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História Fênix Negra - O livro


Escrita por: PS_Jay

Notas do Autor


Desculpem pela demora queridos, escrever o que outra pessoa teria escrito não é fácil. Mas aqui está. Tomara que gostem

Capítulo 18 - O livro


- O quê? Como?- perguntou ela, devidamente espantada. Suas sobrancelhas arqueadas e a boca aberta. Eu podia entendê-la. O livro estava completamente em branco, sem nenhum rabisco, liso, ou talvez não.
   -Olha eu vi ele, bem, na verdade meio que ouvi ele- tentei explicar, mas deu para notar que me enrolei.
   A expressão de Lince ficava cada vez mais confusa conforme eu tentava me comunicar.
   - Ricardo, eu não estou entendendo! -exclamou ela, alterando-se. -Quem falou com você?!
    Levantei meu olhos em sua direção, não conseguindo controlar meu estusiasmo, que poderia parecer precipitado. Olhava para Lince com uma pitada de admiração, vi suas bochechas corarem enquanto voltava minha atenção para o livro.
   -Ouvi ele!- respondi simplesmente.
   - Seu... - ela falou pensando na resposta antes de completar, tecnicamente chutando: -Animal patrono?...
   - É!- exclamei um pouco alto demais. Me controlei baixando o tom de voz e disse: -Pelo menos é o que eu acho...
   - Quem era? O que foi que ele disse?- interrogou ela, também se entusiasmando.
   - Não sei quem ele era, não apareceu- respondi, dando de ombros e tentando parecer indiferente. Ficando por um momento decepcionado, até me lembrar do que vim fazer aqui. -Mas me deu uma dica. Nosso trabalho pode não ter sido em vão.
   Ela assentiu abrindo um sorriso de orelha à orelha e me contagiando com sua recente descoberta empolgação. Ela me acompanhou com passos apressados até a mesa. Ambos encaravamos o livro. Hesitante, o abri.
   Fechei os olhos e deixe uma força invisível me dominar. Sem ter certeza de nada, me curvei sobre a mesa, aproximei meus lábios do livro e disse, suave e quase sem emitir nenhum som:
   - Por favor, mostre-me.
   Como em um passe de mágica, rabiscos desgrenhados começaram a preencher a primeira página. Logo estes rabiscados tornaram-se letras grandes e negras.
   Com nenhum aviso prévio, Lince leu:
   - Olá caro leitor. Se você esta lendo estas palavras, significa que minha linhagem continuou viva durande tantos anos. Foi meu sangue que escreveu o livro, e somente meu sangue poderia abri-lo. Aqui encontrarás respostas, ou novas questões para serem resolvidas. Mas não temas, terás ajuda. Não posso revelar mais nada, sua busca começa aqui. Boa sorte.
   O que aquilo queria dizer? Como assim somente sangue do meu sangue poderia abri-lo, se fui eu que o abri? Significava que o autor era um de meus antepassados? Mas quem? Como conseguiu manter o livro seguro por tantos anos?
   Um longo silêncio se prolongou após ditas estas palavras. Eu não sabia se sentia alívio por ter conseguido ler o livro ou se ficava nervoso pelo que leria a seguir. Lince me olhava maravilhada, me senti desconfortável com sua observação.
   - O que você fez? -perguntou ela, com um tom de voz impressionado.
   - As vezes só é preciso pedir- respondi, lembrando-me da encorajadora voz que aparecia em meus pensamentos. Era ao mesmo tempo, intimidante e fraterna, eu me senti bem ao conversar com ela.
   Ainda hesitando por um pequeno momento, virei as páginas uma de cada vez, mas ao contrário do que esperava, não aconteceu o mesmo que com a primeira página e a segunda, ao contrário destas, continuavam sem nenhuma escrita, sem nenhum pingo de tinta preta.
   - Estranho...
   - O quê? - indagou Lince, ligeiramente confusa.
   - Parece que não se pode pular as páginas- expliquei, -as letras aparecem uma por uma. Precisa-se ler em ordem.
   - Então só é possível ler a próxima página se lermos esta?- perguntou apontando para a página com o número três em seu canto direito inferior. A página com os escritos número dois estavam em branco, igual a um simples livro de literatura.
   Assenti.
   - Bem...- ela disse, -pelo menos conseguiu descobrir algo. Toma!- Lince fechou o livro e o depositou em minhas mãos. Olhei do livro para ela e vice versa, não entendendo absolutamente nada.
   - Por que você está me dando ele?-indaguei.
   - Você ouviu o que dizia a primeira página- falou ela, meio decepcionada consigo mesma, porém um pouco feliz. - Os dizeres estavam em primeira pessoa, se dirigindo a alguém específico. Ele ainda mencionou a pessoa que o abriu, podemos constatar que ele lhe pertence.
   Lince fechou o casaco, pegou a bolsa e se dirigiu até a porta, antes de sair por ela, completou:
   - Vou dar um passeio e comprar mais suprimentos, vejo você depois.
   A porta fechou com uma pancada, e eu fiquei sozinho mais uma vez.
   Algo estava perturbando Lince, percebia-se somente pela sua expressão. Tristeza, alívio e muitos outros que se misturavam como um redemoinho nada organizado. O mapa que eu havia encontrado tempos atrás significava algo importante para ela. Mas eu não invadi sua privacidade pegando ele de sua mochila. Se ela quisesse contar, já teria contado. Eu acho. Não tinha certeza de nada naquele momento. Então decidi me jogar na cama e ler o livro, sentir-me útil pelo menos uma vez.
   Na segunda folha, de ambos os lados, encontrava-se um sumário, que também preencheu parte da terceira folha. O livro parecia um diário de bordo, a caligrafia da pessoa que o escreveu era caprichada e curvilínea, caracterizada principalmente pelo traço definido do "a". O tipo de escrita aparentava ser uma mistureba de história, geografia e ciência.
   Li o primeiro capítulo que falava nada mais nada menos que a morfologia dos metamorfos de acordo com as classes de animas vertebrados:

         "No nosso mundo, somente     é conhecido pessoas com a habilidade de se transformar em cinco classes de diversas espécies de animais vertebrados endotérmicos e ectotérmicos, sendo elas: Peixes, Anfíbios, Répteis, Aves e Mamíferos. Os outros tipos são dificilmente encontrados, se é que existem.
         Os metamorfos da classe Peixe, possuem maior dificuldade para respirar e necessitam de 100% de hidratação. Os da classe Anfíbios pecisam manter a pele sempre úmida e consequentemente não vivem em regiões de extremo calor. Já os répteis podem viver tranquilamente e são mais facilmente encontrados, porém, são traiçoeiros e tendem a cair da balança do bem. Os Mamíferos encontram-se em grande escala, as mudanças não são muitas já que são incrivelmente parecidos com seres humanos, mas também é a classe mais tediosa de estudar, a não ser por pequenas exceções. Ao contrário deste grupo, metamorfos que transformam-se em aves tendem a ter muito mais complicações, uma vez que é mais dolorosa. O fato das aves serem parecidas com os mamíferos e ao mesmo tempo demasiado diferentes é o que as torna tão extraordinárias. Uma vez que um metamorfo se transforma, carrega consigo características delas, como, por exemplo, o alcance das oito oitavas das notas musicais, pessoas "normais", por assim dizer, às vezes alcançam somente sete delas. Há ainda a presença de um órgão à mais, a siringe, responsável pelo canto, e o osso do tórax denominado de esterno, que, assim como em aves, é ligeiramente separado e curvado para fora. Em pessoas, é curvado para o interior do corpo. Esse pequeno detalhe é o que possibilita a presença da quilha, osso responsável pelo vôo."

   Fique impressionado com tamanhas informações, isso que nem tinha chegado a ler três páginas, esta estando repartida ao meio. As palavras pareciam ter sido retiradas de outro livro da época em que foram escritas. No verso, tinha uma conclusão da pessoa que ali escrevera:

       "Continuo sem entender tais acusações, como poderiam ter certeza de que somente existiam cinco classes de animas fadados a serem dos metamorfos? E se um deles for uma pequena mosquinha? Ou uma minhoca? Não deveriam ser também considerados importantes? Não concordo com o autor se disser que uma classe social é melhor que outra. Todos possuem os mesmos direitos, porém nosso mundo ainda viverá com grande divergência. Meu objetivo é juntar as vozes, formar com elas um único som retumbando nos sonhos de todos e contornar nossas diferenças."
 
