1. Spirit Fanfics >
  2. Fera? >
  3. Sinto algo diferente

História Fera? - Sinto algo diferente


Escrita por: Littlelayle

Notas do Autor


Mais um capítulo. Espero que gostem.
:)

Capítulo 6 - Sinto algo diferente


Fanfic / Fanfiction Fera? - Sinto algo diferente

Acordei cedo, chamei minha sobrinha, enquanto ela se arrumava, fui para a cozinha para achar o que eu deveria preparar de café para ela. 

Chegando na sala, veja que Otto já está lá tomando café.

 -Bom dia - Diz ele.

 -Bom dia - Respondo - Está melhor?

 -Estou sim, para dormir é complicado, porque eu costumo dormir de lado, e assim não dá.

 -Eu não gosto de dormir de barriga pra cima, prefiro dormir de lado, então te entendo.

-Bom dia!!! -Chega Poliana toda animada

 -Bom dia - Dizemos eu e Otto em uníssono. 

-Eu ia montar sua lancheira, mas pelo visto você pode escolher o que quiser dessa mesa. - Digo.

-Inclusive quero saber do que gostam de comer para eu comprar para vocês. -Diz Otto.

-Por mim está tudo bem, não precisa disso. - Digo meio seca. 

-Eu vou fazer uma lista de tudo que eu gosto, muito obrigada Sr Pendlenton! - Diz a menina toda alegre. 

Ester chega, com aquela costumeira postura ereta, e logo Otto toma iniciativa para uma conversa: 

-Bom dia Ester. 

 -Bom dia, tio Otto. 

-Dormiu bem?

-Sim, tio Otto. 

-Está melhor? 

-Sim, tio Otto. Percebo que Ester talvez não queria conversar na nossa frente então me refiro a Poliana: 

- Já tomou café Poli? 

-Já sim tia. 

 -Então vamos montar seu lanche. - Levanto chamando Poliana. 

 -Vamos tia! Ajudo a Poli a montar sua lancheira, e decido levar ela a escola mas Otto me pede para ficar com Ester, Poliana vai com ele no uber para escola, pois ele tem uma reunião na O11O, e ainda não pode dirigir. Otto sai com Poliana, então ficamos apenas Ester e eu.

 Tento puxar assunto, mas sem sucesso. 

-Então Ester... O que voce gosta de fazer? 

-Estudar e tocar música. 

-Voce não gosta de brincar, de sair? 

-Não que eu me lembre. 

- Não quer estudar em uma escola? 

-Tio Otto disse que eu sempre estudei em casa, se me der licença eu vou estudar um pouco.

 -Claro, fique a vontade. Ester se retira, e eu acabo sozinha, novamente. Então lembro que o Otto me disse sobre a biblioteca, e decido procurar algum livro para ler. Encontro a biblioteca e fico maravilhada com a quantidade de livros, encontro um livro que sempre tive vontade de ler, então decido que será esse livro mesmo. 

Começo a ler a história e fico abismada com o enredo, começo a refletir se a esposa realmente traiu seu marido com outro e se o filho é realmente filho de seu marido.

 Paro para pensar na minha irmã, sobre o que aconteceu entre ela e Otto, será que ela ainda amava Otto, ou se ele ainda ama ela, mesmo ela estando morta?

 Relembro nossa dança, daquele quase beijo, nas palavras que ele me disse, também do que eu disse a ele. Afinal por que estou pensando tanto nele? Em todas as suas gentilezas, na sua segurança, seu sorriso, o carinho que nós dois temos em comum por uma doce garotinha..

 -Acorda luisa!!! - Digo para mim mesma em voz alta, o Otto me vem tanto a cabeça que nem parece que desmanchei o noivado com quem eu realmente amo, Marcelo.

  -Por que você tornou as coisas tão difíceis Marcelo? - Digo novamente em voz alta. Talvez seja mais óbvio do que eu imagino. Eu amo a Poliana e faria tudo por ela, e Otto também. Talvez Marcelo não queira formar uma família comigo por acredite que eu já tenha uma.

 De repente escuto um barulho forte de porta batendo, ao lado da biblioteca, no escritório do Otto. Levanto do chão da biblioteca e bato na porta do escritório, e quando o Otto abre a porta, ele está com uma cara péssima. 

-Otto o que houve? 

-Roger.. Me demitiu da minha própria empresa! - Podia ver o ódio em seus olhos.

 -Como assim? -Ele disse que a Glória passou todas as ações da empresa pra ele, e a maioria dos acionistas votaram pela minha saída. - A raiva dele era tão grande que ele fecha a mão para socar a mesa, mas eu tento segurar a mão dele, e ele acaba me golpeando sem querer a minha mão.

