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História Fera da meia-noite - Act III: Past


Escrita por: theoden

Notas do Autor


• Olá pessoas! Atualização demorou apenas uma semana, é pra glorificar de pé, Igreja!
• Aviso super importante: Não lembro se avisei antes, mas a fanficiton se passa entre a temporada 9 e 10, portanto Dean já tem a marca de Caim. E também alguns outros fatos já aconteceram como retratados nesse capítulo.
• Outro aviso: Os anjos sabem sobre a existência de Therese, porém não sabem que ela é filha do arcanjo Miguel. Apenas Lúcifer, Gabriel e Rafael sabiam sobre esse detalhe. *Nem mesmo o Cass sabe*
• Espero que curtam esse capítulo que vai nos revelar mais sobre o passado da Tessie!

Capítulo 3 - Act III: Past


Ato III: Passado.

Passado: [adj.] Que passou; pretérito, incapaz de ser revertido.

Havia, acima de qualquer coisa, um brilho de ferocidade nos olhos azulados de Therese. Ela andou alguns centímetros para mais perto do anjo, não se importando com as armas miradas em sua cabeça. Permitiu que seus olhos fitassem fixamente os olhos de Castiel. Estavam assustados, talvez até mesmo arrependidos. Mas, em hipótese alguma, o perdoaria facilmente. Perdão era um sentimento que Tessie não sentia há muitos e muitos séculos.

— Eu deveria matar você, mas, por sorte, você será de grande uso.

As sentenças partiram de sua boca quase inaudíveis, embora tivessem sido perfeitamente ouvidas por todos ali. Therese fez um gesto e instantaneamente todos que antes estiveram na sala, retiraram-se. Com passos firmes, a loira se encaminhou até Dean e Sam, encarando-os com curiosidade. Ouvira muito sobre eles em tão poucos dias.

Seus lábios se curvaram em um sorriso ao ouvir o estrépito de uma arma sendo destrava. Era Sam. O irmão mais velho encarou-o, questionando se deveriam atirar naquele instante. Mas nada fizeram. Quiseram fazer. Quiseram atirar. Mas não foram capazes. Fora como se algo os hipnotizasse para não fazê-lo. Therese podia manipulá-los. Os compelir.  

— Você deve ser o Sam — ela sorriu. — Gosto do seu cabelo.

— O que você é? — foi tudo o que conseguiu perguntar.

— Uma velha amiga, talvez Castiel possa contar-lhes melhor.

O anjo parecia ser o único em plena consciência ali; havia acordado de seu transe e agora observava os amigos serem compelidos por Therese. Não queria de maneira alguma retomar ao assunto, sequer regredir ao passado. Mas teria de voltar. Tessie iria o compelir para falar de qualquer maneira. Ela era incrivelmente boa em persuasão.

Ao notar o olhar da loira sobre si, não teve escolha a não ser falar. Permitiu que seus pensamentos retornassem para tal época; quando enjaulou, junto de seus irmãos, uma mulher corrompida pelo veneno de Lúcifer nas profundezas do vale do medo, sem hesitar – sequer cogitou a ideia de ir contra a aquisição; estava longe de ser um rebelde.

— Era um lugar muito aprazível — ele disse. — Metz, na França. Ano de 1524. Boatos se espalhavam no céu sobre um nephilim vagando livremente pelas ruas francesas. Nephilins eram a vergonha de nossa raça. Os caçamos por eras até exterminá-los por completo. Mas esse nephilim era impossível de ser encontrado. Estava protegido por um poder de grande escala; um poder superior ao de um anjo, eu supôs. Fui enviado a Metz com alguns irmãos para encontrar a abominação. Não tivemos êxito na primeira semana, e nem nas outras que se seguiram.

Castiel interrompeu sua própria história com um pigarreio, lançando um olhar de receio para Therese. Os irmãos pareciam estar concentrados na história como se estivessem curiosos para saber o que se sucedeu. Tessie fez uma careta de indignação para o anjo, incentivando-o a prosseguir com a história. Queria parar por ali, mas não controlava a si mesmo: Therese tinha todo o controle sobre sua mente e usaria total potência se precisasse.

— Em uma noite, quando estávamos em um santuário de Metz, a notícia sobre um monstro de quatro patas assombrando a cidade chegou aos ouvidos do clero, que imediatamente contratou os melhores Homens de Caça para exterminarem a fera. Eu não queria, mas, no fundo, sabia sobre o que se tratava. Rastreamos a fera até as proximidades de um lago onde encontramos uma jovem francesa. Therese Moseille. Estava fraca. Esbanjava asas partidas e em chamas, seu rosto encontrava-se desfigurado. Therese havia sido amaldiçoada por um poder irreversível. Lúcifer.

