História Feliz Natal, JungKook! - Feliz Natal, JungKook!

 - Está nevando - ouço ao meu ouvido. Me espreguiço ainda meio sonolenta e rolo para o lado da onde a voz veio. - Acorda, bela adormecida.

 - Estou de férias - murmuro me ajeitando em seu corpo. Suas mãos deslizam pelas minhas costas nuas e param na altura da minha cintura.

 - Está nevando - repete me fazendo erguer a cabeça. Apoio meu braço em seu peito enquanto o encaro.

Um sorriso está estampado no rosto dele, o deixando encantador. Seu cabelo está bagunçado e seus olhos estão bem abertos, os deixando maiores do que já são. Seus lábios estão vermelhinhos por conta das horas de sono assim como suas bochechas. Jeon JungKook é a perfeição em pessoa.

 - O que eu tenho a ver com a neve? - pergunto meio mal humorada o que só faz seu sorriso aumentar. Eu ainda não sei como ele me suporta.

 - Nada, mas eu gosto de ver essa sua expressão - responde. Reviro os olhos e volto a me aconchegar nele para dormir, mas já perdi meu sono.

 - Eu te odeio - rosno contra seu peito. JungKook ri, o que faz seu corpo vibrar, e me puxa para um beijo.

O beijo vai se tornando mais quente a cada novo toque e então estou em cima dele, pronta para fazer o que ele realmente quer.

 - Como você sempre me leva a isso? - pergunto ainda ofegante.

 - Porque você me ama. - Deposita um beijo atrás da minha orelha. - E eu te amo. - Outro no meu pescoço. - E agora nós vamos para o chuveiro.

Rio da mudança de assunto e convenço meu corpo a se levantar, ainda totalmente inebriada pelas sensações que JungKook me faz sentir. 

Tomo um banho relaxante com ele e seco meu cabelo enquanto ele prepara o café da manhã. Eu não gosto de cozinhar e não tem Cristo que me faça fazer isso, mesmo sendo Jeon JungKook e seu jeito sexy.

 - Pronto. - Deposita um prato em minha frente que parece extremamente saboroso. Estou quase terminado quando ele resolve falar. - Amanhã é véspera de natal.

 - Uhum - murmuro com a boca cheia. Sou tão fã do natal quanto do ano novo, mas posso suportar, igual ano passado, se estiver com JungKook.

 - Eu pensei de fazermos um jantar - fala bem rápido. Engulo a comida e o encaro.

 - Pra quem? - pergunto com a sobrancelha arqueada. JungKook parece se encolher em seu assento.

 - Meus amigos, seus amigos, colegas, quem você quiser chamar. - Término de comer, lambendo os lábios de tão bom que estava, e volto ao assunto.

  - Não tenho amigos. - Me recosto na cadeira e cruzo os braços.

 - Meus amigos, então. - Da de ombros e apoia os braços na mesa. Ele entorta a cabeça para o lado e me encara, tentando me fazer ceder.

 - Não - respondo firme.

 - Qual é! Meus amigos querem te conhecer e você nunca da essa chance. - Levanto e deposito o prato na lava-louças. Amarro meu cabelo em um coque qualquer e paro com as mãos na cintura. 

 - Não preciso conhecer eles. - Estou sendo grossa, eu sei, mas eu realmente não preciso porque eu sei que quando eu conhecê-los, eles não irão gostar de mim. E, eventualmente,  será um motivo para o JungKook me deixar.

 - Com certeza não - responde enquanto se aproxima. - Mas eu gostaria que você fizesse isso. Por mim.

Não o abraço quando ele passa seus braços pela minha cintura. Não retribuo quando ele sela nossos lábios. Saboreio o ultimo momento carinhoso que terei com ele antes de ferrar com tudo.

 - Nós não somos tudo isso para vida um do outro. - Vejo sua expressão confusa e me afasto imediatamente dele. Evito olhá-lo nos olhos porque sei que não aguento ver a decepção contida neles.

 - Não somos? - pergunta confuso. - Então o que eu sou pra você? 

 - Alguém com quem eu me divirto. - Dou de ombros. Passo os olhos pelo seu apartamento mais uma vez, me lembrando de todos os momentos junto com ele ali, desde nossas brigas até nossos sorrisos, e sinto uma lágrima escorrer.

 JungKook fica quieto por tempo demais. Por um momento eu considero que ele não está mais lá, mas ouço sua respiração se tornar pesada. Começo a andar em direção a porta antes mesmo dele pronunciar as palavras.

