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História Fênix Azul - Encontro


Escrita por: PS_Jay

Notas do Autor


Oiii!!! Então, este Capítulo é a prova do que eu já disse. E acredito que esse estilo vai se repetir. Tive essa ideia quando li um livro, cujo autor, voltava a acontecimentos passados que julgava importante, no decorrer da história. Isso é quase a mesma coisa, mas eu vou falar sobre coisas que estão acontecendo onde Ricardo não estiver.
Ok?
Bem, vamos a história...

Capítulo 7 - Encontro


Natalie estava radiante. Nem uma garota fofoqueira de busto grande, e nem a tempestade que havia por se formar lá fora poderia estragar seu dia.
   Estava perfeito.
   Absolutamente perfeito.
   A garota de longos fios de ouro nunca foi fácil, tinha de admitir. Mas, como ela, justo ela, foi cair na tenda da perdição de um homem? Às vezes pensa que esse é o único ponto fraco de uma mulher.
   Homens.
   Com todo aquele charme, elogios que as fazem ficar envergonhadas e sorrisos de arrasar corações, não tem como resistir. Quando a realidade volta, CABUM!!! Explodiram sua vida com uma bomba nuclear.
   A garota, com todos os seus vinte e seis anos, nunca achou que iria se apaixonar por alguém. Afinal, ela era uma loba. Uma alva. A líder de sua própria matilha. De sua própria vida. E como todo lobo, seu espírito era livre. Ele vagueia sem mesura, sem medo, ou temor de errar. Faz o que bem entende, quando bem entende e que se danem as consequências!
   Todavia, ninguém escapa do amor. Uma praga a qual todos buscam, uma doença que muitos desejam ter. É algo que se instala, uma erva-daninha em seu coração, firmando suas raízes e evitando cair. É um abismo sem fundo, onde todos querem se jogar.
   Oh, não. Ninguém escapa. Nem Natalie, nem o homem por quem ela se apaixonou.
   Cada patrono é único. Assim como seus dons. Uns lutam, outros falam, e poucos, seduzem.
   Davi era um metamorfo de pura sedução. Usava seu glorioso charme quando lhe convinha, em estratégias legionárias. Para se infiltrar em instalações proibidas, derreter a alma de seus combatentes, fazer o pequeno e duro coração pedregoso de Natalie, palpitar, quase fugindo de seu peito.
   Porém, muito porém, o irmão da pequena tigresa nunca usou esse dom como uma forma de fazer as garotas cairem aos seus pés, igual a maioria fazia. Ele apenas utilizava endez de luta física, a beleza natural de sua humanidade.
   Esse tipo de metamorfo, pode não ser bem visto pela sociedade, por conta das mentiras que proporciona a suas vítimas. E, realmente, tanto homens, quanto mulheres, poderiam se tornar mafiosos. Mas Davi era diferente.
   Muito diferente.
   Assim que seus olhos caíram sobre a linda e maravilhosa garota de bondosos olhos castanhos, ele se derreteu. Ficou parado encarando-a com cara de idiota, de lábios entreabertos e quase babando. Se encantou com seu jeito durão, sempre tomando a liderança quando ninguém queria fazê-lo. Era mandona e sabia exatamente o que queria.
   Não era a toa que se tornou chefe de projetos no cartório onde trabalhava.
   Muitos podem julgar estranho e dizer que é conversa furada, mas o que Natalie queria, era fazer direito civil. Estudava duro, mal dormia, e conseguiu. A loba conseguiu o que queria.
   Determinada. Equivocada. E teimosa.
   Isso encantou Davi Zarnen. O seu sorriso, o modo como ela enrolava os cabelos dourados com a ponta do dedo. Sua risada.
   Tudo.
   Isso é uma doença. Uma virose da qual não se quer fugir. Algo para qual não existe remédio. Dói? Machuca? Sim. Tudo isso e mais. Porém, é algo que queremos não importa o que aconteça.
   Sofrer? Faz parte. Rir?
   Sempre.
   Não se pode correr, ele te persegue, seja inverno ou verão, outono ou primavera. Corre igual um carro de fórmula 1.
   Foi o que ocorreu.
   Davi domou o coração da adorável fera, domesticando o lobo selvagem. E Natalie, fisgou o amor e a ternura de nosso jovem, o prendendo com suas garras mortíferas.
   Eram, finalmente, "namorados". Mesmo que eles não o dissessem.
   Os céus, escureciam de tal modo que lembrava um retrato de carvão dos anos vinte. Mas ali, ninguém se importava. O casal se encarava por cima da mesa com paixão e ternura, arrancando sorrisos alheios e olhares apaixonados.
   Sofás com encostos acolchoados adornavam o recinto, enfeitados com fofas almofadas de cetil verde e flores rosas, dando um ar esbelto ao salão. O sofá era reto e encostado a uma parede, que se encontrava em um tom de verde tranquilizante. Em espaços um pouco afastados, mesas eram arrumadas nos escontos estofados, com uma cadeira na ponta oposta. Luminárias chinesas pendiam do teto, presas com fios de nailon que pareciam invisíveis vistos de baixo. No meio do restaurante, mesas de quatro, seis, e dois lugares eram dispostas por todo o assoalho de madeira escura, formando corredores improvisados. A porta se abria em duas, mas se encontrava fechada para proteger os fregueses do frio de julho, que investava toda a cidade em Santa Catarina.