   A cada palavra que lia, ficava mais embasbacado ainda. Concordava completamente com seus julgamentos e achava a pessoa que escreveu portadora de grande sabedoria. Ficava mais maravilhado a cada segundo por sua filosofia. Sem querer acabar com uma nova empolgação, mergulhei novamente nas formosas leituras:

        "Aprendi uma coisa nova com alguém excepcional hoje. Não me canso de oljar em seus olhos verdes como o mar e apreciar seu doce sorriso. Ela me faz sentir-me diferente, fala sobre critérios diferentes. Me encinou que vale a pena litar pela justiça, sem importar-se consigo mesmo e sim com o bem-estar das pessoas alheias."
         "Ela é incrível, me fez enxergar mais sobre mim, coisas que sozinho não conseguiria. Como metamorfo, meus poderes aumentam, assim como minha responsabilidade. Como uma fênix legítima, a liderança me atinge igual a uma bala. Como homem, minha sabedoria abrange muros cada vez que erro e ouço amigos ao meu redor. Posso dar-lhe apenas um conselho: tenha fé."

    Esta última frase pegou-me desprevenido. Ele falava com alguém. Será que sabia que uma pessoa um dia leria suas ideias?
   Tudo isso deu-me novas esperanças. Pensei em Lince e em como ela gostaria de saber sobre o tal escritor misterioso.
   Levantei-me da cama e corri para minha mochila mal tocada. Sabia que tinha visto algo de útil ali, algo que eu tinha encontrado antes de estocar a bolsa e não tinha tirado. Uma caneta. Revirei a mochila de cima a baixo e encontrei o tão bendito objeto quando todas as coisas entavam jogadas ao chão. Enfiei tudo apressado novamente dentro da bolsa e fui com a caneta até a mesa.
Eu lia e escrevia. Lia e escrevia. Fiquei tão entretido nas sábias palavras prescritas que as horas voaram.
Aprendi muito sobre a história da fênix. Conheciam-se quatro. A mãe de tudo o que existe no mundo. É a mãe da vida, a mãe da humanidade, a mãe das outras fênix.
A fênix branca era uma força de luz e bem, preenchia as noites frias com seu canto doce, confortava as crianças com sonhos felizes. Mas como se considerava boa demais para tomar decisões difíceis e com a idade já muito avançada, entregou seus deveres divididos entre seus três filhos. A liderança e a coragem para governar, junto com uma enorme sabedoria e compaixão ficou com a fênix azul, símbolo de grande esperança. As estratégias de batalha, o conforto do lar, a proteção do sucessor e de todos os outros, junto com a firmeza e vontade couberam a fênix negra. Outros dados a davam coloração de vermelha. Considerei como intermediário. Por último, o controle das cadeias, dos prisioneiros, do mal, assim como a capacidade da interação, comunicação e sagacidade ficou com a fênix cinza prateada. Mas a última fênix não estava nada feloz com isso, ela ficou com inveja da azul, chagando a ponto de tirá-la do poder para tê-lo somente para si. Iniciando assim, muitas das guerras ocorridas conformes os séculos. Algumas anotações ainda mencionavam sobre características como a sinceridade, modéstia e bondade.
Depois de quase três folhas cheias de anotações, decidi que já era o bastante. Dei uma pequena espiada na porta, Lince chagaria em alguns minutos. Olhei novamente para os papéis espalhados por todo lado e notei algo estranho. A minha caligrafia era parecida até demais com a do autor do diário. Não querendo mais ver nada de perturbador, o fechei rapidamente. Cada vez que eu tentava entender seja lá qual loucura for, as coisas complocavam ainda mais. Isso nunca iria acabar? Minha resposta foi imediata.
Lince escancarou a porta prendendo minha atenção em seu rosto coberto de suor, pelo visto ela tinha corrido até ali.
-O que houve? - perguntei preocupado diante de sua expressão de pavor. Não demorou para ela contagiar-me também, com a voz rouca e ofegante, disse:
- Caçadores de Recompensa, sabem que estamos aqui.

Notas Finais


No próximo precisarei de mais inspiração, se demorar para postar não fiquem bravos comigo.


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