 -Otto não faça isso, você vai se machucar, você ainda está com os pontos recentes!! - Falo ainda segurando a mão dele.

 -Eu machuquei você? - Ele me pergunta virando a minha mão para cima que ainda está vermelha pelo golpe. Então ele solta minha mão e puxa a dele. 

-Não, tá tudo bem. Deixa eu te ajudar!! 

-Me deixa sozinho por favor! - Ele me pede, posso ver em seus olhos que a raiva virou tristeza.

-Não vou te deixar sozinho. - Fico parada no mesmo lugar.

-Eu não quero mais machucar você!! Me deixa sozinho por favor. - A sua tristeza me rasga por dentro. 

-Você não me machucou, tá tudo bem comigo, agora deixa eu ajudar você! -Nesse momento ele senta na cadeira, vou até ele e o abraço.

 -Deixa eu ficar com você, eu quero te ajudar! - Digo a ele, que sai do abraço e me segura pelos braços.

 -Me ajudar como?  Vai falar com o seu noivo pra ele conversar com o irmão dele? 

-Sua tentativa de não me machucar está dando errado. - E me solto dele.

 -Luisa..... Eu não.. Só me deixa sozinho.

 -Você não pode se isolar do mundo toda vez que sente alguma coisa! 

 Saio do escritório com algumas lágrimas nos olhos, volto para biblioteca, mas ainda não consigo focar pela quantidade de lágrimas que escorrem dos meus olhos. Incrível como Otto consegue ir de Príncipe a fera em um único instante.

 Deito no chão da biblioteca e fico lá refletindo, quando caio no sono.

 "Novamente estou no mesmo quarto azul, então faço todo o trajeto dos outros sonhos, desço as escadas, com aquele vestido dourado e tento ir de encontro com aquele homem de traje azul. Dessa vez não toco em seu ombro, apenas digo "Olá" e esse homem vira em minha direção, e seu rosto está deformado, com diversas cicatrizes, e tenho certeza que as palavras que saem da sua boca são 'eu te amo, você me ama?' Mas o rosto daquela criatura me enoja e a única coisa que consigo fazer é correr, mesmo sendo impossível com aquele vestido pesado...." 

 -Luísa? Luisa? - sinto suaves toques em meu ombro, acordo e vejo Otto ajoelhado ao meu lado.

 -Oi, nossa eu estava lendo aqui e caí no sono...

 -Eu percebi... -Ele traz uma grande caixa prateada e me entrega.

 -O que é isso? -Um pedido de desculpas e agradecimento ao mesmo tempo.

 -Por quê? - Pergunto, passando a mão no rosto.

 -Porque você abriu os meus olhos em muitas coisas, e eu fui muito canalha com o que te disse hoje mais cedo.  

-Conseguiu resolver a questão da sua empresa? - Pergunto olhando para ele.

 -Falei com a Glória mas como ela está com problemas de memória, ela não se recorda, mas disse que vai averiguar. 

-Ótimo.

 -E o presente?! Não vai abrir? - Diz olhando pra mim sério.

 -Olha você não pode tentar corrigir um erro com presente todas as vezes tá? 

-Shhh, você ta falando demais. -diz colocando o dedo na minha boca.- Agora abre logo.

 No momento em que abro a caixa, vejo um kit de pintura lindo, fico apaixonada.

 -É lindo, mas você não precisa se incomodar com essas coisas.

 -Mas eu sei o quanto você gosta de pintar, e quero deixar você mais feliz. 

 -Obrigada, eu amei! E a Poliana? Já está na hora de ela sair da escola?

 -Sim bela adormecida, ela já está em casa. Ela veio andando, não quis chamar um carro, ela é uma menina muito inteligente, faz de tudo para ajudar as pessoas.

 -Não sei o que seria da minha vida sem ela, Otto. 

-Eu sei.

 -Então por que não deixa a guarda dela comigo?

 -Achei que esse assunto estivesse encerrando Luisa.

 -Mas eu quero a minha sobrinha comigo! 

-Mas ela já não está com você? 

-Não é isso que eu quis dizer... Comigo na minha casa. 

-Mas essa pode ser sua casa. Se você quiser. 

-Mas eu estava noiva, queria construir uma vida com o Marcelo, como fazer isso vivendo com você?

 -Eu disse a você, que se quisesse ficar uns dias, até a Poliana se adaptar você poderia ficar.

 -Mas eu não vou embora sem a Poliana. 

-Voce não vai com a Poliana. 

 -Estou vendo que essa conversa não vai a lugar algum. 

-Como eu já te disse Luisa, essa casa pode ser sua, se você quiser. 

