conversas rápidas com quem chegasse e puxasse um assunto, nada que o impedisse de olhar intimidadoramente para os caras que tentavam chegar perto de Victória.

Os visinhos reclamaram, então os donos da festa foram obrigados a mudar o tipo de música e baixar o volume.

Uma bebida foi oferecida a Victória. Ela estava prestes a recusar quando a voz de Zayn se fez audível mesmo com o volume da música ainda alto.

- Não é alcoólica, pode beber.

Dito isso o rapaz das bebidas deixou um copo com líquidos coloridos em frente a ela. Victória decidiu confiar em Zayn e deu de mãos no copo, levando até a boca. Não era alcoólico, mas não deixava de ser forte. As caretas feitas por ela fizeram Zayn rir.

- Qual o motivo do riso?

- Nenhum – Zayn continuou a rir, mas parou vendo mais um cara tentar se aproximar dela.

A garota percebeu que os olhos de Zayn ficaram fixos em algo atrás de si. Victória podia até ver faíscas saindo dos misteriosos olhos de Zayn. Os dois se encararam. Meros  segundos se olhando foram suficientes para deixar ambos desconfortáveis. Victória pigarreou.

- Qual o seu problema? – Ela perguntou, apoiando os cotovelos na mesa. – Fica aí lançando esse olhar macabro para qualquer um que tente chegar perto...

- Arthur faria o mesmo – Zayn devolveu com uma resposta rápida, e esticou o braço para pegar o copo.

- Acontece que você não é primo nem nada meu, ou é?

- Se dependesse da sua consideração eu nunca seria nada mesmo – Victória viu amargura na voz de Zayn, como uma pessoa com o orgulho ferido.

- Como assim? – Ela indagou, curiosa. – Você fala como se eu te devesse algo.

Zayn riu sem humor.

- Não me deve nada, Victória. Absolutamente nada – Ele deu ênfase na última palavra, adquirindo uma expressão séria. – Aliás, onde esteve durante todo esse tempo?

Responder prontamente não era exatamente o que ela queria, mas quando viu já estava falando.

- Dois anos em um internato. Antes disso na Alemanha.

- Alemanha? Interessante. E nem se importou em avisar.

- Avisar por quê? Você acabou de dizer que não é nada meu, então por que eu teria que avisar ou explicar alguma coisa a você?

Motivos para aquele ataque repentino ela não tinha, mas vendo pelos dois lados, Zayn também não tinha que cobrar nada dela. Caso ele realmente tivesse motivos, Victória não sabia quais eram, ou melhor, não lembrava. Aquela conversa havia irritado os dois.

O moreno revirou os olhos e levantou, se misturando com as outras pessoas até sumir de vista. Victória se xingou mentalmente por ter se dado o trabalho de o seguir. Ela queria entender o porquê de toda aquela amargura de Zayn. Algumas pessoas impediram que ela chegasse perto dele. Foram necessários alguns socos e pontapés ao longo do caminho até onde Zayn estava. Em uma varanda com vista para uma grande piscina.

- Ah, um cigarro? – Victória pôs as mãos na cintura ao ver Zayn liberando fumaça pela boca como uma chaminé.

- Um pirulito fluorescente que não é.

- Será que não sabe que o isso faz mal?

- A única que “não sabe” aqui é você. – Zayn foi sarcástico.

Os olhos dela ficaram semicerrados.

- Ah é, joga na minha cara que eu não tenho memória, seu imbecil! – Ela conseguiu acertar um tapa no braço dele. – Você deve saber mais de mim do que eu mesma.

- Com certeza – Zayn assentiu, jogando o cigarro quase inteiro fora. – Mas o que eu sempre quis saber, eu infelizmente não sei e nunca vou saber porque você também não sabe porque não tem memória.

- O que você queria saber? – Ela perguntou sendo o mais doce possível.

- De que adianta eu dizer se você não tem uma resposta?

O tom de voz dele fez Victória se sentir culpada. De uma forma ou outra, pelo que pode perceber ela devia ter feito algo de muito ruim a ele. Victória se aproximou de Zayn, olhando-o nos olhos.

- Você parece magoado. – Ela comentou quando Zayn desviou o olhar. – Devo ter feito algo muito ruim para ter te deixado desse jeito.

- A questão não é o que você fez, e sim o que não fez.

- O que eu não fiz?

- Agora não importa mais. – Ele deu de ombros. – Eu já tinha esquecido, mas aí você volta. Afinal, por que voltou? Ou melhor, por que foi embora logo naquele dia? Não podia ter esperado mais algumas horas ou pelo menos se despedido?

Ela pigarreou, suspirando. Aos poucos tudo ia se encaixando. Então ela e Zayn eram realmente amigos, e em um dia importante para ele, ela fora embora. O problema era que ela não lembrava. Mas ele lembra e quem sabe Zayn revelasse tudo e parasse com o mistério se ela conseguisse “manipulá-lo” com as perguntas certas.

- O que aconteceria se eu não tivesse ido embora?

- Já disse que não importa – Zayn se afastou dela e foi encostar-se na parede, enfiando as mãos nos bolsos. Ele suspirou. – Como se sentiria se uma pessoa importante sumisse em um dia importante e não desse nem um tchau?

As únicas pessoas importantes na vida de Victória eram seus pais, e eles não estavam mais vivos. Ela pode sentir talvez a mesma dor que Zayn sentia.

- Eu fiz isso? – Sua voz saiu fraca. Ela foi se juntar a ele.

- Sim, você fez, Victória – Zayn abaixou a cabeça.

- Me desculpa.

Tempos atrás Victória já estaria chorando pelo simples dato de ter magoado alguém que supostamente era importante, porém, ela aprendeu a ser forte e não demonstrar suas fraquezas para qualquer um. Não que Zayn fosse um qualquer. No momento ele ainda era. Victória não sabia, mas Zayn definitivamente nunca foi um qualquer para ela.

 - Tanto faz – O moreno completou.

O silêncio se fez presente por um longo tempo. Ambos queriam dar inicio a um diálogo menos acusador que o anterior, contudo nenhum sabia por onde começar.

- Sabe Zayn, sou uma estranha para mim mesma – Disse ela em mais uma tentativa de fazer ele revelar alguma coisa que fizesse sentido. – Eu realmente me chamo Victória Summers? Arthur é mesmo meu primo? Você já foi meu amigo um dia? Ninguém me diz nada. Acha que eu quis sofrer um acidente e perder a memória? - Ela mesma revirou os olhos. - Será que alguém pode dizer que tudo o que eu sei de mim mesma é verdade ou mentira?

- Eu posso – A voz de Zayn foi quase inaudita, mas suficiente para ela ouvir.

- Então, por favor, me conta! Qualquer coisa boba já vai significar muito para mim.

- Eu posso, mas não sei se quero.

- Tudo bem. – Ela suspirou, frustrada. – Não vou mais encher seus ouvidos.

Victória deu as costas, pronta para sair dali.

- Espera – Zayn a segurou pelo braço. Ele podia se arrepender por voltar a se envolver com ela, mas o que seria da vida se as pessoas não arriscassem? – Acho que posso ser um pouco caridoso e ajudar uma garota sem memória.


Notas Finais


Ficou um pouco menos confuso ou confundi mais a cabeça de vocês? HAHAH'
Obrigada pelos comentários e favoritos, flores *-*
Até mais!
xx


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