 - Então acho que essa diversão já se cansou. - Meu coração se despedaça por conseguir provar que minha mente estava certa esse tempo todo. - Adeus, Sun Hee.

Passo os braços pela minha barriga assim que saio do prédio. Tento não chorar, mas as lágrimas simplesmente não param de se manifestar. Meu coração dói, meu corpo inteiro dói, e sinto que nunca mais conseguirei respirar.

Está nevando, assim como o JungKook anunciou essa manhã, mas não ligo. O frio que percorre meu corpo é uma maneira de anestesiar o que estou sentindo por dentro.

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Pago pelo remédio para dor de cabeça o mais rápido que consigo e sei que fui extremamente grosseira com todos naquela farmácia, mas meu humor está bem pior do que de costume.

Minha cabeça está explodindo e meu coração não para de doer. Tudo isso é uma grande contribuição para o meu já horrível humor, mas quem liga. Ninguém permanece o suficiente comigo para ter que aguentar isso diariamente.

 - Sun Hee, certo? - uma menina pergunta parada a minha frente. Aperto os olhos tentando me lembrar da onde eu a conheço. - Sou sua vizinha e amiga do JungKook, Go Eun Na.

Não forço um sorriso para ela, nem me dou a esse trabalho, apenas passo reto. Ela continua me seguindo, como se eu não tivesse apenas a ignorado, enquanto continua falando.

 - Soube que você e o JungKook irão fazer um ano de namoro no ano novo, parabéns. - Ela bate palmas mais entusiasmada do que eu para o suposto aniversário. - Eu e Taehyung fazemos no dia de natal.

Abano a mão, como se tivesse espantando um inseto indesejado, e espero que ela entenda o recado. Mas essa Eun Na é bem mais insistente do que o próprio JungKook.

Meu coração aperta quando penso nele e que estaríamos fazendo um ano juntos, mas, de novo, ninguém me suporta tanto. Desde pequena, nunca conseguiram ficar comigo por mais de alguns meses, por isso eu ia passando de casa em casa. Ninguém nunca lutou por mim, não sei porque achei que agora seria diferente, que alguém finalmente lutaria para que eu ficasse.

 - Mas por que você o dispensou? - Paro no mesmo instante. Viro meu corpo para ela e encaro a menina com expressão confusa a minha frente.

 - Como você sabe disso? - pergunto. 

 - Ele contou para o Taehyung. - Sua reposta não esclarece muito minha pergunta, afinal, eu não me lembro de nenhum Taehyung. - Taehyung é um dos melhores amigos do JungKook, quase como família.

 - E quando ele contou? - Me aproximo dela realmente curiosa. Não sei é apenas um jeito bobo de me manter perto do que eu ainda amo.

 - Hoje - responde pensativa. - Na verdade, ele está na casa dele agora.

Então me lembro. O amigo dele que mora no mesmo prédio que eu, o que ele estava indo visitar quando nós encontramos por acidente e fez que passássemos o ano novo juntos.

Meu coração começa a bater mais rápido, mas me desapego de qualquer esperança. Da esperança de que talvez ele ainda me procure, de que voltemos para o que éramos antes de ontem de manhã.

Entro no prédio com minha cabeça parecendo que há uma festa lá dentro e massageio minhas têmporas quando estou no elevador. Eun Na ficou quieta depois da nossa pequena conversa, me analisando enquanto andava ao meu lado de volta para casa. E permanece quieta enquanto o elevador sobe.

 - Até mais - fala assim que o elevador para. Não abro os olhos, acho que irei morrer se abrir, então não vejo quando ela é substituída por um cheiro tão familiar.

 - Enxaqueca? - O timbre da sua voz me faz apertar mais os olhos e querer levar a mão ao meu peito, sentindo meu coração bater mais forte.

Não respondo, não me atrevo, tanto por saber que irá piorar minha condição como por achar que irei vacilar e implorar para ele me amar. Me querer. Me aceitar mesmo sendo a chata que sou.

 - Me deixa te ajudar - murmura enquanto se aproxima. Abro os olhos minimamente e vejo seu rosto preocupado. Volto a fechar os olhos e deixo que ele me envolva em seus braços. Estamos no meu apartamento quando ele volta a falar. - Por que você me deixou?

 - O que? - murmuro. Minha voz está fraca, só não sei se é por causa da dor ou por conta dele.