 -Vamos manter do jeito que está então. 

 -Como quiser. Aliás que livro está lendo? - Diz ele enquanto senta do meu lado

 -Esse aqui. - Mostro a ele que dá meio sorriso

 -Gosto de um livro aqui em especial, vou pegar para te mostrar.- então ele levanta e volta com um livro na mão. 

-Você gosta de poesia? - pergunto surpresa.

 -Sim, tem muitas coisas sobre mim que você ainda não sabe. Gosto desse poema aqui em especial. Ele vira as páginas com seus dedos longos, e encontra. 

Leio em voz alta:

 "Você partiu 
 E eu ainda te queria
 Mas eu merecia alguém que quisesse ficar." 

 -Uau, ele é muito bonito.

-Sim, e ele me lembra a Alice. - Ele me diz com tristeza nos olhos - Ela foi muito importante para mim.           -E  você? Nunca se envolveu com outra mulher depois dela? 

-Nunca encontrei alguém que valesse a pena se envolver. - Ele disse isso me olhando nos olhos.

-Eu te entendo - digo quebrando o gelo - Antes de namorar o Afonso, era bastante solitária também.

 - Mas você é jovem, é bonita, pode ter a pessoa que quiser, merece alguém que queira te dar uma família, e que te faça feliz nos momentos bons e ruins. - Ele olha pra baixo nesse momento - Já eu, não sou mais jovem, tenho duas filhas, já fui casado, e eu gostaria de encontrar alguém que amasse e desse carinho às minhas filhas.

 As palavras me atingiram tão profundamente, que não sabia nem o que dizer, abracei ele em forma de consolo, e quando eu o soltei, minha reação foi beijar ele, mas não um beijo selvagem como da última vez, esse foi calmo, ele segurava meu rosto, e eu segurava seu tronco, enquanto ele chupava meu lábio superior, eu chupava o inferior e assim fomos fazendo a troca e nossas línguas se encontravam de forma tão suave, ele se afastou do beijo, e ainda assim pude memorizar detalhadamente esse beijo. Ficamos sem graça, e logo Otto perguntou, depois de um silêncio meio constrangedor.

 - É... Eu encomendei comida, você... quer almoçar? Acho que as meninas estão famintas!

 -Você tinha vindo me chamar pra almoçar? 

 -É... Mas aproveitei o tempo com você, espero que você me desculpe pelo que eu fiz mais cedo...

 -Eu não tenho o que te desculpar, Otto.

 -Tem sim, eu machuquei sua mão, falei o que não devia, sobre o irmão do Roger. 

-Pode falar o nome dele! 

 -Tudo bem, mas eu não deveria ter machucado você.

 -Mas eu coloquei a mão! 

-Sim mas meu temperamento foi agressivo. E eu sempre desprezei esses comportamentos.

 -Lembra que você é humano, e que na sua situação, qualquer um teria uma situação parecida, ou até pior. - Digo colocando a mão no braço dele, mas ele se afasta como se eu tivesse lhe dado um choque.

 -Eu agradeço a compreensão, Luísa, agora vamos almoçar. - Ele levanta e me estende a mão para levantar do chão da biblioteca. 

Saímos da biblioteca e as meninas estão no sofá, conversando. Não sei como Poliana consegue criar um diálogo com Ester, minhas tentativas foram todas em vão. 

-Vamos almoçar meninas? - Diz Otto.

-Nossa o que vocês estavam fazendo na biblioteca? - Pergunta minha sobrinha.

-Nós estavamos conversando, descobri que sua tia gosta de ler, e acabei mostrando um livro que eu gosto muito. 

-Sério? Minha sobrinha olha para nós dois. Do que se tratava o livro?

 Otto vacila na resposta, provavelmente não queria dizer sobre seu livro de poesias, então eu digo rapidamente:

 -É um livro bem interessante, estou lendo ele agora, quando terminar eu empresto para você.

 -Ok tia!! 

 -Vamos almoçar? - Pergunta ele. 

-Sim! - Respondemos as três. 

-Hummm acho que a comida já esfriou.. Ester você me ajuda a levar a comida para aquecer?

 -Claro tio Otto. 

-Não quer que eu te ajude Otto? - Pergunto a ele. A companhia de Otto se torna cada dia mais confortável. 

-Não precisa se incomodar Luísa... Eu quero mostrar algumas coisas para Ester na cozinha.

-Tudo bem, se precisar de ajuda, pode nos avisar. - Digo a Otto. 

-Obrigada Luisa. - Ele diz dando um sorriso amigável. Talvez ele queira ficar sozinho com a afilhada, mas confesso que isso me incomodou um pouco.             


Notas Finais


Até já já :)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...