   Lindas e brilhantes, velas aromáticas acendiam e davam conforto aos casais em seus gloriosos encontros, tornando a noite mais romântica. A cozinha ficava escondida em um canto do restaurante, ao lado dos sanitários masculino e feminino. O fato de estarem ocultos mascaravam o ar e disponibilizavam privacidade aos jovens apaixonados.
   Em uma mesa próxima aos sofás, sentados à luz de velas num perfeito encontro, os dois se postavam. Natalie estava nervosa, prensava os lábios e encarava o homem a sua frente. O homem, tão gentil e prestativo, que a ajudou em momentos difíceis, a apoiou e deu o ombro para a mesma chorar.
   A confortou.
   A loba, cabeça dura igual ao irmão, ainda não acreditava como tinha deixado-se cair às carícias do deslumbrante pavão. Como ela podia, apenas com um sorriso, desmanchar-se do jeito que vinha a fazer? Essa não era ela. Disso tinha certeza.
   Davi estava igualmente inquieto. Sorria para disfarçar, mas dentro de si quase transbordava de alegria. Sentia vontade de gritar aos quatro ventos que estava saindo com a mulher mais incrível de todas. Natalie, para ele, era tudo. O que obrigava-o a perguntar a si mesmo: será que ele era o bastante para ela? Como a faria feliz? O que fazer para não vê-la chorar? Davi sabia que a loba era forte. Porém, ele ainda se preocupava, e duvidava sobre o fato de poder ser para a garota, o que ela queria.
   Como alguém como ela olhou para ele? Por que prestaria atenção? Não tem motivo.
   Ou será que tinha?
   É possível, alguém amar outra pessoa, do jeitinho que esses dois se amavam?
   Não admitiriam, todavia, sentiam os choques. As descargas elétricas que transpassavam seus corpos quando se tocavam.
   Olhando mais fundo, Davi captou algo diferente na expressão da loira. Ela parecia pensar em algo que a incomodava, balançando a cabeça como se tentasse afastar os pensamentos.
   - O que te preocupa? - indagou o homem de olhos verdes, querendo confortá-la e ao mesmo tempo quebrar o silêncio que se instalara entre eles.
   Natalie mirou bem fundo nos olhos do outro, quase se perdendo na imensidão oceânica que transbordava sua alma.
   Ela suspirou.
   - Meu irmão.
   Davi entendia. Sabia o que era lidar com irmãos caçulas. Afinal, tinha uma em casa. E a tigresa se mostrava difícil de domar, sorrindo teimosa e dando um muxoxo. Mas o homem não compreendia qual o problema que Ricardo poderia proporcionar.
   O que um garoto que aparenta ser tão bonzinho faria de errado?
   Pois é. Davi não o conhecia.
   - O que houve? - incentivou.
   - Sinto que ele esconde algo de mim - declarou a loba, gesticulando com as mãos enquanto fitava o homem por cima da mesa. A toalha que cobria o substrato liso era adornada de detalhes em dourado, proporcionando algo delicado. Os pratos, talheres e guardanapos estavam organizados de forma chique e tradicional.
   Davi pensou antes de tranquilizá-la:
   - Pode ter um motivo.
   Natalie explodiu em uma risada gostosa e sarcástica.
   - Ah, ele sempre tem motivo para tudo.
   O garoto de olhos verdes sentiu as bochechas corarem quando se lembrou do que o irmão da loba havia dito antes de sairem. Sua voz grave e melodiosa retumbou em seus ouvidos na frase "Tente não engravidar minha irmã". Porém, Davi tratou logo de disfarçar cruzando as mãos próximas do rosto, escondendo a parte inferior de sua face.
   Natalie fingiu não perceber.
   O homem trabalhava com mecânica, abrindo uma loja de auto peças uma vez. Levava jeito para coisa, não se importando se estava sujo de graxa ou suor. O que somente o deixava ainda mais bonito. Seu estilo desleixado tornava-no extremamente atraente.
   - Às vezes penso não ser a irmã que ele merece.
   Diante da afirmativa, Davi se revoltou. Segurou o queixo da garota entre o polegar e o indicador, obrigando-a a encará-lo.
   - Nunca mais fale isso - repreendeu, sério. Suas bochechas não estavam mais coradas. - Você é uma garota incrível, Natalie. Não se rebaixe assim.
   - E só que...
   O garoto, todavia, a cortou novamente:
   - Olha, você é inteligente, linda e engraçada. É a mulher que muitos homens sonham em encontrar. Sabe o que fazer e a hora em que tem de fazer as coisas. Sempre pensando nos outros. Sei que seu irmão também pensa assim. E sei que seu jeito durão faria qualquer um, inclusive eu, se apaixonar.