— Detalhes, detalhes — sussurrou a loira. — Você é um péssimo contador de histórias. Quando me encontrou, Castiel e seu bando de anjos acertaram-me com espadas angelicais a sangue frio. Eu deveria ter morrido, mas não foi o que acontecera. Acordei abaixo de sete palmos da terra; tinha um estranho medalhão em meu pescoço. Descobri que sua função era controle. Com ele, eu conseguia controlar a transformação. Mas, é claro, a vida não poderia ser sempre um mar de rosas. Os arcanjos vieram atrás de mim, e como viram que não podiam me matar, enviaram-me para o vale do medo. E por lá permaneci por longos séculos. Até agora, ao menos. Estou de volta.

— O que é o vale do medo? — interrogou Dean, aparentemente envolvido demais na história.

— Um simples detalhe — Therese respondeu, direcionando-se até as taças de ponche empilhadas em forma de pirâmide; retirou uma e a bebeu com apenas um gole. Dean deu a entender que queria realmente saber sobre o vale.

Embora soubesse que o anjo poderia não responder, Dean levou seu olhar até ele. Castiel, antes paralisado e assombrado, agora parecia estar tranquilizado. O sentimento de suavidade o visitou novamente, dizendo que não deveria temê-la, por enquanto. Notando o olhar do Winchester sobre si, respondeu-lhe resumidamente:

— É para onde levam os que devem ser esquecidos. O vazio, o esquecimento.

— Como escapou? — foi a vez de Sam questionar a mulher.

— Esse não é o ponto, bonitão. 

Therese se pôs de frente a Castiel. Lembrou-se da espada em seu peitoral, do sangue jorrando para todos os lados e dos insultos; quis matá-lo. Teve que fechar seus olhos para interromper seu desejo consumidor, precisaria do maldito anjo vivo – mas, depois de seus objetivos serem concluídos, Castiel não teria muitas chances de continuar vivo.

— A questão é: por que eu escapei? — continuou a frase, deixando que um sorriso sádico brotasse em seu rosto. Não negaria a si mesma que suas intenções poderiam arruinar o mundo, contudo, era exatamente isso que desejava. Continuou sua caminhada pela casa até se posicionar novamente em frente aos Winchesters. — Tenho problemas, assim como vocês. Assim como nosso querido Dean e sua marca. A Marca de Caim. Sim, eu sei sobre a marca. Posso sentir.

Um calafrio percorreu o corpo de Dean que instantaneamente abaixou sua arma. Não sabia como rotular o que sentia naquele momento. Quis perguntar sobre a marca e sobre o que ela sabia a respeito. Estava escondendo das pessoas ao seu redor, mas não poderia esconder de Therese. Ela podia ver seu interior. Podia ver como a marca estava lhe consumindo aos poucos até que não restasse nada além de um monstro compulsivo.

Therese não só sabia como sentia o mesmo dentro de si.

O Winchester mais velho deu dois passos para frente e franziu o cenho – mesmo sabendo que as possibilidades de que a mulher respondesse suas questões eram mínimas, resolveu questionar sobre a marca:

— O que você sabe sobre a Marca?

— Muita coisa — respondeu Therese sendo sempre misteriosa com suas palavras. — Digamos que eu tive o privilégio de conhecer Caim há alguns séculos antes da minha prisão perpétua. Sujeito simpático. Aliás, por onde ele anda?

— Está morto — concluiu Castiel. — Mas isso não importa.

Todos poderiam ter jurado ouvir Therese sussurrar: “é uma lástima”, mesmo que ela não tenha aberto sua boca. Certificou-se de analisar claramente a expressão desesperada no rosto de Dean. Tessie sentia em si mesma a energia que se expandia aos poucos no corpo do Winchester – logo ele estaria no mesmo abismo de insanidade em que Caim encontrava-se, e também o mesmo que ela sempre se encontrou.

— Therese — sussurrou o anjo, impaciente. — O que você quer?

No mesmo instante, ela permitiu que um sorriso alucinante iluminasse seu rosto. Que bom que chegamos ao ponto, o pensamento de alívio e satisfação chegou a sua mente. Estava pouco cansada de todo o papo furado com o anjo rebelde e os irmãos caçadores. Teria o que desejasse. Sem rodeios, o respondeu sem desviar o olhar:

— Libertar o diabo. Eu quero Lúcifer livre.

Por um instante, sua frase pareceu uma piada. Sam a olhou com surpresa enquanto Dean soltava um sorrisinho sarcástico. O único que parecia ter a levado a sério fora Castiel e assim que os Winchesters perceberam o quanto aquilo parecia convicto para ambos consideraram a ideia de levar aquilo a sério. Mesmo sendo uma loucura tremenda.