 - Se você iria sofrer, por que me deixar? - Junto minhas sobrancelhas, confusa com essa pergunta e com o fato dele saber sobre isso.

  - Como você...? - Não consigo terminar a frase.

 - Como eu sei que você está sofrendo? - termina por mim. - Porque eu te conheço e sei que você só tem enxaquecas quando está se fechando e se torturando.

JungKook leva suas mãos até minhas têmporas e massageia o lugar, o que me faz suspirar pelo alívio momentâneo. Pego sua mão e apoio minha bochecha nela, sentindo falta desse carinho. Um dia pareceu uma eternidade.

 - Me deixa voltar - pede baixo. Ele se aproxima e segura meu rosto entre suas mão. - Por favor.

Fecho os olhos e suspiro. Eu quero tanto. Quero continuar tendo a vida que eu tive nesse último ano e continuar sendo feliz, mesmo com meus lapsos de mau humor.

 - Não - respondo sentindo meu coração estilhaçar.

 - Por que? - Abro os olhos, supresa. Ele não desistiu. Ele não aceitou e foi embora. - Por que me mandar embora? Por que mentir para mim quando eu sei que você me ama.

JungKook cola seu corpo ao meu e me beija. Ele me induz a retribuir seu beijo e me agarro a ele, ao último fio de esperança que eu tenho para com a minha vida.

 - Por que? - pergunta uma última vez.

 - Porque você no lutou - respondo finalmente. JungKook se separa de mim e me encara. - Porque por toda a minha vida ninguém me aguentou mais do que alguns meses. E você não lutou. Quando eu quis ir, você deixou sem nem ao menos se esforçar, então eu achei... - Meus ombros caem e solto o ar que estava dentro de mim. Envolvo minha barriga com meus braços e sento no meu sofá, me encolhendo por conta da dor.

Ouço JungKook andar pela casa. Ele vai até a cozinha e então volta para a sala. Vejo ele se agachar e me estender um copo e uma pílula que eu comprei para a dor. Tomo e o agradeço mentalmente.

 - Eu te amo - sussurra enquanto me envolve em seus braços. - E você tem razão. Me desculpa por não ter tentado.

Um beijo é depositado na minha têmpora enquanto o sono me puxa para ele. Adormeço em seu colo e acordo na cama com JungKook ao meu lado. Me aconchego mais a ele e esqueço de que estamos brigados, mas também me lembro de suas palavras.

 - Eu também te amo - sussurro enquanto escrevo isso em seu peito.

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 - O que você está fazendo? - ouço uma voz sonolenta atrás de mim perguntar.

 - Cozinhando - comento enquanto coloco a sobremesa no congelador. - Todo mundo gosta de sorvete, certo?

Olho para o JungKook mordendo meu lábio inferior. Tento não me apaixonar mais ainda por esse homem a minha frente, mas desisti depois de alguns segundos. Eu vou amá-lo o quanto eu quiser, porque ele ficou e lutou.

 - Todo mundo quem? - pergunta coçando a nuca enquanto observa a decoração da mesa e do resto da casa. - Achei que você não cozinhasse.

 - Não significa que eu não saiba. - Sorrio e tiro o avental. - Já está tudo pronto, menos o peru, claro. Espero que todo mundo goste de sorvete, mas eu posso fazer outra coisa para garantir.

 - Todo mundo gosta, seja quem for esse todo mundo. - Ri enquanto me segura pelos cotovelos me impedindo de voltar para a cozinha.

 - Seus amigos - respondo enquanto encaro. - Você queria convida-lós para sua casa, mas como já estamos aqui.

Dou de ombros e o vejo me encarar por um bom tempo. Não sei o que está se passando na cabeça dele, então mordo meu lábio inferior enquanto espero, mas é totalmente diferente do que eu achei que seria.

JungKook me puxa para si e me beija como se eu fosse a coisa mais preciosa para ele nesse mundo. Me sinto protegida e amada de novo, do jeito que apenas ele me faz sentir.

 - O que foi isso? - pergunto tentando recuperar o fôlego.

 - Eu dizendo o quanto eu te amo. - Sela nossos lábios rapidamente. - E o quanto eu vou amar morar com você.

 - O que? - Ergo os olhos e encontro os seus com um sorriso nos lábios.

 - Feliz natal - sussurra em meus ouvidos.

 - Feliz natal, JungKook.