História Feliz Como Um Pierrot - Poemas - 47

Nosso Beijo de Sangue

Não me importo em mentir para eu mesma,
O que vale é sobreviver.
Ninguém supera nada, a questão é se acostumar com os fatos que aconteceram ou que podem acontecer.

Me dê a sua cocaína, o degrade das linhas brancas
Na mesa de vidro do camarim,
A nota de dinheiro usada, o seu valor maior.
Me faça feliz com o seu cigarro predileto
E diga que me ama só mais uma vez.
Eu posso ser o seu suficiente.
Vamos beber.
Me deixe ser sua heroína quente, eu sou a sua melhor droga.
Me aplique em suas veias e me dê o beijo de sangue.

Te verei na abstinência.

Como a morfina, repita que você irá me deixar
Me trocar por minha própria melodia.
Isso é mais importante para você do que qualquer outra coisa,
Eu simplesmente não ligo.
O que vale é sobreviver.
Não cante para mim,
Apenas toque os seus instrumentos,
É o que eu faço.

A gente se conforma que vai sofrer,
Começa a agradecer pelo que tem.
Um dia talvez eu chore por aqueles que eu vi morrer
E que não faziam a mínima diferença.
Não obrigue as crianças a dizerem EU TE AMO.

Sinta o gosto do alimento e esvazie sua mente,
Não deixe essa bagunça aí dentro estragar tudo,
Eu realmente não posso acreditar nisso.
Por hoje preciso trabalhar.