— Você está falando sério? — questionou Sam.

— Pareço estar brincando? — ela respondeu-o. — Eu sei que vocês não gostam dele, apesar de não entender o porquê, mas eu preciso que ele seja liberto. E você, Castiel, irá me ajudar com isso. Eu soube que Crowley, o vendedor, assumiu o cargo de Rei. Isso é uma vergonha, devo ressaltar. Mas, felizmente, sua estadia chegou ao fim porque você chutará o traseiro dele para longe do inferno. É simples, Cassy.

— Você só pode estar brincando — pronunciou-se Dean. — Tem alguma ideia sobre o que é Lúcifer? Ele é o Diabo! Na última vez que ele esteve por aqui tentou trazer o apocalipse sobre nossas cabeças. Sem contar toda a confusão com demônios que tivemos. Então, acha que vamos o libertar simplesmente porque você quer?

— Dean, amor, você acha que estou pedindo? É uma ordem.

— O que acontece se eu não concordar? — perguntou Castiel, encurralado.

Therese inclinou a cabeça para o lado esquerdo tendo uma visão melhor do rosto inexpressivo de Castiel. Depositou sua concentração no rosto do anjo.

— Você sabe. Eu posso compelir você a fazer isso. Por bem ou por mal. Você escolhe. Estou cansada, rapazes, preciso de um tempo para me recompor do meu banho de sangue — apontou para os cadáveres empilhados. — Você tem uma semana para tirar Crowley do inferno ou esse belo caçador morre.

Em um rápido relance, Therese estava frente a frente com Dean, sua mão acariciava seu rosto. O caçador não soube expressar nenhum reação. Poderia ter usado sua arma para atirar em Therese, mas não conseguiu. Na verdade, sequer cogitou a ideia. Tessie tinha dons invejáveis, conseguia forçar as pessoas a fazerem coisas que não queriam. E isso a tornava uma predadora especialista em suas caças.

— Vejo vocês em breve — foi a última coisa que Sam e Castiel ouviram antes que ela desaparecesse envolta por uma densa névoa negra junto ao Winchester mais velho.

 

O primeiro sentimento que visitou o estômago de Dean foi a repulsa; era como se tudo dentro de si houvesse sido revirado por incontáveis vezes. A imagem de seu irmão e de Castiel fora divida em milhares de pedaços quadriculados. Era como se o mundo desaparecesse ao seu redor e uma nova paisagem fosse trazida pela ventania.

Apenas quando seus pés tocaram novamente o chão firme pode entender o que acabara de acontecer: Therese o transportou para um lugar desconhecido sem sequer lhe dar algum aviso prévio ou um convite formal. Procurou pela mulher com os olhos e assustou-se quando lhe viu a poucos centímetros de distância.

— O que você fez? — ele perguntou, apoiando as mãos em seus joelhos, recuperando o fôlego perdido. Notou, primeiramente, que o lugar onde estava era um depósito velho com caixas para todo o lado. Não entendeu a razão para Therese o levar para um lugar tão isolado; poderia deixá-lo ali como refém para que Cass e Sam fizessem o que ela mandasse, mas poderiam achá-lo com facilidade em um lugar como aquele. Ao menos, era o que pensava.

Therese deslizou suas mãos pelo roupão de seda desajeitado enquanto bufava em repreensão para a pergunta de Dean, afinal, a resposta era demasiadamente óbvia. O Winchester, ainda concentrado nos detalhes do local, percebeu que as paredes tinham gravuras em um pigmento vermelho – provavelmente sangue. Eram proteções contra anjos, demônios e umas eram desconhecidas por ele. O lugar era protegido pelos símbolos. Droga, pensou ele.

— Eu sequestrei você ou apenas o peguei emprestado. Interprete como achar melhor.

A loira analisou cada ângulo do depósito como se esperasse que alguém a vigiasse. Depois de uma longa análise, ela ergueu uma de suas mãos e gesticulou com os dedos um movimento circular. Desse momento a diante, mesmo com todas as coisas bizarras que Dean já havia visto, surpreendeu-se com o que aquele simples depósito fora revelado.

As paredes antes amareladas e cheias de proteções tornaram-se paredes brancas e cintilantes com centenas de espadas angelicais sustentadas por pequenos pinos pretos. Em um canto afastado, havia cerca de cinco jaulas e todas as cincos com animais dentro delas. Eram animais indeterminados, pareciam tigres e pumas ao mesmo tempo. Feras com características idênticas a de Therese. Tinha uma teoria ilícita sobre o que estava acontecendo ali.