   Natalie ficou estática, flagrando a cara de envergonhado do homem a sua frente. Nas entrelinhas, tinha acabado de se declarar.
   Sem querer.
   Ou talvez não.
   O irmão da tigresa branca baixou o olhar, fitando o guardanapo que, em um passe de mágica, pareceu a coisa mais interessante do universo.
   Natalie não conteu o enorme sorriso que seus lábios exibiam. Ela só precisava de uma afirmação, e a teve. Seria capaz de começar a dançar em cima da mesa de tanta alegria, mas se conteve e ficou a sorrir para o copo de suco de limão que remexia com o canudo.
   Suspirou. Como alguém poderia fazê-la sentir-se desse jeito? Queria gritar para o mundo que amava o homem sentado a sua frente.
   - Ele só está tentando te proteger - murmurou Davi Zarnen, esforçando-se para quebrar o silêncio constrangedor que se infiltrara ali.
   Natalie ficou confusa. Afinal, o que aquilo queria dizer? Ela semiserrou os olhos castanhos para o garoto de vinte e sete anos a sua frente, em sinal de alerta. Um lobo sempre procura respostas, e nunca aceita um "não" de bom grado.
   - Como assim me proteger?
   Davi suspirou, um pouco satisfeito por ter conseguido mudar de assunto. Pelo menos a conversa não estava sobre ele.
   - Ele te ama. Dá para ver isso. No jeito que ele se preocupa, se coloca na sua frente, ameaça as outras pessoas...
   - Ameaça? - indagou a loira, devidamente surpresa. Como seu irmão, que não fazia mal a uma mosca, poderia vir a ser uma ameaça?
   O homem sorriu.
   - Você não percebeu? - questionou, recebendo como resposta o meneio de cabeça de Natalie, negando. - Já vi ele olhar, mais de uma vez, atravessado para outros rapaz que te encaravam...
A garota o olhou, repreendendo qualquer chance de ele falar algo errado. Davi buscou a palavra correta.
- Estranho - completou ele, descartando total ideia de dizer "maliciosamente".
Natalie apertou ainda mais o olhar, mas acabou por deixar quieto. Não queria estragar a noite perfeita.
Um trovão ribombou.
Um raio caiu.
A chuva bateu nas telhas do chiquerrimo restaurante como pedras.
- Meu irmão não pode ser uma ameaça - murmurou a garota loira, enrolando a ponta dos cachos de ouro com o dedo.
Davi pousou uma de suas mãos sobre a mão direita de Natalie, que estava caída em cima da toalha detalhada da mesa. Ele a acariciou suavemente.
- Por uma garota como você, homens fazem loucuras.
A loba sentiu as bochechas esquentarem. Não! Ela não podia estar corando. Essa não era ela!
Ou será que era?
- E sobre o fato de ele estar escondendo algo de você. Não se preocupe com isso - aconselhou Davi, sorrindo em forma de conforto para a linda garota a sua frente.
Sim. Natalie amava aquele homem, mesmo sem entender qual era a força descomunal que a fazia se sentir... amada. Completa e feliz.
O garçom, vestido com camisa branca de botões, gravata vermelha e calça social, apareceu bem a tempo da garota se livrar da vergonha que pairava entre eles. E junto de si, o silêncio.
Ele era um rapaz nas casa dos vinte anos, com os cabelos cortados curtos nos lados, e mais compridos em cima. Fios castanhos escuros, olhos da mesma cor e um sorriso gentil.
O casal fez seu pedido como se nada tivesse acontecido, e desataram a conversar o resto da noite, enquanto a chuva caía com veemência. Depois de um tempo, a chuva reduziu a apenas um sereno de inverno.
Ambos se divertiram juntos, rindo e falando bobagens como jovens comuns. Por um momento, esqueceram da guerra que estava por desabrochar, e dos amontoados rebeldes que necessitavam de abrigo.
Não.
Aquela noite era apenas deles. E de mais ninguém.
No lado de fora, saindo pelas portas de dobradiças duplas, árvores enfileiradas se encontravam com as folhas molhadas, assim como o calçamento de pedra do estacionamento. Os jovens - como adorariam ser chamados - "namorados" foram caminhando em silêncio até o carro de Davi. Um C4 pallas da cor preta.
Eles não estavam preocupados com os míseros pingos de chuva, nem com um raio que caiu ao longe. Apenas se encaravam no conforto da noite, se perdendo nos olhos do outro.
Em frente ao carro, se aproximaram com cautela, misturando as respirações. Em um ato, com um movimento repentino do braço, Natalie levou a mão até a nuca do homem a sua frente, visando bem a imensidão oceânica de seus olhos antes de selar seus lábios.
Um beijo.
Um puxão pela cintura.
E nada mais importava.
Por enquanto, tudo transcorria bem. Nada de perseguições, batalhas ou macas de hospitais. Mas como dito: por enquanto.

Notas Finais


LEIAM NOTAS INICIAS, SIM??

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