Continuamos ali abraçados, até a porta se abrir. O médico entra com uma prancheta.
— Carlos Ycaro? — aceno com a cabeça — Seguinte, é sobre o bebê.
Meu coração palpitou.
— Por sorte, ele continua vivo. Mas é por muita sorte. Do jeito que você chegou eu achei que ele já não estaria vivo, e quando sua tia me disse que estava grávido eu não acreditei. É um tanto diferente, e incrível. Pensei que como você é um garoto teria que ter mais cuidado, mas ele está ótimo.
Sorrio junto de saiko. É muito bom saber que ele ta bem mesmo por um milagre.
— Aconselho tomar cuidado mesmo assim, já é o segundo mês então só mais um mês e já terá os desejos e mais enjoos. Pode ser meio ruim mas tudo fica bem. Lá pro quarto mês podem vir aqui ver o sexo do bebê ok?
— Ok — falo segurando minha mão
— Hoje de manhã já terá alta, seu namorado pode ficar aqui com você se quiser — ele sai da sala
Olho pro que esta do meu lado. Me da uma selinho e deito minha cabeça em seu ombro. O resto da madrugada ele ficou ali comigo, pediu comida pra mim e ficamos conversando sobre como pensávamos que seria nosso filhinho ou nossa filhinha, e também dormimos agarradinhos.
Tava com tanta saudade do perfume dele, de seus abraços quentinhos.
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Estamos indo pra escola. Ele trouxe meus materiais, e uma roupa. Ele disse que a mamãe ficou super preocupada, quando ver ela eu quero abraça-la tanto e tanto!
Chegamos no portão e todos me olharam. Acho que porque eu não apareci por aqui por um mês. Ele me deixou na minha sala, falta ainda 5 minutos e eu não fiz nada, o que não é geralmente o que eu faço. A Aiko apareceu surpresa ao me ver ali, veio correndo e me deu um abraço apertado.
— Onde você tava?! — perguntou com a voz chorosa — Eu fiquei tão preocupada! E sua mãe também — segurou meu rosto
— Me desculpa — choro um pouquinho — te explico tudo no recreio ok?
— Ta — segura minha mão
O professor entra na sala.
— Bom dia alun- Ah oi ycaro. Faz tempo que não vimos você aqui
— Então né
— Estava viajando?
— Não
— Ah... Então, o diretor quer falar com você.
— Ok
Me levanto e vou até a sala do diretor. Bato de leve na porta e escuto um "pode entrar". Entro e me sento na cadeira que tinha ali na frente da mesa.
— Carlos, que bom te ver aqui. Por que não veio por um mês?
— ... — fico meio quieto
— Pode me falar tudo, não terá problema.
— Eu... Fui meio que sequestrado
— Hm por quem?
— Pelo N-Noah, da minha sala
— Bem que eu achava ele meio estranho. Você quer ajuda com algo?
Talvez ele possa ajudar né?
— Eu também... To grávido
— Isso deve ser mentira. Como isso aconteceria?
— Eu também não sei
— Então não é verdade. Quem é o "pai" — fala fazendo aspas
— Com o rodrig-
— O menino do terceiro ano com 19 anos?! É errado! Vocês não podem namorar, ele é um adulto e você só tem 15 anos! — eu definitivamente não deveria ter dito
— E-Eu to indo
Saio rápido da sala e acabo tropeçando com um menino.
— Ai! Pera, você não é o garoto que não vem faz tempo?!
— S-Sim — falo com vergonha
— Nossa! Eu fiquei preocupado. Pensei em ser seu amigo a um tempo mas você não tinha vindo, somos da mesma sala. Me chamo Lucas.
— Ah me chamo Carlos ycaro gabryel. Mas pode me chamar só de ycaro mesmo. — dou uma risada
— Então tá ycaro! Vamos pular aula hoje? É só revisão de tudo, qualquer coisa eu te passo o que perdeu — da um sorriso
— Tudo bem. To precisando passar um tempo com alguém diferente mesmo.
Vamos até a parte de trás da escola e somos meio parecidos até. Ele já esteve um relacionamento tóxico mas já é águas passadas. Na verdade é só isso em comum. Bateu o sino e pensei em apresentar ele pro Rodrigo.
Passeamos pelas mesas até chegar no nosso grupinho. Rodrigo nos olha meio sem humor, parecia até meio emburrado. Ele ta com... Naaao, será? Me sento ao seu lado e seguro sua mão.
— Rodrigo.
— Oi — disse meio frio
— Esse é o Lucas, meu novo amigo — o novato do grupo se senta ao meu lado
— Prazer Rodrigo — levantou sua mão e saiko a apertou com um certo desgosto
Lucas já ficou enturmado com o grupinho, mas o saiko ainda de bravinho.
— Ei amor, você tá com ciúmes? — sussurro em seu ouvido
— O que?! Claro que não! — fala meio alto fazendo o pessoal da mesa nos olhar
— Aham, ta. Só amo você ok? — sussurro a última parte
Ele me olha ainda meio emburrado. E me da um selinho, mas ficou assim pelo resto do dia.
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