E, por fim, no centro do grande lugar, havia dois tronos com serpentes vivas ao seu redor. Era um covil. Dean não soube encontrar palavras para expressar todo o seu assombro com tal lugar. Poderia soltar repetitivos palavrões, mas ainda assim não seriam suficientes. Respirou profundamente e rolou os olhos pelo lugar procurando por Therese.

Ela estava diferente. Estava trajada por uma calça preta, um coturno com salto e jaqueta de couro. Tinha algo distinto em seu olhar que pela primeira vez prendeu Dean de uma maneira abominável. Instantaneamente sentiu seu braço queimar – a marca arder em seu braço. Não hesitou em momento algum ao falar com a mulher.

— Merda! Que lugar é esse? — interrogou, sentindo seu estômago revirar-se pela milésima vez naqueles poucos minutos. Therese sorriu de uma maneira incrivelmente gentil e ao mesmo tempo sarcástica enquanto caminhava em direção ao centro da sala, onde ficavam os tronos. Dean pensou em usar sua arma, mas logo a ideia evaporou.

— Lar, doce lar — sorriu, sentando-se sobre o trono maior com espinhos em suas laterais. As cobras vieram de encontro a mulher e rastejaram sobre seu corpo como se estivessem familiarizados com ela. — Sabe, se há uma raça nesse mundo que eu odeio é a escoria angelical. Macacos alados. Talvez você não os conheça, mas esse é Ezequiel — referiu-se a serpente negra enrolada em seu braço. — Encontrei-o após a queda dos anjos. Estava ferido. Poderia ter o matado e livrado de seu sofrimento torpe. Mas então lembrei-me de que esse infeliz fora um dos que me apunhalaram nas margens do lago em Metz. Os outros não tiveram um destino muito diferente, exceto por Castiel. Um sortudo.

— Há quanto tempo deixou o vale do medo? — perguntou Dean.

— Um tempo consideravelmente bom — ela respondeu observando as cobras partirem para outro canto. — Deixe-me dizer as regras, Dean. Você está aqui, mas ao mesmo não está. Não questione. Não tente ir contra minhas palavras. Há pessoas me caçando. Anjos, demônios. Se você ficar no caminho, caçaram você também. Apenas me obedeça e você ficará vivo para reencontrar seu irmão daqui uma semana, se ele e Castiel tiverem sorte.

Dean não questionou suas palavras, nem mesmo disse algo a respeito, apenas deu outra olhada no lugar. Seu coração pulsava com a ideia atormentando a mente, mas, ao mesmo tempo, a ideia lhe parecia sedutora e atrativa. Não pode evitar a pergunta. Precisava saber se aquelas eram suas intenções, apesar de estar convicto de que eram.

— O que você planeja fazer? — soltou a pergunta rapidamente, sem vacilar.

Assim que as palavras de Dean chegaram ao seus ouvidos, Therese se pôs de pé, caminhando em direção ao Winchester. Ao chegar perto o suficiente, fitou seus olhos esverdeados como se fossem as soluções para todas as suas lacunas não preenchidas. Em segundos, deixou as palavras serem sussurradas por sua boca:

— Eu acho que você sabe. Por que não me diz?

Dean semicerrou o olhos. Não sabia distinguir se sentia desprezo ou apreço pelas características fortes da mulher. Provavelmente desprezo. Se estivesse certo, suas metas trariam consequências abaláveis para o mundo. Talvez piores que o de um apocalipse em grande escala. Ou de uma enxurrada de demônios na Terra. Novamente, não teve hesitação ao expor suas palavras e prováveis acusações para a mulher.  Evidenciou com total e plena certeza:

— Você está reunindo um exército de nephilins contra os anjos. E quer Lúcifer ao seu lado.

— Bingo!


Notas Finais


⇢ Gente!!! E essa revelação sobre o que o Castiel fez para a Tessie junto do nosso anjinho apenas mencionado na série; Ezequiel? Fazer o que né, Ezequiel foi mexer com a pessoa errada, virou cobra HAHAHA
⇢ SPOILERS CHEIROSOS SOBRE O PRÓXIMO CAPÍTULO: Teremos muito Dean e Therese [os dois são uma comédia juntos], teremos Crowley, teremos muito sangue também!! O nome do próximo capítulo será: Kingdom, em português, Reino. Pretendo não demorar para postá-lo!
⇢ Agradecimentos especiais para todos que favoritaram, leram e comentaram FDMN! Estou muito feliz com o carinho de vocês e com o apoio que estão dando para a fanfic. Tem alguns comentários que ainda não respondi, mas prometo responder todos. Obrigada por lerem, meus irmãos hunters! Até a próxima <33


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